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Negócios em função da Copa já geraram R$ 370 milhões para micro e pequenos empresários
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- Publicado em Terça, 13 Maio 2014 09:32
Subir uma das rampas do Maracanã, no Rio de Janeiro, é sempre motivo de orgulho para José Luiz Munin Monteiro. Foram dois anos entregando lajes para a construção dos acessos do estádio durante a reforma para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. O produto é diferenciado, já que dispensa a montagem e a desmontagem de estruturas de apoio usadas tradicionalmente na construção civil. A facilitação do processo possibilita uma economia de tempo e dinheiro que determinou a contratação da empresa dele pelo consórcio responsável pela obra do palco da final do Mundial.
“Obras como a do Maracanã têm um prazo muito apertado para serem entregues. Qualquer ferramenta que ajude os construtores a ganhar tempo acaba tendo a preferência”, diz José Luiz, proprietário da Trelicon – Artefatos de Cimento (www.trelicon-rj.com.br), empresa sediada em Duque de Caxias (RJ). O faturamento aumentou em 30% com o fornecimento das lajes. E as oportunidades não param de surgir.
José Luiz já tinha participado da reforma do estádio para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e, desde então, o produto oferecido por ele tem sido utilizado em praticamente todas as instalações esportivas do Rio de Janeiro. A linha de BRT Transcarioca, que ligará a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional do Galeão, é outra obra relativa à Copa que conta com as lajes da Trelicon. O empresário faz questão de lembrar também que fez todo o piso ao redor do Maracanã, além dos trechos com relevos destinados aos deficientes, que servem como orientação, e ainda as golas de cimento em volta das árvores.
“Poderia ter pego até mais obras do Maracanã, mas preferi reconhecer meu limite para não ter problema de queimar o filme lá na frente. Era um valor muito alto de dinheiro. Como eu sou pequeno, não foi possível. Fiz uma obra, me chamaram para outras, agora já estou fornecendo para a Vila dos Atletas e devo fornecer para o Parque Olímpico, obras da Olimpíada de 2016. O pessoal gosta e acaba indicando. Se trabalha bem, trabalha de novo”, ressalta o empresário.
Apoio
José Luiz contou com consultoria gratuita do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Por todo o país, empreendedores comemoram os ganhos com oportunidades que surgiram em função da Copa: até abril de 2014, mais de R$ 370 milhões foram gerados para micro e pequenas empresas em rodadas de negócios e em outras transações realizadas com intermédio do Sebrae.
Em 2011, o Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mapeou quase 930 oportunidades de negócios nas 12 cidades-sede do Mundial em segmentos como turismo, economia criativa, comércio varejista, serviços, artesanato, construção civil, madeira e móveis, agronegócios, tecnologia da informação e comunicação, e moda (têxtil e confecções, couro e calçados, gemas e joias). A partir de então, uma série de iniciativas foi colocada em prática para a capacitação dos empresários, com foco no Mundial.
“Os empreendedores passaram por cursos, palestras e seminários, além de participar em rodadas de negócios que aproximam micro e pequenas empresas de potenciais compradores. No portal do Programa Sebrae 2014, também é possível acessar a Central de Oportunidades, que promove a interlocução entre fornecedores e compradores para facilitar o fechamento de acordos comerciais, além de orientar os empresários a conseguirem o licenciamento para fabricação e comercialização dos produtos oficiais”, explica o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Internacionalização
De olho nas oportunidades de construção civil, o empresário baiano Raymundo Dórea iniciou um planejamento estratégico em 2008, pouco depois da confirmação do Brasil como sede da Copa. "Nós participamos de cinco ou seis rodadas [de negócios] aqui na Bahia, com a Fundação Getúlio Vargas, e depois nós recebemos esse dossiê em que estava tipificado que a construção civil seria uma grande oportunidade para as pequenas empresas", diz Raymundo.
A regional baiana do Sebrae também intermediou missões para França, Alemanha e África do Sul, quando o engenheiro conheceu a estrutura de estádios que receberam as últimas Copas. Resultado: a empresa de Raymundo, a Engpiso (www.engpiso.com.br), foi responsável pela instalação de pisos e revestimentos industriais na Arena Fonte Nova, em Salvador, e na Arena Pernambuco, na região metropolitana do Recife, além de fornecer a estrutura montada para o sorteio final do Mundial, na Costa do Sauípe (BA), em dezembro de 2013.
