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Tocha passa pelo Delta do Parnaíba
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- Publicado em Sexta, 10 Junho 2016 12:03
![](/images/remote/http--www.brasil2016.gov.br-pt-br-noticias-tocha-olimpica-passou-pelo-delta-do-parnaiba-nesta-quinta-sarahmenezes_cbj.jpg-image)
Apesar de não ter conduzido a chama na sua terra natal Teresina por motivos de agenda da seleção brasileira, a judoca de 26 anos considerou ter dado no revezamento o primeiro passo rumo às Olimpíadas no Rio. "Fiquei feliz e orgulhosa, pois nasci aqui do lado e represento o Piauí", conta Sarah.
Sobre a expectativa para os Jogos Olímpicos em casa, a atleta da categoria -48kg espera um grande apoio da torcida brasileira. "Venho com experiência e treinando muito. Que a torcida esteja lá comigo. Quero melhorar cada vez mais e o desafio é ser bicampeã. Vai ser um momento histórico por ser no meu país". A judoca, que recebe a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, avalia que a disputa no Rio terá muito equilíbrio. "As dez primeiras do ranking na minha categoria têm condições de subir ao pódio".
O judô é o esporte que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil, com três ouros, três pratas e 13 bronzes. É umas das esperanças para ajudar o país a alcançar a meta do top 10 no ranking de medalhas. No feminino, a ascensão se mostrou primeiro em Pequim-2008, quando a brasiliense Ketleyn Quadros se tornou a primeira brasileira a ganhar uma medalha em esporte individual. "Estamos bem preparados, a CBJ vem fazendo um grande trabalho e a bolsa do ministério tem ajudado. A delegação vai em busca do melhor", diz Sarah, que conquistou o ouro em Londres, 2012.
![A judoca Sarah Menezes lutará pelo bicampeonato olímpico na categoria -48kg. Foto: CBJ](http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/tocha-olimpica-passou-pelo-delta-do-parnaiba-nesta-quinta/sarahmenezes_cbj.jpg/image)
A atleta percorreu 400 metros no centro de Parnaíba e subiu no palco na celebração para acender a pira. "Fiquem na torcida por mim e pelo Brasil. Para quem tiver oportunidade de estar lá no Rio, vai ser único conhecer os melhores atletas do mundo. Saibam que o Brasil está se preparando para fazer o melhor e cada dia mais história no esporte", concluiu.
Espírito guerreiro
Único delta em mar aberto das Américas e o terceiro maior no mundo, o Delta do Rio Parnaíba foi testemunha do resgate do espírito guerreiro do povo da região durante a passagem do fogo simbólico por Parnaíba e Ilha Grande nesta quinta-feira.
A paisagem era de cinema na cidade de Parnaíba: pôr do sol, mata ciliar, dunas e espelhos d'água. Pedro Silva, um dos condutores e responsável pelo primeiro beijo da tocha (transmissão da chama de uma tocha para outra), lembrou algumas histórias da região que, segundo ele, já traziam princípios olímpicos, como a dos índios tremembés. "Dizem que eles eram exímios nadadores e conseguiam permanecer até cinco minutos embaixo d'água", diz Pedro.
![Pedro Holandês fez um pedido para que a sociedade cuide melhor das belezas naturais da região. Foto: Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br](/images/remote/http--arquivo.esporte.gov.br-pt-br-noticias-tocha-olimpica-passou-pelo-delta-do-parnaiba-nesta-quinta-delta_parnaiba_holandes2.jpg-images-0c10f6cd-ebfb-42bc-adb4-674b444c8317.jpeg)
Nascido em Ilha Grande, Pedro Holandês, como é conhecido pelos amigos, também lembrou que, até a década de 1970, o acesso a Parnaíba era a pé ou de barco, numa viagem que durava ao menos dois dias. A dificuldade maior era quando alguém adoecia. Parentes e amigos formavam uma comitiva de quatro a seis pessoas, colocavam o doente numa rede amarrada numa tora de madeira e iam se revezando na condução até a cidade vizinha. "Quando falaram que a tocha viria para cá, lembrei de todas essas histórias. Já vivemos as Olimpíadas no nosso dia a dia", diz.
Convidado para conduzir a chama nas dunas do delta, Pedro disse estar representando a Ilha e fez um apelo. "Estou representando muitas famílias e faço um pedido para cuidarmos melhor dessa beleza natural. Muito se fala em questões governamentais, mas a mudança começa no indivíduo e depois a sociedade organizada pode cobrar das autoridades", reforça.
O filho de agricultor começou a trabalhar aos 10 anos, ajudando o pai no plantio de arroz, e desde essa época já praticava esportes. "Não era opção. Tínhamos de remar para ir ao campo e para voltar para casa. Peguei gosto e ainda hoje pratico", revela Pedro.
Segundo condutor na região, o deltano recebeu a chama do maranhense Rivelino Silva, considerado um herói em Paraíba por serviços prestados e que não disfarçou a alegria. "É tão emocionante quanto o dia em que recebi o meu título de bombeiros". O major saiu do Porto dos Tatus, onde a tocha foi acesa, e navegou pelas águas do Rio Igaraçu, um dos braços do Parnaíba.
Na cidade, o revezamento que teve início no Shopping Dunas percorreu 15,8 quilômetros nas mãos de 79 condutores e passou pelos principais pontos da cidade, como a praça Mandu Ladino, o Calçadão Cultural, o Casarão Simplício Dias e a Praça Santa Casa, até a Rotatória do M Show, onde foi realizada a celebração com o acendimento da pira pelo estilista Laellyo Mesquita e a judoca Sarah Menezes. Nesta sexta-feira (10.06), a tocha continua no Piauí e visita as cidades de Piracuruca, Piripiri, Campo Maior e Altos até chegar na capital Teresina.
Revezamento da Tocha - Parnaíba
Rúgbi de volta
Após 92 anos, o rúgbi está de volta às Olimpíadas, mas está longe de outros esportes quando se trata de popularidade e medalhas. Nas quatro edições em que a modalidade esteve no programa dos Jogos, em nenhuma houve participação brasileira. No Rio 2016, o esporte será disputado como rúgbi 7, com partidas mais velozes e dinâmicas.
Desde a década de 1990, a modalidade vem ganhando força. O ex-atleta da seleção brasileira José Pedro é testemunha. Aos 38 anos e com 23 de rúgbi, ele carregou a tocha olímpica em Parnaíba, onde criou o Parnaíba Rugby.
A paixão pelo esporte começou na adolescência, quando morava em Florianópolis. Campeão brasileiro em 1996 e com passagens pela seleção como capitão, José acredita que o rúgbi é a modalidade olímpica que mais cresce no país.
"Nem nos meus melhores sonhos eu esperava que o rúgbi estaria como hoje. A seleção tem se desenvolvido bastante com treinamento e investimentos, fora os times regionais". Empolgado com o fato de o esporte voltar no Rio, José acredita em mais visibilidade. "É gratificante pegar uma cidade pequena e ter o segundo melhor time do Nordeste em Parnaíba. Imagine como vai ser após as Olimpíadas em casa".
Lilian Amaral e Lorena Castro
Ascom - Ministério do Esporte