Ministério do Esporte Seminário de Manaus: reaproveitamento do legado mobiliza Alemanha e gera economia
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Seminário de Manaus: reaproveitamento do legado mobiliza Alemanha e gera economia

A possibilidade de continuar a aproveitar e aperfeiçoar o legado da Copa do Mundo da FIFA 2006 levou a Alemanha a postular e realizar a Copa do Mundo de Futebol Feminino, em julho passado. "Sabemos que os eventos da FIFA são oportunidades únicas para dar visibilidade a um país", explicou David Noemi, membro do Comitê Organizador do certame feminino, vencido pela seleção do Japão. "Sabíamos que nas próximas décadas seria difícil para a Alemanha receber outra edição da Copa masculina. Então, aproveitando a estrutura existente desde 2006, nos candidatamos para receber os jogos femininos, o que foi muito bom."

Os números confirmam a avaliação de Noemi: com uma média de 6 mil espectadores por jogo, o certame levou à Alemanha 845 mil visitantes, promovendo o esporte junto ao público, "com um viés cultural, porque acreditamos que não se pode mais pensar no esporte sem ser uma atividade também educacional e cultural", disse.

Falando especificamente do Gol Verde, Noemi afirmou que seria impensável acreditar que depois dos Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA) e dos Mundiais da Coreia do Sul/Japão, Alemanha e África do Sul, a cobrança sobre o impacto ambiental do evento seria menor. "Criamos então uma comissão de especialistas para avaliarem as melhores medidas a serem tomadas, promovendo-as junto à sociedade", explicou. A campanha de motivação dos cidadãos alemães - dos mais mobilizados, já há anos, em defesa das questões ambientais - teve cinco eixos básicos: eficiência energética, aproveitamento de água, reciclagem e destinação de lixo, transporte e alimentação.

"Adotamos várias medidas de mitigação e compensação do impacto dos jogos, mas o mais importante foi a ação para envolver a população, pois sem essa motivação nada acontece", afirmou Noemi, ressalvando que "é preciso ser realista e ter noção precisa dos objetivos do que está sendo proposto e de até que ponto isso é factível", completou.
As medidas adotadas e a campanha de popularização e motivação, segundo Noemi, deram os melhores resultados: inicialmente, a organização previa a produção de 45 mil toneladas de gases poluentes diretamente ligados à Copa, dos quais 80% teriam origem no transporte interno e externo dos espectadores. A campanha, então, voltou-se para o incentivo à movimentação do público por meios não poluentes, como bicicleta, ou menos poluentes, como o transporte público.

Além disso, e com a contratação dos serviços da Ekoprofit, especializada em projetos ambientais de grande porte, a organização alemã conseguiu reduzir o consumo de energia nos estádios em 1,9 milhão de kwh; de consumo para aquecimento em 4,4 milhões de kwh; a emissão de CO2 em 4 milhões de toneladas; e o consumo de água em mais de 49 milhões de litros. O legado dessa iniciativa, segundo Noemi: "Uma economia de 334 milhões de euros anuais", finalizou.

Gol Verde na África do Sul
Para o conselheiro Brett Herron, da Cidade do Cabo, na África do Sul, o legado da Copa do Mundo de 2010 ainda está em implantação, o que considera altamente positivo. O grande mérito do evento, em sua visão, foi o fato de, por meio do programa Gol Verde, ter-se incentivado "a incorporação de uma tomada de decisões responsável ao nível social e ambiental no planeamento, organização e implementação da Copa do Mundo, de forma a deixar uma herança ambiental positiva."

Foi com esse olhar que a África do Sul recebeu as 32 seleções classificadas nas nove cidades-sede do país, pelas quais circularam 310 mil turistas estrangeiros ante os olhos atentos do mundo sobre a primeira nação africana a receber o torneio. "Nossas principais preocupações, na organização da Copa, foram desde o início buscar a eficiência energética, a proteção da água e a gestão integrada do lixo, além de assegurar a mobilidade, o transporte e o acesso, preservando a paisagem e a biodiversidade e investindo em construções sustentáveis", explicou Herron.

Como resultado das medidas adotadas para o evento, Herron aponta a economia registrada de 15% no uso de eletricidade, por meio de sistemas de iluminação mais eficientes; de 27% de redução do desperdício de água, com alternativas de reúso de água não potável na irrigação dos gramados e jardins; e captação para reciclagem de 58% no volume de lixo proveniente dos jogos. Também no transporte, conseguiu-se convencer 53% dos espectadores a utilizarem transporte público ou meios não motorizados, como bicicletas.

Confira a reportagem em áudio



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Foto: Francisco Medeiros
Ascom - Ministério do Esporte

Confira o Portal da Copa, site do governo federal sobre a Copa 2014
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