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Copa do Mundo atrai turistas de mais de 180 países ao Brasil
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- Publicado em Segunda, 16 Junho 2014 19:13
A Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 será responsável pela vinda de turistas de 186 países ao país. A maioria deles, 62% estão vindo ao Brasil pela primeira vez. A informação é do ministro do Turismo, Vinicius Lages, que participou de entrevista coletiva hoje no Centro Aberto de Mídia João Saldanha, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo Lages, mais de 3,1 milhões de brasileiros e 600 mil estrangeiros devem viajar pelo Brasil devido ao evento. A previsão do governo é que esse fluxo de turistas injete R$ 6,7 bilhões nas 12 cidades-sede.
Somente no Rio de Janeiro, com apenas um jogo até agora, ingressaram US$ 50 milhões na economia local em três dias, considerando o custo médio de gastos com traslado, hospedagem e alimentação. A avaliação é do secretário de Turismo do Estado do Rio, Claudio Magnavita.
Ele citou estimativas de que 50 mil argentinos vieram ao Rio para ver o jogo em que a seleção do país vizinho derrotou a Bósnia-Herzegovina ontem por 2 a 1 no Maracanã. No total, os argentinos gastaram em média US$ 1 mil durante a estada na cidade. Boa parte dos turistas não tem ingressos para as partidas e, apesar disso, participaram do clima de festa da Copa. Eles se espalharam ao longo de domingo por toda a cidade.
Para além da receita gerada no torneio, a Copa representa uma oportunidade de visibilidade para o Brasil. De acordo com o ministro do Turismo, o país está vem se mostrando como receptivo, hospitaleiro. Lages avalia de maneira muito positiva o balanço do evento. Na Copa das Confederações, no ano passado, 138 cidades brasileiras foram visitadas. “Esse número deve pelo menos dobrar com a Copa do Mundo”, destacou.
Segundo o Ministério do Turismo, a maior visibilidade do Brasil se dá também para quem não veio ao país. Cerca de 3,6 bilhões de pessoas, quase metade da população do planeta, está acompanhando a Copa por TV, internet, celular ou outros meios.
Projeção de gastos por cidade-sede
Cidade-sede |
Estrangeiros |
Brasileiros | Gastos no Brasil |
Belo Horizonte |
62.388 | 322.340 | R$ 695.627.806,45 |
Brasília |
79.610 | 411.319 | R$ 887.652.035,48 |
Cuiabá |
27.945 | 144.381 | R$ 311.585.545,16 |
Curitiba |
26.645 | 137.666 | R$ 297.091.883,87 |
Fortaleza |
65.313 | 337.449 | R$ 728.238.745,16 |
Manaus |
28.595 | 147.739 | R$ 318.832.777,42 |
Natal |
27.945 | 144.381 | R$ 311.585.545,16 |
Porto Alegre |
42.242 | 218.251 | R$ 470.998.835,48 |
Recife |
37.368 | 193.068 | R$ 416.653.200,00 |
Rio de Janeiro |
89.846 | 464.203 | R$ 1.001.781.829,03 |
Salvador |
48.741 | 251.828 | R$ 543.461.748,39 |
São Paulo |
63.362 | 327.375 | R$ 706.490.048,39 |
Total previsto |
600 mil turistas | 3,1 milhões de turistas | R$ 6.690.000.000,00 |
Entrevista produzida pela equipe do Centro Aberto de Mídia (CAM) João Saldanha, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro
Que balanço o senhor faz sobre a presença de turistas nas cidades-sede da Copa até o momento?
Ministro do Turismo, Vinícius Lages – Os relatos têm sido os melhores possíveis, do ponto de vista da interação com a hospitalidade brasileira, que era aquilo que a gente apostava muito que seria uma experiência de celebração. Evidentemente, há alguns percalços aqui e ali. No geral, o balanço é muito positivo nesses primeiros dias de Copa do Mundo. Não temos ainda os dados de entrada de turistas. Nossa expectativa é que o número estimado, de 600 mil turistas internacionais e mais ou menos 3 milhões de brasileiros circulando pelo País, vai se confirmar até o final da Copa. Nós estamos com pesquisa em campo e acompanhando as entradas, então não temos ainda um número parcial. Mas, pelo que foi percebido em termos de ingressos vendidos para turistas internacionais, nós vamos ter esses 600 mil batidos.
Como o senhor avalia os impactos do Mundial para o setor?
