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Arthur Nory: um pódio olímpico só vem com investimento frequente e de longo prazo
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- Publicado em Quinta, 11 Abril 2019 11:27
Dia 14 de agosto de 2016. Arthur Nory chegava para a final do solo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com a última vaga, depois de terminar a etapa classificatória em nono lugar e de herdar o posto dos japoneses, que já tinham a cota máxima de outros dois representantes. Aos 22 anos e sem favoritismo, o paulista de Campinas enfrentou veteranos na decisão. A arena do Parque Olímpico da Barra interrompeu o tradicional silêncio da prova masculina para embalar os movimentos do atleta da casa com gritos e aplausos. E a maior comemoração partiu dele mesmo: após finalizar a última sequência de saltos, Nory sorriu, agitou os braços, vibrou muito. Sabia que tinha cumprido a sua missão. Pouco tempo depois, a nota de 15.433 lhe renderia a inédita medalha de bronze olímpica, ao lado da prata de Diego Hypolito.
Subir ao pódio dos Jogos, ver a bandeira do país tremular e receber uma medalha no peito são os grandes objetivos de qualquer atleta de alto rendimento. Tudo isso, no entanto, é resultado de uma construção de longo prazo, moldada em anos de treinos, esforço, dedicação e, também, de investimentos necessários para manter o atleta saudável e em atividade. Para Arthur Nory, o apoio que lhe ajudaria na conquista no Rio de Janeiro começou sete anos antes, ainda em 2009, quando o ginasta ingressou, pela primeira vez, no Bolsa Atleta, do governo federal.
"Eu não tinha nenhum patrocínio e o Bolsa Atleta estava ali para me apoiar, desde a minha formação, da categoria de base para a adulta, além do apoio do meu clube", relembra Nory. Naquele ano e também em 2011 e 2012, o ginasta foi contemplado na categoria Internacional do programa. A partir de 2013, entrou para a mais alta, a Pódio. Ao todo, já foi beneficiado até hoje com R$ 454,4 mil.
"Esse apoio ajuda na minha recuperação, o que se reflete num melhor desenvolvimento dentro do treino. Posso ter uma alimentação melhor, e isso faz muita diferença quando você atinge o alto rendimento. Qualquer detalhe é somado para você conseguir um bom resultado", conta. "Então uso na alimentação, no transporte, para vir até o clube, para ter toda essa segurança e manter o meu corpo inteiro e saudável, para buscar ajuda numa terapia ou na reabilitação quando volto de lesão", acrescenta.
Tratar lesões, por sinal, foi uma rotina para ele nos últimos anos. Nas Olimpíadas, Nory já estava sentindo dores no ombro e no pé, que precisaram ser operados ainda no fim de 2016. "Foi um ano de remédios", recorda-se. Em 2017, mais uma cirurgia no ombro. Mesmo diante das dificuldades inerentes ao esporte, ele acredita que o programa também funciona como incentivo para que os atletas se dediquem e busquem mais resultados. "Não é qualquer atleta que pode entrar. Você tem de ser medalhista em competições internacionais ou nacionais, dependendo do seu nível. Isso é uma motivação a mais para o atleta querer sempre melhorar e se manter entre os melhores", pondera.
Além de todo o suporte para a parte esportiva, os recursos também já foram fundamentais do lado de fora dos ginásios. Em 2010, a casa em que Nory morava com os pais, em São Paulo, passou por um problema na fiação elétrica. "A gente ficou uns seis ou oito meses sem conseguir tomar banho em casa. Meus pais não tinham condições de arrumar", conta. Os banhos, então, eram no clube ou de balde. "Minha irmã trabalhava e eu recebia o Bolsa Atleta e pelo clube. Juntamos dinheiro e conseguimos arrumar. Então desde aquela época já existia esse suporte para ajudar no meu dia a dia, na minha vida fora da ginástica, para ter uma condição melhor de vida", ressalta Nory.
Rumo a Tóquio
A experiência de viver o clima olímpico e conquistar uma medalha nos Jogos não foram ainda suficientes para Arthur Nory, que agora mira em uma nova chance no Japão, em 2020. Recuperado das lesões, ele já sabe que precisa cuidar do corpo e da mente para chegar 100% a Tóquio.
"A medalha no Rio foi resultado de muita dedicação para chegar a essa Olimpíada. Desde os Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010, eu já estava mirando o Rio. Foi muito trabalho. Depois que passa, tem essa pressão por mais medalhas, a expectativa aumenta. Então agora é trabalhar mais pesado, trabalhar a cabeça e não deixar a pressão afetar nas competições", explica.
Se a cobrança por resultados aumentou, a visibilidade e a fama tiveram crescimento exponencial. Arthur Nory tem hoje 1,4 milhão de seguidores em sua conta no Instagram. "Foi de repente. A gente treina muito e acho que faz parte do pacote, de ser um atleta olímpico, e agora estar nessa posição de ser visto. Hoje posso ser exemplo para outros atletas e ajudar as futuras gerações".
Em 2019 há muito a ser feito. Além de duas etapas do Brasileiro, Nory disputa neste ano os Jogos Pan-Americanos, em Lima (Peru), e o Mundial de ginástica em Stuttgart (Alemanha), em ambos com a missão de ajudar a equipe masculina a se classificar para Tóquio. Para isso, o ginasta ainda competirá no individual geral (a soma dos seis aparelhos do masculino), mas o foco principal para a busca por medalhas está no solo e na barra fixa. Por fim, neste ano a ginástica artística ainda integra o programa dos Jogos Mundiais Militares, na China.
