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Após erros no início da prova, Isaquias Queiroz acelera e fica com o bronze no C1 200m

Definir Isaquias Queiroz com a palavra persistência chega até a ser clichê. Conhecido tanto pelos títulos quanto pela infância difícil, o baiano já sofreu queimaduras, foi sequestrado e perdeu um rim antes de se aventurar com a canoa mundo afora. Debaixo do forte sol desta quinta-feira (18.08), na Lagoa Rodrigo de Freitas, o atleta teve de insistir mais uma vez. Na curta prova do C1 200m, o brasileiro cometeu falhas logo no início e, mesmo acelerando na reta final, achou que o pódio tinha escapado. Justo para ele, que chegou ao Rio com a árdua missão de conquistar medalhas em três categorias. Bravo, Isaquias deu um soco na água. O resultado demorava. Só então ele viu seu nome no telão, em terceiro lugar, e enfim comemorou o bronze.
 
Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.brFoto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
 “Saí até bem, sem perder muito tempo, mas acabei dando remadas em falso logo depois. O barco patinou muito e eu vi os caras colocarem meio barco para a frente. Se eu não tivesse errado muito ali, acho que poderia ganhar a medalha de ouro”, acredita. “Quando eu cheguei, joguei o barco e fiquei sem saber, pensando que tinha perdido a medalha. Fiquei com raiva. Quando saiu, fiquei feliz porque uma medalha de bronze é muito importante no currículo do atleta”, destaca Isaquias. Com o tempo de 39s628, o brasileiro foi superado apenas por Iurii Cheban (39s279), da Ucrânia, e Valentin Demyanenko (39s493), do Azerbaijão.
 
A prata no C1 1.000m conquistada na última terça-feira (16) e o bronze de hoje, as únicas duas medalhas da história do Brasil na canoagem, colocaram Isaquias no posto de quinto atleta do país a subir duas vezes no pódio de uma única edição dos Jogos Olímpicos. Foi assim com Guilherme Paraense (ouro e bronze) e Afrânio da Costa (prata e bronze) no tiro esportivo, ainda na Antuérpia, em 1920, e com os nadadores Gustavo Borges (prata e bronze), em Atlanta 1996, e Cesar Cielo (ouro e bronze), em Pequim 2008.
 
É nessa lista que passa a figurar o nome do baiano de Ubaitaba. Ele, no entanto, quer ainda mais. “É uma satisfação muito grande entrar nesse rol dos melhores atletas do Brasil em Jogos Olímpicos. Estar ao lado de caras como o Cesar Cielo me deixa muito feliz, mas espero fazer mais ainda e chegar aonde nenhum brasileiro chegou, que é conquistar três medalhas em uma só edição”, avisa.
 
Nesta sexta-feira (19.09), Isaquias compete ao lado de Erlon Silva nas eliminatórias do C2 1.000m. Carimbando a vaga para a final, a dupla volta à Lagoa Rodrigo de Freitas no sábado (20), em busca de um novo pódio. “A confiança está muito alta, a gente treinou muito. O C2 está ‘mandando muito’ lá em Lagoa Santa, então a gente sabe da possibilidade de medalha”, analisa o atleta, avisando que o tempo de folga ainda terá que esperar.
 
Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.brFoto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
 “Hoje à tarde eu vou treinar, quem disse que eu vou descansar? Como seria bom já ir para a Bahia descansar! Já fiz o meu trabalho, ganhei as minhas medalhas e agora quero ir para cima para o meu amigo Erlon também fazer história com o nome deles nos Jogos Olímpicos e ganhar a medalha de ouro, que é a que a gente merece”, ressalta.
 
Força das arquibancadas
 
Ao sair da água e da cerimônia de premiação, Isaquias praticamente não conseguia parar para conceder entrevistas. A todo momento era chamado para fotos com o público e para ouvir que “a próxima será de ouro”. Segundo o atleta, a quantidade de pessoas presentes hoje no Estádio da Lagoa surpreendeu.
 
“É a primeira vez que vejo tanto público. Acho que nem em Mundial na Hungria e na Alemanha estava assim. Hoje o estádio estava lotado, então eu tinha que dar o meu máximo para fazer o Brasil ficar feliz”, comenta o atleta que, apesar de não ter no C1 200m sua principal prova, já foi campeão mundial júnior, em 2011, campeão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e bronze no Mundial do ano passado nessa distância.
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 

Ágatha e Bárbara ficam com a prata no vôlei de praia

Quando ainda comemoravam a vitória quase perfeita contra Kerri Walsh e April Ross, Ágatha e Bárbara sabiam que era preciso conter a euforia, baixar a adrenalina e concentrar, porque a final seria menos de 24h depois. Para encerrar a campanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016, havia ainda mais um desafio: as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst, líderes do ranking na temporada. Diferentemente da noite anterior, na madrugada desta quarta-feira (17.08), quem impôs o jogo foram as europeias. Kira foi um monstro no bloqueio, Laura mais uma vez defendeu muito bem, ambas sacaram e atacaram muito bem. As brasileiras, atuais campeãs mundiais, erraram muito, não conseguiram repetir a atuação inesquecível contra as norte-americanas e viram a medalha de ouro escorrer pelos dedos. Com o resultado de 2 sets a 0 (21/18 e 21/14), as alemãs se sagraram as rainhas de Copacabana.
 
Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.brFoto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
Pouco antes, o Brasil também perdeu outra partida. As americanas Kerri Walsh e April Ross viraram a partida contra Larissa e Talita e venceram por 2 sets a 1 para faturarem o bronze.
 
Poderia se dizer que o vento – que apareceu com mais força nesta noite – soprou contra as anfitriãs, mas apenas como analogia. No vôlei de praia, a cada sete pontos, as jogadoras trocam de lado, e o desafio também muda de mãos. As alemãs aproveitaram bem o elemento extra e abriram caminho para a primeira medalha - e de ouro - de uma dupla europeia feminina no vôlei de praia em Jogos Olímpicos.
 
"Ainda parece irreal. No pódio, percebemos por que estávamos trabalhando tanto nos últimos anos, chegamos ao topo. Foi para o nosso time, para a Alemanha, tudo isso veio à nossa cabeça. Melhoramos jogo a jogo, definitivamente merecemos ganhar, sacamos melhor e usamos o vento a nosso favor", disse Laura.
 
Não foi o final que as brasileiras mais queriam. Muito menos o que desejavam os torcedores que encheram a arena ou que acompanhavam pela TV. Terão que esperar quatro anos para mais uma tentativa de repetir a cena de 20 anos atrás, quando Jacqueline e Sandra subiam ao degrau mais alto do pódio. Mas a prata foi muito comemorada por Ágatha e Bárbara. Muito aplaudidas no pódio, elas se emocionaram.
 
"Foi mágico. Essa prata tem um gostinho muito especial pra gente. Foi nossa primeira vez em Jogos Olímpicos, nossa expectativa estava muito positiva, pelo trabalho que a gente vinha fazendo, pela entrega. Neste jogo, elas jogaram melhor, mereceram, aproveitaram melhor as oportunidades. Mas essa prata é especial, por isso eu chorei tanto ali, a gente colocou para fora toda a pressão, a adrenalina, todo o trabalho que a gente fez. A sensação de gratidão é muito grande", contou Bárbara.
 
No primeiro set, dois ataques de Bárbara e um bloqueio de Ágatha abriram 3/1. O vento foi ficando mais intenso, trazendo um elemento desafiador para a decisão, e Laura fez um ace para passar à frente no placar: 6/7. No tempo técnico, as alemãs lideravam a parcial (10/11). Laura terminou um rali atacando na diagonal e fez 13/15. Paredão de Kira aumentou a vantagem. Laura atacou na paralela e dificultou a vida das brasileiras no set (14/18). Um toque na rede das alemãs deu mais esperança de segurar a parcial (16/18). Kira atacou para chegar ao set point em 17/20. As vaias vieram com força para as alemãs. As brasileiras salvaram uma bola, mas Laura fechou em 18/21.
 
"Temos uma equipe muito forte por trás que nos manteve confiantes, mesmo jogando contra toda essa torcida. Foi difícil. Sabemos que seria alto, com foi na semifinal. Mas focamos em nós mesmas do início até o fim", explicou Laura.
 
As alemãs abriram 6/1 no segundo set e deixaram a situação mais complicada para as anfitriãs. Ágatha diminuiu a diferença em 4/7, mas o vento ajudou a levar o saque de Bárbara para fora. Kira, brilhando no bloqueio, chegou a 4/9.
 
As brasileiras tentavam se animar em quadra: quando Bárbara atacou para 6/11, abraçaram-se fortemente. Em belo ataque na diagonal, a canhota fez 9/14. Laura salvou uma bola impressionante, mas o rali terminou melhor para as brasileiras: 12/15.
 
As alemãs continuavam eficientes no ataque e, para completar, Laura fez um ace (13/18). A medalha de ouro foi ficando mais longe paras as brasileiras. Kira fechou a rede e ganhou o match point. Era preciso salvar a bola sete vezes, mas o Brasil só conseguiu uma. Com saque para fora de Bárbara, as alemãs comemoraram: 14/21 e 2 sets a 0 no placar.
 
