Ministério do Esporte Capital do Piauí recebe chama olímpica e mostra a força da sua cultura
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

 
Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.

Informações:  (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

                          

Capital do Piauí recebe chama olímpica e mostra a força da sua cultura

No encontro entre os rios Poti e o Parnaíba, uma vila de pescadores e olarias de tijolos, nasceu Teresina a capital do Piauí. A cultura enraizada do artesanato de cerâmica superou a pobreza, de casabre de palha e taipa, para se tornar hoje um polo, onde 284 famílias vivem da arte da argila. O bairro Poti Velho, primeiro da cidade, recebeu nesta sexta-feira (10.06), o revezamento da tocha olímpica que percorreu 17 quilômetros de "Terê" e terminou ao lado da ponte Estaiada - um dos mais importantes pontos turísticos piauienses.

Dos 70 condutores, Raimunda Teixeira da Silva, conhecida como Raimundinha, é a artesã que melhor representa a região. Nascida na zona rural de Teresina, no povoado de Santa Maria da Vassoura, a liderança do polo cerâmico chegou no Poti Velho há 35 anos, quando a comunidade ainda sobrevivia de pesca e produção de tijolos. "Apenas a partir da década de 60 que se iniciou a atividade do artesanato com Raimundo da Paz e ele foi passando para outros moradores", lembra a artesã que só chegou ao polo em 1985. "Venho de uma família de oito irmãos com pai lavrador e minha mãe quebrava coco. Quando chegamos minha mãe já estava viúva e com 11 anos comecei a trabalhar na olaria ficando por lá outros 22", lembra.

Mãe de dois filhos, Raimundinha passou a vender lanches no polo cerâmico. "Chegou um dia que me perguntei: que futuro eu vou dar para os meus filhos? Larguei a olaria para vender comida e pedi a uma das artesãs para me ensinar a pintura", conta. Desde então sua vida mudou. Passou a comprar as peças, fez uma prateleira e começou a pintar. Enquanto isso, a produção local crescia sendo passada de gerações. "No mesmo ano, o polo já tinha 12 oficinas de produção com 48 famílias que tentavam sobreviver do artesanato com basicamente a venda de pote, jarro, filtro e algumas peças decorativas", explica.

No revezamento, Raimunda representou os artesãos do polo de cerâmica do Poti Velho. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)No revezamento, Raimunda representou os artesãos do polo de cerâmica do Poti Velho. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)

No mesmo espírito da chama olímpica, a comunidade conseguiu se unir em torno do bem comum e criou a Associação dos Artesãos Ceramistas do Poti Velho (Acepoti). Raimundinha se destacou e virou nada menos que a presidente da associação. "Nosso maior ganho é ver o artesanato valorizado. Antes a gente ficava esperando vender uma peça no dia para comprar alimento. Hoje todo mundo tem casa digna e própria, oficina-loja e algum meio de transporte", comemora. Hoje tanto os filhos quanto o genro e a nora vivem do artesanato de cerâmica.

Não satisfeita com o crescimento da Associação e do corredor da cerâmica, a artesã criou com mulheres da comunidade outra instituição: a Cooperart Poti que conta com 39 artesãs que mudaram a sua história através da argila. A cooperativa ganhou até o prêmio Sebrae Top 100 do Artesanato com a coleção "Mulheres do Poti" composta por cinco peças: a mulher religiosa, a do pescador, a da olaria, a ceramista e a das continhas. "Bonecos tem em todo lugar, mas essa coleção só no Poti Velho", sorri. Sobre a possibilidade de fazer parte do revezamento da chama olímpica, Raimundinha garante: "Orgulho conduzir a tocha e representar toda a arte do nosso Piauí".

Game do Cangaço
Conhecida no Piauí por manter viva as tradições culturais da região, a artesã Raimundinha foi uma das inspirações para os jovens do Sertão Games, responsáveis pelo jogo Cangaço. A start up criada em 2011 é pioneira no segmento em Teresina e esteve representada no revezamento da tocha pela dupla de designers Wandresson Araújo e Angela da Cunha. Com cangaceiros como personagens e a caatinga como cenário, a dupla desenvolveu técnicas de pintura híbrida, que mistura arte digital com feita à mão.

"A ambientação do programa foi toda baseada em características locais, desde a fauna até os objetos que estão nas casas das nossas avós, como peças de origem até do Poti Velho", revela Angela. A ousadia dos criadores os levaram até a tocha olímpica. "É um reconhecimento do nosso trabalho árduo", acredita Van. Além de abrir portas para um novo segmento, o jogo também inovou em outras áreas, como no enredo. "Tivemos a ideia de colocar elementos da nossa cultura para que o jogador local conseguisse se identificar, mas também queríamos difundir isso para o mundo", explica. No início você escolhe o lado que quer jogar: do cangaceiro, da cangaceira ou do policial volante, os principais inimigos dos jagunços.
Mestre de capoeira Albino Veras passa a tocha olímpica para Raimundo Filho, que foi o último condutor da tocha em Teresina. (Foto: Francisco Medeiros/ME)Mestre de capoeira Albino Veras passa a tocha olímpica para Raimundo Filho, que foi o último condutor da tocha em Teresina. (Foto: Francisco Medeiros/ME)
Neta de vaqueiro, Angela diz que foi fácil pensar nos personagens que foram baseados em memórias de infância e alguns lembram parentes e amigos. "A principal personagem se parece muito comigo", conta a designer que se orgulha do jogo ter uma heroína feminina. "Os cangaceiros deram espaço para as mulheres e tiveram algumas bem importantes, como a Dadá", completa.

O processo de criação e execução durou pouco mais de um ano e teve a peculiaridade de unir tecnologia e artesanato. "Primeiro era feita a parte digital, na sequência a textura era pintada a mão com lápis de cor, bem artesanal, como na época os cangaceiros faziam. Por fim, voltava para o computador para modelagem em 3D", detalha Wan, que sempre gostou de design e programação de computadores e encontrou no mundo dos jogos a oportunidade de juntar essas duas paixões. Pare ele, "a chama olímpica vai sair de Teresina ainda mais quente, com o mesmo calor que nos dá força para perseguir os sonhos". O jogo já está disponível e pode ser adquirido em sites especializados.

Revezamento da Tocha - TeresinaRevezamento da Tocha - Teresina

Investimento esportivo
O esporte de alto rendimento passou a ter mais investimentos em infraestrutura e formação de atletas a partir do momento que o Brasil entrou na agenda mundial dos grandes eventos, como os Jogos Pan-Americanos Rio 2007. O Piauí ganhou ainda mais visibilidade após o ouro da judoca Sarah Menezes nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Única beneficiária do Bolsa Pódio do estado, a atual campeã na categoria -48 kg recebe investimento anual de R$ 180 mil. Por motivos de agenda da seleção brasileira de judô, Sarah não pôde conduzir a tocha em Teresina, mas o fez em Parnaíba, no litoral do Piauí.

Um dos frutos dessa vitória da judoca foi a parceira do Ministério do Esporte com a Prefeitura de Teresina para a criação do Centro de Treinamento do Judô, com investimento total de R$ 3,5 milhões. Assim como o judô, o badminton também foi contemplado com o Complexo Esportivo na capital do estado com uma parceria com a Universidade Federal do Piauí.

Além disso, o estado terá três Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs): Parnaíba, Picos e Teresina. Assim como duas pistas de atletismo e uma pista de ciclismo BMX. O programa Bolsa Atleta também contempla esportistas no Estado com investimento anual de R$ 792 mil para 60 atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas.

Lorena Castro, Lilian Amaral e Rafael Brais - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla