Ministério do Esporte Quem diria... Índio também "fica"
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Quem diria... Índio também "fica"

É uma verdadeira cidade erguida no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Com direito a funk das preparadas, das popuzudas e das cachorras. Sim, engana-se quem pensa que índio não curte funk, ainda mais se tocado num moderno aparelho de CD, sem ruído nenhum. Coisa de primeiro mundo. Índio sabe, sim, o que é bom. Mesmo que esse bom seja o irritante funk do Tigrão. Mas isso é uma outra história. Pura questão de gosto...E como alguém um dia já disse, gosto - decididamente - não se discute. No lugar onde estão armadas as 22 ocas, tem paquera, suspiro apaixonado de índia romântica e sutis "ficadas". "Conheci uma Terena e a gente ficou, mas sem compromisso. Foi só pra passar o tempo...", conta, cheio de moral, Luciano, de 21 anos, índio Guarani. Tem sido assim. A paquera rola solta entre as tribos. Sinal dos tempos modernos. Na manhã de hoje (26), a Guarani Adriana, de16 anos (que vive em Dourados, Mato Grosso), vestiu a melhor roupa. Calça preta, blusa azul de bordado e calçou chinela laranja. Caprichou no batom vermelho sangue. Penteou os longos cabelos pretos e conferiu o visual num pequeno espelho quebrado. Depois, sentou-se na entrada da oca. Cruzou as pernas. Fez pose de moça bonita. Ela sabe que é bonita. Do outro lado, um grupo de rapazes dos Cinta Larga, em roda, jogavam futebol. Exibiam-se para a moça. Sabiam que ela estava olhando. Adriana interessou-se por um deles. "Só não posso contar quem é", diz, completamente encabulada. Mas, diante da insistência do repórter, confessa: "De todos os índios que vieram pros jogos, os Cinta Larga são os mais bonitos. Tem cada um....", suspira, passando vagarosamente a mão sobre os longos cabelos. Dentro da oca dos Guarani, Ofélia, 18 anos, deitada num colchonete e com a perna engessada (machucou-se na partida de futebol), lia revista de fofocas de novela. "Adoro novela. Acho o Lucas (papel do ator Murilo Benício na novela global O Clone) lindo. Pena que a gente não trouxe televisão pra cá. Tô perdendo tudo..." E Luciano, aquele Guarani que "ficou" com uma Terena? De bermuda cinza. sandália de surfista e camiseta branca já estava de olho numa índia da tribo Guató. "Elas são bonitas. Na verdade, empatam com as Terenas", reconhece. Na entrada da oca dos Cinta Larga (habitantes de Cacoal, em Rondônia), o funk do Tigrão arrebentava. Um dos índios ensaiava alguns passos. A Guarani Adriana, moça bonita de batom vermelho, continuava sentada na porta. Ora arrumava os cabelos. Ora retocava o batom. O misterioso apaixonado da tribo dos Cinta Larga - que só ela sabe quem é não entrega jamais - exibia-se na peladinha em roda. Ofélia, deitada no colchonete, sonhava acordada com os galãs de novela. Luciano, o conquistador, avisava: "Não quero nada sério com nenhuma índia. Só quero "ficar" e passar o tempo..." E assim, entre um funk e outro, entre paqueras, "ficadas" e sonhos, a vida passa na cidade indígena erguida no Parque das Nações. De uma forma simples. Lúdica. Quase ingênua. Como bonito e ingênuo é o sorriso de Adriana. A índia bonita que coloca cadeira na entrada da oca, passa batom vermelho e sonha com o primeiro amor. Marcelo Abreu
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