Ministério do Esporte Na peróla do Tapajós, tocha olímpica vence o calor e muda o dia de Alter do Chão e Santarém
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Na peróla do Tapajós, tocha olímpica vence o calor e muda o dia de Alter do Chão e Santarém

Foto: Ivo Lima/ MEFoto: Ivo Lima/ ME

Quando se descreve um cenário no Brasil com águas cristalinas e mornas, areia branca, céu azul quase sem nuvens e um nascer e pôr-do-sol num cenário deslumbrante, logo se pensa no litoral nordestino. Mas estamos no norte do país, no interior do Pará, onde o mar não chega. O calor é de rachar e uma de suas praias de água doce recebeu o título de mais linda do mundo por uma publicação estrangeira. Bem-vindos a Alter do Chão, distrito de Santarém. Nesta sexta-feira (17.06), os pouco mais de seis mil habitantes do distrito não se intimidaram com o forte calor e acompanharam o revezamento da tocha olímpica dos Jogos Rio 2016.

Os relógios ainda não marcavam 7h30 ainda e um sol forte despontado minutos antes num céu azul do oeste paraense dava a impressão de que o dia de calor seria intenso. As praias de água doce, banhadas pelo rio Tapajós, formavam um cenário paradisíaco. Lá, 22 moradores deram início à condução do símbolo olímpico até levá-lo a Santarém, onde outros 77 mantiveram o revezamento. Foram 20 quilômetros em terra - além dos 35 quilômetros fluviais - pelos quais a vibração paraense despontada em Belém, dois dias antes, se manteve.

Damiles Borari. (Foto: Ivo Lima/ brasil2016.gov.br)Damiles Borari. (Foto: Ivo Lima/ brasil2016.gov.br)Damiles tem o sobrenome Borari, que quer dizer flecha envenenada. Da tribo indígena de Alter do Chão, a índia do Pará se produziu especialmente para ver a tocha passar. "Viemos nos fazer representar na passagem da chama por aqui", contou a jovem, sem esconder o entusiamo.

Partida
O Arco do Sairé - símbolo da tradicional festa do Sairé que mistura o religioso e o profano em Alter - foi instalado especialmente para dar as boas vindas à chama olímpica. Logo na entrada do vilarejo, personagens ornamentados se instalaram para colorir a festa, enquanto a disputa entre os Botos Cor de Rosa e os Tucuxi - nos moldes da rivalidade dos bois Garantido e Caprichoso em Parintins - dançavam na praça 7 de Setembro, às margens do Rio Tapajós.

Dali partiu o primeiro condutor. Iure Dias, aos 22 anos, já coleciona títulos nacionais e regionais no triatlon. O esporte entrou em sua vida ainda em 2008 e, dois anos depois, ele já havia tirado o primeiro lugar em uma competição fora do Pará. O reconhecimento local o fez ser indicado ao Revezamento da Tocha em Alter do Chão. "Há aqui a representação do meu povo e me encho de emoção por participar desse momento tão importante para o país", lembrou o atleta.

Nilson Serrão destaca o trabalho de preservação ambiental nas praias de Alter do Chão. (Foto: Ivo Lima/ brasil2016.govb.br)Nilson Serrão destaca o trabalho de preservação ambiental nas praias de Alter do Chão. (Foto: Ivo Lima/ brasil2016.govb.br)

Ao fim do percurso por terra, catraieiros formaram um corredor de canoas no Lago Verde para a saída da tocha rumo a Santarém. Um deles era Nilson Serrão, que nesta sexta-feira não trabalhou, mas empunhou a tocha até a embarcação da Marinha. De lá, a chama seguiria pelo rio Tapajós até Santarém. "Representar a minha categoria é um orgulho. Aqui atendemos turistas e ajudamos na preservação ambiental de Alter", disse ele. No vilarejo são 100 catraieiros, responsáveis por, todas as sexta-feiras, tirar sujeiras das praias. "Quem não colabora no final de semana seguinte é proibido de trabalhar", contou.

Revezamento Tocha - Santarém PARevezamento Tocha - Santarém PA

Santarém
Da apaixonante Ilha do Amor em Alter do Chão, a tocha olímpica partiu para Santarém conduzida pelo campeão de canoagem Hiel Gesã. Foram pouco mais de 2 horas de transição até passar pelo encontro das águas - momento em que os rios Amazonas e Tapajós seguem juntos. As águas azul-esverdeadas do Rio Tapajós com as barrentas do Rio Amazonas seguem lado a lado por uma longa extensão, sem nenhuma mistura, devido à diferença de temperatura e densidade das águas. O fenômeno virou patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará em 2014. "Um dos meus principais trechos de treinamento é aqui. A densidade da água água no Amazonas me proporciona bons resultados, enquanto aqui em Alter o visual é deslumbrante", dizia Hiel, orgulhoso.

Já em Santarém o show da condução ficou a cargo de Ricardo Chahini. Campeão brasileiro de futebol freestyle, Ricardinho do Freestyle, como é conhecido, deu um show a parte na suà condução, fazendo malabarismos, equilíbrios e movimentos curiosos com a bola, sempre com a tocha acesa em uma das mãos. "Foi muito legal ter feito isso aqui no meu estado e ainda mais interessante e diferente ser em Santarém, onde mantenho minha identidade paraense em um lugar que ainda não conhecia."

No começo da noite, a festa de encerramento, montada na Praça Barão de Santarém, foi recheada de diversas apresentações culturais que iam de uma banda de música local a um grupo de carimbó.

Hédio Ferreira Júnior, de Alter do Chão e Santarém (PA)

Ascom - Ministério do Esporte

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