Ministério do Esporte Chama olímpica passeia entre os hemisférios Sul e Norte em Macapá
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Chama olímpica passeia entre os hemisférios Sul e Norte em Macapá

Nem pense em ir de carro. Cercada pelo Rio Amazonas e por densas florestas, a capital do Amapá, Macapá, só é acessível de barco ou avião. Assim, a cidade acaba sendo um segredo bem guardado da região amazônica e uma de suas características mais marcantes é pouco conhecida da maioria dos brasileiros: Macapá é a única capital atravessada pela Linha do Equador. Nesta quinta-feira, porém, os hemisférios Norte e Sul se uniram como espectadores de um show olímpico – a passagem da chama dos jogos Rio 2016 pela cidade.
 
Ao todo, foram 24 quilômetros, percorridos por 125 condutores. Antes de entrar na capital, a chama passou por Curiaú, povoado quilombola nos arredores da cidade. Apesar do sol a pino e das altas temperaturas, a população local repetiu a tendência que vem se criando no Norte, de multidões acompanhando a passagem do fogo pelas ruas da capital.
 
Jader Souza, ouro no Pan de Santo Domingo e representante do Amapá nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), conduz a tocha em Macapá. Foto: Iano Andrade/brasil2016.gov.brJader Souza, ouro no Pan de Santo Domingo e representante do Amapá nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), conduz a tocha em Macapá. Foto: Iano Andrade/brasil2016.gov.br
 
Nas portas das escolas, a criançada se aglomerava e armava uma gritaria ao menor sinal de alteração na rotina. De celulares na mão, moradores registravam o momento. Durante a espera, espiavam a vida passar em cadeiras nas calçadas, enquanto tomavam sorvetes, açaís, e sucos de frutas congelados no saquinho, no Amapá batizados de chopp de frutas.
 
Na trilha de Jader
Já no primeiro ponto de condução na cidade, as calçadas estavam tomadas por espectadores. Uma delas era a empresária Nazaré Pantoja, 32 anos. De óculos escuros e abrigada debaixo de um poste para escapar do sol, ela estava acompanhada dos dois filhos, os três devidamente trajados com camisetas do Brasil. "Quando fui buscá-los na escola, ninguém queria nem almoçar. Os dois só queriam ver a tocha".
 
A poucos metros da família, o nadador Jader Souza, 34 anos, se preparava para conduzir a chama dos Jogos Rio 2016. Ganhador do ouro no revezamento 4 x 100m livre no Pan de Santo Domingo, em 2003, Souza foi o primeiro atleta a representar seu estado natal em uma Olimpíada (ele disputou os Jogos de Atenas, em 2004). O atleta se sentiu tão envolvido pelo espírito esportivo irradiado pela passagem da chama que resolveu se inscrever por conta própria no concurso de uma das empresas patrocinadoras do revezamento. Mas nem foi preciso esperar pelo resultado: a Prefeitura logo o incluiu na lista de indicados. "Esse revezamento não é só para desportista, mas para todos os segmentos. Por isso me inscrevi como cidadão ", esclareceu.
 
Marco Zero, em Macapá (Foto: Iano Andrade/Brasil2016.gov.br)Marco Zero, em Macapá (Foto: Iano Andrade/Brasil2016.gov.br)
 
Jader abriu a trilha e já há um sucessor para o posto de atleta olímpico representante do Amapá. Nascido em família humilde, criado com 17 irmãos, Venilton Teixeira, 20 anos, descobriu o Taekwondo em um projeto social. Em agosto, representará o esporte no jogos do Rio 2016. Ano passado, ele ficou em terceiro lugar no Mundial disputado na Rússia e já faturou diversos campeonatos internacionais. "Fiz empréstimos, estou pagando até hoje, mas os diversos benefícios, entre ele o Bolsa Pódio, me ajudaram a driblar as dificuldades", afirma. Teixeira já construiu uma casa para a mãe e pensa em investir em um imóvel para si.
 
Ao longo de seu percurso, ele foi acompanhado por um mar de crianças, muitas vestindo quimonos. Durante quase todo o trajeto, a multidão gritou o nome do atleta.
 
Lá e cá
Em cerca de sete horas de percurso, a tocha visitou pontos turísticos que enfeitam a paisagem da cidade. Grandiosa, a Fortaleza de São José de Macapá cristaliza, com suas paredes de pedra, canhões e baluartes, os tempos de conflitos com os europeus. O Trapiche Eliézer Levy, espaço suspenso sobre o rio, a uma distância de quase meio quilômetro da margem, também teve destaque. Foi lá que a indígena Suzana Apalaí desceu com o fogo sagrado em uma lancha e percorreu um trecho do rio que banha Macapá.
 
Escolhido para ser o ponto final da peregrinação, o Marco Zero lidera o interesse de turistas que passam pelo estado. Afinal, do alto de uma plataforma, é possível colocar um pé de cada lado de uma linha e pisar nos dois hemisférios diferentes. Sobre a Linha do Equador, diversos truques foram inventados para atrair a atenção dos visitantes. Um deles é equilibrar um ovo em pé sobre a famosa linha. Depois de algumas tentativas, uma funcionária do espaço realmente consegue deixar o ovo em pé sobre a superfície, e sua obra fica exposta aos cliques dos visitantes. Não há explicação física unânime, mas sabe-se que, em latitude zero, a força magnética atua com mais intensidade.
 
Na região, tudo se refere ao marco imaginário que fatia o planeta em duas metades. Em frente ao monumento, por exemplo, fica localizado o Estádio Milton de Souza Corrêa. Popularmente conhecido como Zerão, ele teve a linha do meio de campo sobreposta à Linha do Equador. Ou seja: todos os embates em campo são do time do hemisfério norte contra a equipe do hemisfério sul. Até mesmo o palco montado na celebração do revezamento seguiu a lógica geográfica: a área que dá acesso ao último condutor também foi alinhada ao encontro do Norte com o Sul.
 
Vovó Iaiá
Foi sobre essa via imaginária que a condutora Aida Mendes conduziu o fogo. Conhecida como Vovó Iaiá, ela tem 107 anos de idade e arranca suspiros de admiração pela ousadia que pauta sua história. Não bastava jogar bola, dançar e jogar basquete. No aniversário de cem anos, provocada por um neto, ela decidiu saltar de paraquedas. De lá para cá, foram cinco saltos. "Agora quero surfar", avisa.
 
Investimentos
As cidades de Macapá e Santana receberão dois Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs), em um investimento de R$ 7,4 milhões. A pista de atletismo do Zerão é resultado de uma parceria entre os governos estadual e federal. Além disso, a União investiu em equipamentos para modalidades como judô, taekwondo e maratonas aquáticas. Onze mil desportistas amapaenses recebem o Bolsa Atleta e o lutador Venilton Teixeira é beneficiário do Bolsa Pódio.
 
Nesta sexta-feira (17.06), a chama olímpica seguirá seu traçado pelo Norte do Brasil e voltará ao Pará, para percorrer a cidade de Santarém. No sábado (18), será a vez de Boa Vista, capital de Roraima.
 
Mariana Moreira
Ascom - Ministério do Esporte
 
 
 
 
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