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Espírito de união toma conta da cerimônia de encerramento dos JMPI

Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Após nove dias de duração, os primeiros Jogos Mundiais dos Povos Indígenas chegaram ao fim neste sábado (31.10). A cidade de Palmas parou para ver a cerimônia de encerramento do maior evento esportivo e cultural realizado na capital tocantinense até hoje. Os conceitos de celebração, integração, respeito, diversidade e paz nortearam os Jogos. O esporte foi o elo entre os indígenas de 24 etnias nacionais e de outros 23 países, que compartilharam este e outros múltiplos aspectos de suas culturas.
 

O articulador dos Jogos, o indígena Marcos Terena, aproveitou a ocasião da festa de encerramento para agradecer ao Ministério do Esporte, ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), ao governo de Tocantins e à prefeitura de Palmas, parceiros do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC) na realização do torneio, além dos voluntários e do público em geral.
 
Fotos: Roberto Castro/ MEFotos: Roberto Castro/ ME
 
Com o lema dos Jogos na cabeça: “O importante não é competir e sim celebrar”, as delegações mostraram o espírito de união que tomou conta do evento. Elas foram chamadas uma a uma ao centro da Arena Verde, alternando entre uma etnia brasileira e outra estrangeira. Na entrada, o mestre de cerimônia contava ao público um pouco da história e dos costumes de cada uma delas, além de destacar a atividade esportiva e cultural que aquele povo realizou durante os JMPI.
 
As diferentes modalidades praticadas durante os Jogos revelaram suas raízes no modo de vida dos indígenas. Do meio de transporte à canoagem, da caça ao arco e flecha, ou ao arremesso de lança, além da corrida e da natação necessárias a diversas atividades cotidianas. Atletas olímpicos como Allan do Carmo, da maratona aquática, e Marcus Vinícius, do tiro com arco, e paralímpico, no caso do canoísta Fernando Fernandes, foram a Palmas conhecer as origens de seus esportes.
 
 
O caminho inverso também foi traçado. Esporte mais popular do planeta, a paixão pelo futebol não escapa aos indígenas. Houve ainda modalidades milenares, em alguns casos praticadas por apenas uma determinada etnia, que tiveram seu espaço para demonstrações. Pelota maia, pelota mixteca, bola de fogo, lutas corporais como o Huka Huka, futebol de cabeça e corrida de tora foram algumas das que despertaram a curiosidade do público. Os números finais apontaram que mais de 133 mil visitantes acompanharam os JMPI.
 
Bola de fogo foi apresentada durantes os JMPI e chamou a atenção do público. (Foto: Roberto Castro/ ME)Bola de fogo foi apresentada durantes os JMPI e chamou a atenção do público. (Foto: Roberto Castro/ ME)
 
Estrutura
O estádio Nilton Santos, o ribeirão Taquaruçú Grande e a Arena Verde foram os espaços destinados às competições, e no caso do último, também a apresentações culturais, como danças e shows de música, além das cerimônias de abertura e encerramento.
 
A Oca da Sabedoria abrigou debates com estudiosos de diversas áreas, indígenas, esportistas, atores, músicos e representantes do poder público. Foram abordadas questões indígenas como demarcação de terras, soberania alimentar, meio ambiente, sustentabilidade e direitos humanos.
 
Órgãos públicos e do terceiro setor ainda apoiaram iniciativas como cursos de informática na Oca Digital, a feira de artesanato, que teve 166.980 visitas e gerou mais de R$ 656 mil em vendas, e a Feira Nacional de Agricultura Tradicional Indígena, instalada na Vila dos Jogos, e com estandes para a comercialização de produtos da agricultura familiar e do extrativismo sustentável.
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Os Jogos ainda contaram com a mesma estrutura de outros grandes eventos sediados pelo Brasil, como a Copa do Mundo de 2014. Foi montado para a operação de segurança um Centro Integrado de Comando e Controle fixo e outro móvel e utilizada uma Plataforma de Observação Elevada. Para garantir a proteção e promoção dos direitos humanos foram instalados na estrutura do evento espaços para a identificação de casos de violações e encaminhamento das denúncias.
 