Para cumprir as metas, o paulista treina de segunda a sábado, de manhã e à tarde, antes de seguir para a fisioterapia. A correria do ano pré-olímpico só é menor porque Nory já concluiu a faculdade de Educação Física. E qual a motivação para encarar um novo ciclo olímpico, superar dores, cirurgias e o desgaste de tantos treinos? "É amar o esporte, é amar o que eu faço, é estar feliz e sonhar em viver tudo de novo e alcançar resultados melhores. Acho que eu vi que é possível chegar, então por que não sonhar com um ouro? Acho que esse desafio, esse amor ao esporte nos motiva a cada dia, e poder ser uma inspiração para outros atletas também", ensina.
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Ana Cláudia Felizola – Ministério da Cidadania
Pesquisa indica que Bolsa Atleta melhora indicadores sociais familiares e incentiva a permanência do beneficiário no esporte
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- Publicado em Quinta, 11 Abril 2019 11:05
O Bolsa Atleta é apontado pelos beneficiados como um programa que ajuda a melhorar a renda mensal. Uma política pública que permite ampliar o acesso do núcleo familiar à educação. Abre oportunidades de lazer. Incentiva a persistência na vida esportiva. Traz ganhos de moradia. Aprimora a qualidade de vida. E, na soma dos fatores, o programa, que teve a recomposição orçamentária anunciada nesta quinta-feira (11.04), cria condições potenciais para o atleta ampliar sua performance esportiva.
O conjunto dessas hipóteses aparece como resultado de uma pesquisa realizada para uma tese de doutorado prevista para ser defendida em dezembro de 2019 na Universidade Federal do Paraná (UFPR). O estudo, conduzido pelo mestre em educação física Philipe Camargo, integra o projeto Inteligência Esportiva, parceria do Ministério da Cidadania com a UFPR para desenvolvimento de estudos. A sondagem entrevistou mais de três mil bolsistas, de todas as regiões brasileiras e de todas as categorias do programa.
Os números estão em fase final de tabulação e análise, mas já há achados importantes. Quase 80% dos entrevistados concordam com a afirmação de que o programa melhorou sua renda mensal. Outros 66,48% dão suporte à frase de que o Bolsa Atleta aprimorou a qualidade de vida. Há outros 58,2% que endossam a sentença de que o programa ampliou o acesso dele e/ou de sua família à educação e 46,41% afirmam que o programa ampliou o acesso ao lazer. Há, ainda, um grupo de 48% que concordaram com a tese de que o programa permitiu melhorar condições de moradia.
Além disso, quando perguntados se a melhoria desses indicadores sociais teria impacto em suas performances esportivas, 88% disseram que concordam integralmente (60%) ou parcialmente (28%). "Temos um número relevante de atletas que dizem que o programa, ao ampliar a renda mensal, ajuda na saúde, na educação, nas condições de moradia. E, quando tudo isso melhora, isso faz com que cresça a chance de melhores resultados. Embora o benefício não permita a muitos ter exclusividade para treinar, ele pode ser útil para que o acesso a outras áreas sociais seja facilitado. Pode haver críticas ao programa, mas ele facilita o atleta a se manter no universo do esporte competitivo", afirmou Camargo, de 31 anos.
Segundo o pesquisador, os valores mais baixos das bolsas iniciais (de base, estudantil e até nacional) não impactam necessariamente no desempenho esportivo, mas podem ser diferenciais em outros aspectos ligados à qualidade de vida. "E esse conjunto de variáveis facilita a vida do atleta", disse.
Arroz com manteiga
A hipótese de Camargo encontra acolhida na percepção da nadadora Edênia Garcia, que coleciona três medalhas em Jogos Paralímpicos (2004, 2008 e 2012), além de três ouros e um total de 13 pódios em mundiais na natação. "Os dados desse estudo batem muito comigo. Se eu tivesse respondido daria algo muito semelhante com esse resultado. Há um ganho que talvez nem os próprios idealizadores do projeto imaginassem. O Bolsa Atleta tem impacto profundo na minha família", comentou a atleta, que nasceu com a Doença de Charcot-Marie-Tooth, que é progressiva e afeta a musculatura, em especial de pés e mãos.
"Quando entrei no Bolsa Atleta, em 2006, a primeira coisa que fiz foi tentar adquirir um carro, porque a minha deficiência, na época, já não me permitia pegar ônibus. Eu caía muito, não tinha cadeira e precisava de quatro ônibus para treinar", contou.
"Outro ponto foi o lazer. Aos 19 anos fui pela primeira vez ao cinema. Sou de origem humilde. Foi só com a bolsa que tive acesso a lazer, a informações e a estudos. Passei a estudar em escolas particulares. Um indivíduo de alto rendimento que tem todos esses aspectos em equilíbrio, em harmonia, tende a render mais".
Edênia, atualmente, faz parte da categoria pódio, a mais alta do Bolsa Atleta, com repasses que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil, de acordo com o ranking do atleta. Mudou-se do Ceará para São Paulo com a família. Treina no Centro de Treinamento Paralímpico, estrutura de ponta que é um dos principais legados dos Jogos Rio 2016.
