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No ninho do Dragão: experiência dos brasileiros na terra do tênis de mesa
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- Publicado em Quarta, 20 Abril 2016 17:30
Andrews Martins, mais conhecido como Ceará, nunca tinha imaginado que vivenciaria uma experiência como a que teve na China. Do país do futebol, o técnico de tênis de mesa respirou pela primeira vez os ares da modalidade na terra da superpotência da raquete e da bolinha.
Por meio de intercâmbio entre os governos brasileiro e chinês, o técnico fez parte da comitiva nacional que contou com três técnicos, além do headcoach da seleção principal – o português Ricardo Faria –, e 16 jovens atletas que foram selecionados pelo projeto “Diamantes para o Futuro”.
Foi na cidade de Chengdu, capital da província de Sichuan, que a visão de Ceará sobre o esporte mudou. Durante um mês na Ásia oriental, entre novembro e dezembro de 2015, ele conheceu as técnicas, disciplina e a paixão dos chineses pelo tênis de mesa.
Os resultados começaram a aparecer. No último fim de semana, os jogadores Gustavo Gerstmann e Daniel Godoi, que participaram da experiência, venceram em Brasília os títulos da Copa Brasil nas categorias mirim e infantojuvenil, respectivamente.
O período no centro de treinamento de Chengdu, que hospeda jogadores de todo o mundo, transformou a forma de pensar do treinador. “Foi uma experiência inigualável. Estávamos com os melhores do mundo. A infraestrutura é realmente tudo aquilo que imaginamos. O local tem estrutura olímpica, com mão de obra extremamente qualificada. Vi que a cidade respira o esporte”, disse Ceará.
O tênis de mesa é o esporte número um na China. Os números mostram a força olímpica: das 28 medalhas de ouro distribuídas na história da modalidade nos Jogos, 24 foram conquistadas por chineses. O esporte entrou para o programa Olímpico em Seul, 1988.
Fundado em 2006, o centro de treinamento de Chengdu oferece intercâmbios com treinamentos diários, alojamento e refeições durante todo o ano. Na instalação, os atletas têm a oportunidade de treinar com os melhores jogadores da província. Os treinadores altamente qualificados supervisionam todas as sessões de treinamento, além de acompanhamento individual.
“O clube é preparado para receber os estrangeiros. Saímos de lá e a delegação da Alemanha chegou para participar do mesmo intercâmbio. Vivenciei 120 horas de curso de extensão como técnico. Esse lugar é sensacional pela estrutura, bem parecida com o centro construído para as partidas dos Jogos Olímpico do Rio 2016 e, por incrível que possa parecer, é uma estrutura de bairro”, conta.
Os dias na China serviram também para aumentar o conhecimento sobre a cultura milenar do país. “A cultura é muito forte. Tudo é feito com muita qualidade. A filosofia do atleta é totalmente voltada para dedicação, sem corpo mole. A repetição e o nível de exigência são altíssimos. Sempre com estrutura, filmando, coisa que fazemos no Brasil somente na seleção principal”, explicou.
Ceará é técnico federado pelo Jundiaí Clube, no interior paulista, e da seleção brasileira de base sub13. Segundo ele, ter desde cedo uma experiência desse nível traz um impacto muito positivo na formação dos atletas. O profissional acrescenta que todo o aprendizado é aplicado, agora, nos treinamentos no Brasil.
“Ver como os melhores do mundo trabalham abriu muito os meus horizontes. Estou aplicando o conhecimento nos meus alunos. Hoje, de 60 a 70% dos treinos que comando são com ensinamentos que aprendi na China”, concluiu.
Breno Barros
Ascom – Ministério do Esporte