A estrutura de saúde teve três postos, sendo duas unidades básicas e uma avançada, além de um Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) para monitoramento das ocorrências e assistência a população. O Ministério da Saúde repassou R$ 463 mil à Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, para apoio no custeio de medicamentos, insumos estratégicos, profissionais, ambulâncias e outras unidades de suporte básico.
 
Com todo este aparato montado, os I JMPI deixam um legado para a cidade de Palmas, que ganhou em visibilidade e teve um movimento econômico extra, com uma injeção de aproximadamente R$ 2,5 milhões.
 

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas - Encerramento

 
Celebração
Dos Pataxós da Bahia aos Maoris da Nova Zelândia, todos participaram do momento final dos JMPI. A seu modo, eles mostraram ao mundo a importância do povo indígena e a força da cultura representada nos trajes, pinturas, cocares, adereços, música e outras manifestações.
 
A importância do fogo foi destacada com o acendimento da pira e com a entrada dos indígenas da etnia Terena, de Mato Grosso. Naquele momento, o público que lotou as arquibancadas da Arena Verde recebe uma mensagem: o locutor pede a todos que deixem seus corações incendiarem de amor, força e paz.
 
Uma cascata de fogos invade o céu de Palmas e um texto aparece: “Novas sementes foram plantadas em Palmas. Nós fizemos história e uma nova jornada nos espera no Canadá: os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas 2017”. 
 

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

 
 
Cleide Passos, de Palmas

Ascom - Ministério do Esporte
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JMPI supera expectativas e recebe mais de 104 mil visitantes em Palmas

Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
A primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI) registrou 104.856 visitas até esta sexta-feira (30.10), o que corresponde a uma média de 13 mil pessoas diariamente. Entre sábado (24.10) e ontem, período em que foram realizadas as atividades esportivas e culturais na Arena Verde, o número alcançou 99,4 mil, o que significa uma média de visitas superior a 14 mil por dia.
 
Somente a Arena Verde, local de provas esportivas e apresentações culturais, recebeu nos últimos sete dias 51.492 visitantes, numa média de 7,3 mil pessoas por dia. A maior movimentação nos JMPI foi na sexta (30.10), com 20,7 mil visitantes. Já o público recorde da Arena Verde foi registrado na quinta-feira (29.10), com 9,4 mil espectadores.
 
“A nossa expectativa no começo do projeto era atingir 100 mil pessoas durante o evento. Já ultrapassamos esse número. O público chegou aqui e ficou maravilhado com a feira de artesanato, a Oca da Sabedoria e os esportes. Incluímos também o papel da imprensa internacional que cobriu o evento e os cerca de 1,7 mil indígenas que participaram dos Jogos”, analisou Luiz Lobo, diretor executivo do Comitê Organizador do JMPI 2015.
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
A primeira edição dos Jogos Mundiais contou com a presença de 1.129 indígenas nacionais de 24 etnias, além de 566 indígenas internacionais da Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Etiópia, Filipinas, Finlândia, Gâmbia, Guatemala, Guiana Francesa, México, Mongólia, Nicarágua, Nova Zelândia, Panamá, Paquistão, Paraguai, Peru, Rússia e Uruguai.
 
Para o ministro do Esporte, George Hilton, o resultado mostra que a cidade se preparou para receber os estrangeiros e os turistas de todo o país durante o evento. “Acertamos pela escolha da cidade de Palmas, que une o pantanal ao norte do país, onde existe a maior concentração de comunidades indígenas. A presença da presidenta Dilma Rousseff na abertura dos Jogos mostra que o governo apoiou a realização do evento desde o começo. Foi uma parceria que deu certo”, disse.
 
Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), acrescentou que os números indicam que a missão foi cumprida. “Os Jogos atenderam totalmente as nossas expectativas como indígena. Nós deixamos um grande legado patrimonial, cultural e desportivo para a cidade de Palmas. Além dos recursos econômicos trazidos pelos estrangeiros durante os nove dias em Palmas e a geração de empregos na cidade”, analisou.
 
