Ministério do Esporte Tradição e modernidade se misturam nas ruas de Ouro Preto com o revezamento
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Tradição e modernidade se misturam nas ruas de Ouro Preto com o revezamento

Ouro Preto viveu nesta sexta-feira um encontro entre tradição e modernidade. A cidade que materializa as lutas coloniais e a religiosidade de um Brasil antigo foi invadida por influenciadores digitais, informalmente chamados de youtubers. Blogueira referência de moda e comportamento, a belorizontina Cris Guerra era um dos destaques entre os condutores. "Segurar a tocha é representar o mundo inteiro naquele momento", disse.

Mas quem causou burburinho foi o belorizontino Lucas Ranngel, de 18 anos,fenômeno da web que contabiliza mais de 1,7 milhão de seguidores. Sucesso entre adolescentes e crianças e fenômeno do Vine – plataforma de criação de vídeos de seis segundos –, sua presença concentrou uma multidão de fãs alvoroçados. Foi preciso criar um cordão de seguranças para garantir a passagem dele pelo seu ponto de transição. No meio da rua, a estudante Maria Laura Rodrigues, 14 anos, comemorava."Tirei uma foto com ele", dizia, enquanto outras dezenas de meninas tentavam a todo custo se aproximar do rapaz.

O Youtuber Lucas Rangel causou alvoroço entre crianças e adolescentes no revezamento em Ouro Preto. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)O Youtuber Lucas Rangel causou alvoroço entre crianças e adolescentes no revezamento em Ouro Preto. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)

Abolição
Ouro Preto acordou envolta em névoa e os moradores demoraram a encher as ruas do percurso. Aos poucos, as igrejas badalaram seus sinos e muitos se posicionaram entre o casario e as fitas zebradas, responsáveis por isolar a rota dos condutores.

A história do município se confunde com a do Brasil. Rota por onde os portugueses extraíram e enviaram, oficialmente, pelo menos 800 toneladas de ouro para Portugal, as calçadas se encheram de moradores e turistas que queriam ver de perto a tocha, que passou pelos seus principais cartões postais. Trinta condutores se revezaram ao longo de 7,2 km numa celebração que marcou, também, os 128 anos da abolição da escravatura no Brasil.

Numa das mais antigas de suas 33 igrejas, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, erguida a partir de 1696, a imagem da santa padroeira da cidade foi colocada na porta para abençoar a passagem da tocha. Por ali, atletas de ginástica de trampolim saltavam quando os sinos da paróquia badalaram, anunciando a chegada da chama.

"A tocha é sinônimo de mobilização do nosso povo e das nações. Ela vem como sinal para congregar os povos e trazer paz que tanto precisamos para vencer as ações de violência e intolerância", disse o padre Marcelo Moreira Santiago, de 51 anos.

Animado com a festa que os Jogos Olímpicos levou para o município, ele se dizia emocionado por acompanhar aquilo tudo. "Não poderia se pensar uma tocha olímpica passando pelo Brasil sem passar por Ouro Preto, uma cidade mundial."

Meninos que integram o Zé Pereira e o Clube dos Lacaios animaram o revezamento na cidade mineira. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)Meninos que integram o Zé Pereira e o Clube dos Lacaios animaram o revezamento na cidade mineira. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)

Zé Pereira
No topo de uma rua íngreme, que culmina no Largo Marília de Dirceu, homenagem à musa do poeta Tomás Antônio Gonzaga, um grupo de meninos esperava ansioso diante de uma porta fechada. Eram os instrumentistas que integram o Zé Pereira e o Clube dos Lacaios. Tradição portuguesa religiosa, o Zé Pereira veio ao Brasil com pegada de bloco carnavalesco. Aos tambores, foram adicionados clarins e os bonecos gigantes se desdobraram em novos personagens.

Um dos que aguardava o começo do batuque era Raimisson Batista, de 14 anos. Ele toca percussão no Zé Pereira e não se acha um instrumentista talentoso, mas gosta da ideia de trabalhar em equipe. "Esse é o grupo musical mais antigo em atividade no Brasil, ano que vem completa 150 anos", destacou o garoto. Assim que as portas se abriram, cada um agarrou seu instrumento. "Um dia poderei falar aos meus filhos que vi a tocha olímpica", celebrava. Sentada ao pé da escada, com um vestido cheio de brilhos e enfeites, Mariane Borges, sete anos, não sabia se esperava com mais ansiedade a tocha ou o começo da batucada. "A tocha vai ganhar!", divertia-se.

Organizando a garotada estava Deolinda Alice dos Santos. Consultora de cultura mineira, ela herdou da família a missão de levar o projeto adiante. "A duras penas, meu bisavô, avô e pai lutaram para preservar a memória histórica cultural de um carnaval tradicional brasileiro", relata. O resultado, garante, é uma maciça participação popular. Assim que o grupo se posicionou, antes mesmo da passagem da tocha pelo largo, alunos de uma escola vizinha gritavam e interagiam com a apresentação.

Nesta sexta-feira, a chama olímpica circulou também por Itabirito e seguiu para Inhotim. No sábado (14.05), passará por Contagem e fará revezamento ao longo de todo o dia na capital, Belo Horizonte.

Hédio Ferreira Júnior e Mariana Moreira, de Ouro Preto (MG)

Ascom - Ministério do Esporte

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