Pintando a Cidadania garante independência financeira a moradores de Valparaízo (GO)

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Publicado em Sexta, 21 Setembro 2007 14:53

Se usar uma linha com agulha para consertar uma roupa em casa já era difícil, manusear uma máquina de costura para a produção de uniformes em larga escala nem pensar. Mesmo selecionada para trabalhar na fábrica do Programa Pintando a Cidadania, em Valparaízo (GO), a dona de casa Tatiane Jesus de Souza, 26, quis desistir por causa da falta de experiência. Mas a necessidade falou mais alto. Dois meses no curso de capacitação, oferecido pelo Ministério do Esporte, foram suficientes para que ela se destacasse pela excelente produção, recebendo o primeiro salário, no valor de R$ 555,00, como costureira profissional. "Meu Deus, minha expectativa era receber menos que um salário mínimo. Nunca vi tanto dinheiro em minha vida", disse emocionada, ao contar as sete notas de dinheiro que recebeu pela produção. Mãe de dois filhos, contemplados pelo Segundo Tempo, programa de inclusão social do Ministério do Esporte, Tatiane Souza recorda os maus momentos e como agia para driblar as inúmeras dificuldades. "Meu marido, que está desempregado, vive de bicos. Pagamos aluguel de R$ 100 e graças ao Programa Segundo Tempo meus filhos não passam fome. Além do reforço escolar e da prática esportiva dados no programa, a alimentação entra como um presente de Deus na hora certa", revela. Para a mais nova trabalhadora do Valparaízo, a independência financeira assegurada pelo esporte fará com que realize o sonho da casa própria. "Vou abrir uma caderneta de poupança e em um ano estaremos com nossa casinha comprada", calcula. Tatiane é uma das 70 pessoas contratadas entre serigrafistas e costureiras. Os profissionais são responsáveis por uma produção diária de 400 camisetas e 250 bonés. O convênio, que tem como gestor a Cooperativa Pró-Ação, tem duração de 18 meses e prevê uma produção de 80 mil itens no período. Esporte revoluciona setor Um ilustre morador do bairro Céu Azul, Laurentino Fernando, 75, está satisfeito com os benefícios que a fábrica do Pintando a Cidadania trouxe para a cidade. Piauiense aposentado e morador de Valparaízio há 17 anos, ele ressalta que a cooperativa está revolucionando a vida de todos. Ele explica que a partir da instalação da fábrica do Ministério do Esporte gerando emprego para a população, o comércio local começou a reagir e que até a segurança pública ficou bem melhor. "O posto da Policia Militar que fica em frente à sede da cooperativa estava desativado há mais de cinco anos. Agora o local foi reformado e reativado e os moradores estão mais seguros", justifica o idoso, que também trabalha na fábrica realizando serviços de marcenaria. Mais oferta de trabalho A fábrica trabalha com uma expectativa de contratação de mais 80 novos funcionários. É que a Cooperativa Pró-Ação aguarda a formalização de outro convênio com o Ministério do Esporte, desta fez, para a produção de bolas. A nova etapa de parceria prevê duplicar oferta de trabalho. "A idéia é, a partir de outubro, disponibilizar um total de 150 empregos formais", explica o presidente da cooperativa Pró-Ação, Zilmar Moreira. Carla Belizária Na imagem: Tatiane Souza Crédito: Francisco Medeiros Ascom - Ministério do Esporte