O volume de caixa gerado a partir das obras da Copa permitiu à Engpiso investir em inovação e internacionalização. "Hoje a nossa marca tem uma valoração muito maior, em função do porte da responsabilidade que foi a execução desses três empreendimentos", comemora o engenheiro.
Novas oportunidades
De acordo com o presidente do Sebrae, em um primeiro momento, a demanda foi maior para as empresas da construção civil, tecnologia da informação e vestuário. Com a proximidade da Copa, crescem as oportunidades para fornecedores de alimentos e bebidas, como a cachaça e o café brasileiro, e para o setor de serviços. Isso sem contar o segmento do turismo.
“Atividades ligadas ao turismo, receptivo, hotelaria, entretenimento, bares e restaurantes serão diretamente beneficiadas com o grande fluxo de turistas que está sendo esperado. Nesse contexto, as micro e pequenas empresas se preparam principalmente capacitando profissionais, desenvolvendo novos produtos e aprimorando produtos já existentes”, diz Luiz Barretto.
Exemplo disso é a Aguimar Ferreira Bombons Finos (www.aguimarferreira.com.br), de Brasília. Há oito meses, o proprietário, Alexandre Ferreira, criou e colocou à venda uma linha de bombons com oito ingredientes típicos de sete países participantes da Copa: pequi e caipirinha (Brasil), pimenta (México), damasco (Espanha), doce de leite (Argentina), champagne (França), blueberry (Estados Unidos) e pistache (Itália).
A Aguimar Ferreira é parceira de dois tradicionais hotéis da capital e de cinco multinacionais. A ideia é que os estabelecimentos deixem bombons de boas-vindas nos quartos dos hóspedes que visitarem Brasília durante a Copa do Mundo. Outras empresas distribuem o produto em eventos promocionais. A linha temática Sabores da Copa é produzida com matéria-prima belga. Cada embalagem-padrão do produto contém nove bombons sortidos com os recheios da Copa e custa R$ 45, mas é possível encomendar os sabores separadamente.
A nova linha contribuiu para dobrar o faturamento da empresa. Com o aumento da demanda, o quadro de funcionários – que já conta com cinco colaboradores fixos e seis prestadores de serviços freelancers – deve aumentar. “Pretendo trazer outros quatro freelancers. E quero ver, desse pessoal, quem se destaca, pois planejo aumentar o quadro permanente”, conta o empresário, que começou como microempreendedor individual (MEI) em 2011 e passou para a categoria de microempresa em janeiro, sempre com apoio do Sebrae.
Brasil Criativo
Oficinas de capacitação oferecidas pelo Sebrae também foram importantes para o designer de joias paulistano, Pablo Lozano. Ele participou de uma seleção do Projeto Brasil Criativo, realizado nas 12 sedes do Mundial, e terá suas peças colocadas à venda durante o Mundial em pontos de grande circulação, como aeroportos.
Quatro trabalhos de Pablo estarão à venda, inspirados na cidade de São Paulo. “É um começo para ser visto pelo mercado internacional. Vou poder apresentar minhas peças, o meu design, para ter um ganho futuro”, diz.
Ele também desenhou joias motivadas diretamente pela Copa do Mundo: um bracelete inspirado no Maracanã e um brinco e uma gargantilha que têm a bola como foco. Essas criações serão vendidas por meio do site www.pablolozano.com.br e em pontos de venda de parceiros particulares.
Mais competitividade
O presidente do Sebrae explica que os empresários não são preparados apenas para aproveitar as oportunidades da Copa, mas principalmente para que as empresas se tornem mais competitivas para disputar o mercado no futuro. “A nossa avaliação é a de que, além da geração de negócios e aumento nas vendas, esses eventos trazem um novo padrão de exigências e isso contribui para que as nossas empresas estejam mais preparadas para competir, tanto com os produtos nacionais, quanto com os importados”, finaliza Luiz Barretto.
Fonte: Portal da Copa
Ascom - Ministério do Esporte
Confira o Portal da Copa, site do governo federal sobre a Copa 2014
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