A Copa tem um impacto imediato na medida em que os turistas estrangeiros vão injetar mais ou menos R$ 6,7 bilhões consumindo nas cidades-sede, isso descontado o custo de deslocamento. Estamos fazendo pesquisas. Por volta de 17 de julho, teremos o resultado para divulgar. Então, há um impacto direto, econômico e também de imagem. Eu acho que o Brasil tem dois pontos muito fortes em seu posicionamento como destino turístico internacional. Um é a beleza natural. E o outro é a hospitalidade e a cultura. Temos essa cultura de celebração, de acolhimento para o outro se sentir em casa. Isso é muito importante para qualquer destino turístico. E é o que nos interessa. É importante que os turistas vejam que aqui é um país muito bom de estar, de ficar. Muitos até vão prolongar a estada [depois da Copa]. O País está tendo uma janela de visibilidade enorme, para fortalecer o nosso posicionamento. Mas é fundamental que a gente saia dessa Copa com uma ação forte de promoção. Se nós cruzarmos os braços, não vamos aproveitar essa grande visibilidade que o país tem. Então, estamos nos preparando, o Ministério do Turismo junto com a Embratur, para lançar uma campanha destinada a fortalecer essas boas imagens que o País vai conseguir até o final da Copa, para que a gente possa aumentar o fluxo de turistas internacionais e estimular mais brasileiros a viajar.
De que forma a Copa incentiva o turismo em outros locais do País, além das 12 sedes?
Só para dar uma ideia... Na Copa das Confederações, 138 cidades foram visitadas pelos turistas. Na Copa do Mundo, esperamos mais ou menos 300 cidades visitadas. Isso mostra a diversidade do País, com sua riqueza cultural e econômica.
Diante dos resultados observados na Copa do Mundo, quais suas expectativas para os Jogos Olímpicos de 2016?
Temos que fazer ainda melhor. Vamos herdar uma infraestrutura bastante qualificada. Os Jogos Olímpicos não são apenas o Rio de Janeiro, eu sempre alerto isso. Vamos sair dessa Copa com uma estratégia bem definida de aproveitar as aprendizagens que já tivemos também na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude. Não temos dúvida de que o Rio de Janeiro está preparado para eventos dessa magnitude. O carnaval já é uma experiência gigantesca. O Brasil estará muito mais preparado até lá. E, se fizermos nosso trabalho bem feito, o País terá mais ganhos do ponto de vista turístico. Faremos o mesmo esforço para incorporar essa diversidade que o Brasil tem, aproveitando a janela da Copa.
Quais são os resultados de longo prazo para o País com a realização de grandes eventos?
Há questões relacionadas ao esforço de gestão pública no País, como a integração, por exemplo, na área de segurança, os equipamentos, a inteligência, a capacitação. Esse processo agora é um legado e o Brasil precisa cuidar disso. A mobilidade urbana sem dúvida é uma questão que projeta uma condição de melhoria das grandes cidades brasileiras para o futuro. A economia dos esportes pode crescer muito, sobretudo se aproveitarmos a Olimpíada como uma oportunidade para que o Brasil consiga também sair de ser apenas o país do futebol. É o país do basquete, é o país dos Jogos Olímpicos. E fazer dos esportes um setor dinâmico da sua economia. Estamos com uma herança muito boa do ponto de vista dos aeroportos, um Brasil que viaja cada vez mais e que poderá receber cada vez mais gente. Esse é um legado de longo prazo. Nunca se investiu tanto em infraestrutura, em obras de mobilidade, sem nenhum prejuízo dos investimentos em áreas como educação ou saúde. Vamos, logo, logo, estar entre os países de maior competitividade no mundo.
Em termos de turismo, o País pode mudar de patamar como destino turístico a partir da realização desses grandes eventos?
Sem dúvida. Há grupos que vieram agora e que nunca visitaram o Brasil antes. E nesses grupos há mexicanos, australianos e americanos também. Nós temos que crescer muito ainda no turismo internacional. Recebemos pouco menos de 6 milhões de turistas (estrangeiros) normalmente por ano. Isso não é nada em relação ao nosso potencial. Acho que, com a melhoria da nossa infraestrutura e com essa visibilidade de que o Brasil é um país bacana de visitar, um país alegre, que é um “spa” para a alma, se a gente melhora a logística e a infraestrutura, e estamos fazendo isso, vamos atingir novos mercados. No caso dos americanos, a questão do visto era um desafio. Acho que a simplificação através de procedimentos eletrônicos já nos ajuda muito. Temos que avançar para termos reciprocidade, liberar essa questão do visto. Avançarmos também para mercados que hoje são os maiores emissores, como os da Ásia. O mercado dos nossos vizinhos também interessa muito. Se tivermos a média do que ocorreu em outros países que sediaram a Copa, nos próximos anos teremos um crescimento de 5% a 10% no número de turistas. Com isso, cumulativamente, vamos sair do teto de 6 milhões de turistas internacionais.
Centro Aberto de Miídia
Ascom - Ministério do Esporte
Confira o Portal da Copa, site do governo federal sobre a Copa 2014
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