"Para você ter uma ideia bem louca, muitas vezes eu voltava do treino e o que tinha para almoçar era arroz com manteiga. Graças ao Bolsa Pódio tenho acesso aos melhores suplementos, a uma dieta balanceada, pagamos técnicos e temos um calendário de competições. A maioria dos atletas é de origem humilde, não nasce em berço de ouro. O programa tem um quê de transformação muito grande".
Na peteca e na piscina
Representante brasileiro no badminton nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e atualmente morando na Dinamarca, Ygor Coelho se diz do mesmo time de Edênia. Para ele, o Bolsa Atleta tem sido um diferencial desde que ele era juvenil.
"Eu, por exemplo, investi o Bolsa Atleta que juntei por dois anos para um treinamento na Dinamarca por três meses em 2014. Evoluí muito graças a esses treinos lá e consegui chegar aos Jogos Olímpicos do Rio", afirmou o atleta, que hoje vive na Dinamarca com patrocínios privados e do Comitê Olímpico do Brasil, além de ser integrante da categoria olímpica do Bolsa Atleta.
"O Bolsa Atleta tem me ajudado bastante na alimentação, nos meus torneios por aqui. Faz uma diferença enorme. Mas posso citar, também, o exemplo da Miratus, no Rio de Janeiro. Lá, muitas crianças usam o dinheiro da bolsa para comer melhor em casa. Ajuda em viagens nacionais. É um programa que muda de verdade a vida das pessoas. Transforma", disse Ygor.
Do balde ao chuveiro
Integrante do Bolsa Atleta desde 2009, o ginasta Arthur Nory também se encaixa nos achados da pesquisa. Até chegar à medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Rio 2016 numa dobradinha com Diego Hypolito na prova de solo, Nory viveu percalços para se manter no esporte. E alguns deles foram minimizados com o incentivo federal.
"Em 2010, eu morava com meus pais e minha irmã e fizemos umas reformas em casa. Na época ficamos uns seis ou oito meses sem conseguir tomar banho de chuveiro. Estávamos com problemas na fiação e meus pais não tinham condições de arrumar. A gente tomava banho de balde. Juntei dinheiro da bolsa e de outras fontes, guardamos e conseguimos arrumar. Desde aquela época, em que eu era bem mais novo, já existia esse suporte para ajudar no dia a dia, na minha vida social, fora da ginástica, para ter uma condição melhor de vida", contou o atleta, atualmente integrante da categoria Pódio.
Estímulo para persistir
Se os dados da pesquisa encontram repercussão nas categorias mais altas da Bolsa Atleta, a mudança de perspectiva também ocorre entre os mais jovens. Thomaz Ruan de Moraes, de 17 anos, é o sexto do mundo nos 400m da categoria T47 do atletismo paralímpico. Integrante da categoria internacional do programa do Governo Federal, ele explica que a adesão ao programa serviu para que ele mesmo acreditasse em seu potencial.
"Eu já treinava antes, mas não com a mesma intensidade, o mesmo interesse. Hoje tenho a perspectiva de treinar melhor e de buscar grandes resultados. Além disso, mexe com a minha vida pessoal. Passei a ajudar mais minha mãe e tenho os equipamentos adequados. Só vim para São Paulo por causa da bolsa. As pessoas acharam que eu tinha potencial e fiquei feliz com isso", disse.
Relação de longo prazo
Natural de Campo Grande (MS), o pesquisador Philipe Camargo fez a graduação em educação física na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e o mestrado em educação física na UFPR. A relação dele com o tema do Bolsa Atleta é antiga. Já no mestrado, ele trabalhou numa investigação voltada para o impacto do programa no handebol.
"O interesse surgiu dessa necessidade de entender, por parte dos atletas, o impacto que a política causa na vida esportiva deles", disse. "Quando a gente analisa alguns documentos e relatórios institucionais, como os do Senado e do Tribunal de Contas, a gente vê algumas fragilidades que podem impactar no desenvolvimento desse atleta, inclusive a questão dos valores das bolsas, que muitas vezes não é suficiente, sozinho, para garantir melhoria esportiva. E aí começamos a fazer outras leituras, com esse viés mais abrangente, social".
Método e universo
No doutorado, Philipe buscou uma formação complementar à da UFPR com um período na Loughborough University, no Reino Unido. A coleta de dados para o estudo teve dois momentos. Um primeiro foi por meio de grupos focais, com bolsistas da região metropolitana de Curitiba. "Ali identificamos características do programa que nos auxiliaram a consolidar o questionário final", disse Philipe. Em seguida, houve a aplicação do questionário. Após a "limpeza dos dados", foram validadas as respostas de 1.519 entrevistados.
A amostra contou com 43,25% de entrevistados do sexo feminino, contra 56,75% de questionários com integrantes do sexo masculino. O universo cobriu atletas olímpicos, paralímpicos e de modalidades de inverno, num total de 47 esportes. "A tese será defendida em dezembro. Esses questionários estão sendo analisados a partir de uma perspectiva da teoria das políticas públicas do Welfare State (Estado de Bem-Estar Social). Por isso me interesso na percepção que os atletas têm dos impactos sociais do programa", explicou o pesquisador da UFPR.
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Gustavo Cunha - Ministério da Cidadania
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- Publicado em Quinta, 11 Abril 2019 10:51
O ginasta Arthur Nory já trocou o banho de balde pelo chuveiro elétrico com ajuda da Bolsa Atleta. A nadadora Edênia Garcia se livrou de uma rotina de quatro ônibus diários para treinar de cadeira de rodas e passou a fazer o trajeto em carro adaptado. Ygor Coelho, do badminton, fez poupança da Bolsa por dois anos para viabilizar um intercâmbio na Dinamarca e alcançar o sonho olímpico. Assim como essas, outras múltiplas narrativas ressaltam o potencial de permanência e crescimento no esporte representado pelo incentivo do governo federal.
