Ministério do Esporte Chama olímpica celebra Itabira e Drummond
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Chama olímpica celebra Itabira e Drummond

 
Em um de seus poemas mais célebres, o mineiro Carlos Drummond de Andrade afirma que Itabira, sua terra natal, é apenas uma fotografia na parede. Nesta quinta-feira (12.05), no entanto, a nostalgia emoldurada foi promovida a centro de celebração esportiva. Moradores, visitantes, jornalistas e a equipe de organização do revezamento da tocha olímpica dos Jogos Rio 2016 colocaram a pequena cidade de 116 mil habitantes, no Vale do Aço, sob os holofotes do mundo. Depois de passar por Naque e Coronel Fabriciano, a chama encerrou o expediente na terra do poeta mais celebrado do Brasil.
 

Os 60 condutores selecionados para percorrer 12 km atraíam flashes e gritos, mas além de acompanhar a celebração, a comunidade itabirana queria compartilhar sua identidade, cuja matéria-prima é a palavra. Seu expoente máximo se foi há 30 anos, mas, até hoje, a cidade respira poesia, presente até na vida de atletas locais.
 
E agora, Danrlei?
Ainda criança, Danrlei Silva de Araújo tinha parte da visão do olho esquerdo e um mundo de planos e sonhos a conquistar. A cegueira, que já o comprometia do lado direito, tomou conta do outro que ainda enxergava, estabelecendo ali uma série de limitações.
 
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou... Danrlei foi lá e contrariou o poema. Aos 17 anos, se tornou competidor de atletismo em Itabira, chegando a correr 100 m em 14,5 segundos e 400m em 1min11s. Com o apoio do técnico Gustavo, ele, aos 18 anos, foi o primeiro a conduzir a chama olímpica em Itabira, junto com três alunos selecionados em um concurso de literatura e desenho em escolas públicas da cidade.
 
Acostumado a grandes velocidades, Danrlei tentava disfarçar a ansiedade em cumprir os 300 metros de percurso, desta vez no maior tempo que conseguisse. "Farei no ritmo mais razoável possível", disse o jovem estudante que nasceu em Joanésia e mora em Ipatinga, também no Vale do Aço mineiro.
 
A pedra removida
E no meio do caminho de Lívia Barcellos, de 27 anos, "tinha uma pedra", que com empenho ela deu um jeito de transpor para refazer sua história. Em 2013, a ex-jogadora e ex-árbitra de handebol se viu obrigada a encerrar a carreira após ser atropelada e perder um osso do pé em frente ao ginásio poliesportivo da cidade. Avaliada pelos médicos com 10% de chances de voltar a andar, ela decidiu encarar na raça as cirurgias e fisioterapias capazes de derrubar a previsão.
 

Revezamento Tocha ItabiraRevezamento Tocha Itabira

Lívia não pode correr nem pular, o que a impede de treinar, mas anda perfeitamente e voltou à antiga equipe, agora como auxiliar-técnica. "Quem sempre praticou esporte não fica sem. E eu, como atleta, fico emocionada de chegar tão perto dos Jogos Olímpicos conduzindo a tocha aqui na terra de Drummond."
 
Identidade literária
O orgulho literário de Itabira é marcante. O nome do poeta batiza um memorial, uma fundação, a casa onde o escritor viveu, avenidas e estabelecimentos comerciais. "Ele é símbolo da cidade. Pergunte a qualquer pessoa e todo mundo saberá que foi um poeta importante ", diz o ator e professor Lucas Costa, 28 anos.
 
O rapaz leciona no projeto Drummonzinhos, iniciativa municipal que oferece formação cultural completa a crianças e jovens da periferia. Dos oito aos 18 anos, eles estudam teatro, literatura, línguas e praticam esportes no contra-turno escolar.
 
Quem participa do projeto recebe uma missão turística: guiar visitantes por pontos de interesse e recitar poemas de autoria de Drummond em pontos estratégicos da visita. Hoje, 44 placas dispostas em diferentes pontos de Itabira oferecem um mosaico da obra drummondiana. "Este é o único museu de territórios do mundo dedicado aos poemas de um único autor", ressalta Lucas.
 
Recital
Durante o tour da tocha pelo município mineiro, os alunos de Lucas fizeram participação especialíssima nos rituais comemorativos. Eles foram convidados para um pequeno recital, parte da homenagem organizada pelo Memorial Carlos Drummond de Andrade. Em conjunto ou alternando trechos, eles interpretaram poemas célebres, como Memória. Foram eles os primeiros a recepcionar a corredora Larissa Quintão, que, de chama em punho, fez uma passagem pela área do recital.
 
No pátio do memorial, 70 crianças esperavam por ela, segurando balões brancos e vestindo um traje preto e branco. Em uma de suas fotos mais famosas, o poeta, aos três anos, usa roupa idêntica. Quando Larissa se aproximou, meninos e meninas formaram um cordão que a conduziu até o topo do espaço localizado ao lado do memorial, o Pico do Amor. Emocionada, a atleta tremia ao segurar a tocha. "Tudo está lindo. Ainda mais ao ver essas crianças", dizia.
 
A homenagem a Carlos Drummond de Andrade, que exercitava a verve olímpica como cronista de futebol, terminou em um extremo do pátio, ao lado da estátua de bronze do itabirano ilustre. 
 
Ouro Preto e BH
O revezamento da tocha se aproxima da capital mineira. Nesta sexta-feira (13.05), subirá e descerá as ladeiras de Ouro Preto para, em seguida, ir para a vizinha Itabirito. No sábado, Contagem e Belo Horizonte passam o dia mobilizadas pela condução do símbolo olímpico, inclusive pelo complexo arquitetônico da Pampulha.
 
Mariana Moreira e Hédio Ferreira Júnior, de Itabira (MG)
Ascom - Ministério do Esporte
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