Ministério do Esporte Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio deixarão legados socioeconômicos de grandes proporçõe
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Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio deixarão legados socioeconômicos de grandes proporçõe

Estudo indica que o investimento de US$ 14,4 bilhões previsto no projeto olímpico Rio 2016 vai provocar movimentação econômica de US$ 51,1 bilhões no Brasil; empregos chegarão a 120 mil anuais durante a fase de preparativos e realização do evento Estudo sobre impacto econômico dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro encomendado pelo Ministério do Esporte conclui que os investimentos públicos e privados e os gastos do Comitê Organizador para a realização dos Jogos provocariam efeitos multiplicadores amplos e diversificados na economia do País que se refletiriam positivamente em uma variedade de setores econômicos durante anos. É um impacto de longo prazo, considerado no estudo até 2027. O período de dez anos, entre 2017 e 2027, é suficiente para a eliminação de efeitos sazonais, ou seja, afere a consolidação do cenário econômico-social após a passagem do megaevento esportivo. O estudo, em caráter preliminar, feito pela Fundação Instituto de Administração, tem como base de cálculo o valor de US$ 14,4 bilhões nominais (R$ 28,8 bilhões) estipulado no dossiê de candidatura do Rio. Esse total está assim distribuído no projeto olímpico: US$ 2,8 bilhões (ou R$ 5,6 bilhões) para a estrutura do Comitê Organizador e U$ 11,6 bilhões (R$ 23,2 bilhões) em recursos públicos e privados para a infraestrutura necessária aos Jogos. Para efeitos de cálculos do orçamento entregue pelo Rio ao Comitê Olímpico Internacional (COI), a candidatura brasileira adotou a paridade de US$ 1 = a R$ 2. Portanto, todos os cálculos do estudo de impacto econômico levam em conta esta paridade, adotada no início de 2008, quando da entrega do questionário de postulação. O estudo aponta que a injeção de US$ 14,4 bilhões nominais (ou US$ 12 bilhões em valores de 2008) na realização dos Jogos Olímpicos vai gerar um multiplicador de produção de 4,26 que proporcionará uma movimentação na economia brasileira de US$ 51,1 bilhões (R$ 102,2 bilhões se considerada a paridade cambial prevista no dossiê) no período de 2009 a 2027. Isso significa que para cada dólar investido nos Jogos a iniciativa privada injetaria outros US$ 3,26 nas cadeias produtivas associadas ao evento. No período de 2009 a 2016 o impacto na produção (Valor Bruto de Produção) do País será de US$ 24,6 bilhões (R$ 49,2 bilhões). Já no período de 2017 a 2027, será de US$ 26,5 bilhões (R$ 53 bilhões), sempre levando em conta os investimentos previstos de US$ 14,4 bilhões e a paridade de dois reais para um dólar. Os resultados mostram que a produtividade dos investimentos com os Jogos Olímpicos é ampliada no longo prazo. À medida que o projeto amadurece, os ganhos de produtividade tornam-se maiores porque registra-se complementaridade entre os investimentos nos Jogos e a atração de investimentos privados para os negócios associados à cadeia produtiva. Foram identificados 55 setores da economia que mais poderão se beneficiar com a realização do megaevento. Entre eles, os setores com maior movimentação em virtude dos Jogos seriam: construção civil (10,5%), serviços imobiliários e aluguel (6,3%), serviços prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%), serviços de informação (5%) e transporte, armazenagem e correio (4,8%). A estimativa de impacto no PIB do Brasil é de US$ 11 bilhões (R$ 22 bilhões) no período de 2009 a 2016, enquanto que no período de 2017 a 2027 será de US$ 13,5 bilhões (R$ 27 bilhões). Impacto na massa salarial e na geração de empregos O estudo prevê aumento gradativo do poder de compra da população. Os resultados mostram crescimento do número de postos de trabalho no período, sobretudo na