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Legado do Rio 2016, Centro de Excelência da UnB sedia a Copinha Brasil de Saltos Ornamentais
- Detalhes
- Publicado em Sexta, 31 Maio 2019 16:13
O Centro de Excelência de Saltos Ornamentais da Universidade de Brasília - UnB, um dos legados dos Jogos Rio 2016 e referência no país na modalidade, sedia, nesta sexta-feira (31.05) e sábado (01.06), a Copinha Brasil de Saltos Ornamentais. A competição reúne 132 atletas, de 6 a 13 anos, de quatro estados – Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Paraíba -, além do Distrito Federal, e os participantes representam sete equipes: Instituto Pró-Brasil (DF), Centro Olímpico e Paralímpico do Gama (DF), Colégio Mackenzie (DF), Pinheiros (SP), Grêmio Vila Olímpica ( PB), Instituto Pró-Brasil (RJ) e Sesi (GO).
O secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil, participou da abertura da Copinha pela manhã. Ele destacou a importância do Centro de Excelência da UnB e a relevância deste tipo de evento no processo de formação esportiva das crianças em atletas que, no futuro, deverão representar o país em grandes torneios do circuito mundial.
“Vocês vão se lembrar desta competição para o resto de suas vidas. Desejo boa sorte a todos vocês e sucesso nesta e nas próximas competições. Vocês são o futuro de nosso esporte e tenho certeza de que daqui sairão grandes atletas e grandes cidadãos”, afirmou Décio Brasil.
Os ex-atletas olímpicos Hugo Parisi, que trabalha no Centro de Excelência, e Cesar Castro, professor da modalidade no Colégio Mackenzie, participam da Copinha. Ambos servem de referência e espelho às crianças, já que possuem um currículo de peso nos saltos ornamentais, tendo conquistado medalhas no circuito internacional e defendido o Brasil em quatro olimpíadas: Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016.
As crianças disputarão provas no trampolim de 1 metro, no trampolim de 3 metros e na plataforma e, antes do início da Copinha houve uma apresentação de atletas que participaram do Campeonato Sul-Americano Juvenil, em Santiago, no Chile. Eles ajudaram o Brasil a conquistar o título de campeão por equipe, algo que o país não conquistava havia mais de 15 anos.
Expectativa
No alto rendimento, três saltadores que treinam no Centro de Excelência - Luana Lira, 23 anos, e Luis Felipe Moura e Kawan Pereira, ambos de 16 anos - integram a Seleção Brasileira que disputará o Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, em julho, e os Jogos Pan-Americanos de Lima, entre julho e agosto.
Entre os participantes da Copinha, a expectativa é grande. “Comecei no ano passado, quando o tio Cesar passou a dar aulas no Mackenzie”, conta Bella Gibram, 8 anos, que competirá nos trampolins de 1m e 3m. “Eu gosto muito de treinar e de saltar. Já participei de um festival em São Paulo, mas essa é minha primeira competição com medalhas para o primeiro, segundo e terceiro lugares. Estou confiante, mas não sei o que vai acontecer. Estou até um pouco nervosa”, confessa.
Aos 12 anos, Miguel Henrique Cardoso, atleta do Instituto Pró-Brasil (DF) e que treina no Centro de Excelência, já está na estrada há cinco anos. “Eu fazia saltos no Defer, mas fiquei lá só por seis meses. Depois disso vim treinar aqui no Centro da UnB e estou aqui há quatro anos e meio”, recorda.
Dono de vários títulos no cenário nacional, Miguel, que é ainda campeão sul-americano de 3m, falou sobre sua rotina puxada de treinos e sobre a importância de poder contar com a experiência de Hugo Parisi e Cesar Castro nos treinos.
“Eu treino de segunda à sábado, quatro horas por dia, das 14h às 18h, de segunda à sexta. No sábado, treino das 8h ao meio-dia. Treinar aqui é muito bom porque a gente se sente bastante motivado. O Hugo e o Cesar são atletas olímpicos e então a gente tem um incentivo ainda maior”, diz Miguel.
Presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO), Ricardo Moreira, que atuou como técnico nas mesmas quatro Olimpíadas que Hugo e Cesar, a primeira edição da competição já é histórica.
“Essa é a primeira Copinha realizada pela Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais e já é a maior competição já realizada no país em número de atletas. Estamos muito felizes por ver que a base do esporte está crescendo. Sabemos que se a base está crescendo é sinal de que teremos um alto rendimento bem forte no futuro”, comemora Ricardo, ex-atleta de saltos ornamentais.
Para o dirigente, o fato de os saltos ornamentais contarem com uma estrutura de ponta em Brasília e com a experiência de ex-atletas olímpicos nas equipes faz toda diferença. Além disso, o fato de as crianças poderem sempre ver de perto atletas do alto rendimento que treinam ou fazem camping no Centro de Excelência cria um ambiente perfeito para o desenvolvimento da modalidade.
“Eu acho que a grande diferença deste projeto é exatamente a estrutura que ele oferece para os alunos da base. Os atletas das categorias de base têm a mesma estrutura dos atletas de alto rendimento e dos atletas olímpicos. Eles treinam nas mesmas condições, com os mesmos treinadores e ao lado dos atletas, que servem de inspiração. Eles sabem que começam nas mesmas condições que começam os atletas lá fora. Esses atletas da base de hoje têm tudo para trazerem resultados muito melhores para o Brasil”, destaca Ricardo Moreira.
“O diferencial maior é que quando a gente começou, eu, o Hugo e o Ricardo, era só o Giovane (Giovane Casilo, pioneiro dos saltos ornamentais em Brasília e que formou os três na piscina do Defer na década de 1990). Ele era o treinador, organizava as competições, viajava com a gente, era o psicólogo e até o fisioterapeuta, quando precisava. Agora, não. Aqui na UnB existe uma equipe trabalhando. Eles já começam com uma estrutura pronta. Nós vamos ver o diferencial desse trabalho daqui a alguns anos nos campeonatos mundiais, porque é um trabalho muito bem feito e tão bem feito quanto os melhores países do mundo fazem hoje”, reforça Cesar Castro.
Investimento
O Centro de Excelência da UnB é um dos principais legados de infraestrutura esportiva para os esportes aquáticos dos Jogos Rio 2016. Inaugurado em março de 2014, é considerado uma das melhores estruturas da América do Sul para aperfeiçoamento técnico e prática da modalidade.
O equipamento recebeu R$ 1,9 milhão em investimentos federais. Os recursos foram usados em compra de equipamentos, manutenção e contratação de profissionais para a equipe multidisciplinar.
Está em execução um convênio, no valor de R$ 4,9 milhões, para garantir o funcionamento do Centro e a manutenção do Núcleo Esportivo de Base. Atualmente, 25 atletas de todo o país dos saltos ornamentais são apoiados pelo Bolsa Atleta, em um investimento anual de R$ 492.900,00.
Luiz Roberto Magalhães - Ascom - Ministério da Cidadania