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Tradição e espírito olímpico honram moradores da Cidade de Goiás
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- Publicado em Sexta, 06 Maio 2016 10:27
Calcada sobre pedras e tradições seculares, a Cidade de Goiás, também conhecida como Goiás Velho, viu desfilar entre suas ruelas coloniais mais uma tradição, desta vez de alcance mundial: a passagem da chama olímpica. O sol escaldante do fim da manhã, horário escolhido para o desfile, não intimidou os milhares de alunos que se apinhavam pelas ruas e as diversas homenagens que pipocaram durante a celebração.
Na mais famosa casinha caiada da cidade, debruçada sobre uma das pontes que cruza o Rio das Almas, ecoava uma música suave. Eram os seresteiros Marcos, Nito e Xandó que se posicionaram entre as janelas da casa da poetisa Cora Coralina para tocar canções de antigamente. Do lado de fora, enquanto esperavam pelo comboio, os moradores cantavam junto.
Embora tenha alterado a rotina de todos os moradores da cidade goiana, os estudantes eram maioria ao longo do trajeto. Luiz Fernando Freitas, 12 anos, era um deles. Apesar de estudar à tarde, acordou às seis da manhã para viver a expectativa da passagem da tocha na área central da cidade. De uniforme, cercado de amigos, era o mais animado e carregava até uma réplica do símbolo olímpico. "Comprei cartolina, cola e tinta pra fazer minha tocha. Minha mãe até brigou comigo para dormir mais cedo, mas não teve jeito".
Olimpismo como filosofia
Quem carregou a tocha no trecho em que Luiz Fernando se posicionou foi o secretário nacional para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCB), Marco Aurélio Klein. "O olimpismo é mais que uma filosofia do esporte. É uma filosofia de vida que une culturas, raças e etnias. É a cara do Brasil", avaliou o representante do Ministério do Esporte.
Idosos
O amor pela cidade onde nasceu, criou 13 filhos e hoje vê crescer os bisnetos foi retribuído à doceira Sílvia Curado, de 83 anos, em forma de fogo. A chama olímpica, símbolo do espírito esportivo que percorre o Brasil até 5 de agosto - quando se iniciam os Jogos Rio 2016 -, foi conduzida pela octogenária no período da manhã.
Foi um presente maravilhoso para mim e uma grande surpresa, já que fui inscrita sem saber de nada", contou ela, ao fim da cerimônia. Silvia andou pelas pedras que calçam as ruas da área central do município emocionada e com a ajuda de um dos integrantes da organização do evento.
A passagem da tocha encheu de orgulho outros moradores da cidade que, como o aposentado Hecival Alves de Castro, de 76 anos, criaram suas famílias na Cidade de Goiás. Orgulhoso de ver a tocha passar na porta de sua casa, ele se dizia emocionado em poder acompanhar um evento dessa magnitude na rua onde nasceu e cresceu. "Nasci nessa casa, moro nela até hoje e me sinto honrado de presenciar esse evento de dimensão mundial."
Aparato impressiona
A mobilização que a passagem da chama olímpica tem despertado nos municípios de Goiás é grande. Apesar de acostumados com o ritmo que o turismo se impõe à cidade, muitos deles se impressionam com a movimentação que os carros de som e todo o aparato de segurança na Cidade de Goiás.
Os simbolismos folclóricos de Goiás têm sido representados no percurso da tocha. Na cerimônia desta quinta-feira foram os Farricoco, integrantes da tradicional Festa do Fogaréu, recorrente nas celebrações cristãs da Semana Santa.
Antiga capital do estado, Cidade de Goiás guarda em sua história a cultura e o título de Patrimônio Histórico Mundial, reconhecido pela Unesco em 2001. Devastado por duas enchentes, a segunda delas há 15 anos, o município é uma das principais atrações turísticas do estado. Todos os anos, volta a ser a capital administrativa de Goiás em 25 de julho, quando a sede do governo estadual se transfere para o município por quatro dias.
A Cruz do Anhanguera, às margens do rio das Almas, é o ponto onde foi construída a primeira igreja do município, tendo sido derrubado duas vezes pela força das águas durante as cheias que inundaram a região.
Mariana Moreira e Hédio Ferreira Júnior, de Cidade de Goiás (Goiás)
Ascom - Ministério do Esporte