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Fórum social indígena debate assuntos de interesse comum em Paragominas (PA)
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- Publicado em Quinta, 05 Novembro 2009 18:00
Durante a décima edição dos Jogos dos Povos Indígenas em Paragominas, no Pará, três dias foram marcados por uma agenda intensa de debates sobre questões indígenas. O palco de discussões do Fórum Social Indígena foi o Parque de Exposições da cidade. Na abertura do evento, um indígena Ka'apor deu as boas vindas aos participantes e falou um pouco sobre o esforço pessoal para melhorar a qualidade de vida de seu povo. "Tenho 43 anos de idade, terminei o ensino fundamental e estou cursando o 1º ano do ensino médio. Quero fazer faculdade de Direito para defender vocês", anunciou. O vice-prefeito de Paragominas, Paulo Tocantins, fez a saudação de boas vindas em nome de todos os moradores locais. "Viemos aprender um pouco mais sobre os indígenas, seus costumes, sua cultura e conhecimento. Por isso, transferimos a chave da cidade para o Comitê Intertribal porque queremos que nossos índios mantenham viva a cultura de seus ancestrais. É uma felicidade enorme tê-los aqui", declarou. A solenidade contou com a participação de Joel Oliveira Terena, que coordenou os trabalhos. Antes de dar início às atividades, ele pediu a todos os presentes que aplaudissem o grande espírito guerreiro. "Para nos dar sabedoria para refletir da melhor forma possível", disse. Também fez parte do evento Maria Helena Pareci, conselheira da Secretaria da Igualdade Social (Sepir) e uma das fundadoras do Conselho Nacional das Mulheres Indígenas (Conami). "Palestinos, negros, judeus e indígenas são minorias. Conheci o que são os Calungas. São afrodescendentes que moram num quilombo próximo a Brasília", explicou. Maria Helena acrescentou que esse povo necessita de apoio porque sofre com o preconceito da sociedade brasileira e até de indígenas que não conhecem a fundo a cultura deles. "As danças africanas são chamadas de macumbaria. Mas não é. Isso é a cultura deles", lembrou a conselheira. "A sociedade acredita que por a gente estar com estas vestes tradicionais não somos um ser pensante", afirmou a antropóloga Iza dos Santos Tapuia, coordenadora de Proteção dos Direitos dos Povos e Populações Tradicionais. De acordo com ela, o apoio à luta dos povos indígenas tem que ser uma constante e ter as bases estruturadas na educação, no esporte, na cultura, na saúde e no lazer. "Hoje nossos parentes se esforçam na escola e estão surgindo profissionais, como advogados, antropólogos, nutricionistas. A gente cresce, mas a gente se enraíza em nossos costumes. Somos nós, integrantes da nação indígena brasileira, que saímos da aldeia para estudar e volta para ajudar o nosso povo", finalizou. Carla Belizária Foto: Francisco Medeiros Ascom - Ministério do Esporte