Ministério do Esporte Chama olímpica se despede do Nordeste após festa em Imperatriz
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

 
Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.

Informações:  (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

                          

Chama olímpica se despede do Nordeste após festa em Imperatriz

 
Descida de rapel, passeio de barco e bicicleta. O último dia do fogo olímpico no Nordeste foi cheio de emoção, nesta terça-feira (14.06), em Imperatriz. Com 75 condutores divididos em três rotas, a chama chegou à cidade pelo aeroporto e seguiu até a ponte Dom Affonso, que liga os estados do Maranhão e Tocantins. Após passar pelo povoado de Coquelândia, na Estrada do Arroz, onde percorreu dois quilômetros de bicicleta, o revezamento voltou para Imperatriz com direito a um lindo pôr do sol na beira do rio Tocantins, para o acendimento da pira pelo piloto de Stock Car Rafael Suzuki.
 
De tirar o fôlego foram os primeiros minutos. Com uma descida de 50 metros de rapel da ponte Dom Affonso até as águas do Tocantins - segundo maior rio totalmente brasileiro - a chama passou da tocha do professor de artes marciais Francisco Amorim para o cantor José Bonifácio, o Zeca, que esperava dentro de um barco. Nas águas que nascem na divisa do Distrito Federal com Goiás e passam por quatro estados rumo ao Pará, a tocha seguiu até o Cais do Porto.
 
Rafael Suzuki, piloto da Stock Car, acendeu a pira que encerrou o revezamento em Imperatriz e no Nordeste. Foto: Francisco Medeiros/MERafael Suzuki, piloto da Stock Car, acendeu a pira que encerrou o revezamento em Imperatriz e no Nordeste. Foto: Francisco Medeiros/ME
 
Natural de Mossoró (RN), Amorim vive em Imperatriz desde os nove anos e o convite para ser o primeiro condutor veio de sua dedicação. "O esporte para mim é tudo. Fundei duas federações maranhenses, a de Karate Interestilos e a de Tiro com Arco. Por isso acho que hoje é o grande reconhecimento", orgulha-se. Praticante de várias modalidades, inclusive as de aventura, o também bombeiro civil falou da emoção de conduzir a chama. "Já representei o Brasil fora do país e sei da sensação única ao ouvir o Hino Nacional, imagina participar das Olimpíadas. É uma honra carregar a tocha e ser o primeiro", afirma.
 
A segunda rota teve como destino Coquelândia, povoado da zona rural a 30km de Imperatriz. Danilson Souza foi o único condutor no vilarejo que usou a bicicleta de mountain bike para conduzir o fogo sagrado e contar um pouco da sua história. "Carregar essa tocha representa um símbolo de ter vencido tudo o que passei", comemora. Vítima de acidente automobilístico grave, o então auxiliar de maquinista ficou preocupado com o diagnóstico de que teria que andar de muletas e buscou meios para a recuperação. "Comecei a pedalar de bicicleta ergométrica no intuito de restabelecer os movimentos. Mas quando vi o que a bicicleta de verdade poderia me oferecer, além dessa terapia, a liberdade de sair de casa, eu encontrei meu caminho", conta.
 
Francisco Amorim tem o esporte no DNA: fundou duas federações maranhenses e pratica várias modalidades. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.brFrancisco Amorim tem o esporte no DNA: fundou duas federações maranhenses e pratica várias modalidades. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.br
 
Após dois anos numa cadeira de rodas e muito esforço, Danilson, que usa uma prótese em parte da perna esquerda, comemora os quase dez anos de ciclismo e deixa uma mensagem para os que estejam passando por situação semelhante. "Acreditem nos seus sonhos, nunca desistam porque vale a pena se esforçar e, às vezes, vale até sofrer. O bom é que você consegue alcançar a vitória", finaliza.
 
Luta greco-romana
Apenas na terceira rota a população do "Portal da Amazônia" conseguiu acompanhar o revezamento de perto. Com passagens pelos bairros Bacuri, Centro, Rodoviário, Entroncamento, Nova Imperatriz e Beira Rio, a chama percorreu a pé 14,5 quilômetros na cidade. Na frente da Igreja Santa Teresa d'Ávila, na área central, o atleta da Seleção Brasileira de Luta Olímpica Davi Albino era só sorrisos.
 
Davi Albino saiu das ruas para a seleção de luta olímpica com ajuda da Bolsa Pódio. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.brDavi Albino saiu das ruas para a seleção de luta olímpica com ajuda da Bolsa Pódio. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.br
 
"Fui selecionado pela minha história de superação no esporte. É com muita emoção que carrego a tocha no Brasil, o maior símbolo das Olimpíadas", afirma Albino, ainda correndo atrás da vaga nos Jogos Rio 2016. Albino é o 13º do ranking mundial na categoria 98kg na luta greco-romana - primeiro atleta masculino brasileiro a entrar no ranking mundial - e também o primeiro a ganhar medalha em Cuba - um dos países referência da modalidade.
 
O atleta foi um dos seis escolhidos em uma parceria do programa Bolsa Atleta/Pódio com a Coca-Cola por sua história. "Antigamente eu vigiava carros na rua e, quando fui campeão Brasileiro, passei a receber a Bolsa e parei de trabalhar a partir de 2005", conta Albino, que veio de uma família de classe baixa da periferia de São Paulo. "Quando você tem 17 anos, sua mãe não quer saber se você sonha ser atleta olímpico, mas se ajuda em casa. Com meus resultados e o apoio consegui me manter no esporte", lembra.
 
Uma das competições mais antigas dos Jogos Olímpicos, a luta olímpica é disputada sem o auxílio de equipamentos de proteção, mas sob um nobre código de conduta. Albino explica que os brasileiros não têm noção da grandiosidade da modalidade. "A luta existe há milhares de anos, com mais de 120 países filiados à Federação Internacional. Quando a gente vai participar de campeonato lá fora tem até 60 mil pessoas nos assistindo". O atleta lembra que no mundo há três lutadores de greco-romana para um de quimono. "Você conseguir chegar entre os melhores é um feito muito grande para mim e para o Brasil".
 
Rayssa Leal é conhecida por muitos como a Fada do Skate, em função de um vídeo que viralizou na internet. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.brRayssa Leal é conhecida por muitos como a Fada do Skate, em função de um vídeo que viralizou na internet. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.br
 
Fada do skate
Rayssa Leal, de oito anos, ainda não é atleta profissional, mas já convive com o sucesso desde que um vídeo seu viralizou na internet. Ela seria a mais jovem condutora do revezamento da tocha, mas como a idade mínima é de 12 anos, o pai teve que assumir a missão. Durante o percurso, a garotinha acompanhou o comboio fazendo o que mais gosta: manobras no skate. O apelido fada é porque na gravação ela estava com uma fantasia de uma apresentação que tinha acabado de fazer na escola. O tênis substituiu a sapatilha para facilitar o 'heelflip' (movimento de um giro completo do skate no ar). O vídeo original chegou à marca de mais de 6 milhões de visualizações e já foi compartilhado milhares de vezes.
 
Rota
Nos próximos oito dias, a chama olímpica passará por seis estados. Serão 1.142 condutores, percorrendo mais de 1.160 quilômetros, entre revezamento e deslocamento. O transporte será feito por via aérea de Belém (PA) até Porto Velho (RO). Em Belém, o revezamento terá percurso de 32 quilômetros e mais de 160 condutores. O início será às 12h, no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão).
 
Lilian Amaral e Lorena Castro
Ascom - Ministério do Esporte
Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla