Ministério do Esporte O Brasil tem de sediar regularmente eventos esportivos, diz professor britânico
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O Brasil tem de sediar regularmente eventos esportivos, diz professor britânico

Professor de Políticas Públicas para o Esporte na Universidade de Loughborough, em Leicestershire, na Inglaterra, Barrie Houlihan esteve no Brasil em agosto para participar do Seminário Internacional de Políticas Públicas para o Esporte de Alto Rendimento, realizado em Curitiba (PR) pela Universidade Federal do Paraná. Suas pesquisas incluem os processos de políticas nacionais e internacionais para o esporte. É autor ou editor de cerca de vinte livros, entre eles Comparative Elite Sport Development: Systems, Structures and Public Policy; Sport, Policy and Politics: A Comparative Analysis; Sport and Policy (Sport Management), e de mais de cinquenta artigos científicos. Além de professor e pesquisador, realizou projetos de consultoria para vários departamentos governamentais do Reino Unido, como UK Sport e Sport England, Conselho Europeu, União Europeia, UNESCO e Agência Mundial Antidoping. É editor-chefe do International Journal of Sport Policy and Politics.



A palestra dele foi um dos pontos altos do primeiro dia do evento (28). Ele fez uma análise comparativa do desenvolvimento do esporte de alto rendimento em países como Canadá, Noruega, Alemanha e Inglaterra, tendo como base, principalmente, o que aconteceu com os atletas e medalhistas ingleses antes e depois que seu país sediou os Jogos em Londres, em 2012. O professor falou sobre a preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016 e o legado que o evento pode deixar ao país e ao esporte brasileiro.

Como o Sr. avalia o desempenho dos atletas brasileiros?
No geral, o Brasil tem baixo desempenho nos esportes olímpicos, com exceção do futebol, no qual, apesar do que aconteceu na última Copa do Mundo, o país é referência mundial. Mas nas Olimpíadas, o Brasil é um gigante adormecido. Apesar de ter ido bem nos Jogos de Londres 2012, a gente espera que o Brasil esteja sempre no top 10. Este é o momento para aumentar o sucesso, com os Jogos acontecendo em casa. Talvez esse domínio do futebol seja a causa de muitos jovens com talento pensarem nessa modalidade antes de pensar em corridas de distância ou outra atividade de atletismo, por exemplo. Talvez, com a sede dos Jogos, esses jovens vejam que há muitas oportunidades em outros esportes.

Diante da apresentação do secretário Ricardo Leyser no seminário, o que o Sr. acha dos programas do governo brasileiro para o esporte e os projetos para o futuro?
Os projetos são exatamente o que eu penso: você usa os Jogos Olímpicos para alcançar uma gama de objetivos, associados com o encorajamento dos jovens e das comunidades dos meios mais desfavorecidos para praticar esportes.  Eu apoio fortemente as ambições do Brasil, mas se você olhar as atitudes dos dois ou três últimos países que sediaram os Jogos, você verá que são bem parecidas. Quanto mais os Jogos se aproximam, mais as preocupações ficam estreitas: construções estão no prazo? A segurança está boa?  O sistema de transporte é efetivo? E você se esquece das ambições que tinha no começo. O desafio é manter os compromissos do momento, uma vez os Jogos tenham acabado.

E qual o desafio que o Brasil enfrentará depois dos Jogos?
São dois: o primeiro é que todos os investimentos que foram para as instalações dos Jogos não se tornem um problema político. Em um país democrático como o Brasil, se o estádio ou o velódromo não forem bem usados, pode se tornar uma preocupação para o governo. É preciso ter uma estratégia clara para que eles sejam bem utilizados. A outra é, se depois dos Jogos, tivermos um aumento de pessoa querendo praticar esportes, teremos equipamentos suficientes? Se tivermos 10% de pessoas a mais querendo praticar natação, teremos piscinas suficientes? Teremos treinadores para todos? É preciso ter uma campanha publicitária forte para que as pessoas não se esqueçam como os Jogos são incríveis e que elas poderão praticar esportes em tais e tais lugares.

E quais os desafios do governo brasileiro para os atletas para depois dos Jogos?
O caminho é continuar sediando grandes eventos e campeonatos. O Brasil tem de ser uma sede regular de eventos esportivos.

Muitas pessoas criticam o fato de o Brasil estar sediando tantos eventos esportivos. Qual a importância deles?
É sempre um risco trazer dois eventos enormes e tão próximos, principalmente por conta dos gastos, isso sempre será um potencial problema político. A mídia européia questionou muito se as instalações estariam prontas para a Copa do Mundo, meses antes do evento.  Mas assim que a Copa começou, as notícias ficaram bem mais positivas e eu acho que a impressão geral é que o Brasil fez um evento de muito sucesso. A parte boa de sediar dois grandes eventos como os Jogos e a Copa, é que todas as atenções estarão voltadas para o Brasil por muito tempo. É a hora de o país criar seu perfil para o mundo. Na Inglaterra há muitos programas sobre o Brasil, sobre sua história e política. Agora é uma ótima oportunidade para o país mostrar seu turismo e seus investimentos nos negócios, colocar-se no mapa e projetar sua imagem. O que vocês querem que o mundo saiba do Brasil? A oportunidade é agora.

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Ascom – Ministério do Esporte
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