Ministério do Esporte Caruaru, a cidade que surgiu das feiras de rua, recebe a tocha no agreste pernambucano
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

 
Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.

Informações:  (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

                          

Caruaru, a cidade que surgiu das feiras de rua, recebe a tocha no agreste pernambucano

A cultura do barro transformado em artesanato, da música que embala a capital do forró e das feiras que originaram a cidade de Caruaru, em Pernambuco, se juntou à do esporte ao receber a tocha olímpica dos Jogos Rio 2016  nesta segunda-feira (30.05).
 

Representantes das principais categorias da cidade conduziram a chama por 7,5 quilômetros e foram assunto durante todo o dia até à chegada do símbolo olímpico no fim da tarde. Ao todo, foram 31 pessoas entre a principal artesã de Caruaru, o autor de uma música imortalizada por Luiz Gonzaga e um blogueiro famoso, todos moradores da cidade que disputa com Campina Grande, na Paraíba, pelo título de Maior São João do Mundo.
 
Falar de Caruaru sem lembrar das feiras é deixar de lado umas das principais características do município pernambucano, movimentado pelo mercado atacadista. A região, ponto de passagem por quem seguia para Alagoas, Norte da Bahia e outras partes do estado, se formou por feiras para atender aos viajantes que passavam por ali. Caruaru nasceu há 159 anos e cresceu ao redor da feira, que hoje continua atraindo turistas de todo o país. Em dezembro, mês de maior movimentação, o mercado de feirantes movimenta, por mês, cerca de R$ 120 milhões.
 
É também nessa época do ano que, todas as segundas-feiras, cerca de 100 mil pessoas passam pela Feira de Sulanca, onde um mundo de gente e manequins de plástico se misturam entre vendedores e compradores. "É uma honra para nós estar na rota do revezamento da tocha olímpica e espero que também seja para a organização dos Jogos Rio 2016 nos ter como palco dessa condução", comentou o diretor de Feiras e Mercados de Caruaru, Felipe Augusto Ramos, de 30 anos.
 
O barro levou a artesã Marliete Rodrigues da Silva, de 58 anos, para muito além de Caruaru. Ainda criança já produzia e vendia suas peças na cidade, arte que aprendeu com o pai, aprendiz do Mestre Vitalino. Marliete, porém, criou um estilo próprio do característico e muito conhecido artesanato da região. São histórias do cotidiano do agreste que, a partir da experiência de conduzir a tocha olímpica, ganhará novos elementos a partir de agora. "Tudo que estou vivendo aqui será registrado não apenas na minha memória, mas imortalizados no barro por meio da minha arte", anunciava.
 
Por todo canto, o nome do artesão Vitalino ecoa como uma prece. Em qualquer loja é possível encontrar réplicas das figuras que ele começou a fazer aos seis anos de idade, com restos de barro que a avó, artesã fabricante de panelas, deixava para o menino brincar. "Meu pai criou um estilo de arte figurativa, foi o primeiro a mostrar, em suas esculturas, o cotidiano do homem do campo", destacou o filho do mestre, Severino Vitalino. É ele quem administra o museu em homenagem ao patriarca da família, instalado em uma casa de tijolo de barro, no bairro Alto do Moura. Ali, criou-se, ao redor da lenda de Vitalino, um reduto de artesãos pernambucanos que adaptam estilos e vão criando novas linguagens. O revezamento da tocha atraiu turistas, que passaram o dia visitando a casinha e fotografando as relíquias ali guardadas.
 

Revezamento da Tocha - Caruaru PERevezamento da Tocha - Caruaru PE

 
A voz da cidade
Em Caruaru, ele é nome de rua, batiza posto de informação turística, ganhou um busto em tamanho real em uma das entradas da feira de artesanato e qualquer pessoa na rua sabe contar sua história. Afinal, o músico Onildo de Almeida tem quase 600 composições, muitas gravadas por pilares da música popular brasileira, como Chico Buarque e Gilberto Gil. A mais célebre, no entanto, é a obra que ganhou o mundo com a interpretação de Luiz Gonzaga, chamada Feira de Caruaru.
 
"Essa música viaja o mundo. Foi lançada em 1956 e segue na preferência popular. Costumo dizer que toda feira é igual, mas a de Caruaru é diferente", acredita. Frequentador do mercado livre desde a infância, quando comprava cavalinhos de barro feitos pelo Mestre Vitalino. Emocionado, subiu ao palco para agradecer a escolha de seu nome para acender a pira olímpica em sua terra natal. "Carregar a tocha é uma coroa reluzente de sucesso para minha carreira", celebrou.
 
Sônia Maria da Silva, de 46 anos, vende artesanato na feira há 18 anos e se entusiasma ao falar do espaço, conhecido mundialmente pelo tamanho, pela variedade dos materiais usados nas peças comercializadas e por revelar ao mundo as criações do mais celebrado mestre de arte popular da região: mestre Vitalino. Além dos mercados a céu aberto, Sônia exalta outros aspectos que movimentam a imagem da cidade: a gastronomia, a música e a temporada de festas juninas, que terá início no próximo sábado. "É mesmo como cantava Luiz Gonzaga: em Caruaru tem de tudo para a gente ver", destacou. Para ela, a passagem do fogo olímpico pelo agreste é histórica. " Será uma oportunidade de dar visibilidade a pessoas importantes daqui", acredita.
 
 
Nesta terça-feira (31.05), a chama olímpica fecha o mês de maio ainda em Pernambuco, programada para percorrer Gravatá, Jaboatão dos Guararapes e Recife.
 
Mariana Moreira e Hédio Ferreira Júnior, de Caruaru (PE) 
Ascom - Ministério do Esporte
Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla