Ele é uma promessa para o atletismo brasileiro nos próximos anos, e com o apoio recebido do programa Segundo Tempo - Forças no Esporte, Joseías Ferreira da Chagas, 14 anos, morador do Varjão, bairro pobre da periferia de Brasília, pode chegar logo ao pódio. Se continuar treinando com toda a infraestrutura oferecida pelo Grupamento dos Fuzileiros Navais de Brasília, onde funcionam três núcleos do Segundo Tempo, programa de inclusão social do Ministério do Esporte, em parceria com o da Defesa, o garoto pode tornar-se um grande campeão no atletismo.

Aluno da sétima série do Centro de Ensino Fundamental do Lago Norte (Cedlan), Joseías frequenta o grupamento há dois anos, das 7h às 10h45, cinco vezes por semana, com autorização do comando, e aos sábados treina no Parque da Cidade, com a ajuda do professor de educação física e fisiologista do exercício Antônio Carlos Miranda, seu treinador e grande incentivador. Todas essas atividades são realizadas em horário contrário às aulas do colégio onde estuda.

Para o professor Miranda, o garoto Joseías tem todos os atributos para se tornar um grande atleta. "Ele começou a treinar em 2010, participou de várias corridas e chamou a atenção de todos, ao chegar sempre entre os cinco melhores em corridas de velocidade, modalidade não apropriada para a idade dele. Em uma corrida de 12 minutos, no grupamento, ele ganhou de todos os militares adultos", afirma o professor.

No próximo ano, Joseías muda de categoria e vai para as provas oficiais de 3 mil a 5 mil metros. Seu objetivo no momento é participar dos Jogos Escolares de Brasília e Olimpíadas Escolares em Natal, classificar-se e realizar seu sonho: virar um grande atleta.

Filho de uma dona de casa e de um pedreiro, Joseías é o segundo de cinco irmãos. "Esse programa mudou minha vida completamente e, e sem ele, não teria condições de praticar essas atividades", completa o estudante. O Segundo Tempo, em parceria com os ministérios da Defesa e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, garante transporte, alimentação, vestuário, esporte e lazer a 200 crianças do Grupamento de Fuzileiros Navais em Brasília, e a 12 mil em 80 núcleos de todo o país.