Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.
Informações: (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Confira artigo do ministro Aldo Rebelo publicado no Diário de S. Paulo
- Detalhes
- Publicado em Quarta, 29 Janeiro 2014 21:22
O bandeirante do futebol
Ao celebrarmos os 460 anos de São Paulo, não faltam heróis na galeria de homens de Estado que contribuíram para a grandeza desta cidade-epicentro da construção, consolidação e progresso do Brasil. Fundada pelo padre-estadista Manuel da Nóbrega a partir de uma escola, marco de sua gênese sob o signo da cultura, justamente no dia do santo que foi um apóstolo da civilização, São Paulo de Piratininga tornou-se uma catapulta geopolítica. Lançou, às fronteiras e ao cerne do País, bandeiras como a de Raposo Tavares para desbravarem o território nacional, germinou o ideal da Independência arquitetada por José Bonifácio, forjou a burguesia que incentivou a República e ainda plantou o fecundo ciclo do café, e a seguir a industrialização, e abrigou os imigrantes italianos de orientação anarquista que politizaram as lutas trabalhistas.
Mas neste 25 de janeiro seria injusto homenagear os homens de Estado e ignorar um jovem estudante que não se enquadra nessa categoria, porém merece ser celebrado como herói nacional. O paulistano Charles Miller (1874-1953) legou um patrimônio cultural logo consolidado do Oiapoque ao Chuí ao introduzir em São Paulo o futebol que aprendeu a jogar numa escola da Inglaterra.
Em 14 de abril de 1895 organizou o primeiro jogo disputado segundo as regras que já eram usuais na Europa. Na areia da Várzea do Carmo, no bairro do Brás, o futebol brotou viçoso para ser uma paixão nacional.
Se o pontapé inicial foi dado pela aristocracia britânica, imediatamente o esporte foi apropriado pelas camadas mais humildes da população. Que nem ocorreu na Inglaterra, onde forjou a semana inglesa de cinco dias para que os operários pudessem jogar no sábado e guardar o domingo, o jogo da bola popularizou-se no Brasil a ponto de entranhar-se na formação social como um elemento da identidade nacional.
Charles Miller foi um bandeirante do futebol.
Aldo Rebelo
Ministro do Esporte
Artigo publicado na edição de sábado (25.01) do Diário de S. Paulo