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Simpósio de Direito Desportivo em Goiânia discute a cultura da paz no futebol
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- Publicado em Domingo, 11 Maio 2014 13:48
Questionado se o Brasil não poderia adotar o modelo inglês, que, nos anos 90, conseguiu afastar das arquibancadas os torcedores violentos – conhecidos como “hooligans” –, o secretário disse que não se pode comparar as duas realidades. “O que fez acabar a violência na Inglaterra foi, basicamente, aumentar o preço dos ingressos. Não podemos e nem queremos elitizar o futebol brasileiro e nem acabar com as torcidas organizadas. Isso não resolve o problema, cria outro. Além de perder o seu interlocutor, o mau torcedor da organizada vai continuar indo ao estádio, mas sem a camisa do seu grupo. E isso dificulta ainda mais a identificação numa eventual confusão”, avaliou Toninho Nascimento.
O promotor de Justiça no Juizado do Torcedor de São Paulo, Paulo Castilho, corroborou a avaliação de Toninho Nascimento e acrescentou: “Não tem que extinguir torcida. O que tem que se fazer é individualizar a pena e trabalhar preventivamente. A extinção de uma organizada joga o sujeito na clandestinidade e não daria para saber mais com quem dialogar”, defendeu Castilho, que também é representante do Conselho Nacional do Ministério Público.
Já o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, foi além da questão da repressão e da prevenção. “A violência, aqui ou em qualquer outro país, não é exclusiva do futebol. Somos reféns de uma sociedade de que não cuidamos no passado. Um cidadão que briga em um estádio é o mesmo que briga no carnaval ou numa festa junina. É preciso dialogar mais com esses setores”, apontou.
Toninho Nascimento destacou ainda que, apesar do diálogo ser fundamental, é preciso fazer cumprir o Estatuto do Torcedor, que prevê penas de reclusão e banimento do infrator. “A violência no futebol é uma questão criminal e não esportiva, por isso é preciso aplicar efetivamente a legislação existente”, finalizou.
Leandro Galvão, de Goiânia
Ascom - Ministério do Esporte
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