Ministério do Esporte Pacote tenta incentivar viagens ao país
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Pacote tenta incentivar viagens ao país

Turismo Medidas têm o objetivo de incentivar qualidade para atrair estrangeiros; movimento caiu 18% no ano Daniel Rittner, De Brasília Afetados por uma forte crise, empresários do turismo negociam com o governo um conjunto de ações para revitalizar o setor. Medidas concretas, que vêm sendo discutidas no fórum de competitividade instalado pelo Ministério do Desenvolvimento, serão anunciadas nas próximas semanas. "Elas visam facilitar a entrada de estrangeiros no Brasil, aumentar a qualidade dos serviços prestados e melhorar a qualificação dos trabalhadores no setor", resume o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério, Reginaldo Arcuri. Recentemente, uma das principais entidades do ramo turístico se reuniu em Brasília com o ministro de Esportes e Turismo, Caio Carvalho. O presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), Norton Lenhart, clamou por medidas urgentes para incentivar viagens nacionais. De março a junho, o nível de ocupação dos hotéis caiu 18% na comparação com o ano passado. Lenhart propôs a criação de uma linha especial de financiamento que teria como objetivo baratear o crédito a pequenas operadoras. Com essa linha, que poderia ser operada pelo Banco do Brasil ou pela Caixa Econômica Federal, os consumidores pagariam juros mais baratos por pacotes turísticos a prazo de operadoras menores, explica. Hoje as taxas de juros ficam entre 2% e 3% ao mês, inviabilizando a venda maciça de pacotes a pessoas de poder aquisitivo mais baixo, avalia o executivo. O secretário Arcuri pondera que bancos já trabalham com financiamento direto a turistas. "Dinheiro barato todo mundo quer, mas crédito pressupõe sempre análise de risco e garantia", diz Arcuri. A expectativa do setor era de que, após os atentados de 11 de setembro, a tendência de queda no turismo internacional estimulasse as viagens nacionais. Mas uma série de turbulências frustrou os empresários, comenta Lenhart. Ele enumera os fatores negativos. Primeiro, a alta do dólar não fez o turista trocar o exterior pelo Brasil. A maioria cancelou planos de férias e pacotes caros, avalia o executivo. Segundo, as quebras da Soletur e da Transbrasil trouxe "instabilidade" para o mercado e causou desconfiança nos consumidores. Terceiro, a epidemia de dengue também se tornou um fator de preocupação para o turista. O quarto ponto é a desvalorização do peso na Argentina. Além de tirar 900 mil argentinos por ano do Brasil, muitos brasileiros deixam de fazer turismo interno para conhecer Buenos Aires. Só a perda de receitas com a queda do fluxo de argentinos para o país gerará uma perda de US$ 450 milhões ao setor, prevê Norton Lenhart. O pior é que tudo isso aconteceu em um momento de retração na atividade econômica. "As pessoas temem a manutenção do emprego e o contágio da crise argentina", acrescenta o executivo. Outra medida que está sendo analisada pelo Ministério de Esporte e Turismo, com apoio do setor privado, é a reedição dos chamados "dias azuis". Trata-se de um incentivo ao turismo em baixa temporada, que já foi adotado na segunda metade dos anos 90 pela Embratur. A idéia é que hotéis, restaurantes, parques e empresas envolvidas com turismo façam uma política conjunta de preços especiais para épocas de baixa demanda. Se tudo der certo, os "dias azuis" poderão estar de volta entre agosto e setembro. Hotéis em São Paulo sofrem com ociosidade Roberto Rockmann, De São Paulo Grandes hotéis de São Paulo e do Rio de Janeiro estão operando com alta taxa de ociosidade nesse primeiro semestre. Afetadas pela concorrência de flats e pela forte queda no turismo de negócios por conta da crise na Argentina e nos Estados Unidos, algumas redes estão trabalhando com nível de ocupação abaixo de 50%. Números da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) indicam que a ociosidade afeta outros pontos do país. "Caímos 20% nesse primeiro semestre", diz Luiz Carlos Nunes, presidente da entidade. Além da perda no poder aquisitivo da população, que passa a buscar opções mais baratas, o segmento hoteleiro, principalmente de São Paulo, vem sofrendo com a concorrência dos flats e a grande oferta de quartos. A cidade de São Paulo - que recebe cinco milhões de turistas por ano - tem hoje 30 mil unidades à disposição e passará a ter mais 20 mil até 2004. Dessas 50 mil unidades, cerca de 20 mil serão de flats. Já Nova York, que recebe por ano seis vezes mais visitantes que São Paulo, tem 60 mil quartos. Além da grande oferta, o turismo de negócios e eventos, que movimenta os hotéis das grandes capitais, está registrando queda. Dados das agências especializadas na área mostram que houve retração de 10% nesse primeiro semestre. A crise na Argentina e os atentados terroristas aos Estados Unidos reduziram o fluxo de executivos às grandes capitais. "Esse quadro, agravado pela superoferta e pelo menor volume de negócios com a desaceleração das privatizações, atingiu principalmente Rio e São Paulo, onde a ocupação caiu abaixo de 50%", afirma o diretor da Accor, Orlando de Souza. Com isso, muitos hotéis reduziram seus preços. No caso do grupo Accor, no segmento de hotelaria econômica as diárias permaneceram na faixa entre R$ 60 a R$ 90. Mas, nos estabelecimentos de quatro e cinco estrelas, registrou-se uma queda entre 20% a 30% nas diárias. Dados da hotelaria paulista mostram que a ocupação dos hotéis na região, que em 1996 atingiu 62%, caiu para perto de 45% em maio. O diretor da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav), Leonel Rossi, destaca que o baixo nível de ocupação é maior entre os hotéis de quatro e cinco estrelas, cuja maioria dos hóspedes vinha ao país para tratar de negócios. "Caíram muito as viagens ao Brasil." A crise na Argentina reduziu a vinda de visitantes do país vizinho ao Brasil. Depois de ter recebido 1,6 milhão de turistas argentinos em 2000, o governo brasileiro se prepara para receber apenas metade desse número nesse ano. O que pode representar uma perda de US$ 450 milhões na conta turismo do país, de acordo com o ministro do Esporte e Turismo, Caio Luiz Carvalho. Para reduzir essas perdas com os turistas argentinos, o ministério está buscando atrair mais visitantes europeus. "Os argentinos ficam em média 8 dias no Brasil e gastam US$ 69, já os europeus têm gastos de US$ 90 e se hospedam em média por 12 dias. Por isso, estamos com essa estratégia de veicular as imagens do país no exterior", afirma o ministro. Na avaliação dele, o número de visitantes estrangeiros esse ano deverá ficar abaixo do ano passado, quando 4,7 milhões de turistas vieram ao país. "Devem vir entre 4 e 4,5 milhões de pessoas nesse ano, principalmente com a crise na Argentina." Apesar das turbulências no segmento hoteleiro, os agentes de turismo estão otimistas com os negócios nesse ano. A desvalorização do real deve continuar fazendo com que os brasileiros deixem de viajar ao exterior. Estimativas da Abav indicam que, de janeiro a junho, o setor deve ter crescido 10%. A expectativa entre os agentes é de que a expansão se mantenha no segundo semestre. Pacotes para o Nordeste estão liderando as vendas. "A valorização do euro e do dólar fizeram as pessoas viajarem no Brasil", diz Guilherme Paulus, diretor-geral da CVC, cujos pacotes que têm destino doméstico cresceram 25%. Já os que têm como destino exterior tiveram queda de 10%.
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