Ministério do Esporte Operários do Mané Garrincha participam do Ato pelo Trabalho Seguro
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Operários do Mané Garrincha participam do Ato pelo Trabalho Seguro

Os operários do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, participaram do Ato pelo Trabalho Seguro, nesta quarta-feira (04.07), promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior de Justiça do Trabalho (CSJT), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho e com o apoio do Governo do Distrito Federal. Essa foi a sexta arena da Copa do Mundo de 2014 a receber o evento, que tem o objetivo de prevenir acidentes de trabalho.

Cerca de 3,5 mil trabalhadores assistiram ao ato, sentados na arquibancada inferior do estádio, que já tem 62% do projeto executado. Foi mostrado um vídeo educativo, produzido pelo Sesi, sobre a importância de se cumprir as normas e adotar os procedimentos de segurança. A maioria das ocorrências são relativas a quedas e choques elétricos. Em seguida, o presidente do TST, João Oreste Dalazen, ressaltou a importância da colaboração e vigilância constante de todos, para que nenhuma desatenção resulte em acidente.

"No futebol, ninguém ganha de véspera. Na Copa de 1950 o Brasil perdeu a decisão e muito dizem que foi por excesso de confiança e é justamente esse excesso de confiança uma das causas mais comuns dos acidentes de trabalho, assim como o descuido, a imprudência e a falta de informação", disse Dalazen.

Salva de palmas
O evento também contou com a participação do deputado federal e ex-jogador Romário, que pediu uma salva de palmas, ao invés de um minuto de silêncio, ao operário que morreu no início de junho após cair de uma altura de 30 metros. "Vou pedir uma salva de palmas porque ele morreu trabalhando. Quero dizer pra vocês que a segurança é a coisa mais importante para o trabalhador. Também já trabalhei em obra e sei que às vezes a gente trabalha até onde o corpo suporta, mas quero que vocês lutem sempre com todas as forças pelos seus direitos."

Outro ex-atleta que falou aos operários da arena de Brasília foi o iatista Lars Grael, que perdeu uma perna, vítima de um acidente com uma lancha que o atropelou enquanto ele treinava. "Mais importante que a obra é o trabalhador, esse é nosso maior ativo. Sei do impacto de um acidente na vida de uma pessoa, porque fui vítima por conta de terceiros, enquanto trabalhava", relatou.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, chamou a atenção dos trabalhadores sobre a importância dos cuidados com a segurança. "Podemos construir mais, fazer muito, mas com a segurança temos que ter atenção sempre. Vocês são os atores principais da Copa do Mundo e das Olimpíadas e queremos que daqui a muitos anos todos possam contar aos netos que participaram da construção da arena".

Ainda estiveram presentes Weber Magalhães, representando a CBF e o Comitê Organizador Local (COL), além dos sindicatos das empresas da construção civil no Distrito Federal e dos trabalhadores do setor.

Brindes
Os operários ganharam um kit com cartilha educativa, boné e camiseta. Alguns trabalhadores também foram sorteados com dez camisas oficiais da Seleção Brasileira, doadas pela CBF, e cinco bicicletas doadas pelos sindicatos. Almir de Alcântara, 25 anos, recebeu um exemplar da camisa azul do Brasil. Paraense, ele chegou à Brasília há três anos em busca de emprego.

Ele trabalha como ajudante de técnico de segurança, colocando avisos, telas de proteção e alerta os colegas para a prevenção. "Todo mundo usa equipamento direitinho. Algum que esquece a gente busca dar a informação, coloca o cinto, põe o capacete, essas coisas, para ajudar na segurança mesmo". Almir estava em fase de treinamento quando ocorreu o acidente fatal na arena, ele disse que o fato serviu de alerta a todos.

Programa
O Trabalho Seguro foi criado em 2011 por causa do elevado número de trabalhadores acidentados, o objetivo é reverter o cenário de crescimento desses índices. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, foram 2.796 mortes no último ano. Composto por ações educativas, o programa tem como foco em 2012 a construção civil, setor econômico com maior número de ocorrências fatais. "Começamos o programa pelos estádios, por causa da concentração de trabalhadores nessas obras e a indústria da construção civil, porque é onde há mais acidentes", disse Dalazen.

O presidente do TST também pediu mais pesquisas para se ter dados oficiais sobre os acidentes de trabalho que subsidiem políticas públicas, além de defender que a educação pela segurança deve começar nas escolas, como ocorre com as leis de trânsito. "No Brasil temos regras suficientes, o que temos é que cumprir as normas, falta maior observância dos empregadores e dos empregados, pois nem sempre há educação para prevenção. Assim como buscamos aumentar a cultura pela educação contra acidentes no trânsito, devemos buscar o mesmo contra acidentes no trabalho".

Gabriel Fialho - Portal da Copa
Foto: Gabriel Fialho
Ascom - Ministério do Esporte
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