"A gente não conseguiu colocar em prática o que imaginávamos. Perdemos na bola mesmo. Estávamos aquecendo e não havia vento nenhum. Quando entramos em quadra, veio aquele vento. A gente tinha uma estratégia e ficou na dúvida. Vamos manter a estratégia ou vamos usar o vento? Elas conseguiram manter a virada delas, enquanto a gente não conseguiu manter a virada com o vento. Elas mereceram e estou super feliz por ter conquistado a prata", afirmou Ágatha.
 
"Eu estava presente quando o Julius (Brink) e o Jonas (Reckermann) ganharam o ouro em Londres 2012. Eu fiquei sem palavras e pensei: se eles podem fazer isso, eu também posso. De lá pra cá, lutamos por quatro anos. A conquista é muito grande... estou esquecendo as palavras. Estou cansada. Acho que preciso de champagne!", disse Laura, já com o ouro no peito.
 
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
 

Contendo o choro para curtir um momento histórico, Thiago Braz recebe a medalha de ouro no Engenhão

Entre suas memórias mais especiais haverá sempre lugar na mente do paulista Thiago Braz para duas datas inesquecíveis e um lugar que o tempo não será capaz de apagar. A primeira é 15 de agosto de 2016, o dia em que, surpreendendo todos os prognósticos, Thiago se tornou, aos 22 anos, no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro (Engenhão), um campeão e recordista olímpico do salto com vara. A segunda data é a terça-feira, 16 de agosto, o dia em que ele voltou ao lugar que o consagrou para ser premiado com a medalha de ouro.
 
O campeão olímpico em dois momentos de descontração após a premiação.(Fotos: Getty Images)O campeão olímpico em dois momentos de descontração após a premiação.(Fotos: Getty Images)
 
Exatamente às 21h, os microfones do Engenhão anunciaram que teria início a cerimônia de premiação da prova do salto com vara masculina. Thiago e os outros dois medalhistas, o francês Renaud Lavillenie, dono de prata, e o norte-americano Sam Kendrics, bronze, saíram do túnel para ocupar seus lugares no pódio.
 
Vestido com o uniforme da delegação nacional, Thiago entrou sob aplausos. Kendrics foi chamado, ocupou seu lugar e foi premiado. Na vez de Lavillenie, uma vaia tomou conta do estádio. Imediatamente Thiago fez um gesto para que as vaias cessassem. E então, sob aplausos e gritos de apoio, ele ouviu seu nome ser anunciado. O paulista subiu ao pódio reverenciado. A medalha dourada lhe foi entregue e pouco depois o Hino Nacional encheu o Engenhão de emoção enquanto a bandeira do Brasil era hasteada no lugar mais alto.
 
Prestando continência, Thiago acompanhou tudo com serenidade impressionante. Ao seu lado, o francês estava aos prantos. “Tive um pouquinho de frio na barriga”, admitiu o paulista após a premiação. “Primeiro que eu já estava imaginando segurar a medalha, porque quando vi a imagem de como ela foi criada, até pensei: ‘Eu quero essa medalha’. Eu estava muito ansioso e estou feliz agora, mais calmo depois que a segurei. Poder participar com o público brasileiro e apreciar esse momento especial foi incrível”, declarou o campeão olímpico.
 
Sobre a medalha em si, ele fez o seguinte comentário: “É pesadinha. Eu achei que seria mais leve, mas não. E isso é legal também. O design... É tudo ótimo. Essa é a medalha perfeita. Não tem outra melhor”.
 
Thiago também falou sobre o pedido que fez para que o público encerrasse as vaias e revelou que, após a premiação, conversou com o lendário russo Sergey Bubka, medalha de ouro nas Olimpíadas de Seul 1988 no salto com vara, 11 vezes campeão mundial e até hoje dono das 13 melhores marcas da história na prova em competições abertas (outdoor), como os Jogos Olímpicos.
 
“Não queria que tivesse uma vaia. Eu estava conversando com o Sergey Bubka agora e falando da prova, de como foi. Ele comentou comigo: ‘Cara, se não fosse o Lavillenie, você não teria jamais saltado 6,03m naquele dia, porque na realidade vocês vinham numa guerra. Ele passava, você passava. Ou seja: um estava empurrando o outro”, revelou Thiago. “Então aquele gesto foi para ter respeito com ele. Ele é um ótimo saltador”, continuou. Por meio da conta no Twitter do Comitê Olímpico Internacional (COI), o presidente da entidade, Thomas Bach, criticou as vaias do público ao francês na cerimônia de premiação: “Foi uma atitude chocante da torcida vaiar Renaud Lavillenie na cerimônia de pódio. É algo inaceitável nos Jogos Olímpicos”, afirmou Bach.
 
Thiago, o francês Renaud Lavillenie e o norte-americano Sam Kendrics. (Fotos: Getty Images)Thiago, o francês Renaud Lavillenie e o norte-americano Sam Kendrics. (Fotos: Getty Images)
 
Thiago revelou também que, após a premiação, se encontrou com o francês e eles conversaram um pouco. O encontro terminou com um abraço. “Conversamos agora, eu, ele e o Sergey. Fazia quase um ano e meio que a gente não estava se falando, mas é que a gente também não estava pegando competições juntos e as competições sempre estavam ficando bem fortes e ele estava concentrado e eu também. Depois, ali, a gente deu um abraço um no outro e ficou tudo em paz”, assegurou.
 
Desde ontem, quando venceu a final olímpica, Thiago tem se mantido forte, no controle das emoções. Nesta noite, na premiação, as lágrimas mais uma vez não vieram. Não que ele não estivesse sendo atravessado por sentimentos fortíssimos. O motivo para conter o choro foi outro.
 
“Eu quis chorar”, admitiu. “Mas na realidade eu estava tão feliz que pensei assim: ‘Cara, se eu começar a chorar aqui vou perder o momento. Então eu queria observar o pessoal, ver tudo o que estava acontecendo e não prestar atenção no meu choro. Na realidade eu estava muito feliz”, encerrou o saltador, que disse também que ainda não se encontrou com a saltadora Fabiana Murer, que não teve a mesma sorte que ele e foi eliminada das Olimpíadas ainda na fase de classificação. “Eu na realidade não a vi. Não vi a prova e então não tenho nem como comentar”, finalizou.
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
 
Ascom Ministério do Esporte
 

“Eu vim para fazer história”, diz Isaquias Queiroz com primeira medalha da canoagem velocidade no peito

A felicidade por ter conquistado a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira nos Jogos Olímpicos é visível no sorriso de Isaquias Queiroz, prata na prova do C1 1.000m, no Estádio Olímpico da Lagoa, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (16.08). Mas ela contrasta com a pressa e a preocupação em deixar logo a zona mista para trás e não desagradar seu técnico, o espanhol Jesús Morlan. “Ele já deve estar louco me esperando para eu ir para a água”, diz o brasileiro, rindo, com a prata pendurada no pescoço.
 
Isaquias Queiroz sorri com a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias Queiroz sorri com a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O motivo é nobre. Isaquias tem mais dois compromissos nos Jogos Rio 2016. O brasileiro compete no C1 200m e no C2 1.000, ao lado de seu conterrâneo, o baiano Erlon de Souza. Não há tempo para comemorar agora, e sim focar em fazer o que ele se propôs a alcançar no Rio de Janeiro. “Eu vim para fazer história. E ela está sendo escrita com a primeira medalha do Brasil. Vim aqui para buscar três e acredito que a gente possa conseguir bons resultados nas próximas provas”, afirma Isaquias, apontando para o objeto de desejo de todos os atletas olímpicos.
 
Aos 22 anos, o baiano de Ubaitaba chegou aos Jogos Olímpicos com o status de bicampeão mundial e forte candidato a conquistar ao pódio na canoagem velocidade. O único porém é que sua especialidade, o C1 500m, não faz parte do programa olímpico. Na primeira oportunidade que teve, no entanto, o brasileiro pareceu não se importar. Com o tempo de 3m58s529, perdeu apenas para o alemão Sebastian Brendel, agora bicampeão olímpico com 3m56s926.
 
“A sensação é fantástica. A prova é muito cansativa. Tive que aprender a conciliar o C1 1.000m com o C1 200m e o barco de equipe junto com o Erlon. Tinha um pouco de medo por estar treinando várias provas ao longo do ano para chegar aqui e tentar conseguir três medalhas”, admite Isaquias, falando sobre a prova e elogiando seu adversário.
 
“Controlei bastante o ritmo. Cheguei a ficar em primeiro na metade da prova. Depois dosei a remada. Sabia que o alemão é muito bom. O cara é um fenômeno na água. É muito mais velho que eu e tem mais experiência. Só fiquei atrás de um cara que é bicampeão olímpico, não sei quantas vezes campeão mundial, então, estou satisfeito. Na próxima Olimpíada acho que vai ser muito mais pegado”, projeta o brasileiro, já pensando em Tóquio 2020.
 
Isaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Depois de cruzar a linha de chegada, Isaquias e Sebastian Brendel trocaram algumas palavras ainda dentro da Lagoa. O campeão olímpico cumprimentou seu principal rival e elogiou o futuro do brasileiro. “Cumprimentei e disse que ele é muito bom, que sou fã. Ele também me deu os parabéns, disse que sou muito novo e tenho muito tempo”, revela o brasileiro.
 
“Tem coisa melhor por vir”
 
Se a prata já é histórica para a canoagem velocidade do Brasil, Isaquias Queiroz ainda não está satisfeito. O brasileiro sabe que tem condições de voltar ao pódio nos próximos dois compromissos que tem no Rio 2016, principalmente no C2 1.000m, com Erlon de Souza.
 
“A gente tá muito focado. Estamos remando muito no C2. Vai depender da gente. Também não adianta treinar muito e não fazer nada na Olimpíada. Mas tem coisa melhor por vir”, ressalta o baiano, falando também da outra prova, o C1 200m. “A medalha está entre 38 segundos. Já consegui fazer 38 baixo, mas vamos esperar a prova, por que treinamento é uma coisa e competição é outra. Vamos ver o que vai acontecer.”
 
No C2 1.000m, Isaquias terá a oportunidade de dar o troco no alemão Brendel, que o venceu na prova individual. Os dois vão remar na mesma bateria na sexta-feira (19.08). Antes, o baiano volta ao Estádio da Lagoa para a disputa das preliminares do C1 200m, nesta quarta (17.08).
 
Torcida e família presentes
 
Dona Dilma Queiroz comemora a prata do filho no Estádio da Lagoa. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brDona Dilma Queiroz comemora a prata do filho no Estádio da Lagoa. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brNas arquibancadas do Estádio da Lagoa, Isaquias encontrou apoio da torcida brasileira. O canoísta conta que ouviu os gritos vindos da arquibancada nos últimos 300 metros da competição. Além disso, ali estavam  algumas presenças especiais, principalmente a de dona Dilma, mãe do atleta, que assistiu a ele competindo pela primeira vez.
 
 “Ela mora na Bahia e tinha medo de vir de avião. Eu falei: ‘a senhora vai vir de avião’. Ela veio e acabou gostando. Estou muito feliz por ela ter prestigiado essa medalha. Dei um abraço e ela ficou muito emocionada. Me matei para deixá-la feliz pelo filho dela”, declara o canoísta.
 
“Ele estava confiante. Falou para mim: ‘mãe, a gente está aqui preparado para tudo’. Ele se preparou para ganhar. A cidade inteira parou para ver”, lembra dona Dilma Queiroz, que veio ao Rio acompanhada da tia, do irmão e do sobrinho do canoísta brasileiro.
 
Acidentes, Segundo Tempo e investimentos
 
A história de Isaquias Queiroz impressiona muito antes de ele começar a remar. A infância do baiano foi recheada de acidentes e histórias de superação. Aos três anos, a queda de uma panela de água fervendo queimou boa parte de seu corpo e o deixou no hospital por mais de um mês. Dois anos depois, o baiano chegou a ser sequestrado em sua cidade natal, mas foi encontrado antes de ser dado para a adoção. Por fim, perdeu um rim ao escalar e cair de uma árvore quando tentava ver mais de perto uma cobra morta presa a um galho.
 
Festa brasileira no Estádio da Lagoa: Isaquias agradeceu barulho da torcida nos metros finais da prova. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFesta brasileira no Estádio da Lagoa: Isaquias agradeceu barulho da torcida nos metros finais da prova. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O brasileiro se diz satisfeito por ter superado tantos obstáculos e hoje competir em alto nível e ser medalhista olímpico, mas também minimizou as dificuldades que enfrentou para chegar aonde chegou. “É uma satisfação grande ganhar a medalha depois de passar por tanta coisa na minha vida e na minha carreira. Só tenho um rim e nunca usei isso para chamar a atenção. Para mim é uma coisa normal. No esporte todo mundo tem dificuldade e na vida também”, comenta Isaquias.
 
Outro momento marcante da vida de Isaquias Queiroz foi aos 11 anos, quando ele começou a praticar a canoagem velocidade por meio do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. “Essa medalha tem muito significado para mim por eu ter começado em um projeto social. O esporte pode mudar a vida de vários jovens. Espero que daqui para frente esse meu resultado e o de vários atletas possam abrir os olhos da sociedade”, destaca o canoísta, que também é beneficiado pelo programa Bolsa Pódio do governo federal.
 
Em 2010, o Ministério do Esporte celebrou convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) no valor de R$ 2,1 milhões para estruturação de centros da modalidade no país. Já por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo, entre 2012 e 2015 o Ministério investiu R$ 5,4 milhões na concessão de 433 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica. Quatro atletas, entre eles Isaquias Queiroz, são patrocinados pela Bolsa Pódio, a mais alta do programa e criada após a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Rio 2016, num aporte de R$ 960 mil.
 
Vagner Vargas, Michelle Abílio e Rodrigo Vasconcelos – brasil2016.gov.br
 
 
 
 

Grego tem série "limpa" e deixa Zanetti com a prata nas argolas

Uma nota de partida idêntica: 6.800. Os elementos das séries também eram os mesmos, apenas posicionados em sequências diferentes. Era a execução que definiria quem levaria o ouro. Desta vez o maior prêmio das argolas foi para a Grécia, berço dos Jogos Olímpicos, pendurado no pescoço de Eleftherios Petrounias, o mesmo que iniciou a longa caminhada da chama olímpica no mês de abril, em Olímpia. Nesta segunda-feira (15.08), quase quatro meses depois, o ginasta concluiu sua missão, no Rio de Janeiro, dando trabalho e deixando a prata ao rival Arthur Zanetti.
 
Pódio das argolas, com o grego Petrounias, Zanetti e o russo Abliazin. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)Pódio das argolas, com o grego Petrounias, Zanetti e o russo Abliazin. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)
 
O brasileiro, contudo, se disse até mais contente com a segunda colocação na Arena Olímpica do Rio do que com o ouro de quatro anos atrás, em Londres. “Competir em casa e defender um título é muito mais difícil, então esse resultado com certeza tem um gostinho a mais”, avalia Zanetti. “Os atletas que conseguem manter o resultado são mitos mesmo. Ontem vi a prova do Usain Bolt e ele é tricampeão olímpico. Para esse cara a gente tem que tirar o chapéu. Trabalhei muito mais duro do que em 2012 e consegui a prata, então vi o quanto foi difícil estar aqui”, compara.
 
Para afastar qualquer cobrança pelo bicampeonato, Zanetti optou por uma estratégia diferente nos últimos dias. “Eu passava na rua e as pessoas falavam ‘traz o ouro’. Não é simples assim. Teve uma pressão a mais. Antes de chegar no Rio, eu me coloquei uma pressão também, mas aqui esqueci tudo, até redes sociais, para me concentrar nos meus treinos e na minha prova”, explica.
 
No início da tarde, os atletas foram apresentados para a final das argolas. O brasileiro seria o último a competir, posição que, assim como em Londres, foi possível ocupar após uma classificatória mais simples, que resultou na quinta colocação e o deixou no segundo bloco dos competidores. Depois de receber o aplauso do público, Zanetti saiu de cena. Foi para o ginásio de aquecimento e só retornou à arena mais perto da hora de subir nas argolas.
 
Mesmo ali dentro, enquanto as notas de sete rivais eram exibidas no telão central, o brasileiro preferiu se isolar. “Eu não olhei a série de ninguém. Quando voltei para o ginásio de competição, sentei na minha cadeira, com a cabeça para baixo, e fiquei pensando em coisas boas e na minha série”, conta. Segundo Zanetti, nem mesmo os 16.000 pontos somados pelo grego, atual campeão mundial, após uma apresentação impecável e com saída cravada do aparelho, ele presenciou.
 
Zanetti durante a prova no Rio. Pequenos erros de execução foram a diferença entre a prata e o ouro. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)Zanetti durante a prova no Rio. Pequenos erros de execução foram a diferença entre a prata e o ouro. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
A pontuação, no entanto, seria difícil de bater. Até hoje, o melhor resultado do atleta de São Caetano do Sul foi durante a Copa do Mundo de São Paulo, no ano passado, quando recebeu 16.050 nas argolas. Esse resultado o teria assegurado novamente no topo do pódio olímpico, mas algumas falhas de execução comprometeram a nota final, fechada em 15.766. No evento-teste para os Jogos, em abril, Petrounias também ficou à frente de Zanetti durante a classificatória, mas o brasileiro levou a melhor na final.
 
“O Petrounias foi melhor hoje. Ele está numa fase muito boa da vida dele como atleta e veio aqui para realmente disputar, assim como o chinês, mas que não cravou a saída e acabou ficando fora. Eu achava que os três disputariam os três primeiros lugares”, comenta o técnico Marcos Goto. Yang Liu (15.600) terminou em quarto, deixando o bronze para o russo Denis Abliazin (15.700).
 
Depois de receber um abraço de Zanetti, o grego comemorou a conquista, mas sem considerar a apresentação perfeita. “Não existe perfeição. Foi uma série muito boa, mas mesmo agora, alguns minutos depois, eu sei de algumas coisas que eu gostaria de mudar e fazer um pouco melhor”, argumenta. A pontuação, segundo ele, foi dentro do planejado para a final. “Eu sabia que com essa nota era possível ser campeão. Poucos atletas podem tirar isso, e esse era o objetivo”, explica o novo medalhista de ouro das argolas.
 
Ouro para a Holanda
 
Nem Zanetti nem Petrounias eram considerados tão favoritos ao ouro quanto a norte-americana Simone Biles, na disputa da final da trave, nesta segunda. A ginasta, que já faturou três ouros no Rio de Janeiro, no entanto, sofreu um desequilíbrio durante a apresentação e, por muito pouco, não caiu do aparelho. Assim, somou 14.733, bem abaixo das notas que costuma receber, e ficou com o bronze. “Não estou decepcionada com a medalha, mas sim com a série que eu fiz”, lamenta a estrela dos Estados Unidos.
 
O país viu outra atleta ter um rendimento melhor. Lauren Hernandez recebeu 15.333 e levou a prata. O título de campeã olímpica foi para a holandesa Sanne Wevers (15.466), vice-campeã mundial, com uma série elegante e limpa, capaz de desbancar as duas americanas.
 
Flávia Saraiva durante a série de trave. Quinta colocação e um futuro promissor para a atleta de 16 anos. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)Flávia Saraiva durante a série de trave. Quinta colocação e um futuro promissor para a atleta de 16 anos. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)
 
Já Flávia Saraiva não beliscou o pódio por pouco. Depois de dois desequilíbrios, a ginasta ficou com 14.533 pontos e o quinto lugar. “Acho que não era meu dia, mas eu me esforcei ao máximo e dei o meu melhor”, afirma. Mesmo assim, saiu satisfeita com o resultado para uma estreia. “Estou emocionada porque na minha primeira Olimpíada fui a quinta melhor do mundo. Não tem emoção maior do que isso. Ainda sou muito nova e vou treinar mais e mais para a próxima Olimpíada, para que dê tudo certo para mim”, avisa Flavinha.
 
Ana Cláudia Felizola, com colaboração de Rafael Brasil, brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Thiago Braz, o mais improvável dos heróis de ouro no Engenhão

Sonho? Ser atleta olímpico. Sonho melhor ainda? Disputar os Jogos Olímpicos em casa. Sonho ainda mais incrível? Vencer o atual campeão da prova e recordista mundial. E aquele momento que nem em sonho daria para imaginar? Fazer tudo isso e ainda bater o recorde olímpico. Foi exatamente o que se viu na noite desta segunda-feira (15.08). O herói tem 22 anos, nasceu em Marília (SP) e atende pelo nome de Thiago Braz. O mundo acompanhou tudo isso no Engenhão, nos Jogos Rio 2016.
 
Thiago Braz ao lado do placar com o novo recorde olímpico, que valeu ao atleta o ouro olímpico. (Foto: Getty Images)Thiago Braz ao lado do placar com o novo recorde olímpico, que valeu ao atleta o ouro olímpico. (Foto: Getty Images)
 
O novo recorde olímpico é de 6.03m e foi com essa marca que Thiago fez 200 milhões de pessoas se inflarem de orgulho. Ele se superou incrivelmente. Até esta noite, a melhor marca pessoal dele era um 5.93m em uma competição indoor, realizada em fevereiro de 2016, em Berlim. Ele simplesmente voou para subir essa marca em 10 centímetros, em pista aberta. Ele voou para história do Brasil e do mundo. Ele voou para tirar o sorriso do então campeão olímpico e ainda recordista mundial (6.16m), o francês Renaud Lavillenie e levar o Estádio Olímpico à loucura.
 
"Eu estou muito feliz. Eu e minha equipe trabalhamos muito duro por esse momento. Não para o ouro, mas para tentar uma medalha. Esse resultado é absolutamente incrível. É minha primeira vez acima de seis metros. A torcida estava torcendo muito. Eu tive de focar na minha técnica e esquecer as pessoas em volta para conseguir o melhor", afirmou Thiago. 
 
O final feliz, inesquecível e histórico veio em uma noite de chuvas e ventos, competidores encharcados, problemas com o sarrafo e muita tranquilidade e coragem.
 
Chovia forte no Estádio Olímpico quando a prova teve início, às 22h35. Três competidores fizeram o primeiro salto, todos falhos, e em menos de dez minutos a disputa parou em função do mau tempo. A prova voltou após uma hora e os três saltadores tiveram direito de repetir a primeira tentativa. O chinês Changrui Xue errou novamente na altura de 5.50m e ficou encharcado ao cair no colchão que amortece a descida dos atletas. O tcheco Michal Balner acertou, e comemorou igualmente molhado. Neste momento, os competidores já sabiam o que os esperava na aterrissagem.
 
"(A interrupção) me incomodou um pouco no início, mas tentei ficar tranquilo. O máximo que podia acontecer é eu ir mal, mas não quis pensar por esse lado. Se estava mal pra mim, estava para todos", contou o brasileiro.
 
Thiago Braz preferiu não saltar 5.50m e começou bem a competição ao passar 5.65m na primeira tentativa. Por "problemas técnicos", a prova foi interrompida por cerca de 15 minutos outra vez, até que finalmente conseguiram recolocar o sarrafo na altura de 5.65m. No retorno da competição, além de Thiago, outros cinco atletas seguiram na disputa para tentar a marca de 5.75m. Entre os que ficaram para trás, estava o canadense Shawnacy Barber, atual campeão mundial e que havia saltado 6.00m em 2016.
 
Renaud Lavillenie entrou na prova e não teve dificuldades para superar 5.75m. Outros dois atletas passaram de primeira, um ficou pra trás e Thiago Braz conseguiu na segunda tentativa. O norte-americano Sam Kendricks, após errar uma, decidiu tentar a altura seguinte. Neste momento, o brasileiro estava em quarto.
 
O recordista mundial, novamente, passou fácil 5.85m. Thiago também superou a altura de primeira, e assumiu a segunda colocação. O Engenhão gritou alto seu nome. Kendricks foi outro que obteve sucesso. Os dois que falharam na primeira oportunidade em 5.85m decidiram tentar direto a altura seguinte.
 
Lavillenie, sempre ele, brilhou mais uma vez em 5.93m. Thiago e Kendricks erraram na primeira. O tcheco Jan Kudlicka se despediu. Era a chance de Thiago igualar sua melhor marca, desta vez em pista aberta. Ele conseguiu e bateu seu próprio recorde sul-americano outdoor. Quando o polonês Piotr Lisek ficou para trás, Thiago já era pelo menos bronze. O Engenhão aplaudiu, sem nem imaginar o que viria na sequência.
 
O norte-americano Kendricks não foi capaz de passar 5.93m e ficou com o bronze. A medalha mudou de cor no peito de Thiago. Já era sensacional, ainda mais porque o ouro estava com o recordista mundial. Mas ele queria mais.
 
Agora eram apenas Thiago e o atual campeão da prova. Lavillenie passou 5.98m e desceu comemorando. O francês havia batido o recorde olímpico, que era dele mesmo, com a marca que venceu em Londres 2012 (5m97). Ele só não contava com a tranquilidade e a determinação de Thiago de voar ainda mais alto.
 
O brasileiro só tinha uma chance de quebrar todos os parâmetros de expectativa da noite: passar 6.03m, melhor do que o francês. Lavillenie errou a primeira, assim como Thiago. Na segunda, o europeu também errou. O Engenhão gritou: Eu acredito! E Thiago acreditou, entrando para a história. Recorde olímpico, o primeiro de um brasileiro após a façanha de Joaquim Cruz em 1984, nos 800m.
 
"Quando o Lavillenie passou 5.98m, eu escutei de Deus que eu passaria 6.03m. Falei com o meu treinador, a gente colocou o número do poste certinho. A gente pegou uma vara mais forte, que eu já tinha usado umas duas vezes. Na primeira tentativa, eu fui para testar. Na segunda, eu fui para completar, e deu certo", explicou Thiago.
 
Thiago Braz passa o sarrafo em 6.03m de altura para conquistar o inédito ouro olímpico do Brasil na modalidade. (Foto: Getty Images)Thiago Braz passa o sarrafo em 6.03m de altura para conquistar o inédito ouro olímpico do Brasil na modalidade. (Foto: Getty Images)
 
Mas ainda não era o fim. Lavillenie tinha sua última chance de tirar o ouro de Thiago. Era necessário ultrapassar 6.08m de primeira.  Quando se preparava para o salto, foi vaiado pelo público.
 