construção civil. Os aportes de US$ 14,4 bilhões resultariam em 120.833 pessoas contratadas direta e indiretamente ao ano, entre 2009 e 2016, e 130.970 pessoas, ao ano, entre 2017 e 2027. Para chegar a estes resultados os pesquisadores utilizaram a Equivalência Homem por um Ano (EHA), que representa a soma das horas (pagas) de trabalho (temporário e permanente) criadas para organizar e realizar os Jogos. Os ganhos do País com os Jogos ocorrem também na forma de arrecadação de impostos. O conjunto de investimentos geraria até 2027 uma arrecadação tributária adicional para os governos municipal, estadual e federal equivalente a 97% dos investimentos previstos para os Jogos. Em outras palavras, os investimentos na realização das Olimpíadas retornam aos cofres públicos ao longo do tempo, com a arrecadação tributária. Isso significa que o gasto público atuaria como um elemento indutor na forma de "adiantamento" e se "pagaria" em forma de impostos e taxas incidentes sobre o movimento adicional na dinâmica macroeconômica prevista. Para o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, coordenador do estudo, esse resultado demonstra que "não há contradição entre investir nos Jogos e investir em escolas, hospitais, postos policiais e outras necessidades da população, já que o retorno permite que o poder público realize as Olimpíadas e atenda às demandas sociais". Ele acrescenta que "a função da política pública de investimento é exatamente alocar recursos onde existe a possibilidade de esta iniciativa gerar transformações socioeconômicas relevantes, que é o caso dos Jogos". Benefícios para todo o País Os efeitos positivos dos Jogos não se limitariam ao Estado do Rio de Janeiro. Os impactos foram mapeados em quatro áreas geográficas: município do Rio de Janeiro; sua região metropolitana; restante do Estado do Rio; e o restante do Brasil. Mais da metade da massa salarial (50,9%) e dos empregos (53,1%) gerados pelo evento esportivo beneficiariam pessoas que moram além das fronteiras do Rio, assim como parcela significativa do PIB (41,6%) e da produção (47%). Na fase de preparativos e de realização dos Jogos, 2009 a 2016, o Rio de Janeiro apresentaria ganhos mais fortes em massa salarial (52%) e emprego (53,3%) com a realização do evento. Enquanto que no resto do País esses percentuais chegariam a 48% (salário) e 46,7% (emprego). Porém, no período após as Olimpíadas, de 2017 a 2027, haverá uma maturação dos investimentos feitos. Nesta fase, a participação dos impactos no PIB (62,4%) e no Valor Bruto de Produção (59,5%) no Rio de Janeiro passa a ser maior do que no resto do Brasil (PIB 37,6% e produção 40,5%).

Fase

Local

PIB

VBP (Valor Bruto de Produção)

Salário

Emprego

Games Hosting (GH), 2009-2016

Rio

53,6

46,0

52,0

53,3

Resto do País

46,4

54,0

48,0

46,7

Total

100,0

100,0

100,0

100,0

Post Games (PG), 2017-2027

Rio

62,4

59,5

46,8

41,9

Resto do País

37,6

40,5

53,2

58,1

Total

100,0

100,0

100,0

100,0

Total

Rio

58,4

53,0

49,1

46,9

Resto do País

41,6

47,0

50,9

53,1

Total

100,0

100,0

100,0

100,0

O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, acredita que "os investimentos previstos para a realização do evento têm potencial para promover um processo de reestruturação da economia regional, com impactos benéficos na economia de todo o País". Em função disso, "a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Rio de Janeiro não se trata apenas de um projeto para o Rio, mas para o Brasil em geral, porque o investimento é feito no Rio porém se irradia para todo o País". O ministro está convicto de que os Jogos abrem novas oportunidades para a economia e consequentemente para a população brasileira. "Dificilmente outras cidades concorrentes receberiam um legado tão significativo quanto o do Rio de Janeiro", conclui. Ascom - Ministério do Esporte

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