Ministério do Esporte Braçadas históricas
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Braçadas históricas

Há vinte anos, um garoto de 17 anos de Andradina, que já impressionava por seus resultados nas piscinas, conseguiu aquilo que todo nadador sonha para sua carreira. No Mundial de Guayaquil, no Equador, no dia 2 de agosto de 1982, Ricardo Prado cravava 4min19s78 e estabelecia o novo recorde mundial para os 400m medley. Foi o último recorde registrado por um nadador do país em piscinas longas, de 50m. - É o maior feito da natação brasileira. E para mim, particularmente, mais importante do que a medalha de prata que ganhei dois anos depois nas Olimpíadas de Los Angeles - diz "Pradinho", que se orgulha do feito e de continuar trabalhando com o esporte no Brasil. Confira a entrevista que ele concedeu ao LANCE!. L! - Você se lembra como foi o dia do recorde mundial? RICARDO PRADO: Lembro, claro, lembro facilmente. É uma coisa que não acontece à toa. Você tem que trabalhar, e muitas vezes você tenta antes e não consegue. É uma coisa que, realmente, um ano antes eu já tinha caído na água para fazer, mas não tinha conseguido. Era um grande campeonato mundial, que acontece a cada quatro anos. Foi no Mundial de Guayaquil, em 82, e eu fui lá para fazer o recorde mundial. E consegui! Sem dúvida foi a minha maior conquista, apesar de eu ter, dois anos mais tarde, melhorado o tempo, ter pego pódio na Olimpíada. Mas chego a dizer que foi a maior conquista de todas da natação brasileira, em termos de resultado. L! - Vinte anos do recorde mundial e não tivemos outro na longa. Por que? RP: Porque é difícil, né (risos). É mais difícil do que na curta. Acho que o Brasil soube aproveitar bem essa crescente da piscina curta, então, na verdade, fomos oportunistas, de maneira boa, e soubemos aproveitar o sucesso dessa nova coisa que estava surgindo. Tivemos alguns recordes mundiais, o Gustavo bateu um, na curta, nos revezamentos batemos acho que dois ou três, o que é muito positivo, mas agora, na longa, é mais difícil, né. L! - Para você é mesmo mais importante do que a prata em Los Angeles? RP: É sim, sem dúvida. Ali eu fui o primeiro, em Los Angeles, o segundo. E embora estivesse muito perto, questão de décimos, primeiro é sempre primeiro, e segundo sempre segundo. Nós, atletas de alto nível, queremos sempre vencer. Então, embora Los Angeles, por ser uma Olimpíada, atraia mais atenção, tem mais mídia brasileira envolvida divulgando, pode ter tido um impacto maior, mas sem dúvida meu melhor resultado foi o recorde mundial. L! - Acha que o Brasil está tão longe do resto do mundo? RP: De medalha? Estamos sim. A perspectiva clara de medalha para 2004 é muito pouca. Temos o Fischer, claro, que foi medalhista no mundial, e que tem chance de entrar em uma final e brigar, mas é bem difícil, né. Sabemos que nesses mundiais muitos bons atletas, como os australianos, não participaram. O Brasil deu um salto imenso da década de 90 para agora, tá muito melhor. Vemos que hoje existe uma equipe brasileira treinando em altitude, competindo na melhor competição do mundo, que é o Pan-Pacífico, por exemplo. Então o Brasil tá muito integrado, mas, ao mesmo tempo, ainda se tem muito o que fazer. L! - Você acha que acabou a era de Gustavo Borges e Fernando Scherer? Esses nadadores não têm mais chance de medalha em Atenas? RP: Eu acho difícil. Não vou dizer que acabou a era. O Xuxa é um cara que ainda tem muito para dar, mas não vemos ele muito presente, treinando. Vemos ele fazendo "auê", aparecendo, mas é preciso dar resultado. Natação é resultado e ele, infelizmente, não tem feito isso nos últimos dois, três anos. E o Gustavo foi muito bem no último Mundial, pegou aquela medalha de prata, que é encorajador, mas é um cara que também já está diversificando suas atividades, está se preocupando muito com a parte dos negócios dele. Então não sei se a natação ainda é uma grande prioridade para ele. Mas é um cara que é muito capaz. Mas não conseguiu em 2000 e teve dificuldades em termos mundiais para estar nas grandes finais. Então o Brasil ainda tem muito o que fazer, mas muita coisa já foi feita certa. Estamos um pouco longe. L! - Por causa disso tudo, fica mais difícil ainda buscar recordes mundiais? RP: Ah, sim, mas os resultados mundiais também melhoraram demais na ponta. Então, para chegar em uma medalha olímpica hoje em dia é muito difícil, assim como em um recorde mundial. L! - O seu principal rival na carreira foi mesmo o canadense Alex Baumann, que te superou na final olímpica de 84? RP: Foi, sem dúvida... Foi o único cara que ganhou de mim nessa época em que eu estava na minha melhor fase (risos). L! - É meio relativo falar nisso, mas você acha que se sua passagem de peito tivesse sido melhor, ganhava o ouro? RP: Esse era o melhor estilo dele (Baumann) e o estilo que eu tinha mais dificuldade. Mas se o borboleta tivesse sido melhor, eu levava o ouro. Se o crawl tivesse sido melhor, eu levava o ouro. São quatro estilos, e é muito difícil encaixar os quatro no mesmo dia, na mesma prova. E, se tivesse sido melhor, provavelmente eu teria levado o ouro. Mas, por exemplo, se o peito é um segundo melhor, o crawl pode ser um segundo pior. Então é tudo muito complicado de se equilibrar. Se você passa muito forte o borboleta, vai machucar seu crawl no final. Então é difícil dizer isso... Se eu nado melhor o peito, estaria mais cansado para o crawl. L! - Baumann ganhou o ouro com quanto? RP: 4min17s41. Eu fiz 4min18s45. Um segundo de diferença. Não é pouco!
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