"Eu compreendo que os brasileiros torçam para o Thiago, mas o que não está certo é a falta de respeito em relação aos adversários. Isso não é fair play, não combina com Jogos Olímpicos. Em todos os campeonatos em que estive, mesmo quando tinha o atleta local, o público jamais vaiou. Você se prepara muito para os Jogos Olímpicos, por muitos anos e, ao final, o público estraga as  esperanças de muitos saltadores", criticou Lavillenie.
 
Não seria inédito para o francês os 6.08m, porque ele sabe o que é passar 6.16m. Mas não era a noite dele. Era a noite de um menino de 22 anos que foi abandonado pela mãe, criado pelos avós, que deixou o país há um ano e meio para treinar na Itália com o ucraniano Vitaly Petrov, mentor de duas lendas do esporte (o ucraniano Sergey Bubka e a russa Yelena Isinbayeva), um menino que é religioso, que é humilde.Era uma noite de sonhos.
 
"Eu queria achar aquela pessoa (um jornalista, em entrevista após a classificatória) que falou que foi um milagre na qualificação. Fala pra ele que foi um milagre hoje também: 6.03m é uma marca que eu já esperava há muito tempo, há três competições a gente estava tentando bater os seis metros, e hoje, numa Olimpíada, é muito mais forte, algo muito mais surpreendente do que eu esperava pra mim", resumiu.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

O bronze herdado que coroa o pioneirismo de Poliana Okimoto

Um quarto lugar que já era histórico, virou pódio e deu a Poliana Okimoto a chance de se tornar a primeira mulher das modalidades aquáticas do Brasil com um pódio olímpico. O resultado veio na prova dos 10km da maratona aquática, disputada em circuito montado na Praia da Copacabana. A atleta brasileira herdou a medalha de bronze após a francesa Aurelie Muller, que seria a terceira colocada, ser desclassificada por "atropelar" a italiana Rochele Bruni (medalha de prata)  na hora de bater na parede que determina a chegada. O ouro ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, que fechou a prova com 1h55m31s.
Pódio herdado valoriza pioneirismo de Okimoto na modalidade. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Pódio herdado corou pioneirismo de Okimoto. (Foto: Danilo Borges/ Brasil2016.gov.br)
 
O pioneirismo é a marca da atleta desde sempre. Ela foi a primeira nadadora brasileira no pódio de uma competição da Federação Internacional de Natação, no Mundial de Maratonas de 2006. Foi a primeira medalhista brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos (em Roma, 2009). Foi a primeira maratonista aquática brasileira medalhista em Jogos Pan-Americanos (Rio 2007) e agora acrescentou a expressão olímpica à sua lista de pódios. "É a concretização de um sonho antigo. Eu me sinto mesmo pioneira. Lá em 2006, quando conquistei a primeira medalha em mundiais, foi o início de uma era boa.
Eu me sinto muito realizada por conta da carreira que tive, muito bonita", afirmou Poliana, que já tinha saído feliz com a quarta posição.
 
“Eu saí satisfeita porque dei o meu máximo. Eu fiz a melhor prova da minha vida, leve, me divertindo, e tive a sensação de dever cumprido. São poucas as provas em que a gente sai sabendo que demos o nosso máximo, e quando veio o terceiro foi muito emocionante, comecei a chorar. Eu já tinha ouvido boatos de que talvez a francesa fosse desclassificada, mas não era oficial. Quando estava dando entrevista para uma TV fiquei sabendo do resultado oficial e não consegui segurar as lágrimas”, disse. 
 
Tente outra vez
 
Aos 33 anos, Poliana disputava a prova pela terceira vez. Em Londres-2012, precisou abandonar a prova após hipotermia. “Tudo é vivência e aprendizado. Nos Jogos Olímpicos de Londres eu sai chateada, eu entrei em depressão por vários meses, mas a gente tem que levar como lição, crescer e ser pessoas melhores e atletas melhores”, contou Poliana. Em Pequim, ela havia terminado em sétimo. "Aqui, tudo conspirou a favor. A água estava mais lisa, a temperatura estava mais amena, tudo nas condições perfeitas", afirmou.
 
Há 11 anos, Poliana trocou as piscinas por provas em águas abertas, mesmo sentindo medo do mar. Com o tempo, foi se adaptando às provas em mar aberto e em 2006 veio a primeira medalha, uma prata na Copa do Mundo. “A primeira vez que nadei em uma prova de mar aberto foi aqui em Copacabana. Um dia antes da prova meu técnico me colocou para treinar. Eu já sentia medo. Eu falava para o meu treinador que não gostava e não queria e ele me obrigou a competir. Nadei 50 metros e voltei chorando porque tinha medo. Mas no dia da prova eu senti a adrenalina da competição, encarei e ainda ganhei”, contou. 
 
Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Foi em 2006 que anunciaram que a maratona aquática entraria para os Jogos Olímpicos e este foi um dos incentivos para Poliana continuar. “A partir deste dia eu comecei a nadar todas as provas e a perder o medo. No meu primeiro mundial, em 2006, eu ganhei duas medalhas de prata”. Dez anos depois da primeira prata no mundial, Poliana retorna a Copacabana para a conquista da tão sonhada medalha de bronze.
 
“Acho que comecei a acreditar nesta medalha em 2013, quando fui campeã mundial na prova dos 10km. Em 2014 eu tive uma lesão e demorei a voltar. Em 2015, o meu objetivo era conseguir me classificar. Eu acho que construí esta medalha a cada dia e a cada treino. Este ano, cheguei a treinar 100km semanais por causa da Olimpíada. Eu mereci esta medalha, porque lutei muito para estar aqui”, disse. 
 
Ritmo certo
 
Poliana fez uma prova de controle. Sempre mantida no primeiro pelotão, ela entrou para o grupo de elite na terceira das quatro voltas, e se manteve entre as cinco primeiras até a linha de chegada. “A experiência conta muito na maratona aquática. Na última volta eu podia ter parado para me alimentar. Eu estava ali em segundo lugar, no pé da holandesa. A experiência ali contou de não ter parado. Fiquei cinco quilômetros sem me alimentar, foi difícil. No ritmo que a prova estava, era complicado. No final, cheguei a sentir a falta de energia e de hidratação, mas acho que foi uma atitude certa que tomei. Se eu tivesse parado, não teria encaixotado ali e talvez não teria conseguido esta medalha”, contou Poliana. 
 
A outra brasileira na disputa, Ana Marcela Cunha, teve problema em duas tentativas de conseguir pegar a alimentação ao longo da prova. Uma vez uma adversária esbarrou em seu braço. Na outra, deixou escapar o gel que repõe as energias perdidas. Assim, acabou fechando em décimo lugar, com 1h57min29.
 
"Fiquei triste. Dei tudo de mim, tudo o que podia, mas realmente não é um resultado digno de todos que me acompanharam nessa preparação", disse Ana Marcela, que vinha de resultados expressivos no circuito mundial e era uma das esperanças de medalha do país na prova. 
 
Michelle Abílio –brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

A prata da persistência de Diego veio em inédita dobradinha nos esportes individuais com o bronze de Nory

Redenção. Não há palavra melhor para definir o que Diego Hypolito viveu no domingo (14.08) na Arena Olímpica do Rio. A prata veio com a nota 15.533 na apresentação de solo e foi comemorada por ele, pelos técnicos e pelo público no ginásio como um ouro.
Dobradinha brasileira com prata e bronze na ginástica. (Foto: Roberto Caastro/Brasil2016.gov.br)Dobradinha brasileira com prata e bronze na ginástica. (Foto: Roberto Caastro/Brasil2016.gov.br)
 
 
É comum os atletas dizerem que, no momento de uma conquista ou logo antes dela, passa um filme. No caso de Diego, a dedicação, o esforço e, sobretudo, o histórico de percalços, são partes de um roteiro que o Brasil acompanhou. Ele foi bicampeão mundial (2005 e 2007) no solo e chegou aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 como favorito. Caiu na final e ficou fora do pódio. Quatro anos depois, a queda foi ainda na fase classificatória: mais uma vez o sonho da medalha olímpica foi embora. Ele não desistiu. Superou lesões e até uma depressão. Para encarar sua terceira Olimpíada, teve que vencer também a disputa interna. Chegaram a considerá-lo fora da equipe, mas ele ficou.
 
A classificação para a final do solo já foi uma vitória. Diante da família e dos amigos, e de um Brasil que prendeu a respiração durante aquele minuto de prova, sem saber se viria uma outra frustração ou finalmente o alívio, Diego respondeu com a redenção. Não houve queda, mas choro. De emoção.
 
“Não consigo acreditar que é real. Isso mostra que se você acreditar no sonho, é possível. Em uma Olimpíada eu caí de bunda, na outra literalmente de cara, na terceira eu fiquei de pé. Eu nem era tão bom agora como era nas outras, mas consegui uma medalha. É inexplicável. Nunca desistam dos seus sonhos”, disse Diego Hypolito.
 
