Josi Santos e Jaqueline Mourão encerram suas participações nos Jogos Olímpicos Sochi 2014

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Publicado em Sexta, 14 Fevereiro 2014 17:20

A paulista Josi Santos encantou o público presente ao Parque Radical de Rosa Khutor, nesta sexta-feira (14), onde fez a primeira apresentação olímpica do Brasil em uma prova de esqui estilo livre em Jogos Olímpicos. Apesar da simplicidade dos saltos e a 22ª colocação na prova de esqui aéreo nos Jogos Olímpicos Sochi 2014, Josi conquistou a plateia ao se emocionar e revelar que passou por uma semana difícil. Também nesta sexta, Jaqueline Mourão encerrou sua quinta participação em Jogos Olímpicos ao completar a prova individual 15km do biatlo. Jaqueline deixa Sochi como a recordista brasileira em participações olímpicas entre as mulheres.

Após a participação em Sochi, Josi afirmou querer mais. “O meu objetivo era fazer uma apresentação bonita e colocar o Brasil pela primeira vez em uma competição de esqui aéreo nos Jogos Olímpicos. Mas eu não vou parar por aqui. Em 2018 eu quero disputar a final”, disse Josi Santos.

No esqui estilo livre os atletas deslizam nas montanhas de neve com esquis, realizando saltos e manobras. Na prova de esqui aéreo desta sexta, vinte e duas atletas puderam saltar até duas vezes durante as eliminatórias, classificando doze para as finais. O primeiro salto de Josi recebeu nota 49.60, a melhor pontuação feita pela atleta até hoje. O segundo, que determina a colocação na prova, recebeu nota e 48.17. “Gostei dos dois saltos, mas no segundo eu não aterrissei tão bem. Isso me tirou alguns pontos”, disse a ex-ginasta.

Josi chegou a Sochi sentindo dores no joelho esquerdo, após os treinamentos no Canadá. A atleta passou por sessões diárias de fisioterapia que a deixaram apta a disputar a prova. “A previsão é que a Josi se recupere totalmente em três ou quatro semanas de tratamento convencional, apenas com fisioterapia”, afirmou Dr. Carlos Tucci, médico da delegação brasileira. “Ela não queria deixar de participar dos Jogos por nada e se dedicou por completo ao tratamento”, completou Tucci.

“Foi uma semana de muitos desafios pra mim. Cheguei a pensar que não iria competir, depois de todo esforço que fiz para estar aqui. Meu choro após a prova foi o grito de emoção que eu soltei. Agradeço aos médicos que tiveram muita atenção comigo. Todo o sacrifício para estar aqui valeu a pena. Hoje eu sou uma atleta olímpica”, afirmou a atleta, muito assediada pelo público e pela imprensa internacional. “Me surpreendi com o número de pessoas querendo falar e tirar foto comigo. É muito bom ter esse reconhecimento”, disse Josi.

Jaqueline – A terceira e última prova da quinta participação olímpica de Jaqueline Mourão também foi realizada nesta sexta, no Complexo de Esqui Cross Country e Biatlo Laura, em Sochi. A mineira, primeira atleta do Brasil a competir no biatlo, disputou hoje a prova de Individual 15 km, finalizando o percurso com o tempo de 57min22s6 e a 76ª colocação (resultado de 29,54 %). O ouro ficou com Darya Domracheva, da Bielorrússia, com o tempo de 43min19s6, seguida de Selina Gasparin, da Suíça, e Nadezhda Skardino, também da Bielorrússia.

Jaqueline, que vinha de uma prova com precisão quase perfeita no final de semana passado, encontrou problemas nas passagens pela linha de tiro, errando três tiros após a terceira volta no circuito de 5 km. Os sete tiros fora dos alvos significaram acréscimo de sete minutos ao tempo total da brasileira, que teve de compensar nos esquis as penalizações e chegou exausta ao fim da prova. “Hoje eu não estou satisfeita com a minha participação na prova. Tive problemas com o acerto da arma para os tiros à noite. Foi uma prova difícil desde o início, tanto que muitas atletas abandonaram. Isso é o biatlo, sempre uma competição muito dura e exigente”, disse Jaqueline.