Por isso, a recomposição financeira do programa, anunciada nesta quinta-feira (11.04) pelo Ministério da Cidadania, teve ampla acolhida no ambiente esportivo. "O Bolsa Atleta dá uma perspectiva não só de autossustento aos atletas, porque ninguém vive de bolsa. O programa garantiu a possibilidade de muita gente se manter no esporte. O atleta deseja sempre mais, procura viajar, investir, comprar suplementos. O dinheiro do programa mantém os atletas na disputa esportiva. Aumentar o tempo de dedicação da juventude ao esporte é a maior contribuição do programa", afirmou o "coach" Alex Pussieldi, jornalista e comentarista de natação.
Número sete do ranking mundial do tênis de mesa e às portas do primeiro mundial individual em que vai estrear já na chave principal do torneio, Hugo Calderano aponta que o Bolsa Atleta tem sido parceiro indispensável em sua caminhada, principalmente em uma modalidade na qual o país não tem histórico de relevância nem atrai investimentos privados. "Há quase 10 anos conto com o Bolsa Atleta, desde as categorias de base. Para uma modalidade como o tênis de mesa, em que os resultados ainda estão começando a ocorrer, o apoio de programas de incentivo assim é fundamental", disse o atleta carioca de 22 anos, que hoje integra a categoria pódio, a mais alta.
Recordista mundial do salto em distância para atletas com deficiência visual, Silvânia Costa de Oliveira já teve de fazer revezamento de sapatilhas para praticar o atletismo. "Eu vim do interior, não tinha recursos ou condições. Dividia o material com meu irmão. Ele corria, eu esperava e depois pegava a sapatilha para correr", lembra a atleta de 30 anos, natural de Três Lagoas (MS).
Segundo Silvânia, atleta da categoria pódio, o suporte do programa foi indispensável para que ela se tornasse mais do que uma promessa nos Jogos Rio 2016. "Um atleta não chega a lugar algum sozinho. Quando comecei tinha apenas um sonho. Foi a partir das oportunidades que recebi que me tornei campeã paralímpica e recordista mundial. Já são seis anos na Seleção. Hoje tenho condições de comprar meu próprio material, de me sustentar, de investir na minha preparação física e até na minha vida pessoal, de poder descansar com tranquilidade", disse.
A nadadora gaúcha Susana Schnardorf, por sua vez, encontrou na Bolsa Pódio bem mais do que um incentivo para a prática esportiva. "Como tenho uma doença degenerativa grave, chamada Múltipla Atrofia de Sistemas, preciso tomar medicação de quatro em quatro horas e fazer tratamento médico rotineiro e caro. Com a bolsa posso me tratar adequadamente, o que em condições normais não seria possível. Poderia estar muito pior ou nem estar mais aqui", afirmou a atleta, que representou o Brasil nos Jogos Rio 2016 e integrou a equipe que conquistou a prata no revezamento 4 x 50m livre, ao lado de Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Joana Neves.
"A Bolsa Pódio é decisiva para mim. Tenho o conforto para chegar em casa e ter uma comida boa, poder vir de carro para o treinamento e não ter desgaste de pegar ônibus com a mobilidade reduzida. Muda totalmente a vida do atleta. Isso fora os trajes tecnológicos com que a gente compete, que são muito caros. O mais barato custa quase R$ 3 mil e dura só quatro competições. Temos alcance para ter acesso a essas coisas melhores, além de podermos competir fora e fazer treinamentos em outros ambientes", completou a atleta, de 50 anos.
O retorno do programa também pode ser medido em resultados. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas. Já nos Jogos Paralímpicos, o Brasil teve 286 atletas, com 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes. Todas obtidas por atletas que recebiam o apoio financeiro do governo federal. Em 2018, atletas beneficiados pelo programa conquistaram 37 medalhas em campeonatos mundiais olímpicos e paralímpicos, além da participação em 26 finais.
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Abelardo Mendes Jr, Breno Barros e Gustavo Cunha - Ministério da Cidadania
Governo reforça Bolsa Atleta, publica lista com novos 3.142 contemplados e vai enviar PL para modernizar programa
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- Publicado em Quinta, 11 Abril 2019 10:50
O Ministério da Cidadania anuncia nesta quinta-feira (11.04) ações para fortalecer o Bolsa Atleta. Entre as medidas está a recomposição do orçamento, que perdeu recursos nos últimos anos, a publicação de uma lista com 3.142 novos contemplados no programa, além de uma melhor distribuição dos investimentos ao longo da carreira dos atletas. A ação está dentro das metas prioritárias para 100 primeiros dias da nova gestão. "Nós estabelecemos como missão, ao assumir a pasta de Esporte no início deste ano, recuperar o Bolsa Atleta. É nossa prioridade garantir a preparação para os Jogos de Tóquio 2020, sem descuidar das categorias de base. Nessas faixas estão o futuro do esporte", destaca o ministro Osmar Terra.
Foram adicionados ao orçamento do programa R$ 70 milhões. Com os recursos adicionais, a pasta dobrou o número de atletas apoiados atualmente. Estavam contemplados até então 3.058 atletas das categorias Olímpica/Paralímpica, Internacional e Nacional, o que representa um desembolso de R$ 53,6 milhões ao longo de 2019.