Fotos: Francisco Medeiros e Roberto Castro/ MEFotos: Francisco Medeiros e Roberto Castro/ ME
 
O evento ganhou a atenção do mundo, com cerca de 300 jornalistas credenciados, de 21 países, como Itália, França, China, Chile, Inglaterra, EUA, Alemanha, Japão, México, entre outros.
 
Para o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, o projeto dos Jogos foi executado com perfeição. “Superou todas as expectativas. Precisávamos colocar Palmas de maneira positiva nas primeiras páginas de todo o mundo”, disse ao acrescentar que foram injetados até agora na economia local aproximadamente R$ 2,5 milhões.
 
“Deixamos um legado bacana, com um histórico de evento que demonstrou para o mundo que o Brasil é capaz de realizar. Depois da Copa do Mundo, e no caminho para receber a Olimpíada, fazer um evento desse porte nos deixa mais preparado para realizar outros grandes eventos”, finalizou Lobo.
 

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

 
 
Breno Barros e Cynthia Ribeiro, de Palmas

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Na água, na rua, no campo, confira um balanço das finais dos JMPI

O último dia de competições dos Jogos Mundiais Indígenas reservou disputas nas águas, nas ruas de Palmas e na Arena Verde, com provas de canoagem e corrida. Na sexta-feira (30.10) haviam sido definidas as finais do futebol e da natação. Confira como foram as decisões:
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Canoagem
O Ribeirão Taquaruçú Grande recebeu neste sábado (31.10) as semifinais e a final da canoagem. Após cinco baterias preliminares, seis etnias se classificaram para a decisão: Cocama (Colômbia), Emberá e Wounaan (ambas do Panamá), Kamayurá e Riksbaktsa, as duas de Mato Grosso, e Matis, do Amazonas.
 
Em prova acirrada, os Emberá cruzaram a linha de chegada em primeiro, seguidos de seus conterrâneos Wounaan e do povo Kamayurá. Tripulante da canoa campeã, Clímaco Tojirama comemorou bastante o título.
 
“Estamos muito satisfeitos por ter vencido na canoagem. Parabenizo o Brasil que nos trouxe até aqui e felicito a nossos outros companheiros do Panamá, que chegaram em segundo. No dia de hoje, dou graças por ter aberto uma porta aqui no Brasil. Seguimos em frente, lutando para representar nosso país”, afirmou.
 
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
Natação
Na natação masculina, 68 atletas tiveram que completar um percurso de 500m. Ao final, o guerreiro Joprytohahke, do povo Gavião, cruzou a linha de chegada na primeira colocação, com o tempo de 5min39s. O segundo colocado foi Otu Kuikuro, com 5min40s, seguindo por Joilson Rikbaktsa, com 5min42s.
 
A bateria feminina mostrou que o domínio da prova estava nas braçadas do povo Gavião. Com 55 participantes, a natação entre as mulheres foi vencida por Amkrokwyi Gavião, em 7min09s, também no percurso de 500m. O segundo lugar também ficou com os Gavião, com a guerreira Tukwêre cruzando a linha de chegada em 7min16s. O terceiro posto foi da panamenha Mitzany Conde, com 7min19s.
 
“Foi uma prova cansativa, mas estou muito feliz em ter levado a vitória para a minha aldeia. Quero agradecer aos parentes que vieram assistir e que me deram força para chegar à frente”, disse a guerreira vencedora do povo Gavião.
 
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
Futebol
A torcida brasileira encheu o Estádio Nilton Santos para apoiar os dois times do povo Xerente, que representaram o país nas decisões do torneio de futebol masculino e feminino. A emoção foi ainda maior porque os títulos foram definidos nos pênaltis: o Canadá ganhou entre as mulheres, enquanto os Xerente venceram a Bolívia entre os homens.
 
As finais foram disputadas em dois tempos de 40 minutos. A primeira partida da noite desta sexta-feira (30.10) foi o confronto feminino entre as Xerente e o Canadá. O jogo ficou empatado em 0x0 no tempo regulamentar. Nos pênaltis, a seleção feminina de futebol canadense levou o título ao anotar 3x1.
 
