Ministério do Esporte Cabo de guerra, a sensação dos jogos
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Cabo de guerra, a sensação dos jogos

Não dá outra. Nem o sol escaldante consegue afastar público e índios da prova de Cabo de Guerra - modalidade em que índios e índias se posicionam em fila indiana, frente a frente, segurando uma enorme corda. Competem pelo menos 10 de cada lado. Ganha quem conseguir trazer o adversário para seu lado. Derrotá-lo, sem chance de recuperação. É prova de resistência física. Da força e virilidade do homem indígena. Embora haja a versão feminina, a masculina é que mais empolga os espectadores. A torcida vibra. Arquibancada vai à loucura. Homem branco admira. E tem até tribo predileta. Índios gritam na língua nativa. Batem palmas. Às mulheres, cabe o incentivo maior. Talvez a torcida decisiva. E mais importante. Elas entram na arena onde estão sendo disputados os jogos e, ao som da batida do maracá que carregam nas mãos, berram quase no ouvido dos atletas de suas tribos. As índias gritam efusivamente. Pulam. Quando a tribo ganha, a comemoração é emocionante. Índios se jogam na areia. Rolam abraçados. Índias agitam freneticamente o maracá. Depois, em roda, homens e mulheres entoam um canto de agradecimento. Um canto aos deuses da força. Da virilidade. A tribo que perde, sai cabisbaixa. Em fila. Não há vaias. Todos se recolhem. As mulheres depois cobram pela derrota, em tom ríspido. Os índios não revidam. Da mesma forma elas agem quando os índios saem para caçar e voltam sem nada. Na tarde de hoje (23), Pahama, de 16 anos, era uma das mais animadas. Da tribo dos Gaviões, no sul do Pará, chamava as amigas. Incentivava os competidores da tribo. Queria a vitória. "Se a gente perde, as mulheres acham que não temos força. Fica chato pra gente depois. É a prova da resistência", diz Josiel Terena, de 24 anos. E foi no meio de euforia e muita gritaria que a prova do Cabo de Guerra foi disputada hoje (23). "Acho muito legal a prova. Eles disputam com seriedade e vontade de ganhar mesmo. É emocionante", elogia o bancário Antônio Luiz Machado, de 35 anos. Machado saiu do banco às 16h e veio ao Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, para assistir à prova. Assim, em meio a emoção natural de um povo simples, que vibra com entusiasmo quando ganha a prova - como se fosse a principal realização da vida - , que estão sendo realizados os IV Jogos dos Povos Indígenas. Nessas coisas simples, bem simples mesmo, percebe-se a verdadeira identidade do índio. E suas sutis paixões.
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