Programa do Ministério do Esporte incentiva a profissionalização e melhora as condições de vida de atletas portadores de deficiência

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Última atualização em Quinta, 09 Julho 2015 11:16

Publicado em Quarta, 13 Abril 2011 00:00

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Saiba como a vida de Raimunda Ribeiro, que sofre de epilepsia, melhorou dentro e fora das pistas de atletismo, desde que ela começou a receber a Bolsa-Atleta

LOC/REPÓRTER: Para incentivar o desenvolvimento do esporte no Brasil, há seis anos o governo federal lançou o programa Bolsa-Atleta. Ele é voltado, principalmente, para os atletas que sonham em se profissionalizar e seguir carreira no esporte, independentemente de dificuldades físicas, mentais ou motoras. Eles recebem, mensalmente, uma quantia em dinheiro e, a cada 12 meses, prestam contas ao governo. Em troca, os bolsistas precisam mostrar bons resultados nas competições. A Bolsa-Atleta incentiva, apóia e viabiliza a carreira esportiva de pessoas que, apesar de conviverem com alguma deficiência, estão nos pódios das competições paraolímpicas. São os paratletas, que, com muita força de vontade, conseguiram se tornar referências em diversas modalidades. Raimunda Ribeiro da Silva, de 32 anos, tem sérios problemas com convulsões e recebe o auxílio financeiro da Bolsa-Atleta, desde dois mil e nove. O dinheiro é usado, principalmente, para comprar os medicamentos que reduzem os ataques epilépticos. Assim, a paratleta consegue treinar mais e alcançar melhores resultados.

TEC/SONORA: corredora - Raimunda Ribeiro da Silva

"Graças a Deus eu recebo a Bolsa-Atleta. A Bolsa-Atleta me ajuda muito. Eu estou cuidando dos meus dentes. Compro remédio com a Bolsa-Atleta. Sem esse dinheiro, eu não sei o que será da minha vida, porque atleta tem que se alimentar muito bem."

LOC/REPÓRTER: Em apenas seis anos treinando atletismo, Raimunda da Silva já coleciona mais de setenta medalhas de competições regionais e nacionais. Em 2007, ela conquistou duas medalhas de ouro no Campeonato Mundial de Atletismo para Deficientes Mentais,disputado em Fortaleza. Orgulhosa da filha, dona Francisca da Silva, desabafa sobre as dificuldades e barreiras que a paratleta enfrentou, até conseguir a ajuda do governo federal.

TEC/SONORA: costureira - Francisca da Silva

"Antes, ela tinha várias crises por dia de epilepsia. Mas depois disso não. Depois do Bolsa-Atleta melhorou muito. Até as crises dela praticamente acabou. A alimentação dela melhorou, tudo melhorou. O remédio é caro, o remédio é duzentos reais um dos remédios. Ficava nessa máquina aqui até uma da manhã, duas costurando. Aí veio o bolsa-atleta e melhorou muito. Eu fico mais feliz e tranqüila. O Bolsa-Atleta me ajuda muito, muito, eu preciso muito dessa ajuda."

LOC/REPÓRTER: A saúde da filha Raimunda é a coisa mais importante do mundo, afirma dona Francisca, que consegue pagar três remédios caros com o auxílio da bolsa. Além disso, dona Francisca sabe economizar: com o dinheiro, ainda consegue comprar suplementos alimentares, vitaminas, pagar o dentista da filha, fazer as compras no mercado e adquirir roupas adequadas para o treinamento de Raimunda.

A Bolsa-Atleta classifica os atletas em várias categorias. Uma delas é destinada aos esportistas com necessidades especiais. Dione Dantas é professora de Educação Física e dá aulas de atletismo na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais, APAE do Distrito Federal. Ela tem uma turma de dez alunos e quatro deles recebem o benefício. Dione comenta que o esporte é muito importante para aqueles que convivem com algum tipo de deficiência, e proporciona bem-estar, melhora o desenvolvimento e aumenta a autoestima .

TEC/SONORA: professora de Educação Física da APAE - Dione Dantas

"A socialização, a integração social, é super importante o esporte nesse aspecto porque eles fazem parte da sociedade. Na hora que eles estão competindo, principalmente em corridas de rua, eles são como as outras pessoas. Essa integração social é super importante. A Bolsa-Atleta é super importante porque ajudou na alimentação, no vestuário, na autoestima, qualidade de vida, e isso é extremamente valioso pra vida deles".

LOC/REPÓRTER: A professora de educação física Dione Dantas observa que pessoas como alunos da APAE - normalmente são muito persistentes e lutam muito para conquistar seus objetivos. Ela conta que, apesar de repetir inúmeras vezes o mesmo exercício para assimilar os movimentos, eles não se mostram cansados, nem reclamam de nada. Chova ou faça sol, eles sempre treinam com o mesmo empenho e alegria. O diretor de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Marco Aurelio Klein, acompanha de perto o trabalho desenvolvido com esses atletas e gosta do resultado.

TEC/SONORA: diretor de Alto Rendimento do Ministério do Esporte - Marco Aurelio Klein

"É claro que para o paratleta, sobretudo nas modalidades paraolímpicas, é a razão da pessoa ter essa atividade. O Bolsa-Atleta permite que ele esteja em competição, que ele esteja em atividade. É emocionante estar com eles. Nós temos participado de diversos eventos do Comitê Paraolímpico Brasileiro e levando o Bolsa-Atleta. É emocionante o envolvimento do atleta com a importância que ele dá ao Bolsa-Atleta."

LOC/REPÓRTER: Segundo Marco Aurelio Klein, o programa do Ministério do Esporte é inédito porque, no Brasil, o auxílio é obtido por meio de recursos do governo federal e colocado diretamente no bolso do atleta, numa conta bancária em nome do próprio atleta. Um dos aspectos interessantes do programa é que ele não exige intermediários na hora em que o atleta faz a inscrição, muito menos para que ele receba o dinheiro. Além disso, lembra Marco Aurélio Klein, o Bolsa-Atleta é altamente democrático. Este ano, o programa tem 3.165 bolsistas de 48 modalidades esportivas.

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