Com a participação em Sochi, Jaque tornou-se recordista em número de Jogos Olímpicos na carreira (5), ao lado de Fofão (vôlei) e Formiga (futebol). A atleta também esteve em Atenas 2004 e Pequim 2008 (no ciclismo mountain bike) e Turim 2006 e Vancouver 2010 (no cross country). Na Rússia, a atleta competiu em três provas, Sprint estilo livre, do Cross Country, e Sprint 7,5 km e Individual 15 km, do biatlo. Com isso, tornou-se a primeira atleta do País a competir em três diferentes modalidades olímpicas. “Foi uma experiência muito bonita a minha em Sochi e importante para o Brasil. Acredito que eu esteja abrindo as portas para outros atletas brasileiros que queiram se dedicar aos esportes de inverno”, afirmou a porta-bandeira da delegação brasileira na Cerimônia de Abertura dos Jogos.

Responsável pelo melhor resultado do Brasil em Jogos de Inverno, Isabel Clark compete na madrugada de sábado para domingo, no horário de Brasília

A próxima participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi 2014 será de Isabel Clark, na prova de snowboard cross, a partir das 4h (de Brasília) do domingo, dia 16. Isabel é responsável pelo melhor resultado brasileiro em Jogos de Inverno, a nona colocação em Turim 2006, na mesma prova. A atleta também participou dos Jogos Olímpicos Vancouver 2010.

Isabel entende o resultado de Turim uma conquista que também lhe traz responsabilidade. “São as duas coisas. Mas isso é uma consequência de se fazer o que se gosta da melhor maneira e intensamente. É uma responsabilidade e por isso é preciso me dedicar cem por cento e sempre buscar superar meus limites”, explicou.
A meta de Isabel nos Jogos Olímpicos de Sochi é se adaptar bem à pista e aproveitar ao máximo suas descidas. “Chegar aqui em Sochi para a minha terceira participação olímpica já é uma grande realização. Sempre sonho com uma medalha olímpica e isso é uma grande motivação para que eu me dedique intensamente no dia a dia. Mas ficar pensando em medalha não faz milagre nem ajuda”, explicou a carioca.

Antes da prova, Isabel mentaliza a pista várias vezes, escuta música e faz exercícios respiratórios para diminuir a ansiedade. O mais importante, segundo a atleta, é se adaptar à pista nas condições em que ela se apresentar no dia da prova. “Tem feito muito calor e a neve está ficando muito húmida. Não são as condições ideais, mas é normal competir assim. Não adianta ficar reclamando. O importante é se adaptar da melhor forma”, afirmou a brasileira.

As regras da competição olímpica de snowboard cross mudaram em relação aos últimos Jogos. Na primeira fase, as atletas descem a pista individualmente, contra o relógio. O tempo feito determina as 24 atletas que passam para as oitavas de final e a distribuição delas na próxima fase. A partir daí, as competidoras passam a se enfrentar em baterias com seis atletas. As três primeiras avançam para a próxima fase, até a final, também com seis atletas na pista. Até Vancouver, as baterias eram compostas por quatro atletas.

A carioca Isabel Clark desembarcou em Sochi pouco depois de fazer o melhor resultado da carreira em uma etapa da Copa do Mundo. Em janeiro, Isabel chegou a final da Copa de Andorra e alcançou a sexta colocação. “Esse resultado aumentou minha confiança. Com a minha performance nas últimas etapas da Copa do Mundo, posso acreditar que meu nível está alto e competitivo em relação as melhores atleta do mundo”, afirmou a snowboarder, que afirma estar ainda melhor preparada do que nas participações olímpicas anteriores. “Estou mais experiente, mais forte e com melhor técnica. Mas isso não é garantia de resultado”, disse a Rider.

Fonte: COB
Ascom – Ministério do Esporte
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