O Ministério da Cidadania publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (11.04) uma nova listagem com 3.142 atletas, num investimento de aproximadamente R$ 31 milhões. Com isso, o programa passa a ter 6.200 integrantes. A pasta também lançará, ainda em 2019, novos editais de seleção de atletas.
Modernização
Adicionalmente, será encaminhado ao Congresso Nacional um Projeto de Lei com propostas para modernizar o programa. As sugestões incluem a restruturação das categorias de bolsas, reajustes de cerca de 10% nos valores do benefício, além de possibilitar escalonamento dos valores considerando o resultado esportivo dos atletas.
"Esse PL é resultado de um estudo que contou com a colaboração e sugestões de diversos representantes do setor. O objetivo é garantir a distribuição de recursos de forma mais equitativa e abrangente", explicou o secretário especial do Esporte, Marco Aurélio Vieira.
Entre as mudanças sugeridas está a unificação das categorias Atleta de Base e Atleta Estudantil. A ideia é nivelar as faixas etárias juvenil e infantil de campeonatos nacionais na base da pirâmide esportiva e valorizar as competições de base internacionais, como os Jogos Olímpicos da Juventude e os Mundiais Estudantis. Com essa alteração, o programa atenderá atletas em cinco categorias: Base, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica e Pódio.
Os esportistas das subcategorias etárias iniciante e intermediária (infantis e juvenis) com resultados nacionais passarão a ser contemplados na categoria Atleta de Base. Já a categoria Nacional apoiará atletas que tenham conquistado medalhas em competição esportiva no país na subcategoria principal (adulta).
A bolsa Internacional será destinada a competidores das subcategorias iniciante, intermediária e principal que tenham conquistado medalha em evento internacional. Já a categoria Olímpica/Paralímpica patrocinará atletas que tenham participado da última edição dos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos.
O PL também prevê reajuste nos valores das categorias e possibilita o estabelecimento de escalonamento, observando o nível da competição e o resultado esportivo, como já é feito na Pódio. Na categoria Atleta de Base, a bolsa poderá chegar a R$ 700. Já na Nacional, o valor será de R$ 1.020. A Internacional prevê bolsa de até R$ 2.500. A categoria Olímpica/Paralímpica alcançará a marca de R$ 3.500.
Top 10
A pasta também estabelece no PL um novo critério inicial de elegibilidade para a Pódio. Poderão ser contemplados nessa categoria, que prevê bolsas entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, atletas ranqueados entre os dez melhores do mundo, e não mais os 20 primeiros. O objetivo é aprimorar o investimento nessa categoria.
Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, 70,6% dos bolsistas da categoria Pódio que defenderam o Brasil estavam entre os 10 primeiros do ranking mundial na data de ingresso na categoria. Dos bolsistas que conquistaram medalhas nos Jogos, 90% estavam no top 10 do ranking mundial.
Estão contemplados na categoria Pódio 277 atletas, sendo 130 de modalidades olímpicas e 147 de modalidades paralímpicas. O investimento anual destinado aos esportistas soma R$ 36 milhões. O novo edital da categoria deve ser lançado ainda neste semestre. Os esportistas que deixarem de cumprir os requisitos dessa categoria serão atendidos nas demais faixas de bolsa, respeitando as exigências de cada uma delas.
Impacto no pódio e no social
Considerado o maior programa de patrocínio individual do mundo, o Bolsa Atleta já concedeu mais de 63,3 mil bolsas para 26,5 mil atletas de todo o país. O valor destinado para a política pública em vigor desde 2005 supera a marca de R$ 1,1 bilhão. A iniciativa atende prioritariamente modalidades e provas do programa de competições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos vigentes. São contemplados atletas com bons resultados em competições internacionais e nacionais, por meio de recursos repassados diretamente aos esportistas, sem intermediários.
O retorno do Bolsa Atleta pode ser medido em medalhas. Nos Jogos Rio 2016, 82% (620) dos esportistas convocados (754) para defender o Brasil eram bolsistas. Na edição olímpica, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros – a maior campanha da história –, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas.
Já nos Jogos Paralímpicos, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 atletas, sendo 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todas conquistadas por atletas que recebiam o apoio financeiro do governo federal. Em 2018, atletas olímpicos e paralímpicos beneficiados pelo programa conquistaram 37 medalhas em mundiais, além da participação em 26 finais.
O Bolsa Atleta também apresenta avanços sociais. Pesquisa realizada em 2018 pelo Projeto Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apontou que para 66,49% dos bolsistas entrevistados o programa melhorou a qualidade de vida. Entre os principais indicadores estão a ampliação ao acesso à saúde (47%), aumento ao acesso à educação (58,2%), melhora nas condições de moradia (48,1%).
O estudo, que ouviu 1.519 atletas contemplados no edital de 2017 em todas as categorias, também mostrou que para 88,08% a melhora nos itens citados ajuda na performance esportiva.
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Secretaria Especial do Esporte - Ministério da Cidadania
Bolsonaro recebe presidentes da Fifa e da CBF e discute parceria em programas sociais
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- Publicado em Quinta, 11 Abril 2019 01:15
O comando do futebol brasileiro e mundial foi recebido nesta quarta-feira (10.04) pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no gabinete da Presidência, no Palácio do Planalto. O encontro ocorreu um dia depois da posse do novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo. Ele visitou Bolsonaro ao lado do presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Gianni Infantino, e do secretário-geral da CBF, Walter Feldman. Na pauta, a realização de competições internacionais este ano no Brasil, como a Copa América, no período de 14 de junho a 7 de julho, e o Campeonato Mundial Sub-17, em outubro e novembro, além da parceria no desenvolvimento de projetos socioesportivos.
Também participaram da reunião seguida de almoço o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira, e o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Ronaldo Lima. Marco Aurélio Vieira destacou o diálogo para um trabalho conjunto: “A conversa versou principalmente sobre as possibilidades de cooperação entre o governo federal e a CBF. Temos os programas Segundo Tempo e Seleções do Futuro, enquanto a CBF pretende ampliar o CBF Social. Queremos contemplar tanto a capacitação de recursos humanos quanto a vertente mais social da prática esportiva”.
Segundo o secretário, a parceria deve incluir as federações e os clubes: “A CBF e o presidente Bolsonaro se posicionaram favoráveis a essa cooperação, disponibilizando recursos para conjugar os esforços e viabilizar os projetos”. Hoje, o programa Seleções do Futuro, da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, tem 47 convênios firmados com municípios, ensinando o esporte mais popular do país a quase 10 mil meninos e meninas de comunidades carentes. A metodologia utilizada nos treinamentos é da CBF.
Ao tomar posse na terça-feira (09.04), no Rio de Janeiro, Rogério Caboclo anunciou uma série de medidas para, como ele próprio definiu, “fazer o Brasil voltar a ter o melhor futebol do mundo”. Entre as ações planejadas está o investimento no esporte de base e em projetos sociais, com o objetivo de formar cidadãos ao mesmo tempo em que se revelam craques.
Uma das prioridades definidas por Caboclo é a construção do Centro de Desenvolvimento do Futebol Brasileiro. Em uma área de mais de 100 mil metros quadrados, na Barra da Tijuca, haverá atividades que unirão formação de excelência e responsabilidade social. A CBF School (Escola da CBF) e a CBF Academy (Academia da CBF) serão os pilares das demais unidades, que incluirão, dentro do projeto CBF Social, uma escola de ensino fundamental para atender, em tempo integral, crianças de áreas carentes da Zona Oeste do Rio. Pela manhã, elas terão aulas regulares; à tarde, aprenderão futebol.
Representante do governo federal na posse de Rogério Caboclo, o secretário nacional de Futebol, Ronaldo Lima, defendeu a ampliação da parceria no programa Seleções do Futuro e elogiou os planos de democratização da governança esportiva, como a abertura de espaços na CBF para a participação de ex-atletas e treinadores.
Ronaldo Lima citou como exemplo a criação do Conselho de Craques, grupo de ex-jogadores, jogadoras e técnicos. A CBF convocou para esse conselho um time completo: Cafu, Ricardo Rocha, Jairzinho, Careca, Muricy Ramalho, Carlos Alberto Parreira, Zinho, Gilberto Silva, Juninho Paulista, Pretinha e Michael Jackson. Campeão mundial pela Seleção Brasileira em 2002, Juninho Paulista também assumiu o comando da nova Diretoria de Desenvolvimento do Futebol.
Ascom – Ministério da Cidadania
ABCD realiza ação com alunos em Ceilândia (DF) para marcar o Dia do Jogo Limpo
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- Publicado em Quarta, 10 Abril 2019 17:48
Em todo o mundo, o dia 10 de abril é comemorado como o Play True Day, ou o Dia do Jogo Limpo. A iniciativa da Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês) tem o objetivo de conscientizar atletas, equipes e toda a comunidade esportiva na luta contra a dopagem. Como parte das celebrações da data, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) da Secretaria Especial do Esporte realizou, nesta quarta-feira, um evento no Centro Olímpico e Paralímpico do Setor O, em Ceilândia (DF), com a participação de atletas, professores e familiares.
"É uma honra estar presente em uma cerimônia que está se repetindo no mundo inteiro", afirmou Marco Aurélio Vieira, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania. "É muito importante que, no Dia do Jogo Limpo, nos recordemos do problema da droga no Brasil. Já é uma epidemia, e o esporte tira a criança, o jovem e o adulto da droga. Quanto mais esporte, menos problema social, menos insegurança".
Também presente à cerimônia, o vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, destacou que a entidade está implementando políticas de prevenção e combate à dopagem. "Ao longo de toda a nossa história em Jogos Olímpicos, o Brasil se orgulha de jamais ter tido um caso de doping em qualquer atleta brasileiro. Isso é fruto do trabalho de conscientização de que o resultado tem que vir por meio do esforço do atleta", reforçou.
O objetivo da ABCD, por meio das campanhas educacionais, vai além do foco no alto rendimento. O intuito é que, ainda na iniciação esportiva, as crianças já tenham conhecimento sobre os riscos do uso de substâncias proibidas e a valorização do jogo limpo. Segundo o secretário indicado para a ABCD, o campeão olímpico de vôlei de praia Emanuel Rego, a iniciativa em Ceilândia foi a primeira de uma sequência. "Temos uma série de datas preparadas para fazer as ações educacionais. Aqui é só o princípio, uma degustação do que a gente pode fazer para levar o conhecimento da antidopagem a outras áreas e profissionais", adiantou.
"É na base, na formação, onde começam a se acostumar com a disciplina do esporte, com a dedicação, em sonhar ser atletas. O mais importante é a saúde dessas crianças, a transformação delas em grandes cidadãos para o futuro", completou Washington Cerqueira, secretário indicado para a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis).
