Ministério do Esporte Bomba contra o corpo
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

 
Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.

Informações:  (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

                          

Bomba contra o corpo

Estudo mostra que o DF está na rota do tráfico de esteróides, droga usada por praticantes de fisiculturismo e que pode matar. Uma ampola do produto é vendida a R$ 15. Em Brasília, malhadores apelam até para remédios veterinários Dante Accioly Da equipe do Correio O tráfico de anabolizantes chegou ao Distrito Federal. Abastecidos por fornecedores do Rio de Janeiro, marombeiros candangos são a cada dia mais adeptos de um tipo de droga que não causa alucinação. A viagem dos usuários das chamadas bombas está em ver os músculos inflarem com pouco tempo de exercício físico: um vício que se confunde com a vaidade. Relatório elaborado pela Associação Brasileira de Estudos e Combate ao Doping (Abecd) põe Brasília na rota do tráfico dos esteróides. O documento alerta para o uso indevido das drogas, principalmente entre praticantes do fisiculturismo. "A ação dos traficantes é proporcionada em vários esportes (musculação, lutas e vale-tudo), causando um crescimento da agressividade compulsiva da prática de tudo por dinheiro", afirma trecho do relatório. O presidente da Abecd, Alexandre Pagnani, afirma que o tráfico de anabolizante no DF envolve pelo menos 15 pessoas. "Elas trabalham como distribuidoras da droga em academias de ginástica e lojas freqüentadas por praticantes de musculação." Pagnani - que também preside a Confederação Brasileira de Culturismo e Musculação - colheu o depoimento de usuários de esteróides em Brasília e no resto do país. "Consegui chegar aos nomes dos traficantes. Se a polícia não chega, é porque não quer", desafia. Ele vai entregar cópia do dossiê ao Ministério Público Federal. O documento, com mais de 300 páginas, já foi entregue à Presidência do Senado Federal e à Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad). A papelada alerta para a participação de médicos e professores de academias no esquema de distribuição de bombas. "É grave o problema do doping e do narcotráfico destas substâncias no país. Entidades desportivas, médicos e treinadores ultrapassam o limite da ética profissional e moral." Além do Distrito Federal, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Amazonas e Pernambuco são abastecidos por traficantes do Rio de Janeiro. Segundo o relatório da Abecd, as drogas costumam circular o país inteiro em pequenas quantidades - geralmente distribuídas pelos Correios. "Podem ser enviadas até 50 ampolas ou mais em uma caixa de 15cm x 15cm, sem qualquer desconfiança", atesta o dossiê. Uma ampola custa em média R$ 15. Internet e celular O documento aponta ainda para o uso da Internet e de celulares no esquema de distribuição de anabolizantes. "As conexões funcionam por salas de bate-papo e por códigos popularmente conhecidos como marombas de academias, que se interligam na troca de telefones pré-pagos e até por serviços de encomendas a motoboys." Na última quinta-feira, a Polícia Civil prendeu F.M.V., 25 anos. Ele é acusado de vender substâncias anabolizantes em uma loja de nutrição esportiva na QI 11 do Lago Sul. Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) receberam uma denúncia anônima e descobriram medicamentos clandestinos no estabelecimento. Cerca de 200 produtos foram apreendidos, a maioria sem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o delegado Antônio José Romeiro, chefe da Decon, há indícios de que F. aplicava bombas nos clientes. Foram encontrados frascos vazios, seringas usadas e algodão na lixeira da loja. A pena por vender medicamentos ilegalmente é de 10 a 15 anos de prisão. Há duas semanas, a Decon apreendeu outro lote de anabolizantes - desta vez em Taguatinga. Foram mais de 150 frascos de esteróides e suplementos nutricionais importados ilegalmente e sem registro na Anvisa. As drogas estavam em prateleiras do Empório do Guaraná, na CNB 12. A loja deveria negociar apenas produtos naturais, masé suspeita de vender ampolas do esteróide Winstrol - o mesmo que desclassificou o canadense Ben Johnson nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Dos 150 frascos apreendidos pela Decon, 75 eram de esteróides. Muitos deles, hormônios destinados ao uso veterinário. "O pessoal usa qualquer artifício para chegar ao objetivo mais rapidamente. Pensam que o que acontece com um cachorro pode acontecer com eles sem risco algum. Mas, quando os efeitos negativos aparecem, não tem mais volta", afirma Keila Fontana, professora do Departamento de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB). Os marombeiros descobriram que hormônios à base de testosterona, usados para a produção de massa muscular em cavalos, estimulam o desenvolvimento dos músculos em humanos. Também descobriram que um complexo injetável de vitaminas A, D e E, usado para inflar pitbulls, tem o mesmo efeito sobre o homem. Eles obtêm a droga com facilidade em casas veterinárias, sem receita médica. As bombas podem provocar câncer, cirrose hepática, insuficiência renal, perda da sensibilidade sexual e até a morte. O delegado-chefe da Decon, Antônio José Romeiro, explica qual seria o alvo das bombas apreendidas em Taguatinga. "Os marombeiros de academia são usuários freqüentes. Segundo uma denúncia anônima, a loja costumava ser visitada por praticantes de musculação." O dono da loja foi preso em flagrante e liberado após o pagamento de fiança. Por ser ainda muito recente no Distrito Federal, a Polícia ainda tem poucos elementos sobre tráfico de anabolizantes. Apenas duas apreensões foram feitas este ano. Uso por atletas O uso de substâncias anabolizantes em esportes competitivos começou na década de 1940. Os esteróides anabolizantes foram os mais freqüentemente usados pelos atletas entre as décadas de 1950 e 1980. Eles aceleram o crescimento pelo aumento da velocidade de maturação óssea e pelo desenvolvimento de massa muscular. Riscos consideráveis são associados ao uso dessas drogas. Os efeitos dos anabolizantes são dose-dependentes. Ou seja, quando o usuário pára de usar, a tendência é de que o corpo sofra redução de massa muscular. Os efeitos no corpo Esteróides anabolizantes A administração de esteróides aumenta a massa isenta de gordura e a força. Entre os riscos do uso há atrofia testicular, redução da contagem de espermatozóides e aumento das mamas e da próstata (nos homens), e redução mamária e alteração do ciclo menstrual (nas mulheres). Além disso, provoca lesões hepáticas e doenças cardiovasculares. Hormônios de crescimento A droga provoca aumento de massa corporal, diminuição de gordura e aumento da densidade óssea. As conseqüências mais comuns são acromegalia (aumento das extremidades do corpo). Os órgãos internos aumentam de volume. O usuário apresenta fraqueza nas articulações e problemas cardíacos.
{audio}{/audio}

Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla