Ministério do Esporte Pernambuco terá participação recorde de etnias Jogos dos Povos Indígenas
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

 
Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.

Informações:  (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

                          

Pernambuco terá participação recorde de etnias Jogos dos Povos Indígenas

Ao sediar os Jogos dos Povos Indígenas, Pernambuco terá participação recorde de etnias no evento. Das 10 etnias que habitam o estado de Pernambuco - cerca de 35 mil habitantes - sete representações confirmaram presença na nona edição, que este ano acontece nas cidades de Recife e Olinda (PE), entre os dias 24 de novembro e 1º de dezembro. A primeira edição dos Jogos Indígenas aconteceu em Goiânia, em 1996. Foi a única que contou com a presença de etnias de Pernambuco, representados pelos povos Fulni-ö, que esse ano não participarão dos jogos por estarem no ritual do Ouricuri. Os Tuxa e os Xukuru também estarão ausentes . Já os Atikum, Kambiwá, Kapinawa, Pankará, Pankararu, Pipipã e Truka confirmaram a participarão nos Jogos. Para a secretária Nacional de Desenvolvimento de Esporte e Lazer do Ministério do Esporte, Rejane Penna Rodrigues, a maior presença de etnias pernambucanas nos jogos demonstra a importância do esporte como agente aglutinador. "Cada vez mais o esporte e o lazer confirmam seu papel e importância, também junto aos povos indígenas. Reconhecer esses direitos como elementos imprescindíveis para a qualidade de vida é, para nós, organizadores dos jogos, mais que um objetivo, uma obrigação", declarou. O processo de contato dos colonizadores com os indígenas de Pernambuco data de 1500. É marcado por diversas mudanças que vão desde a perda da aparência e da cultura material indígena somada ao ganho de novos elementos como a utilização das mesmas vestimentas do homem sertanejo. Outro grande prejuízo identificado foi a perda da língua mãe Tupinambá, do tronco lingüístico Tupi Guarani, que foi substituída pela língua oficial do Brasil. De acordo com Renato Athias, coordenador do núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Etnicidade da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a perda das línguas materiais foi promovida oficialmente pelo governo imperial, conforme registro em relatório de Gonçalves Dias. O poeta foi contratado pelo império para fazer a inspeção nas escolas do país. "Gonçalves Dias declarou em seu relatório que enquanto não houvesse uma política da inclusão da língua portuguesa dentro das escolas indígenas , seria muito difícil manter o idioma português como a língua oficial do Brasil", relata o antropólogo Athias. "Já nos tempos atuais as escolas de comunidades indígenas desenvolvem o trabalho de alfabetização também na língua indígena", contrapõe Carlos Terena, um dos idealizadores dos jogos. Pernambuco foi um importante porto brasileiro para a exploração da principal matéria prima do País : o açúcar. Até meados de 1920 o estado possuía o PIB (produto interno bruto) maior que o estado de São Paulo. Os indígenas eram então utilizados como mão-de-obra escrava. Mais tarde, o governo imperial instituiu o fim das aldeias indígenas, que foram transformadas em vilas. Tudo isso deu início à política de extermínio da cultura indígena. " Agora esses indígenas estão buscando uma maior integração com as demais etnias brasileiras , numa demonstração de raça, força e interesse em mostrar sua cara para o Brasil, fazendo-se presentes e resgatando seus costumes tradicionais nos jogos indígenas", defende Rejane Penna Rodrigues. Realidade pernambucana Associados à região do semi-árido onde detêm conhecimentos específicos, os indígenas pernambucanos têm aldeias em 15 municípios. Suas festas e rituais estão relacionados ao meio ambiente sertanejo. A vestimenta visivelmente não se difere da utilizada pelo homem do sertão e a relação com o Rio São Francisco envolvendo fatores como seca, chuva, falta d?água e criatórios de animais, é uma constante. Somente durante os rituais utilizam roupas específicas tradicionais, feitas à base da palha da palmeira Ouricuri. Nestas festas, diversos encantamentos se manifestam. Para deliberar sobre diversos assuntos de interesse da comunidade existe uma organização forte, dentro das escolas indígenas - a Comissão de Professores Indígenas de Pernambuco (Copipe). A entidade atua na elaboração de projetos, nas escolhas coletivas e na luta pelo reconhecimento do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena. Conheça as etnias indígenas de Pernambuco participantes dos jogos Atikum Ocupam uma área de 16 mil hectares nos municípios de Carnaubeira da Penha e Salgueiro. Vivem da agricultura de subsistência, em uma região de extrema seca e produzem artesanatos. Sua população é de 3.305 indígenas que ocupam 45 aldeias. Os "caboclos da Serra do Uma aprenderam a dançar o toré com seus vizinhos Tuxá. No início dos anos 40, procuraram o Serviço de Proteção aos Índios, dando início ao processo de seu reconhecimento oficial como grupo indígena. Kambiwá O grupo ocupa uma área de 27 mil hectares de terra entre os municípios de Ibimirim, Inajá e Floresta, desenvolvendo agricultura de subsistência, com uma população de 2560 índios, distribuídos em nove aldeias. Kapinawa Vivem espalhados em 16 aldeias, com uma população de 2.505 indígenas, nos municípios de Buíque e Tupanatinga. Preservam a dança do Toré e seus cânticos e vivem da agricultura, do artesanato e da produção de castanha de caju. Pankara Etnia recentemente reconhecida, composta por 48 aldeias e 2.430 indígenas, no município de Carnaubeira da Penha, na Serra do Arapuá. Praticam a agricultura de subsistência e o artesanato. Mantêm os seus ritos tradicionais como a dança do toré e cantos próprios. Pankararu Estão distribuídos em 14 mil hectares de terra entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia. Assim como os outros povos do Nordeste, o emblema da cultura Pankararu consiste no sistema ritual do Toré e no culto aos Encantados a ele associado. Além disso, conservam algumas de suas festas tradicionais como a Festa do Menino do Rancho e o Flechamento do Umbú. Sua população é de 5.100 indígenas distribuídos em 17 aldeias. Pipipã Esses indígenas viviam nas caatingas entre os vales dos rios Moxotó e Pajeú, e foram praticamente dizimados em meados do século XVIII. Atualmente existem 1.437 índios, em 09 aldeias, no município de Floresta, na região do Rio São Francisco. Preservam o ritual do Ouricuri praticado em outubro na Serra Negra, local sagrado para os Pipipâ. Vivem basicamente da agricultura. Truka São 3.824 indígenas que habitam a Ilha de Assunção, no município de Cabrobó, em 29 aldeias. São um dos maiores produtores de arroz e cebola do Estado. Como na grande maioria das comunidades indígenas no Nordeste, o consumo da jurema e o complexo ritual do toré constituem o cerne da religiosidade Truká e alicerçam sua identidade étnica. Lutam pela preservação do Rio São Francisco. Carla Belizária Ascom - Ministério do Esporte

Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla