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É prata! Odair Santos conquista primeira medalha do Brasil no Rio 2016 nos 5.000m

No Mundial de Atletismo Paralímpico de Doha, em 2015, Odair Santos sofreu com uma hipertermia, caiu três vezes, levantou-se e completou os 5.000m T11 (deficientes visuais) carregado por seu guia. Menos de um ano depois, Odair correu até o fim, completou o percurso em 15m17s55 e conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a primeira do Brasil no evento. O ouro ficou com o queniano Mushai Kimani (15m16s11), enquanto o bronze foi para Bil Wilson, também do Quênia, com 15m22s96.
 
Odair Santos (E) e o queniano Klmani cruzaram a linha de chegada dos 5.000m T11 muito próximos. Brasileiro ficou com a prata. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Odair Santos (E) e o queniano Klmani cruzaram a linha de chegada dos 5.000m T11 muito próximos. Brasileiro ficou com a prata. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
 “Tenho tempo mais baixo que o de hoje, 15m11s, infelizmente não consegui repetir. Mas foi minha segunda melhor marca no ano, então estou muito satisfeito. Fico frustrado pelo fato de não ter vencido, mas fico feliz por ter conquistado a primeira medalha para o meu país”, disse Odair.
 
O drama vivido no Catar no ano passado é um borrão na memória do brasileiro. Odair disse não se lembrar direito da prova no Mundial. “Me disseram que fui bastante ovacionado. Eu estava inconsciente, desmaiado. Acordei e estava no hospital”, lembrou.
 
No Engenhão, a história foi outra. Odair liderava na última volta e acabou ultrapassado, mas desta vez pôde comemorar e ouvir os aplausos que vieram da arquibancada para o primeiro medalhista do país nos Jogos Rio 2016. “Hoje foi a redenção. Entrei bastante focado e acabei conquistando a medalha”, comemorou, destacando o público brasileiro no estádio.
 
“É uma energia fantástica. O povo brasileiro é diferenciado, inigualável. Em nenhum lugar do mundo você vai encontrar esse calor humano. Só tenho que dar parabéns a todo esse pessoal que veio prestigiar o esporte paralímpico”, comentou o medalhista de prata, que correu com fotos das filhas Júlia e Milena estampadas nas lentes dos óculos.
 
Odair Santos homenageou as filhas com fotos delas nas lentes dos óculos que usou na prova. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Odair Santos homenageou as filhas com fotos delas nas lentes dos óculos que usou na prova. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
“Elas correm comigo na lente e no coração. Hoje não ia ser diferente. Quis fazer essa homenagem. Elas estão aqui no estádio e
têm muita participação nessa medalha”, destacou Odair.
 
Com o resultado no Engenhão, Odair conquistou sua oitava medalha paralímpica, a quarta de prata. Ele ainda tem outras quatro de bronze. O brasileiro lamentou ter sido ultrapassado por Kimani na última volta dos 5.000m, mas não deixou de comemorar mais um pódio em sua carreira.
 
O brasileiro volta à pista do Estádio Olímpico no domingo (11.09) para disputar os 1.500m T11. Odair é o atual bicampeão mundial da distância e conquistou a medalha de prata nos Jogos de Londres 2012. “Agora é focar e descansar bastante. Vou entrar com tudo e, quem sabe, conquistar mais uma medalha para o meu país”, declarou.
 
A prova
 
O percurso de 5.000m tem 12 voltas e meia. Odair se manteve na maior parte da prova em quarto lugar, mas no primeiro pelotão junto com os outros três atletas quenianos. Quando faltavam menos de três voltas, o brasileiro assumiu a ponta e levou o Engenhão à loucura. Ele liderou até os últimos 150m, quando o queniano Mushai Kimani acelerou para vencer a prova. Odair cruzou a linha de chegada em segundo e garantiu a primeira medalha brasileira nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. O bronze foi para o queniano Bil Wilson.
 
“Adotei essa estratégia de dosar um pouco mais no início para fechar um pouco mais forte. Infelizmente acabou não dando certo. O queniano é um pouco mais veloz e acabou me surpreendendo no fim”, explicou o brasileiro.
 
Primeiro ouro
 
Na final do salto em distância da classe F11 (deficientes visuais), Ricardo Costa ficou com o ouro ao conquistar a marca de 6.52m na sexta e última tentativa. A prata foi para o norte-americano Lex Gillette, que liderava até o último salto com 6.44m. O bronze ficou com o ucraniano Ruslan Katyshev, com 6.20m.
 
Odair Santos - Medalha de prata (Foto: Andre Motta/Brasil2016.gov.br)Odair Santos - Medalha de prata (Foto: Andre Motta/Brasil2016.gov.br)
 
Brasileiras nas semifinais
 
Nas eliminatórias dos 100m rasos feminino classe T 11 (deficientes visuais), as três brasileiras se classificaram para as semifinais. Lorena Spoladore venceu a sua série com 12s49 e Jerusa Santos fez o mesmo com o tempo de 12s34. Terezinha Guilhermina ficou em segundo na sua eliminatória, mas com o tempo de 12s19 também se qualificou para a próxima fase.
“Estou realmente motivada para fazer melhor na hora certa. É uma corrida para quebrar o gelo da estreia, com certeza amanhã vou estar bem melhor. Mas estou feliz com este tempo, é o melhor deste ano”, disse Terezinha, atual recordista mundial e paralímpica.
 
Recordes desta manhã
 
Nos 100m feminino da classe T12 (também para deficientes visuais), a atual recordista mundial, a cubana Omara Duran, venceu a sua série em 11s58 e bateu o recorde paralímpico, que era da chinesa Guohua Zhou  (11s91) de Londres 2012.  A brasileira Alice Correa foi para as semifinais com o tempo de 12s31, melhor marca pessoal.
 
No arremesso de peso classe F32 (paralisados cerebrais), o grego Athanasios Konstantinidis bateu o recorde mundial com a marca de 10.09m. Já na classe F12 (deficientes visuais), Caio Vinícius (5º)  e Alessandro Rodrigo (10º) ficaram fora do pódio.
Outro recorde mundial veio na eliminatória dos 100m classe T53 (competidores em cadeiras de rodas): a chinesa bateu sua própria marca ao terminar a prova em 16s19.
 
Vagner Vargas e Carol Delmazo – Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Trunfo Brasil 2016 aproxima público e atletas

Torcer pelos atletas olímpicos e paralímpicos brasileiros ficou ainda mais divertido. Foi lançado nesta segunda-feira, na Casa Brasil, o Trunfo Brasil 2016. O jogo de cartas mundialmente famoso agora ganhou versão eletrônica para as plataformas Android e iOS com mais de 150 atletas consagrados.
 
Luiz Lima apresenta ao público jogo eletrônico que reúne 150 atletas brasileiros. (Foto:Francisco Medeiros/ME)  Luiz Lima apresenta ao público jogo eletrônico que reúne 150 atletas brasileiros. (Foto:Francisco Medeiros/ME)
 
O objetivo da iniciativa é aproximar os atletas do público e divulgar as modalidades esportivas. São 113 atletas olímpicos e 37 paralímpicos, todos patrocinados pelo programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Outras sete cartas são homenagens a grandes nomes do esporte brasileiro, como o ex-meio-fundista Joaquim Cruz e a ex-jogadora de vôlei Paula Pequeno.
"É uma experiência dinâmica e divertida. E uma forma de estimular nossos jovens a praticar esporte. É mais que uma homenagem", afirmou o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima.
 
Atletas da seleção olímpica de nado sincronizado, Luisa Borges e Duda Miccuci fazem parte do jogo e acompanharam o lançamento. "Voltamos um pouco à nossa infância. O Trunfo nos coloca em contato com o público, que pode aprender mais sobre os atletas", comentou Luisa.
 
Luisa e Duda ressaltaram a importância do apoio do Bolsa Atleta para os treinamentos e a performance nos Jogos. "Tenho certeza que ajudou muito no nosso desempenho", afirmou Duda. Sobre o Trunfo, ela completa: "Joguei muito quando era pequena. É muito bacana e permite conhecer outros atletas".
 
O aplicativo traz a biografia dos atletas e suas principais conquistas. O jogo permite partidas com amigos ou desconhecidos. Os jogadores escolhem atributos do atleta como força, por exemplo, e os valores são comparados entre as cartas. Além das cartas dedicadas a 157 atletas, outras três difundem o conhecimento sobre o Portal Brasil 2016, o Bolsa Atleta e a Rede Nacional de Treinamento.
 
O coordenador do Bolsa Atleta, Mosiah Rodrigues, frisou que 77% dos atletas olímpicos e 90,6% dos paralímpicos nos Jogos Rio 2016 são patrocinados pelo programa. "O papel do Trunfo Brasil é importante no sentido de aproximar o ministério do atleta. Desburocratizamos um pouco o contato. É muito importante que consigamos acompanhar a evolução do esporte e da sociedade", disse.
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 
 

Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, fala sobre os Jogos Paralímpicos no Rio Media Center nesta terça-feira

 
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, participa de entrevista coletiva nesta terça-feira (06.09), no Rio Media Center, às 15 horas, para falar sobre os Jogos Paralímpicos Rio 2016. O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, também estará presente.
 
A abertrua oficial dos Jogos Paralímpicos será na quarta-feira (07.09) e as compeitções se iniciam no dia seguinte e prosseguem até o dia  18. Em duas   duas semanas de evento serão distribuidas 528 medalhas, em 23 modalidade. Ao todo, são mais de 4 mil atletas de 160 países.
 
A delegação brasileira é composta por 289 atletas sendo que 90,6% deles recebem apoio financeiro através do Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. O país vai encarar o desafio de se manter entre as potências paralímpicas com o maior número de representantes nacionais na história dos Jogos. Esta será a primeira edição em que o Brasul irá competir em todas as 23 modalidades que compõem o programa paralímpico. 
 
Serviço: Coletiva de imprensa com Ministro do Esporte, Leonardo Picciani e presidente do CPB, Andrew Parsons.
Data: 06.09 ( terça-feira)
Horário: 15h
Local: Rua Madre Tereza de Calcutá, s/nº - Cidade Nova
 
Ascom - Ministério do Esporte

Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte apresenta o funcionamento de seus núcleos no Rio de Janeiro

 
Os núcleos de esporte educacional do Programa Segundo Tempo – Forças no Esporte (PST), promovidos pela Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), do Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da Defesa, serão apresentados nesta quarta-feira (31.08), das 8h às 12h30, no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), no Rio de Janeiro. 
 
No CPOR os beneficiados têm a oportunidade de participar de oficina de jardinagem e, de atividades complementares com dança e reforço escolar (aulas de Português e Matemática). No CEFAN, 40 alunos participam de aulas de levantamento de peso olímpico, sendo que alguns são atletas e, já tiveram destaque em competições no Brasil e no exterior, como por exemplo, Aline Facciola que conquistou o ouro e Luana Madeira que ficou com a prata na prova de arranco, em Lima no Peru (seleção sub-17), em abril de 2015. 
 
Ainda na modalidade levantamento de peso olímpico, oriunda do Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte, o destaque é Monique Araújo. Ela é 3º sargento e vice-campeã dos Jogos Sul-Americanos no Chile e foi a primeira brasileira a bater recorde internacional na categoria 75 kg.
 
Além da presença do secretário da Snelis, Leandro Cruz, também estão confirmadas as presenças do presidente da Comissão de Desporto Militar (CDMB), vice-almirante Paulo Martino Zuccaro; do comandante do CEFAN e presidente da Comissão de Desportos da Marinha, contra-almirante Carlos Chagas Vianna Braga; comandante do CPOR-RJ, coronel de infantaria Luiz Cyrillo de Lima Júnior; e dos atletas militares (Time Brasil) Maria Eduarda Miccuci e Luisa Borge, do nado sincronizado; e Juliana Veloso, dos saltos ornamentais e da judoca Mayra Aguiar, medalha de bronze no judô durante a Olimpíada Rio2016.
 
Informações dos núcleos
 
Cada uma das Organizações Militares possui dois núcleos do Programa Segundo Tempo -Forças no Esporte, os quais atendem aproximadamente 400 crianças e adolescentes a partir de práticas esportivas diversas de caráter educacional como: 
 
CPOR - 2 núcleos
Turmas ALFA: capoeira, atletismo, basquete e voleibol;
Turmas BRAVO: atletismo, capoeira, hóquei na grama e rugby;
Turmas CHARLIE: atletismo, capoeira, hóquei na grama e rugby.
 
CEFAN - 2 núcleos 
Turmas ALFA: luta greco-romana, natação e futebol;
Turmas BRAVO: luta greco-romana, natação e futebol;
Turmas CHARLIE: luta greco-romana, natação e futebol.
 
Programa Segundo Tempo
 
O Segundo Tempo tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social.
 
Programa Forças no Esporte
 
O programa Forças no Esporte busca promover a integração social e o desenvolvimento humano por meio da prática esportiva. O Ministério do Esporte é responsável pelo material esportivo e pelo pagamento de professores e estagiários. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, por sua vez, responde pela alimentação.
 
Serviço: Apresentação do Programa Segundo Tempo- Forças no Esporte
Horário da visita: 08h às 12h30
Quando: dia 31.08 (quarta-feira)
Núcleos que serão visitados na cidade do Rio de Janeiro: 
Centro de Preparação de Oficiais da Reserva – CPOR: Av. Brasil, nº 5292, Bonsucesso
Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes – CEFAN: Avenida Brasil , 10590, Penha 

Mais informações –  Valéria Barbarotto (61) 99800 1508

Ascom - Ministério do Esporte
 

Seis atletas são acrescentados à delegação brasileira dos Jogos Paralímpicos Rio 2016

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou, nesta quinta-feira (25,08), a inclusão de mais seis atletas na delegação que representará o país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Os nomes foram convocados depois da realocação de vagas promovida pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) após a suspensão da Comitê Paralímpico da Rússia e uma desistência ocorrida na modalidade tiro com arco.

Foto: Divulgação/CPBFoto: Divulgação/CPB

Mariana D’Andrea (halterofilismo), Ronystony Cordeiro, Adriano de Lima, Alan Augusto Santos (natação), Vanderson Chaves (esgrima) e Patrícia Layolle (tiro com arco) são os novos integrantes. Assim, a delegação brasileira agora será composta por 285 atletas (185 homens e 100 mulheres) – recorde absoluto nas participações do Brasil em Jogos Paralímpicos.

Com os 23 acompanhantes e 195 oficiais, a equipe verde e amarela será composta por 503 pessoas.

Missão Nos Jogos Rio 2016, o Brasil tem como objetivo chegar ao quinto lugar no quadro geral de medalhas. A melhor participação até o momento ocorreu em Londres 2012, quando a delegação brasileira conquistou o sétimo lugar – foram 21 medalhas de ouro, 14 de prata e oito de bronze.

A cerimônia de abertura está marcada para o dia 7 de setembro. Os Jogos serão realizados até o dia 18. São esperados cerca de 4.350 atletas de 160 países na competição. Estarão em disputa 528 medalhas.

Fonte: CPB
Ascom – Ministério do Esporte

Brasil conquista tri no vôlei masculino e coroa líbero Serginho

Todos jogaram por ele e ele por todos, como repetiram os atletas em vários momentos durante a campanha nos Jogos Rio 2016. No último dia de disputas do vôlei masculino, neste domingo (21.08), a seleção brasileira subiu ao topo do pódio olímpico, na quarta final consecutiva e após 12 anos do bicampeonato em Atenas 2004, com um personagem que esteve em todas as decisões desde a edição na Grécia. Aos 40 anos, Serginho foi o mais festejado e era o mais emocionado no Maracanãzinho, após a vitória por 3 sets a 0 contra a Itália, com parciais de 25/22, 28/26 e 26/24, em 1h37 de partida. O bronze ficou com os Estados Unidos que venceram a Rússia por 3 sets a 2.
 
Ponto da consagração e do tricampeonato olímpico. (Foto:Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Ponto da consagração e do tricampeonato olímpico. (Foto:Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
As Olimpíadas em casa também marcaram a despedida do líbero, que quase “morreu” na caminhada rumo ao título, mas foi salvo pelos companheiros. O Brasil chegou à última rodada da fase de classificação precisando de uma vitória contra os franceses para avançar. “Quando a gente teve o jogo contra a França, eu falei para eles: 'Estou me sentindo como se estivesse na UTI.' E eu tinha perguntado para eles se já tinham visto alguém na UTI. Todos disseram que não. Eu disse que já tinha visto. Então falei para eles que nesta Olimpíada eu vou lutar pela minha vida e que eles iriam me tirar desta UTI. E os caras entenderam e fizeram isso. Porque era minha última Olimpíada, última tentativa de ser bicampeão. Eles têm outro ciclo olímpico e eu não vou ter mais essa chance”, recordou.
 
Serginho se tornou o maior medalhista olímpico do Brasil em modalidades coletivas, com os ouros de Atenas 2004 e Rio 2016, além das pratas em Pequim 2008 e Londres 2012. Ele é o décimo terceiro bicampeão brasileiro em Olimpíadas, se juntando aos parceiros de modalidade Maurício Lima e Giovane Gávio, campeões em Barcelona 1992 e Atenas 2004. “Passou um monte de coisas na cabeça, o ace do Marcelo Negrão em 1992 e eu saindo na rua da minha casa gritando, querendo ser ele. Não tinha nem chinelo. Depois em 2001 eu dividi quarto com Maurício e em 2004 ser campeão olímpico com ele e com o Giovane. Chorei, queria ser igual aos caras. Depois mais duas finais com duas pratas e agora conquistar... É ir para casa, tomar Tubaína, comer frango com pirão da minha mãe e bolo de chocolate”, disse o aliviado líbero.
 
Quando o ataque da Itália parou no bloqueio do Brasil, decretando o tricampeonato olímpico do país, Serginho caiu no chão e chorou. Ele foi jogado para cima pelos companheiros e, já no pódio, com os olhos fechados sentia a emoção de estar novamente no topo. “Mais do que um amigo e um irmão, ele é um exemplo, de suma importância para esta geração, não só pela experiência, mas pela alma que ele coloca em cada treino, em cada jogo. Isso agrega, incentiva”, descreveu o levantador Bruninho, que chegou à sua terceira final e ao primeiro ouro.
 
De 12 em 12
 
O vôlei entrou no programa olímpico na edição de Tóquio 1964. Foram vinte anos até a primeira medalha brasileira com a prata em Los Angeles. Geração que abriu caminho para o ouro de Barcelona 1992, com Tande no time. “Simplesmente vai passando de geração em geração e chega neste momento. Uma final olímpica no Brasil, uma equipe que estava quase fora e de repente voltou. Pareceu a campanha das meninas em 2012, que perderam dois jogos também, passaram e ganharam moral. Aqui chegaram na semifinal contra a Rússia e venceram. Na final foi a vitória da superação”, analisou.
 
Emoção no pódio. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Emoção no pódio. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Presente no Maracanãzinho, o atleta, que hoje é comentarista, esperava o início da partida imaginando como a equipe se preparava para a decisão contra a Itália. “O que eles estão fazendo naquele momento no vestiário? Brincando, conversando, outro mais sério, mais tenso, ao mesmo tempo esta superação”, conta Tande, que ao lado de outros ícones da primeira geração de ouro, como Giovane, Marcelo Negrão e Maurício, abriram portas para novos jogadores depois de vencerem a Holanda na decisão por 3 sets a 0.
 
Foram 12 anos até o ouro seguinte, em Atenas. Ainda estavam na equipe Geovane e Maurício, passando experiência a jovens talentosos como Giba e Dante. Na final, os mesmos adversários desta tarde, a Itália, que perdeu por 3 sets a 1. “Lembrei (de 2004), chorei, me emocionei. As Olimpíadas aqui no Brasil são especiais, vendo a minha modalidade ser campeã, vendo o Serginho largar a seleção. Enfim, um filme que passou na minha cabeça. Fiquei muito feliz por ouvir o Hino Nacional de novo”, revela Giba, que se despediu da seleção após os Jogos de Londres.
 
“Todo mundo perguntou e eu disse: ‘Olha, esse jogo é 3 x 0’. Esse era o resultado que deveríamos ter feito há quatro anos. No terceiro set eu tenho certeza que eles lembraram de Londres, mas jogaram concentrados em busca da vitória, como deveríamos ter feito. Me senti de alma lavada”, comemora Dante.
 
Foram outros 12 anos, com duas pratas consecutivas, para vir outra geração que levou o país ao topo do pódio olímpico. O fio condutor de um ouro a outro foi Serginho, que sente que o tempo passou rápido. “Do nada você acha que o Giba está ao lado e você vai ver não está, está o Lipe. Mas eles tiveram uma grande postura, o Lipe parecia o Giba, o Lucarelli parecia o Dante. O Bruninho, o que ele jogou hoje... O que o Wallace fez nesta Olimpíada... O grupo como um todo. Foi uma vitória de um grupo que merecia, que ganhou tudo e faltava o ouro olímpico”, afirmou o líbero.
 
