Ministério do Esporte Governo conversa com jornalistas e encerra reuniões sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal dos clubes
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Governo conversa com jornalistas e encerra reuniões sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal dos clubes

(Foto: Paulino Menezes/ME)(Foto: Paulino Menezes/ME)

O Grupo de Trabalho Interministerial criado pela Presidência da República para discutir a Lei de Responsabilidade Fiscal dos clubes de futebol realizou nesta terça-feira (03.02), em Brasília, a última rodada de reuniões que recolheu sugestões para serem incluídas no texto a ser enviado ao Congresso Nacional. Os setores ligados ao futebol de areia, futsal, futebol feminino e jornalistas esportivos apresentaram as propostas aos ministros do Esporte, George Hilton, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Futebol tratado como empresa, mudança no modelo de gestão e a necessidade de pensar na maioria dos jogadores foram alguns tópicos levantados pelos jornalistas. “Saio muito feliz e otimista da reunião. Não que alguma coisa que foi dita aqui seja novidade, mas pela disposição clara do governo em melhorar o futebol brasileiro. Em uma reunião interministerial, que não apenas o ministro do Esporte, mas o da Casa Civil, os Ministérios da Justiça, Previdência, que parecem tão afinados. Desde 1985 que venho a Brasília para discutir o futebol e as coisas andam devagar, mas hoje estou vendo que dessa vez vai andar mais de pressa”, ressaltou o jornalista Juca Kfouri.

O grupo de trabalho realizou uma série de reuniões desde o último dia 29 de janeiro. Foram consultados os dirigentes dos times da Série A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, do movimento Bom Senso F.C., da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e de representantes dos atletas, árbitros, técnicos e comissões técnicas. Nos encontros, foram tratadas as contrapartidas dos clubes que serão incluídas no projeto de refinanciamento das dívidas com a União, que visam contribuir com a modernização do futebol nacional.

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O jornalista Erich Beting, especialista em gestão e marketing esportivo, diz que a criação de mecanismo para melhorar a gestão é necessária, principalmente por força de lei. “É um alento ver uma mobilização séria por parte do governo federal. Nós temos exemplos mundiais que só quando realmente tem a questão de governo o futebol se profissionalizou. Foi assim na Inglaterra e Alemanha e está sendo no resto da Europa”, disse Beting.

O presidente do Grupo Lance!, Walter Martins Junior, elogiou o encontro e espera que o debate seja posto em prática. “Foi uma reunião bastante ampla, franca e transparente. O ponto de partida é ambicioso. Como deve ser. O que me deixou animado é que imaginava que o assunto seria tratado como uma meia sola, como dizemos. Ou seja, tem que ser de forma integral. Por isso, fiquei empolgado. O tema é aprofundado e bem articulado. Se for colocado em prática, será um marco para o nosso esporte”, destacou Junior.

Há alguns anos, desportistas e jornalistas da área vêm sugerindo a criação de uma espécie de agência reguladora do esporte. Este, inclusive, fez parte de alguns dos pedidos do Bom Senso FC. Esta serviria para controlar e fiscalizar a tal nova legislação que vem sendo estudada e pleiteada. “Outro fator bastante animador foi que a criação da Agência Reguladora veio como um consenso. A discussão foi colocada na mesa e todos aprovaram. Tanto o ministro do Esporte quanto o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Pelo menos, ficamos esperançosos”, exaltou o presidente do Grupo Lance!.

 Durante a reunião realizada no período da manhã, o coordenador da Seleção Brasileira de Beach Soccer, Luiz Flaviano Furtado, ressaltou a abertura de diálogo e foi a oportunidade que surgiu para incluir a modalidade para ser beneficiada pelas contrapartidas dos clubes devedores.  “Aqui é uma chance que nunca tivemos para colocar os anseios do futebol de areia juntamente com o futebol de campo profissional. Atualmente, os jogadores do beach soccer não contam com um calendário regular de competições, o que dificulta a sobrevivência. As contrapartidas que virão das compensações financeiras podem contribuir com desenvolvimento da modalidade. Ou seja, trabalhar a base e contar com um campeonato regular, pois perdemos os jogadores muito cedo para o exterior”, explicou.

GTI
O objetivo do governo é que os clubes não voltem a reincidir nas dívidas. Nos encontros, foram tratadas as contrapartidas dos clubes pelo refinanciamento dos débitos com a União e que devem ser colocadas em um texto a ser enviado ao Congresso Nacional ainda na primeira quinzena de fevereiro.

Breno Barros e Petronilo Oliveira
Ascom – Ministério do Esporte
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