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Com lobo-guará de mascote, Grand Slam de Brasília será o maior já feito no país
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- Publicado em Quinta, 12 Setembro 2019 17:17
A cerimônia de lançamento do Grand Slam de Judô de Brasília, nesta quinta-feira (12.09), foi uma aula prática das engrenagens produtivas que movem o esporte. Para conhecer o lobo-guará que passa a ser a mascote oficial do evento e conferir as medalhas que serão entregues aos melhores na disputa de 6 a 8 de outubro, estavam lá dezenas de crianças que ainda dão os primeiros ippons de suas histórias. Muitas delas ao lado de familiares e responsáveis por levá-los e trazê-los dos treinos. Compareceram os senseis que ensinam essas e outras gerações de atletas da cidade considerada um celeiro de judocas.
Para dar substância à frase anterior, o campeão mundial Luciano Correa e Ketleyn Quadros, primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha individual em Jogos Olímpicos (Pequim 2008) eram exemplos da relação da capital federal com a modalidade. Capital que também é berço de Erika Miranda, segunda maior medalhista nacional em mundiais, com cinco pódios individuais, atrás só de Mayra Aguiar (seis).
"Brasília foi muito feliz em trazer o Grand Slam para cá. A gente vai poder entrar com quatro atletas em cada categoria e os demais países só vão poder trazer dois. Isso aumenta as chances de medalha e de pontuação no ranking para garantir a vaga olímpica", afirmou Ketleyn, titular da seleção na categoria meio-médio. "É uma oportunidade única. Uma competição de grande pontuação dentro de casa, com clima favorável, alimentação adequada, família ao lado. Um privilégio", completou. "O público vai ter a oportunidade de ver os melhores do mundo, não pensando só no alto rendimento, mas no lado de como o esporte transforma a vida de todas essas crianças que vão estar lá assistindo", disse Luciano Correa.
Uniam-se a eles parlamentares que, com emendas, ajudaram a buscar R$ 3 milhões para o evento que se desenha como o maior do tipo já realizado no Brasil e o primeiro fora do Rio de Janeiro. A capital fluminense recebeu as quatro edições anteriores, em 2009, 2010, 2011 e 2012. Até o momento, há 391 inscritos de 57 países, cifra que já é superior a todas as anteriores. Uma lista que contempla medalhistas em mundiais e Jogos Olímpicos, segundo os organizadores.
Também compareceram à cerimônia no Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal, integrantes do Comitê Olímpico do Brasil, da Confederação Brasileira de Judô, da Federação Internacional de Judô e do Ministério da Cidadania, este último responsável pela chancela, via Lei de Incentivo ao Esporte, para que outros R$ 2 milhões fossem captados para garantir a realização do Grand Slam.
"O esporte é uma ferramenta essencial de cidadania, de inclusão. É nesse sentido que a gente visualiza estar sempre ao lado de esportistas, federações e entidades, de governos de estados e municípios. Não apenas para fomentar o final da pirâmide, que é o alto rendimento, mas o esporte educacional, de formação, de participação da sociedade", afirmou Antônio Alcantara, diretor do Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte (DIFE) do Ministério da Cidadania.
"Essas crianças que estão aqui materializam o esporte educacional. Os pais, os colaboradores, o esporte de participação. Os senseis e mestres são a formação. E temos dois atletas maravilhosos que são símbolo e exemplo. Esse mix de educação, participação da família, formação com professores e alto rendimento é a representação do que é o esporte melhorando a condição de vida da população", completou Alcantara.
No plano esportivo, o Grand Slam representa até mil pontos no ranking mundial para os vencedores, essencial para os atletas que brigam para estar entre os 18 de cada categoria que terão a chance de representar o judô nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. No Mundial de 2019, disputado também na capital japonesa, no fim de agosto, o Brasil trouxe três bronzes. Um com Rafaela Silva, outro com Mayra Aguiar e um terceiro na equipe mista, categoria que vai estrear em Tóquio 2020. A delegação tinha 18 atletas na chave individual. Dezessete deles, como Mayra, Rafaela e Ketleyn, integrantes do Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
"Historicamente, os resultados do nosso judô competindo em casa são ótimos, então uma competição desse porte propicia crescer bastante, pontuar. E, para a Confederação de Judô, é importante realizar um Grand Slam, uma Copa do Mundo. Isso muda o patamar dela no cenário internacional. A gente tem certeza de que os resultados aqui vão ser fundamentais para a classificação e a subida no ranking dos nossos atletas", afirmou o vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Marco La Porta. O judô é o esporte individual que mais deu medalhas olímpicas ao Brasil. São 22, sendo quatro ouros, três pratas e 15 bronzes.
Palco e estrutura
O Grand Slam de Brasília será disputado no Centro Internacional de Convenções do Brasil, próximo a um dos cartões postais de Brasília, a Ponte JK. Segundo os organizadores, uma estrutura de mais de 300 toneladas de equipamentos será colocada de pé para montar a arena no padrão internacional, com capacidade para 2.500 torcedores. A lista completa dos atletas da seleção será anunciada no dia 22 de setembro, após o Troféu Brasil Interclubes, que também será em Brasília, nos dias 20 e 21.
Para o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o investimento no evento tem a capacidade de se reverter em ganhos nos planos econômicos, turísticos e de visibilidade da cidade. "Nós estamos levando Brasília para o mundo por meio do esporte. Quantos milhares de empregos não estamos gerando numa iniciativa como essa? Quantas pessoas vão trabalhar no evento? Quantos milhões de reais a cidade vai arrecadar com hotéis, turismo, restaurantes? Eu não consigo imaginar que as pessoas não vejam isso como um investimento em que todos podem participar e colher os frutos", disse o governador do DF.
Mascote
O lobo-guará que será a mascote do evento foi escolhido em votação por meio virtual com 52,99% dos votos, ou 2.339 participações. O animal é um dos símbolos do Cerrado Brasileiro, bioma característico da região da capital federal. O lobo-guará concorria com outros dois representantes do Cerrado: a jaguatirica, que teve 28,30% dos votos, e a ararinha azul, que acumulou 18,71%.
Definido como altivo, esguio e elegante, o lobo-guará também é conhecido como lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará e jaguaperi, todos nomes atrelados a sua pelagem laranja-avermelhada. Na natureza, vive por cerca de 15 anos. Apesar do porte e da nomenclatura de "lobo", é um animal tímido, solitário e praticamente inofensivo. Prefere manter distância de aglomerados humanos.
Gustavo Cunha - rededoesporte.gov.br