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Confira entrevista do secretário Toninho Nascimento ao jornal A Tarde (BA)
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- Publicado em Quinta, 10 Outubro 2013 17:40
O secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, concedeu entrevista ao jornal A Tarde, da Bahia. Confira abaixo a íntegra da matéria publicada na quarta-feira (09.10).
"O futebol do nordeste precisa se unir, senão ficará para trás"
Por Diego Adans
Após mais de 15 anos como editor do caderno de Esporte do jornal O Globo, no Rio, o jornalista Toninho Nascimento assumiu, no início do ano, a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Ontem (08.10), o agora secretário esteve presente ao sorteio dos grupos da Copa do Nordeste. Na ocasião, Toninho concedeu entrevista exclusiva ao A TARDE. Entre os assuntos abordados, falou sobre os projetos do Ministério do Esporte, da necessidade de união entre os clubes do Nordeste e enalteceu o fortalecimento da Copa do Nordeste.
Como você vê todo esse movimento de investimentos voltados ao desenvolvimento da Copa do Nordeste?
É um início de um ótimo caminho. Um torneio que terá organização da CBF, dará ao campeão vaga na Sul-Americana. É uma grande ajuda para o futebol do nordeste. Penso o seguinte: o futebol daqui (do nordeste) precisa se unir, digo: os clubes, as federações, os governos, porque é um fato político também, ou então, o futebol nordestino ficará para trás.
Quais as ações já feitas ou que estão em pauta pelo Ministério do Esporte voltadas especificamente para o Nordeste?
Ainda não tem uma ação especifica. Talvez não seja o caso de o Ministério ter uma proposta para o Nordeste e, sim, o próprio Nordeste nos apresente uma proposta. De baixo para cima e não, de cima para baixo.
A região Nordeste sempre ficou conhecida pelo excelente público que leva aos estádios. Porém, com as novas Arenas e o aumento dos preços dos ingressos, já é notória a redução de público. O que pode ser feito para amenizar isto?
Tivemos uma reunião na semana passada para ver o que pode ser feito. Há uma preocupação clara da presidente Dilma em relação ao preço dos ingressos. Isso afugenta o torcedor. O futebol no Brasil é essencialmente uma forma de manifestação cultural das classes menos favorecidas. Isso não é chavão. Não se pode achar que todo mundo vai pagar R$ 50, 70, 100. O governo está vendo o que pode se pode fazer. Uma das ideias é o subsídio cruzado. Ou seja, no camarote, por exemplo, cobra-se o que você quiser. Com isso, sairá um ingresso mais barato para a arquibancada. Quem pode mais, paga mais. Quem pode menos, paga menos.
Na Série A, três clubes são nordestinos: Vitória, Bahia e Náutico. O Náutico já está praticamente rebaixado. Os baianos, de certa forma, ainda correm algum risco...
Acho que o Bahia vai bater um recorde: ficar cinco anos consecutivos na primeira divisão desde a era dos pontos corridos. Isso é um absurdo. Os clubes do Nordeste precisam imediatamente se unirem. Um clube de ponta hoje, Corinthians e Flamengo, por exemplo, faturam por volta de R$ 300 milhões. Já um clube nordestino que disputa o mesmo campeonato fatura algo em torno de R$ 50 milhões. União é a saída para isto. Se não houver isso, a tendência é que cada vez mais será difícil um clube daqui (Nordeste) se manter na Primeira Divisão, onde o dinheiro está.
Falando agora sobre o Futebol Feminino. Há também alguma ação do Ministério voltada para as mulheres?
Este ano, conseguimos fazer o primeiro campeonato brasileiro desde 2001. Já se conseguiu fazer algo. Temos Libertadores daqui a um mês. A ideia do ano que vem é aumentar este Brasileiro, tentar colocar times de camisa neste certame. Por exemplo, Bahia, Sport, Vitória, outros clubes apostem no futebol feminino. Temos o projeto também de financiar estaduais Sub-17 no futebol feminino. Tentar correr contra o tempo para as Olimpíadas. As pessoas esquecem, mas há futebol feminino nos Jogos Olímpicos.
Quando assumiu a função de secretário, numa de suas falas você abordou a discussão sobre o calendário brasileiro, bandeira hoje defendida pelo Bom Senso FC. Qual sua opinião sobre o movimento?
Eu acho ótimo. O Ministério vê com bons olhos este movimento, lembrando sempre uma coisa: não podemos tornar os estaduais os vilões da história. Eles não são, mas, sim, suas fórmulas de disputas. Temos os clubes de elite, por exemplo, jogando muito mais do que o campeão Bayern de Munique. Os clubes menores, por sua vez, não jogam nada. Estes são fundamentais. Noventa por cento dos clubes brasileiros não são de elite, ficam o segundo semestre todo parado. Eu acho que o Brasil não pode ser um único lugar no mundo, onde o calendário é diferente ao da Europa. Isso é péssimo de vista de investimento e datas Fifa, por exemplo.