Ministério do Esporte Confira entrevista do ministro Aldo Rebelo ao jornal O Estado de S. Paulo
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Confira entrevista do ministro Aldo Rebelo ao jornal O Estado de S. Paulo

Napoleão reconquistou a França em 100 dias

Eduardo Bresciani

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, encara a reta final de preparação para a Copa do Mundo com otimismo. Considera o Brasil favorito ao título, entende que concluir os estádios é o mais importante e não crê em manifestações durante o Mundial. Reconhece que ainda há muito trabalho. "Mas devemos ter o espírito de trabalhar para dar conta do desafio.''

Como o senhor avalia a preparação na reta fínal para o evento?
Vamos pensar positivamente. Em 100 dias Napoleão reconquistou a França. Dá para fazer muita coisa. Tem de concentrar o esforço e o trabalho para concluir as obras essenciais para a Copa. Os estádios, que estão praticamente concluídos, as obras de mobilidade urbana, os aeroportos. A boa noticia é que as obras estão acontecendo. A previsão é de que os aeroportos fiquem prontos, se não na totalidade pelo menos boa parte. Na área de segurança também, os equipamentos foram adquiridos, a integração caminhou bem. Na área de telefonia também. Acho que nós devemos celebrar os 100 dias para a Copa com o espírito de trabalhar para dar conta do desafio.

Na sua visão, em que ainda é preciso ter mais atenção?
Os estádios. Temos de ter os estádios. Essa é a obra capital para a realização da Copa. Não tem como improvisar um estádio. Nós reforçamos o acompanhamento e adotamos medidas onde estava sendo necessário, como em Curitiba. As medidas produziram os efeitos esperados.

Nos últimos dias começou um debate sobre as estruturas temporárias. Essa situação está equacionada?
Essas estruturas figuram nos cadernos de encargos assinados pelos estados e pelas cidades-sede ou pelos proprietários dos estádios. A única possibilidade para o Ministério do Esporte é atuar como mediador em busca de uma solução, e procuramos atuar assim. As coisas foram encaminhadas. Os atores têm de ajudar a encontrar uma solução.

Qual é a expectativa e a preparação para manifestações?
As manifestações pacíficas são protegidas pela Constituição e pela lei. Os atos de violência são coibidos pela lei. Não precisamos de mais do que a lei para enfrentar as manifestações, garantindo as pacíficas e coibindo os atos de violência.

Há um planejamento e uma preocupação da organização?
Não há como adotar previamente, até porque eu não creio em grandes manifestações, vai haver um clima de festa, de Copa, as pessoas vão estar voltadas para esse evento. O pais vai receber a visita de centenas de milhares de turistas, a Copa do Mundo é o grande momento do futebol mundial. Não creio que as manifestações atrapalhem isso.

0 senhor acha que o governo deve fazer campanhas para envolver o brasileiro com a Copa?
O governo nunca se meteu muito nisso, as pessoas preparam a Copa, se organizam, à sua maneira, na rua, no trabalho, em casa.

A infraestrutura disponível será capaz de garantir os deslocamentos das pessoas?
Creio que sim, porque já há eventos no Brasil maiores que a Copa em algumas cidades. No Rio, em Salvador e em Recife no carnaval vamos ter mais gente do que na Copa.

Na parte de mobilidade urbana, onde muito do que estava na Matriz de Responsabilidades não ficou pronto, vai ter impacto?
A Matriz de Responsabilidades não é um dos encargos para a Copa, é uma criação do governo federal com estados e as cidades-sede antecipando obras do PAC, são obras que seriam realizadas, algumas antecipadas em muito tempo, como o VLT de Cuiabá. Não será todo entregue, mas chegaram os vagões. Uma parte vai funcionar, outra fica para depois. Do que ficou na Matriz, houve alterações, obras entraram, outras saíram.

0 senhor acha que isso é suficiente para não haver problemas de mobilidade?
Não é o ideal, mas nós não temos mobilidade urbana ideal para a nossa população. Pelo contrário, nas regiões metropolitanas de todo o Brasil, de Manaus a Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, nós temos problemas que foram se acumulando e não dá para resolver com a Copa.

E dentro de campo, o senhor está otimista?
Muito. Eu vejo o Brasil com uma geração de bons jogadores e de um jogador excepcional, que é o Neymar, jogando em casa, com apoio da torcida. Ciaro que há seleções muito boas, a Espanha, a Argentina, o próprio Uruguai, que quando joga com o Brasil é parelho, a Alemanha... Mas o Brasil é favorito por ter um grande time, um técnico capaz de motivar o seu grupo e o apoio da torcida.

Agora, se perder, o senhor acha que o trabalho do governo será bem avaliado?
Não trabalho com essa hipótese.

Entrevista publicada na edição desta terça-feira (04.03) do jornal O Estado de S. Paulo

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