No masculino o povo Xerente mostrou a força do jogo indígena do país do futebol. Após empate por 2x2 no tempo regulamentar contra a equipe da Bolívia, os brasileiros garantiram o título com uma vitória por 3x2 nos pênaltis.
 
Fotos: Francisco Medeiros/ MEFotos: Francisco Medeiros/ ME
 
Corrida
Com os pés descalços, sandálias ou tênis. A diversidade de indígenas que percorreram a prova de corrida de rua também era vista na forma como cada povo encarou a competição. Cerca de 500 atletas, entre homens e mulheres, de diferentes etnias, correram por Palmas na manhã deste sábado (31.10).
 
O percurso foi de 8,4 km, que iniciou e se encerrou na arena central dos Jogos. Demorou 29 minutos para que o primeiro atleta cruzasse a linha de chegada, o canadense Rilee Emmitt. O povo mexicano também fez a festa na prova masculina. Mateo Gonzalez e Silvino Cubesare chegaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
 
“Eu adorei participar dos Jogos Mundiais. É uma oportunidade conhecer povos de diferentes países. Pude apresentar e celebrar a vida, além de ficar muito feliz com a minha participação na corrida. Vou voltar para minha casa contente”, disse Emmitt.
 
A festa continuou na prova das mulheres. A peruana Pillar Villogas chegou na frente, seguida pela canadense Lannie Houk e pela brasileira Rayani, do povo Karajá.
 
Fotos: Francisco Medeiros e Roberto Castro/ MEFotos: Francisco Medeiros e Roberto Castro/ ME
 

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Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

 
Breno Barros, Emília Andrade e Pedro Ramos, de Palmas

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Canadá e brasileiras do povo Xerente vão disputar o título do futebol feminino nesta sexta

Jogadoras Xerente comemoram classificação à final. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)Jogadoras Xerente comemoram classificação à final. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)

As duas seleções finalistas do futebol feminino foram definidas após a disputa das semifinais, que ocorreram na manhã desta quinta-feira (29.10). Por 4 x 2, em cima das meninas do povo Tapirapé, as Xerente conquistaram a primeira vaga. As canadenses levaram a melhor sobre as Guarani Kaiowá, pelo mesmo placar, e também avançaram para a decisão. A final será nesta sexta-feira (30.10), às 19h30, no Estádio Nilton Santos.

Na primeira partida, disputada no campo de futebol da Ulbra, às 7h30, a torcida do povo Xerente protagonizou uma animada festa nas arquibancadas, como de costume nos Jogos Mundiais. Ao apito final do juiz, consagrando a vitória, toda a turma invadiu o campo para comemorar com elas.

Em seguida, às 8h45, foi a vez das garotas do Nifa Canadá. Apesar do forte calor, elas não tiveram dificuldade em superar as oponentes Guarani. A jogadora canadense Winonna foi o destaque da partida: “Estaremos em campo amanhã à noite para a grande final e esperamos voltar para casa com o primeiro lugar. Estamos caminhando para isso”, disse a atleta, autora de dois gols.

Winonna, camisa 21, anota dois gols e coloca Canadá na decisão. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)Winonna, camisa 21, anota dois gols e coloca Canadá na decisão. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)

O Canadá é uma seleção bastante forte e conquistou torcida em Palmas. “É incrível, tem muita gente que se aproxima para contar que está torcendo por nós. Isso é muito legal!”, observou Winonna.

Para o assistente técnico da seleção canadense, William Edward Wasden, os Jogos Mundiais Indígenas são muito importantes por causa do estilo de vida de cada uma das etnias. “Aqui trabalhando juntos, convivemos uns com os outros. Não se trata apenas de competir, de jogar o jogo. Trata-se de desenvolver o caráter e o estilo de vida".

As meninas do Nifa Canadá (Associação Nacional de Futebol Indígena, na sigla em inglês) têm em média 19 anos. Parte das integrantes são da costa oeste da Colúmbia Britânica e algumas delas são Mohawk.