Ao longo da semana, foram realizadas palestras com professores sobre o funcionamento dos testes de dopagem e a importância do uso responsável de medicamentos. Além disso, no Centro Olímpico e Paralímpico, os cerca de 70 atletas presentes, entre crianças, adultos e idosos, puderam participar de oficinas, jogos e atividades para reforçar a luta mundial contra as substâncias proibidas. "Vamos incentivar o esporte correto, jogado com as regras, sem que sejam usados artifícios que são nocivos, que prejudicam aqueles valores que todos aqui estão buscando, de superação, de integração", afirmou Denise Cardoso, secretária executiva de Políticas do Esporte da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal.
Referências esportivas
O público presente no evento do Dia do Jogo Limpo aprovou as atividades e as lições recebidas. "Acho importante introduzir esse assunto para a criança. Assim como o acesso é facilitado, a informação de prevenção também deve ser", opinou a servidora pública Ketlin Madeiro, 35 anos, mãe da pequena Júlia, de 5 anos, aluna do centro do Setor O há três meses. Ali ela tem aulas de atletismo, natação e ginástica duas vezes por semana. "Ela se desenvolveu muito. Antes tinha medo de piscina e agora não perde um dia de aula", contou. Segundo Denise Cardoso, o Distrito Federal tem hoje 12 centros em funcionamento.
As crianças também tiveram a oportunidade de conversar com nomes de referência do alto rendimento brasileiro. A festa contou com a participação dos atletas paralímpicos Ariosvaldo Fernandes, o Parré, do atletismo, e Sérgio Oliva, do hipismo, além das jogadoras Júlia Silva, Eduarda Lima e Natália Gonçalves, do time Brasília Vôlei.
"Esse tipo de evento mostra aos atletas a importância do jogo limpo, de não tentar burlar o sistema, usar de outras formas para superar o adversário. Isso que é o importante da vitória, é você ganhar com o seu treinamento. Você tem que ser 'dopado' de superação, de força e de foco", ensinou Parré, dono de oito medalhas nos Jogos Parapan-Americanos.
"Tenho 17 anos de carreira, já fui testado algumas vezes nos exames antidoping. Essas ações ensinam as crianças que elas precisam usar da superação, do foco, do treinamento árduo de todo dia. Não é fácil, mas é gratificante conseguir uma medalha paralímpica ou em Mundiais, é um sonho realizado que você leva para o resto da vida", comentou Sérgio Oliva, duas vezes medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
Vice-campeão da Paralimpíada Escolar no ano passado e integrante da seleção brasileira de base da bocha paralímpica, Igor Tavernard também fez questão de enfatizar o valor das conquistas limpas. "Para a formação de um grande atleta, é preciso que ele saiba respeitar as diretrizes do esporte. Não há nada mais gratificante do que conquistar uma vitória limpa e justa, resultado do seu esforço, da sua dedicação e da sua qualidade no esporte. A vida de atleta é de abrir mão, mas é uma vida muito gratificante", destacou.
Ana Cláudia Felizola – Rededoesporte.gov.br
Osmar Terra apresenta Estação Cidadania e estrutura do ministério a prefeitos
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- Publicado em Quarta, 10 Abril 2019 13:19
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, apresentou, nesta terça-feira (9), o projeto das Estações Cidadania - espaços que serão implementados para unir os serviços da Assistência Social com os prestados nos Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) e nos Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs). O ministro falou durante a XXII Marcha dos prefeitos a Brasília promovida pela Confederação Nacional do Municípios. Ele ainda destacou a estrutura do ministério e defendeu ações integradas e o fortalecimento das prefeituras.
O Ministério da Cidadania une as pastas de Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte, e de acordo com o ministro, as Estações Cidadania serão locais onde a população encontrará serviços qualificados nestas áreas. “O objetivo é oferecer em um mesmo espaço programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e às drogas e inclusão digital em áreas de alta vulnerabilidade social”, disse.
Osmar Terra também falou da importância dos programas e ações como o Bolsa Família, a Bolsa Atleta e os incentivos à Cultura, e do trabalho ao lado dos municípios. “Queremos tornar os programas mais eficientes para beneficiar quem vive em situação de mais vulnerabilidade, por isso apresentamos a estrutura para mostrar que vamos continuar trabalhando muito junto com os gestores municipais”, garantiu.
Além de defender o trabalho conjunto para o avanço das políticas públicas, ele ainda enfatizou que o objetivo não é sobrecarregar os municípios com novos gastos, mas ajudar a fortalecer a cidadania. “Vamos procurar levar todo o recurso disponível para os municípios, porque a cidadania se exerce lá, e o Ministério da Cidadania tem que ajudar isso a acontecer”, afirmou.
O prefeito de Xapuri (AC), Bira Vasconcelos, acompanhou a apresentação e falou da importância da aproximação do ministério com as prefeituras para garantir mais oportunidades à população. “Como é um ministério novo, é importante que possamos conhecer o trabalho e ver a disponibilidade do ministério para chegar mais perto dos prefeitos que vivem as cidades e veem as necessidades de perto”, concluiu.