Para completar a tarde histórica para a ginástica artística do país anfitrião, Arthur Nory - que havia se classificado em oitavo para a final do solo – ficou com o bronze, com a nota 15.433. O ouro foi para o britânico Max Whitlock (15.633). O Brasil não só chegou ao pódio pela segunda vez na história da modalidade nos Jogos, quatro anos depois do ouro de Arthur Zanetti nas argolas, em Londres 2012. O país viu duas bandeiras subirem ao mesmo tempo no mastro que reflete o pódio. É a primeira dobradinha olímpica brasileira em esportes individuais.
 
O nascimento
 
Já quem diga que são apenas falhas, comuns no esporte. Outros poderão afirmar que foi uma conspiração do universo. Fato é que ginastas experientes e candidatos ao pódio erraram. O primeiro a se apresentar foi o japonês Kohei Uchimura, um dos ginastas mais completos da atualidade, bicampeão olímpico no individual geral e prata no solo em Londres 2012. Ele pisou fora do tablado e perdeu 0,3 na nota, ficando com 15.241.
 
“Diego, Diego”, gritavam os torcedores ainda antes do início da prova. Enquanto esperava a nota de Uchimura, Diego se ajoelhou por alguns segundos.  Foi autorizado a começar. Levantou e respirou fundo. Era hora de executar a série e se redimir.
 “Eu estava tão atordoado pensando se ia acertar, se ia fazer a minha parte, que na hora de ir para a última acrobacia passou um filme na minha cabeça. Veio o filme de Pequim. Pensei: ‘Você treinou, você se dedicou, não deixa o seu trabalho ir por água abaixo por algum pensamento negativo, vai lá e faz”, contou.
 
Foi lá e fez. E vibrou muito. Enquanto aguardava a nota, já não havia mais unhas, então Diego mordia os dedos. Veio a avaliação dos juízes: 15.533. Ele abraçou o técnico Marcos Goto e começou a saga da espera até que o último adversário se apresentasse.
 
“Achei que medalha não daria. Há pouquíssimo tempo nem me colocaram na equipe olímpica, eu nem era titular. Aí me classifiquei para a Olimpíada, fiquei em quarto no primeiro dia, o que já foi um sonho, e quando terminei a prova pensei que ia dar um quinto ou quarto lugar. Estava passando mal, minha pressão caiu, tentaram me acalmar. Dá um desespero enorme porque, após fazer a sua parte, só depende dos juízes. Hoje fui bem avaliado, fiz uma boa prova e esse resultado é do Brasil” disse Hypolito.
 
A supresa de Nory
 
A torcida ainda comemorava a boa apresentação de Diego quando o britânico Max Whitlock entrou no tablado e obteve a nota 15.633. Naquele momento, a prata estava em seu peito. Mas restavam mais cinco. Entre eles, o compatriota Arthur Nory.
Sem pressão, Nory acertou a série e conseguiu 15.433, a terceira melhor nota até então. Ele sabia que a série apresentada na classificatória, no dia 6 de agosto, não seria competitiva. Mudou os elementos, dificultou a série, treinou na véspera e entrou para disputar medalha. Não estava errado. 
 
“Foi a primeira vez que eu faço essa série, os elementos eu já havia treinado bastante. Na segunda passada, eu coloquei um elemento novo, de valor F, um dos mais altos do código, é bem difícil. Toda vez que eu faço esse elemento, eu tiro boa nota. Treinei ontem. Aí é ter cabeça fria. Treinado você já está. É ficar focado, acreditar no seu trabalho e fazer o que você mais ama”, disse Nory.
 
Sem tombo, sem tropeço, sem hesitação: série limpa valeu o pódio tão perseguido por Diego Hypolito. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brSem tombo, sem tropeço, sem hesitação: série limpa valeu o pódio tão perseguido por Diego Hypolito. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
“Depois da final do individual geral (no dia 10 de agosto) em que ele não foi tão bem, descansamos, voltamos a trabalhar, treinamos alguns elementos que dariam um acréscimo na nota de partida. Discutimos o que tinha que ser feito e, no ultimo momento, eu disse a ele:  ‘Vai lá e faz sua parte, não se preocupa com os oponentes e deixa a competição acontecer”, contou o técnico de Nory, Cristiano Albino. 
 
Ainda se apresentariam os norte-americanos Jacob Dalton e Samuel Mikulak, além do campeão mundial de solo, o japonês Kenzo Shirai, todos candidatos ao pódio. Dalton obteve 15.133, também com falhas. Shirai desequilibrou a ponto de quase cair de bunda, ficando com 15.366. Diego já era bronze. Restava saber se Mikulak tiraria Nory do pódio, mas ele também cometeu erros e somou 14.333. A dobradinha brasileira estava sacramentada. 
 
“Muitos falaram que eu não poderia, mas nunca deixei de acreditar. Eu era infinitamente pior agora e consegui uma prata. Parece que saiu um caminhão das minhas costas porque era a minha terceira Olimpíada, vou para a quarta sim. Eu amo demais o que faço e esse momento não tem explicação”, disse Diego.
 
“Foi muito emocionante. O Diego está lutando há anos. Já é a terceira Olimpíada que ele vem desejando isso e ele passa isso pra gente. Ele conseguiu e eu estou no pódio junto com um dos meus ídolos que eu sempre vi na TV, eu sempre quis estar lá junto”, contou Nory.
 
Investimentos e mais chances
 
O resultado vem do esforço, da dedicação, mas também do investimento que foi feito nos últimos anos, reconheceram atletas e técnicos. A ginástica brasileira, nas modalidades artística, rítmica e de trampolim, foi beneficiada com a compra de mais de mil equipamentos a partir de um convênio celebrado em 2010, no valor de R$ 7,2 milhões. Os itens foram destinados a 16 centros de treinamento, em 13 cidades brasileiras. Os atletas participaram de diversos training camps internacionais, contaram com equipes multidisciplinares e conseguiram se preparar bem para encarar os Jogos Rio 2016.
 
“Hoje em dia o Brasil me oferece uma estrutura para estar aqui, eu tive incentivo do Comitê Olímpico do Brasil, do meu clube, dos patrocinadores, uma equipe multidisciplinar, bons fisioterapeutas, uma boa psicóloga que me ajudou a me reerguer. Existem muitos profissionais que estudaram para ajudar a gente a se reerguer. Hoje me sinto um campeão para a vida”, avaliou Diego.
 
“O apoio que o governo nos deu, que a confederação nos deu, que o Comitê Olímpico nos deu, acho que isso culminou em todos os resultados”, disse Marcos Goto, técnico de Hypolito e também do atleta que representa outra chance de medalha do Brasil no Rio 2016. Arthur Zanetti tenta o bicampeonato nas argolas nesta segunda-feira (15.08).
 
“Ele (Zanetti) quer uma medalha, eu também quero uma medalha, nós trabalhamos para isso e vamos em busca da nossa medalha. Vamos fazer o nosso papel amanhã. Ele é o último a competir, vai ver os outros competirem e vai fazer o melhor dele. Que vença o melhor. Sempre”.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Diante da invencibilidade de Teddy Riner, Baby repete o bronze olímpico de Londres

Ao longo dos sete dias de lutas entre 390 judocas, de 136 países, os tatames da Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra, viram diversas cenas inimagináveis. Campeões olímpicos e mundiais caíram logo na estreia, enquanto nomes improváveis subiram ao pódio. O próprio Brasil, que hoje viu Rafael Silva conquistar mais um bronze, não cumpriu a meta de superar o desempenho de Londres-2012. Para uns, trata-se de sorte ou azar. Para outros, é justamente no fator surpresa que se encontra a magia dos Jogos. Porém, nem muita sorte ou magia seria capaz de tirar do francês Teddy Riner um novo ouro olímpico.
 
Baby comemora o segundo bronze olímpico, após um período de lesões e recuperação. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brBaby comemora o segundo bronze olímpico, após um período de lesões e recuperação. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Rafael bem que tentou. Depois de passar por Ramon Pileta, de Honduras, e pelo russo Renat Saidov, conseguindo o ippon em cima de ambos, o brasileiro encontrou o mais vitorioso judoca da história nas quartas de final. Líder do ranking, campeão em Londres e oito vezes campeão mundial, Teddy não perde uma luta sequer desde 2010. A torcida da casa gritava: “Riner, pode esperar, a sua hora vai chegar” e “eu acredito”, incentivando Baby a enfrentar o grande desafio.
 
Para manter a invencibilidade, o favorito insistiu em uma pegada alta nas costas de Rafael, que lhe rendeu um wazari. O brasileiro ainda foi punido três vezes e sofreu a oitava derrota para o algoz. “Fui para tentar jogar, sabia que no shido ia ser difícil, mas dei uma canseira nele”, diverte-se Baby, bem humorado e rasgando elogios ao adversário. “É um privilégio estar na categoria desse cara e lutar uma Olimpíada com ele. Ele é diferenciado, mas dei um pouco de trabalho e o deixei um pouco prejudicado para a próxima luta”, brinca.
 
