Guerreiros indígenas da etnia Gavião são os melhores atletas da Corrida de Tora em 2009

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Publicado em Sábado, 07 Novembro 2009 17:15

Depois de vencer duas semifinais contra os povos Xerente e Xavante, os guerreiros Gavião e Canela emplacaram a final da corrida de tora, no último dia de competição dos Jogos Indígenas. E foi numa disputa acirradíssima que, durante alguns momentos, foram alcançados pela equipe da etnia Canela, mas o povo Gavião venceu a competição. Os Jogos dos Povos Indígenas deste ano aconteceram em Paragominas, interior do Pará. O evento esportivo reuniu mais de 1.300 indígenas de todo o país, distribuídos em 33 etnias. As duas semifinais também foram muito emocionantes. As equipes entravam na arena de duas em duas, realizando três voltas olímpicas. A primeira aconteceu entre os Xerente e os Gavião. Depois de correr três voltas, a etnia que veio do Tocantins - o povo Xerente - venceu e teve direito, além de torcida eufórica, à volta olímpica na arena. Na segunda semifinal da corrida de tora, quem se enfrentou foram os povos Xavante e Canela. As duas maiores arquibancadas da arena foram selecionadas para torcer por cada equipe, o que tornou a disputa mais empolgante. Enquanto os indígenas se enfrentavam na arena, dois caciques de cada etnia gritavam ao microfone, simultaneamente, palavras de motivação nas línguas Xavante e Canela, para que seus atletas tivessem maior desempenho. Resultado: Canelas vencem com uma volta de vantagem sobre os Xavantes. A final foi empolgante. Os guerreiros Canela, que partiram na frente dos Gavião, foram ultrapassados pela equipe adversária logo na primeira volta. Já na segunda, os Gavião recuperaram a primeira colocação. E, na terceira volta, a disputa foi tetê-à-tête. Nos momentos finais da corrida, os Gavião que estavam quase empatados com os Canela, venceram a competição por frações de segundos. Cada equipe participou com seis integrantes, que revezavam uma tora do tronco da palmeira Buriti, que pesa em média 100 quilos. "Meu Deus, será que quando eu crescer terei tanta força para carregar um tronco desses nos ombros?", questionou o estudante José Marcos dos Santos, 10 anos. Carla Belizária Foto: Francisco Medeiros Ascom - Ministério do Esporte