Nova Geração
 
Somente o líbero Serginho, o levantador Bruninho, o oposto Wallace e o central Lucão tiveram experiência olímpica anterior aos Jogos Rio 2016. Os outros oito jogadores são estreantes. Uma nova geração que chegou para as Olimpíadas sob o trauma da decisão contra a Rússia em 2012. Um dos mais jovens do time, Lucarelli acompanhou pela TV a final de Londres, quando o Brasil levou uma virada inesperada, após dois match points, quando vencia por 2 sets a 0. “Quando a gente fez 2 a 0 e estava no finalzinho do terceiro, eu comecei a pensar um pouco em Londres e pedir para que não acontecesse de novo”.
 
Consagração do líbero Serginho. (Foto:Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Consagração do líbero Serginho. (Foto:Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Mais experiente pela idade, 37 anos, mas também estreante olímpico, o levantador William se emociona com o sonho concretizado. “Olimpíada é sonho de criança. Em 1992 pensava, os caras são campeões, hoje sou eu”, disse. “Talvez a gente não tenha sido uma geração virtuosa como a que passou, show o tempo todo, mas a gente trabalhou duro, no sentido de lutar por um objetivo em comum. Ser vice não é demérito, brasileiro é um pouco mal acostumado em relação a isso. O vôlei ganha faz dez anos e a cobrança é normal, mas tenho orgulho dos vices na Liga Mundial, no Campeonato Mundial. Eu guardo estas medalhas com a maior honra e a de ouro tem um sabor especial. É o fim de um trabalho longo com resultado excepcional”.
 
Um time jovem, que obrigou o técnico Bernardinho, característico por sua maneira enérgica de comandar à beira da quadra, a mudar de postura. “Foi um ciclo difícil, após uma derrota em 2012, da forma como ela veio, sofrida, dura. É uma geração que substitui grandes jogadores. É uma geração que não deveria sofrer mais pressão do que já sofria, da minha parte. Tentei ser um Bernardo diferente para os jogadores”, revelou o treinador que não sabe se continua à frente do cargo que ocupa desde 2001, após dois bronzes na seleção feminina (Atlanta 1996 e Sydney 2000) e que, agora, tem seis medalhas em sequência. No entanto, ele garante que a nova geração manterá o alto nível do Brasil na modalidade. Está provado.
 
CAMPANHA
Primeira fase
Brasil 3 x 1 México
Brasil 3 x 1 Canadá
Brasil 1 x 3 EUA
Brasil 1 x 3 Itália
Brasil 3 x 1 França
Quartas de final
Brasil 3 x 1 Argentina
Semifinal
Brasil 3 x 0 Rússia
Final
Brasil 3 x 0 Itália
 
Gabriel Fialho - Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

Enfim, um dos mais aguardados ouros veio esculpido na química entre torcida e seleção

Demorou mais de seis décadas, cinco jogos, o desenrolar de 120 minutos e dez cobranças de pênaltis, mas enfim o Brasil encontrou os 18 ourives capazes de esculpir a medalha de ouro no futebol masculino. Vários chegaram perto de acertar a medida precisa. Erraram a mão em algum momento e a química não funcionou. Em Los Angeles 1984, Seul 1988 e Londres 2012, a cor saiu no tom prata. Em Atlanta 1996 e Sydney 2000, com a coloração bronze. Desta vez, a bancada era o Maracanã, o amarelo das arquibancadas indicava como a joia deveria ser feita e o placar de 1 x 1 no tempo normal, 0 x 0 na prorrogação e 5 x 4 nas penalidades contra a Alemanha deram o resultado perfeito.
 
Neymar corre para comemorar com os jogadores do banco o gol que definiu o título olímpico.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Neymar corre para comemorar com os jogadores do banco o gol que definiu o título olímpico.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
 
A medalha vale mais que o peso. A espera, entrega e sofrimento até o grito de “é campeão” neste sábado (20.08), no penúltimo dia dos Jogos Rio 2016, tem gostinho ainda mais especial. O alívio após a cobrança de Neymar, a última da série de cinco para cada time, após o alemão Nils Petersen desperdiçar a penalidade anterior, foi como uma catarse coletiva no Maracanã e pelo país.
 
"Essa é a conquista que almejávamos há muito tempo, um anseio grande, uma responsabilidade que todo time olímpico carrega por ser o desporto número um do pais. Acredito que essa fase passou e no futuro teremos tranquilidade maior para lidar com essa situação. Nosso futebol não está morto, acredito no potencial dos nossos jogadores e que podemos oferecer muito ao futebol mundial", afirmou o técnico da seleção olímpica, Rogério Micale.
 
Antes da disputa de pênaltis, o camisa 10 abrira o placar, em cobrança de falta perfeita, aos 26 minutos do primeiro tempo. O empate da Alemanha veio em tabela pela lateral que achou o camisa 7, Meyer, livre na área para completar para o fundo das redes, aos 13 minutos da segunda etapa. Uma jogada que silenciou o estádio e lembrou o recente pesadelo dos 7 x 1 na Copa de 2014.
 
» Leia também: Boulevard Olímpico ficou lotado para a comemoração histórica
 
"Foi uma marca muito difícil para o nosso futebol. Uma situação que gerou ampla discussão no nosso meio futebolístico. Mas, encaramos o jogo como uma partida de Olimpíadas, para enfrentar um time alemão que hoje tem excelência em fazer futebol. Mas tínhamos o sentimento de ter que dar uma resposta para o nosso povo e para o meio do futebol", afirmou Micale. 
Junto a técnico e time, o público se reergueu, voltou a incentivar, mas o gol não saía. As enfiadas de bola eram feitas, mas os atacantes Gabriel, Gabriel Jesus e Luan não concluíam bem.  Veio a prorrogação, o Brasil se mostrou melhor fisicamente, a Alemanha trocava passes na defesa sob vaias, mas diante da ansiedade da seleção, levou a partida para os pênaltis.
 
Nas duas primeiras batidas dos alemães, Weverton foi na bola e por pouco não defendeu. Um a um os atletas foram convertendo as cobranças, até que Petersen parou no goleiro do Brasil. Estava nos pés do nosso atleta mais talentoso inscrever o nome do país na medalha. Neymar deslocou o goleiro e bateu no alto. Agora, as peças estão no peito de todos os brasileiros.
"A gente tinha muita confiança de que dependia somente de nós. O jogo foi extremamente difícil, mas em nenhum momento a gente perdeu a concentração. Confiamos no propósito que a gente tinha e no trabalho que foi feito. Passamos uma dificuldade muito grande no começo, superamos, chegamos à final e conseguimos fazer um belíssimo jogo, com várias oportunidades, e coroamos com o título nos pênaltis, com uma emoção muito grande", comentou o zagueiro Rodrigo Caio.
 
Choro de Neymar após o pênalti que garantiu a ouro ao Brasil. (Foto:Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Choro de Neymar após o pênalti que garantiu a ouro ao Brasil. (Foto:Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Além disso, o título acaba com o tabu de a seleção nunca ter subido ao lugar mais alto do pódio, mesmo tendo tido grandes craques e equipes olímpicas. "Esse sonho não era só nosso, era de todo brasileiro e vai muito além de ganhar uma medalha", analisou o atacante Luan.
 
A pressão pela conquista inédita voltava à tona de quatro em quatro anos. A seleção mais vitoriosa em Mundiais, era também a única a vencer a Copa sem ter o ouro – considerando a Inglaterra como integrante da Grã-Bretanha. O meio-campista Renato Augusto deu a dimensão pessoal do feito alcançado nesta noite. "Nem no meu melhor sonho, teria sonhado com um momento tão especial".
 
Campanha
 
A seleção brasileira chegou para a disputa da final sem ter levado gol. Após dois empates em 0 x 0, contra África do Sul e Iraque, ambos no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, a equipe goleou a Dinamarca por 4 x 0 na Fonte Nova, em Salvador, pela terceira rodada do Grupo A. O resultado garantiu a classificação na liderança da chave.
 
Nas quartas de final, um duelo contra a Colômbia, que trouxe à tona os recentes embates entre as duas seleções principais na Copa de 2014, com vitória brasileira por 2 x 1, e na Copa América 2015, quando os colombianos venceram por 1 x 0. Nas Olimpíadas, a rivalidade, principalmente com Neymar, ficou clara e a partida teve vários momentos tensos. No fim, melhor para o Brasil, que venceu por 2 x 0.
 
Na semifinal, a seleção teve um reencontro especial com o Maracanã e com grande atuação ofensiva não deu chances à Honduras, goleando por 6 x 0 e garantindo a volta ao estádio três dias depois.  
 
Pódio de ouro brasileiro na única conquista do futebol que o Brasil ainda não tinha. (Foto: Brasil2016.gov.br)Pódio de ouro brasileiro na única conquista do futebol que o Brasil ainda não tinha. (Foto: Brasil2016.gov.br)
 
Rivalidade
 
A rivalidade entre Brasil e Alemanha, ampliada pela goleada na Copa do Mundo de 2014, é tema recorrente nas conversas entres os torcedores. Para uns, o jogo de hoje era uma oportunidade de vingança. Para outros, apenas a conquista do ouro interessava.
 
A armação gigante de seus óculos e a roupa confeccionada com bandeiras do Brasil destacavam da multidão o artista de rua Fábio Costa, o "Fabinho Caxotada". Ele compôs uma música para homenagear a seleção e pensa que a final olímpica foi o cenário perfeito para o Brasil apagar a história recente com os alemães. “Depois dos 7 x 1, o Brasil tem que ganhar hoje e mostrar seu valor. Não esquecemos aquela derrota. Ela mexeu muito com o brasileiro”, declarou, antes da partida.  
 
O alagoano, que mora no Rio de Janeiro há nove anos, ganha a vida com “serviços artísticos” em eventos, o que inclui, como traz seu cartão de visitas, atuações como sanfoneiro, músico de qualquer estilo, DJ, animador e até palhaço. Após executar sua composição e atrair olhares dos torcedores que chegavam ao estádio, Caxotada previu, com precisão: “É a hora da revanche”.
Grande fã de esporte, o analista de sistemas João Gilberto Teixeira trouxe o filho João Pedro, de 10 anos, para ver a tão aguardada disputa da medalha de ouro. Eles viajaram de São José dos Campos-SP especialmente para o Brasil x Alemanha e contavam os minutos para a abertura dos portões do Maracanã. “Final olímpica é uma experiência única, muito emocionante para nós”, analisou.
 
O alemão Rùdi Schuch veio de Frankfurt para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Ele andava pelos arredores do Maracanã chamando a atenção. Com balões presos a um chapéu nas cores da Alemanha, Rùdi a todo instante parava para tirar fotos. A viagem ao Brasil, segundo ele, está sendo maravilhosa. “Falaram de problemas da cidade, mas para mim está tudo ótimo. As pessoas são muito boas e cordiais”, elogiou. 
 
O alemão acredita que a rivalidade entre os países só existe no esporte e brinca com a goleada na Copa. “Primeiramente, desculpe pelos 7 x 1”, provocou. “Na verdade, essa rivalidade existe só dentro de campo e estou sendo muito bem tratado aqui”, afirmou. 
 
 
Gabriel Fialho e Rafael Brais. Colaborou Ana Cláudia Felizola - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 
 
 

Promessa para Vitória: Maicon Siqueira destaca apoio familiar no caminho que o levou à medalha de bronze

Muito mais que um nome marcante, Vitória Andrade foi reconhecida pelo filho Maicon Siqueira como pilar fundamental nas vitórias no taekwondo. A mais importante da carreira veio no sábado (20.08): o bronze que o consagrou como último medalhista olímpico do Parque Olímpico da Barra na Rio 2016.
 
A importância de Vitória para Maicon já estava evidente logo depois que ele derrotou o britânico Mahana Cho na última luta. A medalha saiu quase imediatamente do pescoço dele para o da mãe na arquibancada da Arena Carioca 3.
 
Naquele momento, o abraço premiado representou uma promessa cumprida. Em 2014, Vitória foi hospitalizada com diagnóstico de câncer de mama. Maicon conta que ver a mãe naquele estado, sem os cabelos por conta da quimioterapia, foi um choque, mesmo para quem já estava acostumado a lidar com as dificuldades de trabalhar como ajudante de pedreiro e garçom pra sustentar a família.
 
Apoio da mãe foi fundamental na coquista da medalha de bronze. (Foto: Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)Apoio da mãe foi fundamental na coquista da medalha de bronze. (Foto: Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)
 
Naquele momento, ele pensou em desistir da carreira para cuidar da mãe. Mesmo na cama de hospital, Vitória foi forte para dar apoio ao filho e fazer com que ele insistisse no sonho olímpico. A preocupação era tanta que ela pediu para a irmã de Maicon não avisá-lo sobre a internação.
 
"Lembro que falei com ela que iria desistir, já tinha falado com meu treinador. Ela falou: 'Não desiste por causa da minha doença. Eu vou superar, e se Deus quiser, vou estar nos Jogos Olímpicos com você'. Eu respondi: 'Mãe, vou realizar esse sonho, vou levar a senhora para os Jogos Olímpicos e vou colocar a medalha no seu pescoço'. E foi o que aconteceu", contou Maicon.
 
Dali surgiu o combustível para que o mineiro de Justinópolis (distrito de Ribeirão das Neves) seguisse determinado. A promessa encontrou barreiras até que fosse cumprida. Maicon deixou de disputar torneios importantes no ciclo olímpico, como o Pan-Americano e o Mundial de taekwondo, em função de uma fratura na perna. Ele precisou então de um esforço ainda maior para subir no ranking a ponto de lutar por vaga na seletiva para os Jogos.
 
Antes do torneio em março, Maicon ainda lidou com a possibilidade de enfrentar Anderson Silva, que planejava ir para a Rio-2016 no taekwondo, mas o campeão do UFC desistiu. O principal rival na categoria (+80kg) era Guilherme Felix, a quem ele derrotou na primeira luta. No fim, após vencer André Bilia, ele cumpriu a primeira parte da promessa.
 
Maicon segue a filosofia de que os treinos representam a maior dificuldade, e que a competição deve ser encarada com alegria para que o atleta dê seu melhor. Só que o torneio olímpico mandou mais um obstáculo forte ao sonho do lutador: as quartas-de-final contra Abdoulrazak Issoufou Alfaga, do Níger. Ele precisou de força mental e do apoio da psicóloga para lidar com a derrota que o levou à repescagem.
 
"Muitos não sabem lidar, tem que ter cabeça forte. Eu disse para a Cris (psicóloga) que perdi essa luta mas a guerra não acabou. Mentalizei minha luta, ela me pediu pra manter a frieza e buscar o Maicon que estava com sangue nos olhos. Consegui puxar o Maicon do início da competição. Só consegue fazer isso com muito trabalho, é uma técnica complexa. Além disso, ainda fiquei de olho na luta do britânico que foi meu adversário depois que venci o francês", comentou.
 
A própria luta final quase encerrou o sonho da medalha. Contra o britânico Mahama Cho, o brasileiro travou uma luta tensa, em que marcou o primeiro ponto, mas viu o adversário virar para 3 x 1. Maicon não se intimidou, reverteu a vantagem do rival, fez 4 x 3 e, ao final, chegou ao bronze com uma vitória por 5 x 4.
 
Naquela hora, passou um filme na cabeça de tudo que Maicon fez, as dificuldades e alegrias da carreira. Naturalmente, a promessa em 2014 surgiu à mente depois de cumprida, e na hora da "transmissão" da medalha, ele disse: "Essa é sua, mãe".
"Minha mãe é a base de tudo, é meu pilar. Quando estou em dúvida, ela sempre tem uma resposta. O mínimo que posso fazer por ela é cumprir essa promessa. Não conseguiria nem em três gerações fazer por ela o que ela fez por mim", afirmou Maicon, em coletiva após a vitória.
 
Maicon Siqueira se prepara agora para a sequência da carreira pós-medalha. O plano dele é trabalhar com os técnicos rumo aos Jogos de Tóquio-2020. Até lá, ele tem noção de que se tornou uma referencia no taekwondo.
 
"Consegui alcançar o objetivo. Tivemos referência da Natalia e do Diogo, mas o masculino ainda não tinha medalha olímpica. Sinto, sim, a responsabilidade. Isso motiva todo mundo, a modalidade vai crescer ainda mais com a visibilidade da medalha. Pessoas vão olhar mais pro taekwondo", analisou.
 
Rodrigo Vasconcelos, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 
 

Aviso de Pauta - Atletas falam sobre o apoio do Programa Bolsa Atleta em suas carreiras

 
Neste sábado (20.08), das 10h às 12h, acontece no Armazém 2, da Casa Brasil, um bate-papo interativo sobre o Bolsa Atleta, o maior programa de patrocínio individual de atletas do mundo.
 
O  evento terá a participação do Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, do Ministério do Esporte, o ex-atleta e ex-bolsista, e nadador Luiz Lima, prata no Pan de 1995, nos 400m e 1.500m livre;  do coordenador do Programa, o ex-ginasta Mosiah Rodrigues, prata e bronze no Pan de Santo Domingo em 2003, e dos bolsistas e atletas do tiro com arco, Marcelo da Silva Costa Filho e, Ane Marcelle Gomes dos Santos, participante dos Jogos Rio 2016.
 
No encontro serão apresentadas as diretrizes do Programa, e os relatos das experiências dos atletas que recebem o incentivo do Governo Federal. Estarão presentes mais de 40 atletas olímpicos e paralímpicos e de diversas modalidades e categorias do programa.
 
O Bolsa Atleta beneficia aproximadamente 17 mil atletas e paraatletas brasileiros. Nesta edição das Olimpíadas, 77% da delegação, recorde do Brasil na história dos Jogos, contam com o patrocínio do programa. Entre os beneficiados estão os responsáveis pelas duas primeiras medalhas brasileiras: Rafaela Silva, ouro no judô, e Felipe Wu, prata no tiro esportivo.
Com mais de uma década de atuação, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas, num investimento superior a R$ 600 milhões. Somente no exercício de 2016, 6.152 atletas estão contemplados, o que representa um investimento de R$ 80 milhões.
 
Serviço: Apresentação do Programa Bolsa Atleta
Data: 20.08 (sábado) 
Horário: 10h às 12h
Local: Casa Brasil – Armazém 02- Praça Mauá, centro, RJ
Mais informações:  Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte 
Valeria Barbarotto – (11) 97314-1508
 
Ascom - MInistério do Esporte
 
 

O final feliz da fábula “O Mamute e o Mágico”: Alison e Bruno são ouro no vôlei de praia

Era uma vez um Mamute e um Mágico. Eles tinham a mesma paixão: o vôlei de praia. Grandão, com 2.03m, o Mamute era o terror dos adversários, um paredão muitas vezes intransponível. O Mágico, por sua vez, baixo para os padrões do esporte (1,85m), aprendeu a defender de forma tão incrível que só a magia poderia explicar. Como atletas, compartilhavam o sonho de ganhar o ouro olímpico. Pouco depois de passar perto disso, em Londres 2012, o Mamute viu no Mágico o parceiro que poderia acompanhá-lo na nova tentativa.

Alison e Bruno emocionados no pódio na Arena de Copacabana. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Alison e Bruno emocionados no pódio na Arena de Copacabana. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)

Já amigos de outras épocas, tendo jogado juntos no início da carreira, os dois foram criando sintonia, fazendo crescer a parceria. Na noite desta quinta (18.08), o Mamute foi ainda mais gigante – no bloqueio e na superação –, e o Mágico usou seus truques como nunca. Eles venceram os italianos Nicolai e Lupo por 2 sets a 0 (21/19 e 21/17) na Arena de Copacabana e se tornaram campeões olímpicos do vôlei de praia nos Jogos Rio 2016. O bronze ficou com os holandeses Brouwer e Meeuwsen.

Passaram-se 12 anos desde a conquista de Ricardo e Emanuel, em Atenas 2004. Mais do que devolver o Brasil ao lugar mais alto do pódio, Alison e Bruno o fizeram diante da torcida brasileira, que resistiu à chuva para testemunhar a história. Copacabana está em festa.

"Quem fez a diferença nesta Olimpíada foi a torcida, mereceu, esteve no nosso lado nos momentos difíceis. Se fizer a retrospectiva dos nossos jogos: vento, chuva, jogos à meia-noite, quatro da tarde, onze da manhã, teve de tudo. Mas um atleta tem que passar por isso para ser campeão, com humildade e acreditando", disse Alison, que também teve que lidar com uma torção no tornozelo no terceiro jogo.

O caminho até a decisão

Nicolai e Lupo perderam dois jogos na primeira fase e tiveram que passar pela repescagem para seguir na competição. Na sequência, venceram os compatriotas Ranghieri e Carambula nas oitavas e derrotaram duas duplas russas até chegarem à decisão. Já os brasileiros sofreram apenas uma derrota, para os austríacos Doppler e Horst, na fase de grupos. No mata-mata, passaram por espanhóis, norte-americanos – com o campeão de Pequim 2008, Phil Dalhausser, em quadra – e holandeses no caminho até a final.  

"Eu batalhei tanto para estar aqui, mas não sabia que ia ser tão difícil. As chaves que a gente pegou, ter os americanos logo nas quartas, o sonho podia ter acabado ali com uma dupla com o  Phil. Então estou exausto. Tive que lidar com tanta ansiedade. Eu não dormi. De ontem para hoje eu acho que dormi umas duas horas só. Todo mundo dizendo 'traz a medalha, é ouro, é ouro', querendo ajudar, mas de certa forma é muita pressão. Você acaba se cobrando mais, não aceitando seus erros. Realmente foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, mas também veio com o melhor gostinho”, revelou Bruno.

