Ministério do Esporte Entrevista/Agnelo Queiroz PARTE I
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Entrevista/Agnelo Queiroz PARTE I

Paulo Rossi e Leonardo Meireles Há três semanas, no tradicional jantar de fim de ano que Agnelo Queiroz oferece em Brasília, o clima não era de tanta festa assim. O projeto do deputado federal (PCdoB-DF) de comandar o Ministério do Esporte parecia difícil de ser concretizado. Praticamente ignorada no programa de governo petista, a área esportiva era desdenhada até mesmo pelo partido de Agnelo. O dono da festa se esforçava para transmitir confiança: ‘‘Ainda podemos virar esse jogo’’. Ao ser empossado ontem num ministério fortalecido — agora sem a companhia do Turismo —, Agnelo saboreou uma vitória particular. Cerca de 400 pessoas prestigiaram a cerimônia, no subsolo do primeiro prédio depois da Catedral. Entre elas, os nadadores Fernando Scherer e Gustavo Borges, o atacante de vôlei Giovane, o triatleta Leandro Macedo, o capitão do tetra, Dunga, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. Depois de transmitir o cargo para seu sucessor, Caio de Carvalho elogiou: ‘‘Você está de parabéns. Foi uma posse de presidente’’. Médico formado pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o baiano de Itapecetinga Agnelo dos Santos Queiroz Filho, 44 anos, terá a responsabilidade de chefiar o primeiro ministério exclusivo para o esporte na história do Brasil. Trabalhar com o menor orçamento da Esplanada — R$ 376 milhões — surge como o primeiro desafio. A estrutura de trabalho só deve ser definida em 45 dias. O cargo de secretário-executivo, porém, já tem dono: Gil Castelo Branco, que acompanha Agnelo há anos num rigoroso trabalho de fiscalização do uso dos recursos públicos. Nesta entrevista exclusiva, o ministro elege o investimento nas escolas como a principal estratégia para transformar o Brasil num país olímpico. Agnelo pensa em incentivos fiscais, revela proposta para reduzir a dívida gigantesca que os clubes têm com o Estado e promete alterar a Lei Pelé. Receita para um país olímpico CORREIO BRAZILIENSE — O esporte ganha um ministério exclusivo, fato inédito na história do Brasil. A estrutura já está definida? AGNELO QUEIROZ — Nosso objetivo é criar três secretarias que possam tratar os grandes temas do esporte no Brasil: de rendimento, em que poderia estar o desenvolvimento de ciência e tecnologia voltado para o esporte; a parte educacional, com o esporte escolar e universitário; e a de inclusão social e participação. Vamos dar uma grande prioridade para esse instrumento de inclusão via esporte, com projetos extremamente baratos e atrativos. Devido à situação do país, à crise que vivemos, vamos iniciar os trabalhos com a estrutura atual. Teremos 45 dias para montar uma estrutura definitiva. CORREIO — Serão mantidos programas do governo anterior? AGNELO — Sem dúvida. Há um pronto, com as Forças Armadas, chamado Força no Esporte. Vamos usar as estruturas físicas e instrutores para atingir áreas carentes de equipamentos esportivos. Há outras propostas de democratização, iniciativas que foram tomadas, como a moralização do futebol e o programa Esporte Solidário, que vamos aperfeiçoar porque é muito limitado. Estamos tratando de uma política nacional, de governo. Tem que atingir milhões. Conversei com o Conselho Nacional dos Atletas sobre a Bolsa-Atleta, um projeto que está redondo, depois de dois anos debatendo com os atletas. Não precisa nem de regulamentação. Hoje, antes da aprovação concreta, temos R$ 3 milhões para o projeto. CORREIO — O Esporte tem o menor orçamento da Esplanada: R$ 376 milhões para 2003. Como driblar a falta de recursos? AGNELO — É muito pouco, mas temos planos ousados para ampliar o orçamento. Já era uma angústia nossa. A lei das loterias (Lei Agnelo-Piva, que direciona 2% dos recursos das loterias para o esporte olímpico e paraolímpico) é um sinal disso. Garante um recurso para o desporto olímpico e paraolímpico de cerca de R$ 50 milhões por ano, o que para o Brasil é muito. Principalmente porque não se trata de garantir recursos só em ano de olimpíada. Vamos ampliar as fontes de financiamento, sabendo dessa situação econômica difícil que vivemos. Temos uma proposta de incentivo fiscal ao esporte, nos moldes da Lei Rouanet, para demonstrar que abrir mão de determinada receita pode ser um grande investimento. Um bom exemplo é o projeto Esporte Solidário, que gasta R$ 20 por criança por mês. Um presidiário custa R$ 300, R$ 400 por mês. Então, vale a pena. Vamos também pensar no bingo como receita para o esporte. CORREIO — Mas o bingo é um grande problema. Sempre houve casos de corrupção e desvio de dinheiro... AGNELO — Precisamos de uma legislação federal, e não uma legislação estadual, que é inconstitucional. Temos a idéia de a Caixa Econômica Federal assumir definitivamente os bingos porque tem experiência e seriedade. Se for algo organizado, nacional, com as cartelas numeradas, que possibilite uma fiscalização maior, a Caixa topa. Sobretudo porque vamos discutir o percentual que vai para o Ministério, em torno de 9% para o Fundo do Esporte. O resultado social do bingo compensaria. CORREIO — O último levantamento sobre número de quadras, ginásios, piscinas, professores e escolas de educação física foi feito em 1971. Haverá um novo censo? AGNELO — Como é que você faz uma política de esporte com dados de 30 anos? Nós queremos fazer uma nova pesquisa, com a ajuda de federações e do próprio IBGE. Nessa avenida que é o esporte educacional, queremos dar uma preferência de recuperação de quadras nas escolas, de forma que a comunidade possa utilizá-las nos fins de semana. E vincular sempre com a instrução e com o treinamento regular. Isso ajuda a manter a escola. Não é chegar lá, quebrar e ir embora. Quem treina todos os dias ajuda a preservar. CORREIO — Haverá, então, uma ligação muito grande entre os ministérios do Esporte e da Educação. O fato de o ministro da Educação, Cristovam Buarque, ser, como o senhor, um político de Brasília ajuda na parceria? AGNELO — Ajuda demais. Na primeira reunião ministerial, antes da posse de Lula, falamos muito em funcionar em equipe. Todo mundo sabe que, no governo Fernando Henrique, havia uma completa dicotomia das áreas. Conheço o Cristovam, já trabalhamos juntos, e isso vai facilitar um entrosamento maior na questão do esporte como parte do plano pedagógico da escola. Outra idéia é reforçar os jogos estudantis, com etapas estadual e nacional e premiação, também no caso dos universitários. CORREIO — Existe uma preocupação, entre atletas e dirigentes, de que o governo petista priorize a inserção social e esqueça o esporte de rendimento... AGNELO — Dar prioridade para a inserção social não significa colocar em segundo plano o esporte de rendimento. Principalmente porque o esporte de rendimento será o grande instrumento de estímulo para o esporte social. Um atleta de referência que seja um propagandista da nossa política é fundamental para o sucesso do programa de estímulo para nossa juventude. Também tem a auto-estima do país, a unidade nacional, trazer os grandes eventos, ser referência mundial. CORREIO — Isso significa apoio financeiro para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio? AGNELO — Será fundamental. Temos o compromisso público do Lula para ajudar. É um investimento que se paga com os próp
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