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas - Futebol Feminino

Emília Andrade, de Palmas
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Etnias estrangeiras têm contato com a canoagem indígena brasileira durante os JMPI

Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME

A canoagem indígena, utilizada pelas diferentes etnias nacionais como veículo de locomoção, é também o único esporte de identidade cultural do Brasil reconhecido oficialmente por uma entidade esportiva, no caso, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Para aproximar os povos estrangeiros à cultura da modalidade, indígenas do México, Guiana Francesa, Colômbia, Finlândia, Nova Zelândia, Canadá, além de povos brasileiros sem tradição na prática, entraram na água e fizeram o reconhecimento do equipamento e do ribeirão Taquaruçu Grande, que receberá as competições na sexta-feira (30.10).

Foram fabricadas 20 canoas especialmente para as disputas dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, com 5,5 metros e aproximadamente 55kg, com tamanhos e pesos iguais. Para cada uma delas, a organização do evento fará a reposição ambiental de dez mudas de andirobeira. “Cada uma tem nome e pinturas próprias, para ter identidade única. Elas são joias e não haverá outras iguais. As canoas foram fabricadas por um conselho de nove engenheiros de povos diferentes, que projetaram o equipamento especialmente para os Jogos Mundiais”, explicou Carlos Gouveia, integrante do ITC (Comitê Intertribal).

Mas com quantos paus se faz uma canoa? O pesquisador Evaldo Malato explica que toda a construção é artesanal, com a derrubada da árvore, o corte, a retirada das medidas, a fase da queima – onde fica quase dois dias em cima do fogo –, até esculpir. O processo demora de 15 dias a um mês.

A canoa dos Jogos Mundiais foi fabricada com tronco de árvore da madeira de cedro-arana. O equipamento conta com selo verde, certificado pelo Ibama. “Quando os Jogos terminarem, dez canoas continuarão nas mãos da organização para que sejam utilizadas nas próximas edições do evento. Assim, não precisaremos derrubar novas árvores para fazer as canoas”, revelou Carlos Gouveia.

Fotos: Francisco Medeiros/ MEFotos: Francisco Medeiros/ ME

O pesquisador Malato acrescenta que a canoa é parte importante da cultura dos povos brasileiros. “Quando os portugueses chegaram ao Brasil já avistaram os indígenas em suas canoas. A canoa é o veículo de locomoção que supre as necessidades, como carregar compras e levar para outras comunidades”, disse.

Para alguns indígenas foi a primeira vez que experimentaram a canoa dos povos brasileiros. Os uruguaios, por exemplo, deixaram a água entrar diversas vezes, virando a canoa no rio. Durante o reconhecimento do equipamento, teve também representante de etnia brasileira que não tem tradição na prática, como o Jairton Kaingang do Paraná, 24 anos. “Quando fiquei sabendo que teria a prova da canoa, eu me inscrevi, pois nunca tinha entrado em uma canoa dessa, pequena. Temos na aldeia somente uma canoa grande”, afirmou.

Allan do Carmo (esq.) e Fernando Fernandes compartilham experiência em Palmas. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)Allan do Carmo (esq.) e Fernando Fernandes compartilham experiência em Palmas. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)Campeões na água

O tetracampeão mundial de paracanoagem Fernando Fernandes também apareceu nas margens do ribeirão Taquaruçu Grande. O atleta ficou fascinado ao observar como o esporte é tratado pelos indígenas. “Vim para cá para conhecer as raízes do meu esporte. Está sendo uma experiência fantástica. Na última semana passei cinco dias na aldeia do povo Javaé, em Tocantins. Foi uma troca de experiência incrível. Levei o meu caiaque e eles experimentaram e enfrentaram um pouco de dificuldade, porque é bem estreito. São esportes diferentes”, ressaltou.

Outro atleta que conferiu os preparativos para o início das disputas na água dos JMPI foi Allan do Carmo, recém chegado da última etapa da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas da Federação Internacional de Natação (FINA) de 2015, na qual garantiu o vice-campeonato da atual temporada.

