Ministério do Esporte Tricampeã da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, Ana Marcela é eleita melhor do mundo pela segunda vez
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Tricampeã da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, Ana Marcela é eleita melhor do mundo pela segunda vez

Na quarta etapa das oito da Copa do Mundo das Maratonas Aquáticas, na segunda prova disputada no Canadá, Ana Marcela Cunha já tinha somado mais um desafio aos vários da temporada: tentar continuar subindo em pódios, porque nenhum campeão havia chegado ao título com medalhas em todas as etapas. “Seria inédito. Então, resolvemos tentar”, explica a nadadora. Ana Marcela conseguiu: foi campeã com medalhas nas oito etapas. E, pela segunda vez na carreira, ainda somaria outro título a seu fantástico ano de 2014: foi escolhida pela Federação Internacional de Natação (FINA) como a melhor nadadora na temporada de maratonas aquáticas do mundo. A atleta recebe o apoio financeiro do programa Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.

(Foto: Satiro Sodré/CBDA)(Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Em 2013, Ana Marcela foi terceira colocada na Copa do Mundo e começou a sentir que a temporada de 2014 seria melhor. “Como não teríamos o Mundial, o objetivo era ganhar pela terceira vez o circuito da Copa do Mundo. E já começamos o ano com o pé direito. Tinha vindo de férias, tinha só duas semanas, e em 1º de fevereiro já fui prata em Viedma, na Argentina. Pensei: acho que o ano vai ser legal. Começamos bem... E tinha ‘muito ano’ pela frente. Em Cancun, no México, fui bronze, na batida de mão. Nem havíamos feito o treinamento em altitude, ainda, para as etapas do Canadá e da China”, disse.

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Na etapa de Setubal, em Portugal, a brasileira foi ouro novamente e a confiança aumentou em querer subir ao pódio em todas as etapas. “Com mais um ouro na primeira etapa do Canadá e mais um na segunda (quarta e quinta do circuito mundial), vimos que ninguém tinha sido campeão ganhando medalha em todas as etapas. Pensei que se conseguisse pódio em todas seria muito legal”, revela Ana, que já tinha sido campeã da Copa do Mundo em 2010 e em 2012, depois de ter sido terceira colocada em 2008. Foi em 2010 que, além do título da Copa do Mundo, Ana Marcela foi ouro no Mundial de Águas Abertas, em Roberval, no Canadá, chegando ao título de melhor do mundo na temporada pela primeira vez.

Aos 22 anos, muita experiência
Em 2004, Ana Marcela já tinha sido convocada para seleção brasileira, mas de piscina. Em 2006, com 14 anos, já estava nas águas abertas. Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, estreia da modalidade, conseguiu o quinto lugar na prova dos 10 km. No Mundial de Desportos Aquáticos de Roma 2009 foi 22ª na mesma prova; no de Xangai 2011, chegou ao ouro da prova de 25 km e ao sétimo lugar da mais curta, de 5 km, mas no de Barcelona 2013 já foi prata na dos 10 km e bronze na de 5 km.

Assim, agora em 2014, quando decidiu correr atrás da nova meta – de conseguir medalhas em todas as etapas do circuito da Copa do Mundo –, Ana Marcela Cunha, 1,63 m, 64 kg e apenas 22 anos, diz que não se sentiu mais pressionada pela meta de conseguir medalhas em todas as etapas – afinal, “o atleta já treina para isso – já fiz mais de 50 provas”.

A garota ainda destaca a vantagem do Brasil, com rios, lagos, lagoas, mar para se organizarem provas – o que abre um leque de experiências diferenciadas muito grande para os nadadores de águas abertas, a serem utilizadas em provas de diferentes regiões do planeta. “A gente chega e pensa: já vivi isso antes... É uma vantagem, sim. Não se tem ideia de como o país é abrangente, com Amazônia, Pantanal, semiárido. Para nós, é completo. É por isso tenho o costume de fazer o Campeonato Brasileiro.”

(Foto: Satiro Sodré/CBDA)(Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Ainda assim, Ana Marcela viveu uma experiência distinta em 2014, na travessia Capri-Nápoles, na Itália, de 36 km (a brasileira foi ouro, com recorde de 6h27min).

“Normalmente a gente faz uma prova longa por ano, mas desta vez foi uma sensação diferente. Com cinco horas, estava junto com quatro meninos. Depois, foi um sufoco. Sufoco, não, mas a gente não via para onde era a chegada... Meu técnico (Fernando Possenti), não que estivesse desesperado, mas ficou nervoso”.  

Além de Ana Marcela, também Allan do Carmo foi campeão da Copa do Mundo e eleito o melhor de 2014. E foi a melhor temporada do Brasil no circuito mundial, com 20 medalhas: oito ouros, sete pratas e cinco bronzes.

Mundial 2015
Para 2015, Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto já foram atletas selecionadas pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para as duas vagas do país na prova de maratonas aquáticas do Mundial de Kazan, na Rússia, que será disptuada entre os dias 17 de julho e 2 de agosto.

Assim, o planejamento já pôde ser traçado. O circuito mundial não será prioritário, com participação em apenas duas ou no máximo três etapas; serão dois períodos de treinamento em altitude. “É viajar menos, para não cansar tanto... E, claro, o treinamento todo dia, dando o máximo”, explica Ana Marcela, lembrando do domingo de descanso: “De descanso, de não fazer nada... Nem aceitar convite de amigo para ir ao parque!”

As medalhas de Ana Marcela na Copa do Mundo em 2014 foram: 1ª etapa (1º fevereiro) – Rio Negro, Viedma, Argentina – prata; 2ª etapa (5 de abril) - Cancun, México – bronze; 3ª etapa (28 de junho) – Baía do Sado, Setubal, Portugal – ouro; 4ª etapa (24 de julho) - Lago St.-Jean, Roberval, Canadá – ouro; 5ª etapa (1º de agosto) - Lago Magog, Canadá – ouro; 6ª etapa (9 de agosto) - Lago Megantic, Canadá – ouro; 7ª etapa (12 de outubro) – Hangzhou, China – ouro; 8ª etapa (18 de outubro) – Hong Kong - Hong Kong – bronze.

Denise Mirás
Ascom – Ministério do Esporte
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