Bruno Schmidt salta para defender o ataque dos italianos. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Bruno Schmidt salta para defender o ataque dos italianos. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)

Foram os 15 dias das maiores angústias da minha vida, não só pelo que eu estava sentindo, mas pela importância do evento, pela responsabilidade e por tudo o que o Bruno estava sentindo. Ficou 15 dias sem dormir, ligando para a gente de noite, passando mensagem. Esse menino passou por uma Via Crucis, e o mais importante é que conseguiu se superar dentro de quadra. É a força de um campeão", completou Luiz Felipe Schmidt, pai, responsável por Bruno ter começado no esporte e o maior alicerce do pequeno Mágico. 

"Todo mundo sabe a dificuldade de um jogador do meu porte de permanecer no esporte. Cada dia foi uma luta, e às vezes era uma luta cansativa demais. Eu comentava com meu pai e perguntava: ‘Não estou perdendo tempo? Estou insistindo numa coisa em que não sou bem-vindo?’ Ele nunca me deixou manter esse pensamento, nunca me deixou parar. Eu dedico muito a ele, que sempre acreditou em mim mais do que eu mesmo", afirmou Bruno.

O jogo

Sob chuva, os italianos forçaram o saque, fizeram um início de jogo impecável e abriram 1/5. Os brasileiros pediram tempo e, na volta, Nicolai errou o serviço. Alison e Bruno respiraram. Um ace de Bruno levantou a torcida, que estava tensa, e um ataque italiano para fora fez os anfitriões encostarem (5/6). Alison se agigantou na rede para empatar em 8/8 e Bruno atacou no fundo para deixar os brasileiros na frente. A arena tremeu. Bruno mandou a bola no fundo de quadra para encerrar belo rali e fazer 13/10. Alison pediu mais gritos.

A pressão aumentou para os italianos. O Mamute soltou o braço na diagonal (17/14), mas errou dois ataques logo depois e os europeus empataram (17/17). Jogando em cima de Alison, os italianos fizeram 18/19.  Nicolai não se perdoou ao atacar para fora e dar o set point aos adversários (20/19). Tempo. Na volta, só deu tempo para o Mamute fazer o paredão e encerrar a parcial (21/19).

No segundo set, um ace de Alison fez 3/2 e os italianos decidiram parar o jogo. Foi a deixa para a torcida crescer de novo. Nicolai foi o paredão da vez para empatar em 4/4. A estratégia continuava a ser o jogo em Alison, testando os limites do brasileiro, que viu os italianos abrirem 8/11. Uma pancada do Mamute diminuiu a diferença em 9/11 e, com seus 2,03m, parou Lupo duas vezes no bloqueio para empatar (11/11).

Alison sobe alto para o bloqueio: Mamute foi decisivo na vitória que rendeu o ouro olímpico. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Alison sobe alto para o bloqueio: Mamute foi decisivo na vitória que rendeu o ouro olímpico. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)

O equilíbrio foi a tônica dos pontos seguintes, até que – de novo ele – Alison bloqueou para abrir 16/14. Se os italianos queriam testá-lo, ele respondia com pontos. O Mágico completava o time pegando tudo que passava pelos braços do parceiro. O ouro foi se desenhando. Bruno atacou no fundo e fez 19/15. Os italianos reagiram. Era a hora da calma. A arena virou vaias. Nicolai sacou para fora: match point. Teve rali e teve emoção no último ponto: nem deu para saber direito o que o juiz marcou, mas o braço indicava o ponto para os brasileiros: 21/17. O Mamute e o Mágico conseguiram.

A superação e o auge

Esta foi a segunda Olimpíada de Alison e a estreia já foi com pódio: com Emanuel, conquistou a prata em Londres 2012. A parceria com Bruno teve início no fim de 2013. Alison passou por uma cirurgia no joelho direito no fim de 2014 e ainda teve que encarar uma apendicite em março, mas o processo de recuperação só fortaleceu a dupla. O time fez quatro torneios ruins no retorno, mas não demorou a “embalar” e conquistou o Campeonato Mundial, em julho de 2015, superando a dupla anfitriã na Holanda. Ainda venceram mais quatro etapas do circuito no segundo semestre e foram campeões da temporada. A vitória no World Tour Final, em outubro, coroou o ano de superação e conquistas. O auge viria meses depois, no Rio 2016.

"Você não vem a uma Olimpíada apenas saindo de  casa, você  tem que ter uma história. Em 2014, compramos um terreno. Em 2015, subimos a nossa casa. Em 2016, nós a pintamos. Superamos grandes dificuldades. Parei para operar o joelho, quando ia para a reestreia, tive apendicite. Na volta, foram quatro resultados ruins. Em nenhum momento, um deixou de acreditar no outro. E tudo começou a dar certo. As derrotas ensinam. Batemos recordes, ganhamos seis torneios consecutivos. Nunca deixamos de acreditar e esse é o diferencial do nosso time", afirmou Alison.

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

 
 

Martine Grael e Kahena Kunze brilham com um ouro emocionante na Baía da Guanabara

Juntas, elas compartilham diversos valores: a tradição familiar na vela, a paixão pelo esporte, o empenho para trabalhar duro visando à evolução e, principalmente, a capacidade de levar o  país ao lugar mais alto do pódio. E foi somando todos esses ingredientes que as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze escreveram, nesta quinta-feira (18.08), mais um episódio dourado e histórico para o Brasil.
 
Martine Grael e Kahena Kunze ganharam única medalha da vela no Rio. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Martine Grael e Kahena Kunze ganharam única medalha da vela no Rio. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Sob um céu nublado e competindo em condições de vento forte e variante na Baía de Guanabara, a fluminense de Niterói Martine Grael e a paulista Kahena Kunze, ambas de 25 anos, conquistaram uma medalha de ouro inédita para o esporte do país. As duas venceram, de forma emocionante, a final da classe 49er FX – última regata disputada nos Jogos Olímpicos do Brasil – e se tornaram as primeiras campeãs olímpicas da vela brasileira.
 
“Na hora da chegada foi emocionante, nem conseguia nadar, de tanto que o meu coração batia. É indescritível subir e receber essa medalha, com os amigos e familiares gritando por você, os voluntários que fizeram esse evento maravilhoso... Não tem preço. Minha primeira Olimpíada e começar assim? Imagina a segunda!”, vibrou Kahena.
 
Emoção até o fim
 
A sétima medalha de ouro do Brasil na história da vela foi escrita com um roteiro dramático. Muito antes da largada, Martine, Kahena e todos os envolvidos com a modalidade no país já sabiam que a parada seria duríssima. O que ninguém imaginava é que o desfecho seria tão emocionante.
 
Depois de 12 regatas disputadas, quatro países avançaram à Medal Race, como é chamada a prova que define o pódio na vela, em condições de conquistar o ouro no Rio. As espanholas Tamra Echegoyen Dominguez e Berta Betanzos Moro e as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen estavam empatadas com Martine e Kahena na liderança, todas com 46 pontos perdidos. Logo atrás, bem perto  das líderes, vinha a dupla da Nova Zelândia formada por Alex Maloney e Molly Meech, com 47 pontos.
 
