Ministério do Esporte Paraolímpicos: Uma nova fronteira na psicologia do esporte
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Paraolímpicos: Uma nova fronteira na psicologia do esporte

Depois de anos de trabalho com a psicologia do esporte — com foco principal em de modalidades individuais como tênis e natação e também em modalidades coletivas, com a Seleção Brasileira feminina de vôlei do técnico José Roberto Guimarães, com times de futebol e com a Seleção Brasileira do técnico Luiz Felipe Scolari —, Regina Brandão e sua equipe estão aprendendo muito com um novo desafio: os atletas paraolímpicos.

“Estamos com o atletismo desde 2010 e agora também com o judô. É superinteressante trabalhar com grupos extremamente vencedores, de recordistas mundiais, e com uma questão psicológica importante: todos os atletas já vêm da luta contra a própria situação e têm como características psicológicas muita garra, determinação e força de vontade. É um diferencial desses atletas”, explica a psicóloga.Treino de judocas paraolímpicos: como os atletas são cegos, as informações sobre os rivais são trabalhadas apenas no campo mental (Foto:Divulgação/CPB)Treino de judocas paraolímpicos: como os atletas são cegos, as informações sobre os rivais são trabalhadas apenas no campo mental (Foto:Divulgação/CPB)

Regina Brandão chega para o trabalho com os atletas paraolímpicos em um momento de grande visibilidade. “Há muitos resultados aparecendo e as pessoas já compreendem quem são esses atletas. O Alan Fonteles, por exemplo, já para o trânsito! Os resultados trazem reconhecimento e muitos hoje já conseguem mesmo viver do esporte. No caso deles, é importante também a longevidade. Hoje temos o Antônio Tenório (judoca), de 43 anos. O esporte ganha importância ainda pela qualidade de vida que proporciona a esses atletas.”

A psicóloga lembra que as pessoas que convivem com esses esportistas também se surpreendem com o trabalho, já que passam a ter menos restrições. “Todos aprendem a lidar com um mundo desconhecido”, explica.

Outro diferencial dos atletas paraolímpicos, para Regina Brandão, é que eles precisam cumprir todas as demandas dos atletas convencionais — com treinamento intenso, cobrança de desempenho, restrições de vida, disciplina — e ainda têm a própria deficiência para lidar. Daí a determinação e a força mental diferenciada.

Do atletismo para o judô

No caso do judô, com atletas cegos, Regina Brandão explica que o grupo de psicólogos fez avaliações no meio de novembro, em São Paulo, e, agora, a fase é de discussão para a proposta de trabalho. “Precisamos entender o que representa o esporte para a vida deles e o que significa ser um atleta de alto nível para eles. O que já percebemos é que é uma paixão. Aliás, uma paixão exacerbada para eles, que gostam da idéia de superação, mas também de serem exemplos para os outros.”

Ser esse modelo para as pessoas é importante, porque muitos desses atletas experimentaram a superproteção das famílias e a pouca vivência em grupo, observa a psicóloga. “Muitas vezes eles já sentiram na pele situações de não ter o que fazer. E o esporte quebra esse paradigma. Eles percebem que podem, sim, serem exemplos e que estão se desenvolvendo. É um sentimento novo e a partir daí eles passam a querer o mesmo para outros.”

Trabalhar com judocas cegos é um desafio à parte para Regina Brandão, depois do atletismo. “Eu e meus alunos de mestrado e de doutorado ficamos pensando como é lutar com uma pessoa que você nunca viu. Como é estratégia? É interessante, porque o atleta vai lutar apenas com as informações que o técnico falou para ele. Não tem nada de ver vídeos, de saber se o adversário é mais alto, mais pesado... Tudo acontece mesmo só na hora da luta.”

Nesse sentido, Regina faz uma comparação entre o que ela já identificou entre o universo dos esportistas do atletismo paraolímpicos e os do judô. No atletismo, a corrida é disputada, na maioria das vezes, como diz Regina, “com o atleta competindo contra ele mesmo”. Muitos têm uma receita básica, de acordo com a psicóloga. “Eles dizem: ‘Eu fecho o olho e corro!’”.

No judô, entretanto, o confronto é direto com o oponente. Assim sendo, qual seria a imagem mental para a luta, já que se trata de um rival que eles nunca viram?

O que Regina concluiu é que não há imagem em um treino mental. É uma questão de percepção tátil, o que representa uma outra abordagem psicológica. “Por tudo isso, posso dizer que tem sido um aprendizado muito bacana. Depois de 35 anos na psicologia do esporte, temos de pensar em mais possibilidades e questionar resistências diferentes para apresentar propostas diferentes. Posso dizer que encontrei mais um desafio ao trabalhar com os atletas paraolímpicos”, confessa Regina Brandão.

Denise Mirás
Ascom – Ministério do Esporte
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