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Domingo de sete ouros deixa Brasil em segundo no Pan. Até agora, 82% dos pódios têm presença do Bolsa Atleta
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- Publicado em Segunda, 05 Agosto 2019 14:57
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O Brasil abriu a última semana dos Jogos Pan-Americanos de Lima com a segunda colocação no quadro de medalhas da competição. São 72 medalhas conquistadas, com 22 ouros, 16 pratas e 34 bronzes. O Brasil aparece atrás dos Estados Unidos, que soma 132 pódios e 54 ouros. A campanha expressiva no domingo (04.08), com sete ouros, ajudou o país a subir um degrau e ultrapassar o México, agora em terceiro, com 70 medalhas e 20 ouros. Na sequência aparece o Canadá, que até supera Brasil e México no quantitativo, com 79 medalhas, mas soma 19 ouros.
“O investimento feito diretamente no atleta faz muita diferença. No alto rendimento falamos de detalhes. Nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), por exemplo, fiquei por um décimo e meio fora da final do cavalo com alças. É detalhe. Se naquela época eu tivesse um recurso desses, se tivesse conseguido sair mais vezes do país, se tivesse competido mais vezes fora para que a arbitragem me reconhecesse mais, poderia ter sido melhor", afirmou Mosiah Rodrigues, em entrevista ao rededoesporte.gov.br no último sábado. Com cinco medalhas na ginástica artística entre os Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007, Mosiah é o coordenador do Bolsa Atleta na Secretaria Especial do Esporte.
Com ouros no Pan de 2007 e de 2011 e uma medalha olímpica de cada cor como uma das marcas de sua carreira no vôlei de praia, o Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério da Cidadania, Emanuel Rego, reforçou que o edital recém-publicado do Bolsa Pódio e a recomposição do orçamento do Bolsa Atleta feita pela atual gestão do governo federal são ferramentas essenciais para manter o suporte à delegação nacional. O programa teve R$ 70 milhões adicionados e incluiu novos 3.142 contemplados.
"A nossa intenção é que a Bolsa Pódio seja um grande fomento. Nossa ideia é que algo perto de 200 atletas, entre olímpicos e paralímpicos, estejam entre os apoiados pelo governo federal nos Jogos de 2020”, disse Emanuel, que esteve em Lima ao lado do ministro da Cidadania, Osmar Terra. "O Bolsa Atleta é o maior programa de incentivo a atletas do mundo e queremos aumentá-lo ainda neste ano. O benefício é que ele estimula o atleta, permite que o atleta possa se dedicar à atividade dele 24 horas. Permite que faça seus treinos com tranquilidade e tenha o desempenho melhorado", afirmou o ministro.
Seis dos sete motivos para o Hino Nacional ser entoado neste domingo Lima vieram da água. Só na canoagem slalom foram quatro, dois com Ana Sátila (C1 feminino e Slalom Extremo) e dois com Pepê Gonçalves (K1 masculino e Slalom Extremo). Os dois são integrantes da categoria Pódio, a mais alta do Bolsa Atleta, voltada para quem figura entre os 20 melhores do mundo e tem chances de medalha olímpica.
"O Pan é muito diferente de outras competições. Eu competi no Mundial há duas semanas e não senti a pressão que senti aqui, de estar representando meu país, de ter as cores do país no peito. Estou muito feliz com o resultado", disse Ana Sátila. "A gente teve um grande apoio de patrocinadores que realmente levaram a canoagem a outro patamar, nos dando a oportunidade de conseguir viajar e ganhar experiência. O Bolsa Atleta nos dá a oportunidade de conseguir comprar o equipamento que precisamos e chegar numa competição internacional no nível dos europeus e conseguir resultados", completou Sátila, que também é vinculada ao Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas.
A canoagem slalom é uma das dez modalidades em que 100% da delegação no Pan é composta de bolsistas. Outro integrante da categoria Pódio, Felipe Borges conquistou o bronze no C1 masculino."A canoagem é um esporte caro. Um barco custa cerca de R$ 8 mil. O Bolsa Atleta vem nos ajudando muito nisso. E o resultado a gente vê em competições como essas, disse Felipe.
Também da água, mas nas maratonas aquáticas, veio a confirmação da fase consistente de Ana Marcela Cunha, que já havia sido destaque no Mundial de Desportos Aquáticos em Gwangju, na Coreia do Sul, dez dias atrás. Também integrante da categoria pódio do Bolsa Atleta, a baiana venceu a prova dos 10km em Lima com mais de um minuto de vantagem sobre a argentina Cecilia Biagioli. O bronze também foi brasileiro, com Viviane Jungblut.
"Quando a gente escreveu a lista de metas para o ano, não só verbalizamos. Colocamos no papel. Faltava o ouro dos 5km, e ela ganhou. Faltava o ouro no Pan, ela ganhou. Falta ganhar os 10km no Mundial. Ela já ganhou essa prova 23 vezes em etapas de Copa do Mundo. Tem que ganhar no Mundial, ela merece. E, lógico, o ouro olímpico", afirmou Fernando Possenti, técnico de Ana Marcela.
Ainda na água, mas nas ondas da praia de Punta Rocas, foi a vez de o longboard, modalidade não olímpica, contribuir para a ascensão nacional no quadro de medalhas. Chloé Calmon foi a vencedora da prova do pranchão. No total, a modalidade saiu dos Jogos de Lima com dois ouros, uma prata e um bronze. Quatro medalhas numa delegação de oito integrantes.
O último ouro nacional no domingo veio com João Menezes, no tênis. O mineiro de Uberada venceu na final o chileno Tomás Barrios. O título em Lima valeu para o atleta a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Para referendar o passaporte, o atleta precisa se manter entre os 300 melhores do mundo até junho de 2020. Atualmente, João ocupa a posição de número 212 na listagem da ATP.
Também contribuíram neste domingo para o quadro de medalhas nacionais as pratas na marcha atlética com Caio Bonfim e o bronze de Erica Sena, o bronze na prova de cinco bolas da ginástica rítmica e a prata acompanhada de vaga olímpica no Concurso Completo de Equitação do Hipismo. O handebol masculino, embora tenha perdido a semifinal para o Chile, ainda disputa o bronze nesta segunda-feira.
Perspectivas
Para este início de semana, o tênis de mesa já deixou uma boa perspectiva desenhada. Depois de um primeiro dia de disputas com 100% de aproveitamento, as três duplas nacionais estão classificadas para a semifinal da competição e, com isso, já garantiram pelo menos o bronze. Gustavo Tsuboi e Bruna Takahashi são os representantes nas duplas mistas. Bruna e Jessica Yamada, no feminino. E Gustavo ao lado de Hugo Calderano, no masculino. A modalidade, que tem sete bolsistas entre os oito convocados para o time, tem ainda as disputas individuais e por equipes ao longo da semana. O título individual no masculino e no feminino significa a conquista antecipada da vaga olímpica.
A última semana de competições também marca o início das duas modalidades que distribuem a maior quantidade de medalhas do programa dos jogos: natação e atletismo. Em ambas, mais de 80% dos integrantes da delegação estão vinculados ao patrocínio federal do Bolsa Atleta. Outra tradicional força brasileira virá dos tatames, com o judô, em que dez dos 13 atletas são bolsistas, com direito a medalhistas olímpicos como Rafaela Silva e Mayra Aguiar no elenco.
Fonte: Rededoesporte.gov.br