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Secretário Leyser recebe planejamento da Confederação Brasileira de Desportos na Neve até 2026
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- Publicado em Sexta, 14 Novembro 2014 15:48
Se existe uma instituição esportiva no Brasil com trabalho a longuíssimo prazo, é a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). Seu presidente, Stefano Arnhold, esteve em Brasília, para apresentar ao secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, o planejamento para várias de suas modalidades até 2026 – que vai desde a preparação científica de uma nova geração de atletas até o aproveitamento das vantagens de um país tropical para treinamento de esportes de inverno.
“Com os Jogos de Sochi, em fevereiro, fechamos um ciclo olímpico. E já elaboramos um plano de negócios para cada modalidade para os próximos três ciclos olímpicos, bem detalhado. O que está totalmente pronto é o do aerials [a modalidade que utiliza descidas em rampas de neve como impulso para acrobacias aéreas]”, explica o presidente.
Nessa modalidade, permanece Josi Santos – que participou de Sochi 2014. E chegam mais duas atletas vindas da ginástica artística, escolhidas durante seletiva de abril: Mariah Pereira e Ana Carolina Mussi. No primeiro semestre de 2015 haverá outra seletiva, para atletas juniores: duas garotas e um garoto. “Estamos conversando com a Confederação Brasileira de Ginástica para um acordo que não atrapalhe o planejamento deles”, observa Stefano Arnhold.
Vantagens de ser “tropical”
“Fizemos um estudo de competitividade e justamente detectamos que o aerials é a modalidade onde temos mais espaço para trabalhar. É mais nova, com uma quantidade menor de atletas – se formos ver, o esqui alpino, por exemplo, tem 13,5 mil atletas em competição no mundo. E também é mais viável para se treinar no Brasil. No caso, os saltos em rampas que podem ser feitos com a aterrissagem em piscina – e durante o ano inteiro. Dentre as desvantagens de não sermos um país com picos de neve, também temos outras boas vantagens – e uma é essa: poder treinar durante o ano inteiro. Também pelo potencial, é aquela que já está com o plano pronto.”
Alla Tsuper, campeã olímpica em Sochi pela Bielorússia, é o modelo para o planejamento da CBDN, no caso dos aerials. Mas com seu desempenho já “projetado” em 12 anos, para 2026. “É isso o que temos de buscar, pensando em medalha”, diz Stefano Arnhold. “Por isso iremos trabalhar com as meninas de 14, 16 anos. No caso do garoto, o plano de amadurecimento é mais para frente, para 2030”, observa o dirigente.
Para o trabalho de preparação de atletas também existe a proposta de reforma e ampliação do Centro de Treinamento de São Roque, em São Paulo. “Hoje, é possível o treinamento em rampa com aterrissagem em inflável. Mas para acrobacias aéreas com saltos duplos e triplos é preciso piscina com água para aterrissagem. Ampliando nosso CT, contaremos novamente com a vantagem do nosso país tropical: poderemos treinar no ano inteiro porque a piscina não irá ficar fria e depois congelar, como em Park City, em Utah, onde treinamos agora, nos Estados Unidos. No aerials, os melhores do mundo são justamente de China, Austrália – países podem realizar treinamentos no verão.”
Cinco planos com orçamento traçado
Assim como foi feito com o aerials, há um plano para o cross-country e o biatlo, que são modalidades “casadas” porque têm um tipo de preparação parecido (aí também entra o trabalho de formação de guias para os atletas paraolímpicos da neve). Um terceiro plano é específico para os atletas paraolímpicos. O quarto plano é para o snowboard cross feminino, contando com Isabel Clark até 2018. O quinto plano visa ao esqui free style e ao snowboard slopestyle (os dois com descida em velocidade e performance sobre obstáculos, mais saltos em rampas, com acrobacias aéreas) e big air (descida de montanha com uma rampa no meio para salto e acrobacias aéreas), modalidade que poderá ser incluída nos Jogos de PyeongChang 2018, na Coreia do Sul.
“Temos todos os orçamentos feitos até 2026, mês a mês”, diz o presidente da CBDN. “Com suas origens. Contamos com patrocínio das Federações Internacionais, do Bolsa Atleta e convênios do Ministério do Esporte, da Lei de Incentivo ao Esporte, da Lei Agnelo/Piva, da Solidariedade Olímpica do COI [o Comitê Olímpico Internacional], de permutas...”
Stefano Arnhold diz também que há metas fixadas para avaliação científica de atletas – também em comparação a concorrentes, para se tentar o objetivo final de tentar medalha olímpica em 2026. E, além da participação de brasileiros em campeonatos fora, a CBDN quer organizar mais competições – como já é feito em parceria com o Chile, por exemplo, na temporada austral (no hemisfério sul).
Outro ponto de destaque nos planos da CBDN é com relação ao pós-carreira do atleta – com abertura para bolsas de estudo e estágios, nos esportes de inverno ou fora deles.
Denise Mirás
Ascom - Ministério do Esporte
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