Antes do confronto com Rafael, o francês já tinha vencido Mohammed Tayeb, da Argélia. Em seguida, encarou o israelense Or Sasson na semifinal e, por muito pouco, não se viu em uma disputa de golden score. A luta seguia empatada, com uma punição para cada lado. Literalmente no último segundo do tempo regulamentar, Riner conseguiu o wazari que o colocaria na decisão contra o japonês Hisayoshi Harasawa, de quem venceu por um shido de diferença para consagrar o bicampeonato olímpico.
 
“A cada competição existe uma pequena pressão, mas isso é bom”, comenta o francês. “Hoje foi um grande dia. Esta Olimpíada foi muito dura porque eu tive uma lesão e hoje venci. É um grande sonho”, acrescenta. Coincidência ou não, o primeiro título mundial da lista de Teddy Riner foi faturado no Rio de Janeiro, em 2007. Daí para a frente, ele repetiu o topo do pódio em 2008 (no Mundial Absoluto), 2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015.
 
A última derrota registrada pelo judoca Teddy foi em Tóquio, em 2010, na decisão da já extinta categoria absoluta, com a luta definida por decisão dos árbitros a favor do japonês Daiki Kamikawa. Antes disso, o francês havia perdido na semifinal dos Jogos de Pequim, em 2008, para Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, terminando com a medalha de bronze.
 
Era justamente contra Tangriev que Rafael Silva disputaria a medalha de bronze, após derrotar o holandês Roy Meyer na repescagem, em um confronto truncado, vencido com um shido de vantagem. “Sabia que ia ser uma luta dura com o holandês. É um atleta que tem bastante explosão, entra bastante golpe, então sabia que ele ia tentar colocar um volume alto de luta”, explica Baby.
 
Já diante do uzbeque, a estratégia foi aproveitar o cansaço do rival, que poucos minutos antes tinha disputado a semifinal com Harasawa e sido desclassificado, com quatro punições. “O Tangriev é um atleta experiente e perigoso do início ao fim. Eu sabia que ele estaria cansado, então tentei me aproveitar ao máximo isso para definir a luta por punição, e consegui jogar de yuko”, conta Rafael.
 
Gostinho diferente
 
O bronze já esteve no peito há quatro anos, mas desta vez ganhou um sabor especial. “Hoje fiz uma luta dura com o Teddy, lutei com adversários diferentes, vim de uma recuperação e lutei em casa. Teve um gostinho diferente. Era uma gritaria que emocionava”, analisa. No ano passado, uma lesão no tendão do músculo peitoral maior direito o tirou das competições e o levou à mesa cirúrgica. Em abril deste ano, durante o Grand Prix de Samsun, na Turquia, o brasileiro levou, além do bronze, uma distensão na coxa. A ausência nos tatames deixou Rafael em risco até os últimos momentos da convocação, com David Moura sempre no páreo.
 
“Voltar a ter confiança, a lutar bem, foi o mais complicado para mim. Cheguei aqui acreditando muito”, afirma Baby. “Agora o resultado veio para coroar todo o esforço da equipe para me colocar em dia para lutar”, acredita o paranaense de Rolândia, que só começou no judô aos 15 anos e agora integra um grupo de elite.
 
Além de Mayra Aguiar, que ontem se tornou a primeira mulher brasileira a subir duas vezes ao pódio olímpico da modalidade, Rafael passa a figurar também ao lado de Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, cada um com uma dupla de medalhas nos Jogos. “Acho que o povo brasileiro me deu suporte a cada shido, a cada projeção. Eles gritaram, colocaram pressão no meu oponente, então estou feliz de conquistar a medalha em casa e fazer parte desse time seleto”, comemora.
 
Campanha curta
 
No feminino, a maior expectativa era em torno da luta de Maria Suelen Altheman (+78kg) com Idalys Ortiz, de Cuba, campeã olímpica em 2012 e bicampeã mundial. O encontro com a rival de quem nunca venceu estava previsto para as quartas de final, mas a brasileira não chegou até lá. Logo na primeira luta, acabou derrotada por yuko pela sul-coreana Minjeong Kim, a mesma que a superou no Mundial do ano passado.
 
“A gente se prepara quatro anos para estar aqui e eu saí com a derrota, mas fico feliz por ter representado meu país. Foi um privilégio lutar dentro de casa”, comenta Suelen, falando ainda sobre a participação abaixo das expectativas do judô brasileiro no Rio. “A gente teve tudo, fez vários treinamentos fora, mas o judô é isso. A gente aprende a cair e tem que levantar. Todo mundo se dedicou para estar aqui e infelizmente não deu certo, mas tem um novo ciclo começando a partir de hoje. Quem sabe no Japão pode ser melhor”, avalia.
 
Kim chegou a disputar a medalha de bronze, mas foi superada pela chinesa Song Yu. O ouro da categoria foi outra surpresa do dia. Na grande final, a francesa Emilie Andeol superou a cubana favorita já no golden score e levou mais um ouro para a França de Teddy Riner. O outro bronze ficou com a japonesa Kanae Yamabe.
 
Balanço
 
Apesar de não ter estabelecido uma meta numérica para os Jogos do Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) colocou como objetivo a superação dos resultados de Londres, em quantidade ou na cor das medalhas. Na ocasião, o Brasil conseguiu seu melhor desempenho, levando um ouro e três bronzes. Desta vez, ficou com um bronze a menos, após as conquistas de Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva, terminando, assim como há quatro anos, com o sexto lugar no quadro da modalidade. O líder foi o Japão (12 medalhas), seguido pela França (cinco) e pela Rússia (três).
 
“A equipe se preparou melhor do que o resultado que nós tivemos. Por outro lado, a competição teve uma diluição. Nunca tivemos 26 países conquistando medalha”, pondera o gestor de alto rendimento, Ney Wilson. “Apesar do número menor, mantivemos a posição no quadro geral porque houve uma distribuição mais diluída entre os países. Tirando o Japão, que é fora da curva, e o resultado de hoje da França, todos os outros ficaram muito equilibrados, ninguém teve mais do que três medalhas”, completa.
 
“Podíamos ter conquistado mais. Potencial para isso nós tivemos, mas não saímos daqui decepcionados. No primeiro dia, com dois medalhistas olímpicos, não dava para esperar que sairíamos daqui sem medalha nenhuma”, admite.
 
Pela primeira vez desde o ouro de Rogério Sampaio em 1992, o judô masculino brasileiro deixa uma Olimpíada com um único pódio. Para Ney Wilson, agora será o momento de reverter esse cenário. “Já começamos diferente para Tóquio, trabalhando com um ano de antecedência, sem esperar o Rio 2016 acabar. Hoje temos o feminino repetindo integralmente a equipe de Londres, com algumas atletas com três Jogos Olímpicos nas costas, e no masculino tivemos quatro estreantes. Isso faz uma diferença muito grande”, compara. 
 
A previsão é de uma renovação na seleção brasileira para o próximo ciclo. Sarah Menezes, por exemplo, já adiantou que subirá para a categoria -52kg, enquanto Tiago Camilo deu adeus aos Jogos.  “De uma Olimpíada para outra, há uma renovação natural de 30% em média”, calcula o gestor.
 
Com as mesmas duas medalhas, um ouro e um bronze, conquistadas há quatro anos pelo feminino, a técnica Rosicléia Campos acredita que havia “munição” para ir além, mas também já projeta o futuro. “Tínhamos capacidade sim de ganhar mais medalhas. Algumas surpresas aconteceram e não foi só para a gente. Temos muito trabalho pela frente e amanhã já vamos pensar no próximo ciclo”, adianta.
 
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 
 
 

Dupla brasileira da C2 de canoagem slalom fica fora da final

A dupla Anderson Oliveira e Charles Corrêa deu adeus à competição de canoagem slalom na semifinal da categoria C2. Os paulistas de Piraju, no interior de São Paulo, terminaram a prova com o tempo 116s49, na 11ª colocação, e não conseguiram avançar para a fase final, que reuniu os dez melhores e foi realizada também nesta quinta-feira (11.8). "Era um percurso mais travado do que na primeira fase, o nível técnico foi maior. Apesar da eliminação, estamos satisfeitos com o resultado", disse Charles Corrêa.

A medalha de ouro ficou com a dupla da Eslováquia, formada por LadislavSkantar e Peter Skantar, que desceu o canal em 101s58. A prata ficou com os britânicos David Florence e Richard Hounslow, que completaram em 102s01. O bronze foi para os franceses GauthierKlauss e Mathieu Peche (103s24).

Charles e Anderson foram os últimos brasileiros a competir na canoagem slalom nesta edição dos Jogos. Ana Sátila foi eliminada na primeira fase do K1 e Pedro Henrique Gonçalves, o Pepê, terminou em sexto na classificação geral do caiaque individual masculino, melhor resultado da história da slalom brasileira em Jogos Olímpicos.

"Nos últimos anos, a slalom cresceu muito. Os próprios atletas e técnicos europeus vieram elogiar o nosso desempenho e desenvolvimento. O Brasil nunca foi visto como adversário e hoje, eles já olham a gente de maneira diferente", afirma Anderson Oliveira.

