Torcedores terão mais segurança nos estádios

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Publicado em Quarta, 22 Maio 2002 13:44

Grupo de Trabalho Especial (GTE), do Ministério do Esporte, aprovou pacote de medidas que devem constar do Código de Direitos do Torcedor. Proposta é atrair torcedor para os estádios "Vamos mudar o cenário atual de falta de segurança nos estádios brasileiros de futebol". O presidente do Grupo de Trabalho Especial (GTE) do Ministério do Esporte, José Luiz Portella, anunciou nesta segunda (20), ao final da quarta reunião da comissão, a aprovação de 23 medidas que pretendem assegurar mais conforto e segurança aos torcedores, visando atraí-los aos campos. Depois de analisadas por uma comissão técnica sobre sua viabilidade, as medidas constarão do Código de Direitos do Torcedor, a ser preparado pelo GTE até o final de julho. Pesquisas realizadas por clubes e entidades desportivas indicam que a falta de segurança é o principal motivo de afastamento dos torcedores dos estádios, apontado por mais de 90% dos entrevistados, em média. O preço dos ingressos aparece como segunda causa, mas apenas em cerca de 1% das entrevistas. "O torcedor é o cliente mais mal tratado no Brasil", ressalta Portella. Na sua opinião, os clubes e entidades organizadoras dos espetáculos devem ser os maiores responsáveis pelas condições de segurança nos estádios. Mas, de qualquer forma, cada envolvido terá de cuidar das questões relativas ao seu âmbito de atuação - "como a Prefeitura deve assegurar transporte coletivo seguro aos torcedores para chegada nos estádios, por exemplo" -, promovendo sua integração com todos os envolvidos na organização do jogo ou campeonato. Para começar, o torcedor poderá chegar ao estádio com tranqüilidade, utilizando transporte público organizado. No caso de adultos acompanhados de crianças menores de 12 anos, haverá transporte público especial, assegurado pela autoridade municipal. Tão logo esteja no local da partida, o torcedor será recepcionado por "Orientadores de Público". O torcedor terá direito à garantia de sua segurança antes, durante e depois dos espetáculos - inclusive por meio de um seguro de acidentes pessoais, cuja apólice será amplamente divulgada. Para coibir e mesmo punir infratores que ameacem essa segurança, os estádios, conforme sua capacidade, estarão equipados com Centrais de Monitoramento. Uma entidade independente será criada, visando implementação de estratégia de segurança nos estádios. Ocorrências serão enquadradas na legislação específica adotada e julgadas por um Tribunal do Estádio, cuja criação também está prevista. Queixas e insatisfações dos pagantes no estádio serão encaminhadas a um Ouvidor ou a seu representante, mantidos pela entidade organizadora do espetáculo. O GTE discutiu outras questões relativas aos direitos e ao conforto do torcedor nos estádios. Nenhuma partida deverá ser marcada ou transferida com menos de 48 horas de antecedência. Os estádios deverão ser fiscalizados, tanto pelo poder público quanto pelos organizadores, para verificação das condições de segurança. Uma reunião entre organizadores, clubes, Prefeitura e Polícia, deve conferir estas condições. No caso de ingressos de cadeiras numeradas, o torcedor terá direito a se sentar no local correspondente ao número constante de seu ingresso, por exemplo. Representantes da Vigilância Sanitária checarão condições de higiene e qualidade dos produtos alimentícios vendidos no estádio e imediações. Sanitários, limpos e em número proporcional, serão disponibilizados aos torcedores. Quem quiser ir ao jogo com seu automóvel, terá direito a estacionamento pago, mas seguro. "Algumas medidas já estão previstas, mas passarão a ser cumpridas efetivamente, e outras chegam a um nível de sofisticação necessário para estipularmos merecida consideração ao torcedor, a personagem principal do jogo", ressalta Portella.
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