Ministério do Esporte Faltam 300 dias para a Copa: ministro Aldo Rebelo fala sobre preparação do país
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Faltam 300 dias para a Copa: ministro Aldo Rebelo fala sobre preparação do país

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, concedeu na manhã desta sexta-feira (16.08) uma entrevista ao portal Terra. Na conversa com jornalistas e internautas, o ministro traçou um panorama da preparação brasileira para a Copa do Mundo da FIFA 2014 a 300 dias de a bola rolar para o primeiro dos 64 jogos do Mundial. Confira abaixo alguns dos comentários.


Manutenção das 12 cidade-sede

Creio que não há risco de alguma sede ficar de fora. O problema maior nós enfrentamos e superamos que era garantir as seis sedes para a Copa das Confederações. E dos seis, dois foram entregues dentro do prazo previsto, em dezembro de 2012, casos de Belo Horizonte e Fortaleza. Os outros quatro tiveram algum tipo de atraso. Para a Copa, faltam seis e a estimativa é de que sejam entregues em dezembro. Não por capricho, mas para que todos possam passar pelos chamados eventos-teste, que colocam à prova todas as funções do estádio, como esquema de tráfego, higiene, conforto, telecomunicações, acessibilidade. Por isso esse tempo é necessário.

Necessidade de intensificação de ritmo
Não me parece que haja um estádio mais problemático do que o outro. O maior ou menor percentual não quer dizer que isso seja um problema. Percentual menor não é o único parâmetro. Pode estar previsto no próprio cronograma da arena uma intensificação de mão de obra na reta final. Em algumas, pode mesmo ser necessário uma intensificação de ritmo. Mas, em resumo, todos podem ser entregues, independentemente do percentual concluído até agora. Mesmo que haja um ou outro pequeno atraso, não vai atrapalhar os eventos-teste necessários.

Público na Copa das Confederações
Avaliamos como um grande sucesso a presença de público. Muito superior, por exemplo, ao que tivemos na África do Sul. Mais do que o dobro dos canais de televisão credenciados. Na Copa do Mundo, imagino que em pouco tempo, a partir do momento em que os ingressos forem colocados à venda, haverá grande procura. A Embratur prevê 600 mil turistas estrangeiros, 3 milhões de turistas brasileiros, e há uma projeção de 3 bilhões de espectadores no mundo inteiro.

50 mil ingressos gratuitos
Esses 50 mil ingressos gratuitos partem de uma conversa que tive com a FIFA, quando assumi o ministério. Na conversa, argumentei que o Brasil é um país com uma série de qualidades, mas também desigual. Há uma parte da população muito pobre e até sem acesso à moeda. Seria ruim que essa população fosse excluída da Copa. Quando as câmeras filmassem os estádios estariam todos lá, menos a população indígena? Assim, temos esse desafio. A FIFA compreendeu e fez esse gesto. Cabe agora ao governo saber como fazer esses ingressos chegarem às mãos de quem precisa para que todos possam, mesmo que simbolicamente, participar dessa festa.

Investimentos na Copa e legados

A Copa é praticamente um empreendimento privado. E todo mundo quer a Copa. Argentina e Uruguai, por exemplo, pedem apoio para a de 2030. A China procura ajuda para sediar o evento nos anos 2040. Isso porque a Copa, além da grande festa, é uma grande oportunidade. Segundo duas grandes consultorias privadas, a Ernest Young e a FGV, o Mundial vai gerar cerca de 3,6 milhões de empregos. E, para cada real de investimento público, há R$ 3,4 de investimentos privados, seja na construção civil, na hotelaria ou em outras áreas. Só uma cadeia hoteleira francesa prevê R$ 2,5 bilhões de investimentos no Brasil até 2015. A Embratur fez uma previsão de que os turistas gastarão cerca de R$ 25 bilhões durante o Mundial. Assim, há benefiícios econômicos, sociais.

Mobilidade urbana e aeroportos
Os gastos com mobilidade urbana existiriam independentemente da Copa. Se você melhora os aeroportos, a Copa passa e os aeroportos ficam para a população. Um anel viário como o José Alencar, em Belo Horizonte, liga várias vias de trânsito na capital mineira com o Mineirão. É para as pessoas de Belo Horizonte. A via que liga o aeroporto de Várzea Grande ao centro de Cuiabá fica para a cidade. Essas obras de mobilidade, portanto, estavam previstas independentemente da Copa. Metrô, VLT, BRT. Isso não é gasto com a Copa. São investimentos que podem facilitar a realização do Mundial, mas seriam realizados com ou sem os megaeventos. Eles foram para a Matriz de Responsabilidades para serem antecipados, e aí passou-se a dizer que são da Copa. Mas, com exceção de algumas intervenções em aeroportos e no entorno dos estádios, a maioria nem faz parte dos encargos com a FIFA. Estavam no PAC. O governo resolveu antecipá-las e entregá-las antes. As que não serão concluídas até a Copa serão retiradas da matriz, mas não serão abandonadas. A população terá todas as obras.

Imagem do país a partir da Copa
O que posso dizer é o seguinte: a Copa é um dos eventos mais desejados do planeta. A Alemanha fez da Copa uma grande festa. Trabalhou para mostrar ao mundo como gostaria de ser percebida depois da reunificação, para se desfazer da marca da tragédia da guerra, do nazismo. Por isso a Alemanha nem lamentou ser eliminada antes da final. Os sul-africanos, da mesma forma, queriam deixar para trás o apartheid, o ódio racial, e mostrar um país reconstruído. No caso do Brasil, o país pode ser percebido como um país miscigenado, de belezas naturais, receptivo, que despreza o ódio racial, étnico, mas que também pode aproveitar a Copa para atrair os olhos internacionais. Somos capazes de fazer a Copa, de mostrar a capacidade de nossa economia, do nosso setor de serviços, de atrair investimentos.

Fonte: Portal da Copa
Ascom - Ministério do Esporte
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