Foto: Michelle AbilioFoto: Michelle Abilio

Secretário acompanha as finais da canoagem

Na arquibancada do Parque Radical, em Deodoro, o secretário de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, Leandro Cruz, assistia às finais, acompanhado pelo presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini.  Após o término da competição, Leandro Cruz ressaltou a relevância do evento para o desenvolvimento do esporte nacional. “Os Jogo vão aumentar a prática do esporte no país. As Olímpiadas vão ajudar a popularizar as modalidades que não são tão conhecidas no Brasil.”

Michelle Abílio – brasil2016.gov.br

 

 

 
 

Mayra Aguiar leva bronze e é a primeira judoca brasileira com dois pódios nos Jogos

Uma garotinha de seis anos vestida com um quimono. Nem competir ela podia, mas perturbou tanto o professor da escolinha que acabou inscrita na competição. A prata na estreia não seria o suficiente para satisfazer Mayra Aguiar, ainda em versão miniatura. A pequena judoca chorava tanto que os pais tiveram uma certeza: ela iria desistir do esporte ali mesmo. Eles não poderiam estar mais enganados. Mayra enxugou o rosto e perguntou: “Quando é a próxima? Não ganhei essa, mas quero mais”. Ali começava a trajetória da brasileira, que na quinta-feira (11.08) precisou, mais uma vez, conter as lágrimas, respirar e ir atrás da medalha de bronze.
 
Mayra Aguiar beija a medalha de bronze: judoca é a primeira mulher do Brasil a subir ao pódio olímpico duas vezes. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Mayra Aguiar beija a medalha de bronze: judoca é a primeira mulher do Brasil a subir ao pódio olímpico duas vezes. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
Repetindo o pódio de Londres, em 2012, Mayra Aguiar é, agora, a única mulher brasileira a conquistar duas medalhas para o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos. O sonho do ouro em casa só foi parado na semifinal e diante de uma adversária que ela conhecia bem: a francesa Audrey Tcheumeo. Foi justamente contra ela, em 2014, que a gaúcha sagrou-se campeã mundial. Ao todo, as duas já haviam lutado seis vezes – e a única vitória da europeia havia sido em 2011, no Grand Slam de Paris.
 
Vivendo a expectativa de uma nova vitória e da vaga na decisão, Mayra acabou punida com dois shidos – o segundo a apenas 30 segundos do fim da luta – enquanto a adversária recebeu apenas um. Sem tempo para superar a desvantagem, a brasileira ajoelhou no tatame e escondeu o rosto. “É um momento bastante difícil. Ali a gente perdeu o que veio buscar”, explica. A tristeza, no entanto, tinha poucos minutos para ceder espaço à vontade de voltar e buscar o bronze contra a cubana Yalennis Castillo.
 
Brasileira cai de joelhos no tatame após derrota na semifinal olímpica. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Brasileira cai de joelhos no tatame após derrota na semifinal olímpica. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
Ali Mayra reviveu a experiência de Londres, quando foi superada na semifinal pela rival americana Kayla Harrison, mas se recompôs para conquistar sua primeira medalha olímpica, há quatro anos. “Eu vi que valeu muito a pena. Aquilo transformou a minha vida. Quando perdi a luta hoje, saí muito abalada, mas coloquei na minha cabeça que eu não podia desistir”, conta. Para a definição do bronze, ela já sabia o que pensar. “Eu coloco na minha cabeça que é uma nova competição. A gente perdeu uma medalha, mas não a guerra”, determina.
 
 
Foi assim que, com um yuko e duas punições de vantagem em cima da cubana, vice-campeã olímpica em Pequim-2008, Mayra Aguiar faturou um segundo bronze nos Jogos para seu currículo e a terceira medalha do Brasil no Rio de Janeiro. “Eu não admito perder. Aquilo me dá muita raiva. Eu ia deixar o corpo no tatame, mas não ia sair dali sem a medalha”, afirma. Com a nova conquista, a judoca agora se une a Aurélio Miguel (ouro em Seul-1988 e bronze em Atlanta-1996), Tiago Camilo (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008) e Leandro Guilheiro (bronze em Atenas-2004 e em Pequim-2008) no rol dos brasileiros que subiram duas vezes ao pódio dos Jogos na modalidade.
 
Dona da casa, Mayra foi empurrada pelo público na Arena Carioca 2 ao longo de todo o dia de competição. “A energia aqui foi mágica, maravilhosa. Conquistar a medalha olímpica em Londres foi lindo, mas agora com a torcida, essa vibração e a emoção que o povo tem, isso aqui foi realmente marcado na minha vida, vou levar para sempre”, emociona-se.
 
Para se classificar à semifinal contra a francesa, a gaúcha fez duas lutas durante a manhã. Na estreia, já mostrando frieza e disposição, precisou de 39 segundos para conseguir um wazari e a imobilização da australiana Miranda Giambelli. Muito séria e concentrada, Mayra seguiu direto para as quartas de final contra a alemã Luise Malzahn, medalhista de bronze no Mundial do ano passado. As duas já tinham se enfrentado três vezes e Mayra nunca foi derrotada pela adversária. Após uma luta mais acirrada, a brasileira novamente levou a melhor com a diferença mínima de um shido.
 
Na estreia, Mayra precisou de apenas 39 segundos para derrotar a australiana Miranda Giambelli. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Na estreia, Mayra precisou de apenas 39 segundos para derrotar a australiana Miranda Giambelli. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
 
 
 
 
 
 
Retrospecto
 
Hoje é até difícil imaginar a judoca em outro esporte, mas Mayra Aguiar passou por várias opções antes de se firmar no tatame: fez balé, natação e ginástica, além do atletismo, que seguiu lado a lado com a arte marcial até os 11 anos. Tendo o quimono como exclusividade, ela só precisou de três anos para integrar a seleção brasileira júnior. Aos 15, conquistaria, com um bronze, a primeira medalha em um Mundial Júnior.
 
Em mundiais sênior, a gaúcha soma quatro pódios: ouro em 2014, prata em 2010 e bronzes em 2011 e 2013. A conquista inédita em Chelyabinsk, há dois anos, teve um sabor que ultrapassou o brilho dourado. Mayra tinha acabado de se recuperar de duas cirurgias simultâneas, no joelho direito e no cotovelo esquerdo, que a obrigaram a passar seis meses parada. Na Rússia, venceu Kayla Harrison na semifinal e Audrey Tcheumeo na decisão.
 
Algoz bicampeã
 
Fora da final olímpica desta quinta-feira, a brasileira não teve a oportunidade de enfrentar, dentro de casa, a norte-americana, com quem intercalou vitórias e derrotas ao longo dos últimos anos. Desde que a Holanda anunciou uma alteração na lista das convocadas para os Jogos do Rio, as duas adversárias sabiam que só se encontrariam em uma possível decisão – talvez uma das mais aguardadas da competição. Em 17 confrontos, Kayla já venceu nove, contra oito da brasileira.
 
Com Mayra fora da disputa, a campeã de Londres superou a francesa na decisão para conquistar o bicampeonato. “Era quase impossível repetir um título olímpico, mas meus técnicos me fizeram lutar todos os torneios, me fizeram lutar quando eu estava cansada, exausta, lesionada, doente. Trabalhei muito duro para isso”, comemora. O outro bronze da categoria ficou com Anamari Velensek, da Eslovênia.
 
Bicampeã olímpica, Kayla Harrison divide o pódio com Mayra e as outras medalhistas no Rio 2016. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Bicampeã olímpica, Kayla Harrison divide o pódio com Mayra e as outras medalhistas no Rio 2016. Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
Aprendizado
 
Novato na seleção brasileira e com a responsabilidade de substituir o veterano Luciano Corrêa, Rafael Buzacarini fez sua primeira luta olímpica contra o uruguaio Pablo Aprahamian. O brasileiro, concentrado, não encontrou dificuldades no confronto, aplicando uma chave de braço no rival, que já sofria com a desvantagem de dois shidos. Pela frente, contudo, “Bolo Cru”, como é conhecido entre os amigos, encontraria toda a experiência do japonês campeão mundial Ryunosuke Haga.
 
“Era a luta decisiva. Eu já sabia que seria difícil, já tinha lutado com ele”, comenta o brasileiro, que perdeu pela segunda vez para o rival após uma punição por falso ataque. “Eu estava bem concentrado, trabalhei duro. Agora é levantar a cabeça”, lamenta, prometendo trabalhar nos erros para ter uma nova chance daqui a quatro anos, em Tóquio.
 
A disputa do masculino foi vencida por Lukas Krpalek, da República Tcheca, que derrotou Elmar Gasimov na decisão. Os bronzes ficaram com Ryunosuke Haga e com o francês Cyrille Maret. Campeão olímpico em Londres, o russo Tagir Khaibulaev foi eliminado na primeira luta por Gasimov.
 
O último dia do judô no Rio 2016, nesta sexta-feira (12), terá os peso pesados Rafael Silva (+100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg) lutando para ampliar o número de medalhas brasileiras no quadro da modalidade.
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Eesporte
 
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