Ritual do fogo anuncia contagem regressiva para os Jogos dos Povos Indígenas de 2005

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Publicado em Sexta, 18 Novembro 2005 18:41

A praia de Iracema, em Fortaleza (CE), foi totalmente modificada: virou uma arena esportiva gigante para sediar os Jogos dos Povos Indígenas e receber um público estimado de 30 mil visitantes durante os 10 dias de evento. Logo mais, às 18h de hoje (18) - horário de verão -, no Parque Ecológico do Cocó, distante 15 quilômetros da aldeia, será feito o fogo da maneira tradicional dos índios Rikbaktsa, do Mato Grosso. Esse fogo será levado neste sábado (19), às 18h30, por atletas cearenses e indígenas. Com ele serão acesas a tocha e a pira olímpica para anunciar a abertura oficial do espetáculo sócio-esportivo e cultural brasileiro que acontece na capital cearense. Logo após a produção do fogo simbólico, o encerramento das atividades do dia ficará por conta de duas apresentações indígenas. A partir das 17h30, o público poderá conhecer a história dos Jogos dos Povos Indígenas, realizados pela primeira vez no ano de 1996, em Goiânia (GO), a partir de um sonho dos irmãos Carlos e Marcos Terena. Nove modalidades esportivas estarão em disputa: arco e flecha, canoagem, arremesso de lança, cabo de força, natação/travessia, atletismo (100 metros rasos), corrida de fundo (5 mil metros), corrida de tora e futebol (masculino e feminino). Haverá também durante os Jogos Indígenas demonstrações de esportes tradicionais. Estão programadas durante os dez dias de evento apresentações de Hipipi (modalidade desenvolvida com arco e flecha e praticada pelos indígenas xinguanos), de Jãmparti (corrida de tora apresentada pelas atletas Gavião Kyikatêjê/Parakatêjê) e de Jikunahiti (futebol em que o atleta usa apenas a cabeça na condução da bola, praticado pelos povos Paresi, Irantxe e Nambikwara). Já o povo Xikrin vai apresentar o Peikrã, uma espécie de jogo indígena de peteca muito comum entre os índios. Já a Zarabatana, um tipo de tiro ao alvo em que os povos Matis utilizam-se de um artefato feito com um cano de bambu com uma seta com veneno na ponta que, soprada pelo caçador, imobiliza a presa. Porém, nessa demonstração o alvo será o olho de um peixe desenhado numa madeira. Carla Belizária