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Visita técnica ao Profesp mostra detalhes do projeto que beneficia 28 mil crianças no país numa parceria entre Cidadania e Defesa
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- Publicado em Quinta, 19 Setembro 2019 16:19
Eles marcham como parte de uma aposta na disciplina e entoam músicas no coral. Correm na pista de atletismo e trocam passes no campo de futebol. Remam em caiaques no Lago Paranoá e ajustam as braçadas e pernadas na piscina. Acertam o posicionamento do backhand do tênis e lapidam a precisão dos golpes em lutas marciais. A rotina é realidade para mais de 300 crianças e adolescentes em condição de vulnerabilidade social de escolas do Varjão, da Vila Planalto e do Paranoá, no Distrito Federal. Um cotidiano que se repete três vezes por semana, no contraturno escolar, e que inclui duas refeições diárias. O custo? Nove reais por dia por criança, ou R$ 240 por mês por menino ou menina atendido.
A "mágica financeira" de repercussão social é protagonizada pelo Forças no Esporte (Profesp), um braço do Segundo Tempo, programa da Secretaria Nacional de Esporte, Lazer e Inclusão Social do Ministério da Cidadania. Uma iniciativa realizada em parceria com o Ministério da Defesa e suportes municipal e estadual. Em todo o Brasil, segundo o coordenador geral do projeto, Vandeilson de Oliveira, são 28 mil crianças atendidas.
"O Profesp está presente em todas as capitais de todos os estados. São 201 quartéis. Atendemos inclusive 23 etnias indígenas. Chegamos onde ninguém vai. Estamos em Fernando de Noronha e em 15 pelotões de fronteira. O maior núcleo fica em Brasília, no Clube do Rocha, com mil crianças atendidas, 500 de manhã e 500 à tarde. A Força Aérea tem 31 quartéis, a Marinha 47 e os demais são do Exército", comentou.
O coordenador geral foi um dos anfitriões, na manhã desta quinta-feira (19.09), de um grupo de cerca de 50 pessoas que estão na capital federal para o seminário Políticas Públicas para a Cidadania e Cooperação Internacional, organizado pelo Ministério da Cidadania. O evento reuniu representantes de 24 nações. A visita técnica ao Profesp ocorreu no núcleo do Grupamento de Fuzileiros Navais, no Setor de Clubes Norte de Brasília, comandado pela Marinha.
Para mover as engrenagens do Profesp, o material esportivo e os uniformes utilizados nas aulas vêm de convênio com a Secretaria Especial do Esporte. O transporte dos alunos tem diversos modelos país afora. Em Brasília, por exemplo, conta com suporte de ônibus da Marinha e da Secretaria de Educação do Governo do DF. A alimentação dos meninos vem de convênio com Secretaria Especial do Desenvolvimento Social.
"Nós acreditamos muito no programa. Ele meio que traz a criança para o conceito de educação integral. Tira da condição de vulnerabilidade social. É um projeto que se destaca não só pelo esporte, mas por tirar os meninos da rua e mostrar a eles um outro referencial. Para a gente é muito bom ter em todo o Brasil esses núcleos do Segundo Tempo nessa parceria com a Defesa. Somos fãs do projeto", afirmou Sydney Cavalcante de Oliveira, chefe de gabinete na Secretaria Nacional de Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério da Cidadania.
Melhorias no corpo e na mente
Mais do que a promoção do esporte, da atividade física e de conceitos de cidadania, o programa também tem tido repercussões na qualidade de vida dos meninos. "Uma pesquisa recente que fizemos indicou que a combinação entre prática esportiva e alimentação saudável tem favorecido o ganho de massa muscular nos garotos e garotas, a redução de casos de obesidade e, o que é mais importante, um aumento de mais de 25% nas notas escolares. Temos casos de crianças com histórico de reprovação ou que não tiravam nem cinco de média, e que passaram a ser aprovadas com média de 7 ou 8", afirmou Vandeilson de Oliveira.
A linha de frente do projeto no Clube dos Fuzileiros Navais do DF é protagonizada pelo fuzileiro reformado Paulo Roberto Ribeiro de Faro, desde 2012 à frente do núcleo. "A ideia aqui é que eles possam ter acesso a pelo menos três modalidades esportivas, uma coletiva e duas individuais. Para isso, desenvolvemos oficinas específicas. Em dois dias a criança opta pelo que gosta. No terceiro designamos uma atividade diferente, para apresentar outros esportes. O grupamento também consegue servir ao pessoal da comunidade, além das escolas. Algumas crianças, por exemplo, vêm por indicação da comunidade, via Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)", explicou Paulo Roberto.
"O resultado é muito bom. O que se deseja é levar para eles disciplina e condições de ter uma vida melhor. No futuro, o que eles aprendem aqui podem até ensinar, e não somente exercer. Alguns aqui saíram como atletas e hoje vivem do atletismo. O Joseías Ferreira das Chagas, por exemplo, se tornou sargento do Exército e da equipe de orientação da Seleção Brasileira. Temos também o Paulo André, que recentemente registrou seu primeiro ponto no circuito profissional do tênis. O propósito principal é a integração social pelo esporte, mas podemos revelar talentos", completou Paulo Roberto.
Gustavo Cunha - Ascom - Ministério da Cidadania