“É muito importante o trabalho que está sendo desenvolvido pela Cidadania, principalmente na primeira infância com o Criança Feliz”, disse o vereador de Irapuan Pinheiro (CE), Claudenisio Pinheiro, que também acompanhou a fala do ministro sobre o programa de visitação para o desenvolvimento de gestantes e das crianças de até três anos beneficiárias do Bolsa Família e de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Mobilização - A Marcha dos Prefeitos termina nesta quinta-feira e é marcada pelo encontro dos gestores municipais com o governo federal e o congresso nacional. Para mais informações acesse XXII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios – CNM
Diego Queijo – Ministério da Cidadania
Quatro competições de base da natação passam a integrar o calendário dos Brasileiros Interclubes do CBC
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- Publicado em Quarta, 10 Abril 2019 10:20
Secretário Marco Aurélio apresenta ações esportivas durante Marcha em Defesa dos Municípios
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- Publicado em Terça, 09 Abril 2019 23:57
“Juventude e Esporte: inovação na gestão municipal” foi tema de debate durante a Marcha em Defesa dos Municípios, nesta terça-feira (09.04), em Brasília. Na oportunidade, o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira, apresentou as ações e os projetos do governo federal para garantir o acesso ao esporte e ao lazer no país.
“O conceito de esporte inclui a possibilidade do indivíduo dispor da prática esportiva como cidadania plena. Só é cidadão pleno quem tem disponibilidade, instalações e meios para praticar esportes. Nós temos uma responsabilidade compartilhada com todos os entes federativos, ou seja, não é só a Secretaria, mas também os municípios e os estados”, explicou o secretário.
Com presença de parlamentares, representante da secretaria nacional da juventude e prefeitos, a marcha é o maior evento do país dedicado à gestão municipal, promovida até o dia 11 de abril na capital federal. Na edição de 2019 da Marcha em Defesa dos Municípios, a proposta é conectar as políticas públicas municipais com as novas diretrizes federais.
Para Marco Aurélio, os municípios têm a responsabilidade de avançar na organização de seus próprios sistemas de informações. “As organizações públicas mudam constantemente, com isso perdemos expertise e conhecimento. Por isso que é importante esse tipo de evento para conhecermos pessoalmente, para avançarmos na organização dos nossos próprios sistemas de informação”, analisou.
O debate sobre juventude contou com a presença dos deputados federais Rafael Motta (PSB/RN), Felipe Rigoni (PSB/ES), João Henrique Campos (PSB/PE), Luisa Canziani (PTB/PR) e da deputado Estadual Kennedy Nunes (PSD/SC) – Presidente da Secretaria de Juventude da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE).
O deputado federal João Henrique Campos (PSB/PE) lembrou que a juventude brasileira conta com 48,5 milhões de pessoas e que é ainda a faixa etária mais vulnerável da sociedade. “Para se ter uma ideia, cerca de 26% dos jovens brasileiros estão desempregados. É quase o dobro da taxa brasileira de desemprego. Temos muitos desafios para diminuir a desigualdade para garantir oportunidades aos jovens”, disse.
O secretário Marco Aurélio lembrou ainda que a educação física na escola não é suficiente para garantir uma qualidade de vida saudável. “Os alunos do ensino básico têm que praticar atividades físicas complementares. Assim, município deve oferecer essas atividades, principalmente, no contraturno escolar”, analisou.
“A concepção do esporte é de uma política pública transversal, fator de desenvolvimento humano, baseada na promoção e no estímulo de atividades físicas para todos nas áreas públicas dos municípios. Ampliação do acesso ao esporte para a expansão da qualidade da prática esportiva nas escolas é uma visão de uma política transversal do esporte”, completou.
Breno Barros – Ministério da Cidadania
Secretaria Especial do Esporte tira dúvidas de gestores públicos durante a XXII Marcha dos Prefeitos
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- Publicado em Terça, 09 Abril 2019 16:52
Em meio aos órgãos do governo federal e organizações de diversos setores, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania também está presente na XXII Marcha em Defesa dos Municípios, em Brasília. A abertura institucional foi realizada nesta terça-feira (09.04) no Centro de Convenções Internacional de Brasília (CICB). O evento segue até a quinta-feira (11.4).
Técnicos de todo o governo federal estão de plantão em estandes, onde prefeitos, vereadores e profissionais da gestão pública municipal dos 5.568 municípios do país podem tirar dúvidas quanto emendas parlamentares, projetos, programas e convênios. Além de ser palco de anúncios e novos compromissos dos poderes Executivo e Legislativo para melhorar a execução das políticas públicas e dar mais autonomia aos entes, outro foco da solenidade é abranger as demandas regionais.
Segundo o corpo técnico da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), o propósito do atendimento ao público é prestar informações às prefeituras acerca dos Programas e Ações da SNELIS por meio de consultas a um banco de dados (SICONV). São solucionados diversos questionamentos, desde a formalização do convênio até a celebração. Se houver alguma irregularidade por parte da convenente, as providências devem ser tomadas, regularizando-as.
O prefeito de Ângulo (PR), Rogério Bernardo, destacou que a presença de especialistas no evento é essencial. “Vim tirar dúvidas sobre emenda parlamentar e programas, os quais me interessam muito em aderir. De forma clara e objetiva, pude esclarecer as questões que eu tinha. O trabalho foi muito eficiente”, afirmou o prefeito.
Conforme a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), organizadora do evento junto ao governo federal, o público deste ano deve ser recorde, superando os mais de 7 mil participantes das últimas edições. A XXII Marcha em Defesa dos Municípios, também conhecida como Marcha dos Prefeitos, é consolidado como o maior evento político do Brasil.
Nathália Fernandes - Ministério da Cidadania