Sustentabilidade e mobilidade urbana são dois dos legados que o governo pretende gerar com a Copa do Mundo de 2014. Em Curitiba, o "Hibribus" é exemplo disso. Trata-se de um ônibus híbrido movido por dois motores, um que utiliza energia elétrica e outro, biodiesel. O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e os membros do Comitê Organizador Local, os ex-jogadores Bebeto e Ronaldo, a convite do prefeito da capital paranaense, Luciano Ducci, puderam ver como funciona o transporte.

A comitiva, que visitou a Arena da Baixada nesta terça-feira (27.11), fez o trajeto de cerca de 15 km entre o aeroporto Afonso Pena e o estádio no "Hibribus". Ao subir no ônibus, o ministro Aldo Rebelo sentou na posição de cobrador e brincou com Ronaldo. "Na vida aprendi uma lição: o que não é cobrador nem motorista é passageiro".

No caminho, o prefeito Luciano Ducci explicou as vantagens do sistema. "Este projeto faz parte do conjunto do transporte público da cidade. É mais sustentável do que outros modelos híbridos porque usa o biodiesel e não o diesel comum. Acho que servirá como modelo a ser ampliado no país", disse.    

Os dois motores funcionam em paralelo. O motor elétrico é utilizado no arranque, até uma velocidade de 20 km/h, gerando energia durante as frenagens. O outro motor entra em funcionamento em velocidades mais altas e fica desligado quando o ônibus está parado. O tempo que o motor a diesel fica parado pode representar até 50% do período total de operação do ônibus. Neste tempo não há emissões de poluentes, pois o motor a combustível se apaga completamente.

O Hibribus consume 35% menos combustível, com redução de 35% na emissão de gás carbônico, de 80% de óxido de nitrogênio e de 89% no material particulado (fumaça). Ao todo, circulam 10 veículos deste tipo em Curitiba e até o fim do ano outros 20 serão incorporados à frota.

O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, ressaltou que a sustentabilidade é preocupação da entidade desde o momento da escolha do país sede da Copa. "Quando se organiza um evento como esse, a sustentabilidade é uma necessidade evidente. É preciso se preocupar com o mundo. Estamos investindo muito nas arenas e em mobilidade, então, é preciso pensar no impacto sobre o Brasil e sobre o resto do mundo. Queremos uma Copa verde. Esse é uma questão que consideramos desde a candidatura do país e também como legado", disse.



Arena
Palco de quatro partidas da Copa do Mundo de 2014, a reforma da Arena da Baixada está com 52,39% dos trabalhos concluídos. Valcke elogiou o projeto e se mostrou confiante com o andamento das obras. "Fomos informados hoje que o estádio está bem encaminhado. É o tipo de estádio de que gosto, com 45 mil pessoas, em que você fica próximo do campo. E essa cobertura é fabulosa, além de ser boa solução para as diferenças de clima. Estou impressionado com o projeto".

Integrante do conselho de administração do COL, Ronaldo se mostrou impressionado com a  cidade. "Estamos encantados com o que vimos desde o trajeto do aeroporto. Pudemos ver uma grande movimentação de obras no caminho. Vimos o estádio, no qual joguei várias vezes, e acho que fui o primeiro a fazer gol aqui com a Seleção. Tenho certeza de que Curitiba fará uma grande Copa". Também integrante do COL, Bebeto se disse satisfeito com o projeto do gramado da arena. "Fiquei contente porque a gente tem cobrado muito quanto ao gramado e, pelo que vi, aqui vai ser da melhor qualidade".

Obras
Com quase 53% das obras concluídas, a Arena da Baixada está com as demolições da cobertura concluídas e com mais de 90% das cadeiras antigas retiradas. Em uma semana terminará o trabalho de demolição das torres. As fundações estão com 49%: 729 estacas foram instaladas de um total de 1490. Das 746 unidades de pré-moldados, 222 unidades estão fabricadas. A cobertura está com 21,19% de execução, numa fábrica em Curitiba.