Bate-papo virtual promovido pelo Ministério do Esporte enfatiza clima de paz no clássico mineiro

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Publicado em Sexta, 06 Março 2015 17:13

Às vésperas do clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, o Ministério do Esporte promoveu uma videoconferência com o ídolo da Raposa, Piazza, e com o secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Rogério Hamam, para dar continuidade à campanha Grito de Paz. O atacante Reinaldo, maior goleador da história do Galo, iria participar, mas por motivos particulares não compareceu. O duelo entre as duas equipes será válido pelo campeonato estadual e está marcado para o Mineirão, às 16h, no domingo (08.03).

Rogério Hamam (esq) e Piazza debateram e responderam a internautas sobre paz no futebol. Fotos: Ivo Lima e Pedro Ramos/ME

Piazza e Hamam debateram sobre a violência nos jogos de futebol e sobre as ações que estão sendo realizadas pelo Governo Federal para promover a paz nos estádios. A campanha Grito de Paz foi realizada no clássico gaúcho entre Internacional e Grêmio disputado no último domingo (01.03). Com problemas de saúde, o ministro George Hilton não pôde participar do debate.

“Foi muito interessante a experiência no Beira-Rio. Deveria ser normal (torcida mista). Isso mostra o quanto estamos atrasados, mas vamos correr atrás. Em breve, esperamos que isso se torne rotina. Não tenho a menor dúvida de que o Grito de Paz vai dar certo. O ministro está de parabéns. Diariamente, ele me cobra planos para que a gente possa dar um basta na violência. Mas, precisamos também de ações fora do estádio”, explicou Hamam.

Piazza, jogador por mais tempo como capitão do Cruzeiro, também deu seu parecer sobre o tema. “Precisamos nos debruçar em cima de ideias dessa natureza. O esporte serve para termos adversários e nunca inimigos. É um elo de aproximação das pessoas, para criar novas relações de amizade. Cada um torce para a sua equipe, mas tudo na paz”, argumenta.

Além de pedir o fim da violência, ele lembrou como era a ação da torcida nos anos sessenta e setenta, quando ainda era jogador. “Em 1964, cheguei ao Cruzeiro, e depois com o Mineirão pronto em 1966, o clássico se intensificou. A gente enxergava a presença do torcedor. O Mineirão sempre estava cheio, mas a paz reinava no estádio, mesmo lotado, mesmo com a rivalidade. O torcedor saía de casa e sabia que voltaria para casa. O ser humano, de uma maneira geral, está mais agressivo”, lamentou.

Foto: Pedro Ramos/MEInteração
Os convidados também responderam a diversas perguntas e intervenções dos internautas. Um dos participantes questionou se a solução para o fim da violência nos estádios seria ter torcida única ou promover jogos com estádio vazio para punir brigas anteriores. “Nem chamo de torcida organizada. Organizada para mim é quando é voltada para a paz e o respeito. Futebol era uma festa nas arquibancadas e passava para nós jogadores. Era muito bom jogar ao som das charangas. Jogo de uma torcida só não tem graça. A Copa do Mundo mostrou uma mistura de raças e etnias. Era tão legal”, enfatizou Piazza.

Haman acredita que a massificação do Grito de Paz e uma maior punição dos infratores serão fundamentais para que a violência acabe. “Temos que ampliar essa campanha de conscientização de forma maciça. Mas quem cometer algum ato de violência tem que ser punido. Caso não haja sanção, a violência continua. É interessante fazer um cadastro paralelo para que o torcedor detido no estádio não possa retornar ao local. Não podemos perder mais tempo e é essa a ideia do ministro George Hilton”.

Ações
Em 12 de fevereiro, o ministro do Esporte, George Hilton, lançou a campanha Grito de Paz, durante reunião com membros da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg). No mesmo dia, foi criado um grupo Interministerial formado pelos ministérios do Esporte e da Justiça com o intuito de reduzir a violência entre torcidas.

No último domingo (01.03), o Ministério do Esporte promoveu o Grito de Paz no Beira-Rio, em Porto Alegre. O clássico entre Internacional x Grêmio foi marcado pelo fato de um setor do estádio ser composto por torcida mista. Os jogadores dos dois times entraram em campo vestindo camisas que formavam a hasthag #gritodepaz. A ação será repetida neste domingo (08.03), antes do clássico Cruzeiro x Atlético-MG.

» Confira o bate-papo completo no vídeo abaixo:

Petronilo Oliveira
Ascom – Ministério do Esporte
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