Na Medal Race, a pontuação é dobrada. O vencedor perde dois pontos, o segundo colocado perde quatro, e assim por diante. Ao final, o barco que tiver o menor número de pontos perdidos conquista o título.
 
Nesse cenário de quatro barcos tão próximos na briga pelo ouro olímpico no Rio, chegar em primeiro não era o fundamental. Para conquistar o topo do pódio era preciso, apenas, ser mais rápido do que os outros concorrentes.
 
Mas o ouro de Martina e Kahena foi forjado com um triunfo espetacular. As duas, que chegaram a cair para a oitava posição durante a prova, se recuperaram e velejaram por um bom tempo atrás das neozelandesas e das italianas Giulia Conti e Francesca Clapcich.
 
Briga do barco brasileiro com as rivais da Nova Zelândia foi intensa até o final. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Briga do barco brasileiro com as rivais da Nova Zelândia foi intensa até o final. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Ao contornarem a penúltima boia, as italianas ainda estavam à frente e as brasileiras, nesse momento com a prata, passaram pela marca seis segundos atrás do barco da Nova Zelândia. Foi então que, nos instantes finais, Martine e Kahena deram início a uma recuperação que fez as centenas de pessoas que acompanharam a prova na praia prenderem a respiração.
 
As duas ultrapassaram os dois barcos que estavam na ponta, assumiram a liderança e cruzaram a linha de chegada com uma diferença de apenas dois segundos para Alex Maloney e Molly Meech, que levaram a prata. O bronze ficou com as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen.
 
“A gente estava assistindo todas as regatas que tiveram aqui antes e, com algumas informações dos outros dias, a gente viu que estava bem aberto, estava dando os dois lados, o vento estava mais forte, mais fraco... a gente observou bem antes”, contou Martine. “Na quarta perna, a gente montou a boia indo para a esquerda e a galera toda indo para a direta. Foi bom que a dinamarquesa veio com a gente e deu uma segurança, a gente já estava marcando elas, então era uma adversária a menos. No último contravento, a gente foi com tudo para a esquerda, porque a bandeira lá no Forte estava tremulando e a gente viu que ia ser bom”, continuou a velejadora.
 
“Acho que essa foi a nossa chegada mais apertada. Eu só queria que tivesse mais uma medalha para as espanholas”, lamentou Kahena, referindo-se aos dois segundos de diferença para as vice-campeãs e ao esforço que as rivais da Espanha fizeram ao longo de toda a Olimpíada no Rio.
 
“Acho que esse foi o campeonato mais legal da minha vida, não só agora, que a gente ganhou a medalha, mas antes. Hoje (antes da prova) eu vinha já pensando nisso: que tinha sido o campeonato mais legal que eu corri. Nunca foi tão disputado assim entre as primeiras velejadoras”, emendou Martine.
 
Assim que as duas cruzaram a linha de chegada, uma explosão de alegria tomou conta das areias da Praia do Flamengo. O Brasil acabara de ver nascer duas novas heroínas do esporte nacional e a família Grael adicionara mais uma medalha à sua incrível coleção de pódios olímpicos.
 
Antes mesmo de chegar à praia, Martine e Kahena foram parabenizadas na água, por familiares e amigos, que nadaram até as duas para abraçar as campeãs olímpicas. “Só tenho a agradecer todas as pessoas que vieram torcer por nós. Estou muito feliz com a quantidade de amigos, a galera torcendo, parecia o Maracanã, fazendo ola, muito legal”, continuou Martine.
 
Festa na água, com a torcida e no pódio: festival de emoção para Martine e Kahena no Rio. (Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Festa na água, com a torcida e no pódio: festival de emoção para Martine e Kahena no Rio. (Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Vela no sangue  
 
Não é exagero afirmar que tanto Martine quanto Kahena têm a vela no DNA. O pai e o tio da primeira dispensam apresentações. Torben Grael é dono de cinco medalhas olímpicas (duas de ouro, uma de prata e duas de bronze) e é um dos 12 bicampeões olímpicos do Brasil. O tio de Martine é Lars Grael, que tem outras duas medalhas de bronze nos Jogos. Para completar, o pai de Kahena, Cláudio Kunze, foi campeão mundial da classe Pinguim em 1973.
 
Em terra, Torben Grael e a mãe de Martine, Andrea Grael, acompanharam o sucesso da filha vivendo fortíssimas emoções. Apesar das cinco medalhas do marido, essa foi a primeira vez que Andrea assistiu de tão perto alguém da família conquistar uma medalha nos Jogos, já que não acompanhou Torben em nenhuma ocasião durante as Olimpíadas que o marido disputou.
 
Para ela, o sucesso da família tem algumas explicações. “Não é segredo. Isso aí é treinamento para caramba. É muita ralação. É óbvio que é muito legal a gente ter isso na família, mas acima de tudo temos o gosto por velejar. O que vem da família mesmo é que todo mundo lá tem sangue de água salgada”, afirmou Andrea, que foi quem levou Martine para velejar pela primeira vez na Baía de Guanabara, quando a hoje campeã olímpica tinha apenas 4 anos.
 
“Eu estava muito nervosa, acordei várias vezes ao longo da noite. Eu pensava que elas seriam medalhistas, mas o ouro é o ouro. Hoje cedo, elas estavam muito tranquilas. Eu abracei as duas e senti que ia dar certo. Eu disse: ‘Façam o que vocês sabem de melhor, que é velejar. E curtam a velejada’. Foi o que elas fizeram”, contou Audrey, mãe de Kahena.
 
Feliz da vida com o sucesso de Martine e Kahena, Torben era só sorriso na praia enquanto aguardava o momento de vê-las repetir algo que ele mesmo experimentou duas vezes: subir ao lugar mais alto do pódio para receber um ouro olímpico.
“São agora oito medalhas na família. É mais do que alguns países”, observou o bicampeão, que revelou que os três times medalhistas na 49er FX treinaram juntos antes do Rio 2016. “Eu acho que isso nos orgulha muito. A gente vem de um clubezinho pequeno em Niterói, o Rio Yacht Club, e justamente na classe delas as três medalhistas estavam treinando juntas, baseadas no clube. Estavam as neozelandesas, as dinamarquesas e elas. Então acho que isso foi decisivo”, opinou.
 
Por último, Torben reconheceu que ficar na praia vendo a filha disputando uma final olímpica é bem mais complicado do que estar no barco defendendo o Brasil. “É muito mais difícil estar aqui do que estar lá disputando. Não tinha como ser mais difícil e emocionante. Ainda bem que acabou com final feliz”, disse.
 
Ao final de tudo, com o objetivo maior alcançado, Martine fez questão de agradecer a parceira que, desde 2012, quando a dupla foi montada, a acompanhou no sonho de um ouro olímpico. “Muita amizade, muita compreensão entre nós. A gente teve uma mudança muito grande no nosso relacionamento. Teve uma ‘profissionalização’. Além de amigas do peito, a gente passou a ser parceiras também. Foi uma parceria muito bonita. Eu não poderia ter tido esse resultado e passado esses quatro anos com mais ninguém. Ela foi ótima”, encerrou a campeã.
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 
 
 
 
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