Allan, campeão mundial em 2014, destacou a importância da realização da primeira edição mundial dos Jogos em solo brasileiro. “É muito bacana. A gente começou dos índios, principalmente lá na Bahia. É uma coisa forte para mim, que sou baiano. É a congregação, a união dos povos. É um feito importante, que a gente espera que tenha continuidade. Fico feliz por participar deste momento histórico. É onde tudo começou, todos nós somos indígenas”, afirmou.

O atleta olímpico valorizou ainda a oportunidade de entrar em contato com as raízes do seu esporte. “A maratona aquática vem muito disso aqui. Era o pessoal que saía para pescar, que saía para nadar. Depois vai virando esporte, a natação começa disso aqui. Realmente é a origem do meu esporte, vou estar compartilhando um pouquinho aqui com eles, ver como é que eles nadam”, disse.

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas - Canoagem

Breno Barros e Pedro Oliveira, de Palmas

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Snelis promoverá encontro sobre política de lazer na América Latina

A Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis) promove, no próximo dia 3 de novembro, a Roda de Conversas sobre Políticas de Lazer no Brasil e na América Latina. O evento é uma iniciativa do programa Rede Cedes, em parceria com o Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte (Gesporte) da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (FEF/ UnB).

A Roda de Conversa antecede o 27º Encontro Nacional de Recreação e Lazer, que começa no dia 4 e vai até 6 de novembro, com participação de especialistas, estudantes e todos os interessados em Educação Física, Recreação e Lazer, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.

»Serviço - Roda de Conversas sobre lazer no Brasil e na América Latina

Participações confirmadas: professores Carlos Alberto Rico ( Colômbia), Paulo Waichman (Argentina), Antônio Carlos Bramante e Helder Isayama (Brasil)

Data: 3 de novembro (confirmar presença até 28.10 pelo e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.)

Horário: das 9h às 12h

Local: Auditório do terreno do DNIT, SAN Quadra 3, Bloco A , Via L2 Norte – Asa Norte – Brasília - DF

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Aldeia Xerente terá primeira Vila do Esporte do país

Durante visita à Aldeia Funil, do povo Xerente, distante 80 km de Palmas, o ministro do Esporte, George Hilton, anunciou, neste domingo (25.10), a construção da primeira Vila do Esporte do Brasil no local. Será um espaço coberto, com 3,5 mil m², poliesportivo, com academia ao ar livre e uma pista de caminhada.
 
Segundo o ministro, o complexo na comunidade Xerente será um projeto-piloto a ser estendido por todo o país. “Neste espaço, poderá ser feita a iniciação esportiva de crianças e a formação de futuros atletas que participarão dos Jogos Indígenas”, disse.
 
No começo da visita, George Hilton assistiu à chegada de uma corrida de tora na aldeia. O ministro também jogou futebol com os indígenas, entre homens, mulheres e crianças. A modalidade é a mais praticada pelos integrantes da aldeia. Ele ainda dançou a tradicional “Lá de Cá”, em que os homens ficam de um lado e as mulheres, do outro, ao som da canção Xerente: “Venha pra cá, hoje é o nosso dia.”
 
Fotos: Francisco Medeiros/ MEFotos: Francisco Medeiros/ ME
 
O professor indígena Rogério Xerente falou ao ministro sobre as necessidades do povo da aldeia, das crianças e jovens, e como os mantêm afastados do álcool e das drogas ilícitas. Por sua vez, a secretária de Assuntos Indígenas de Tocantínia (TO), município em que estão situadas as sete aldeias dos Xerentes, comemorou o anúncio, que arrancou gritos e aplausos do público presente.
 
“O esporte é importante, porque jogamos um futebol tradicional. A droga não entrou aqui e a cachaça está afastada dos jovens. Manter esses vícios afastados é muito importante para a saúde. Quanto mais praticarmos esporte, será melhor, porque é um modo de afastar o mal”, ressaltou Vanessa Xerente.
 

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Emília Andrade, de Palmas

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Do tiro com arco para o arco e flecha: atleta olímpico experimenta prática indígena nos JMPI

 
Para muitas pessoas o arco e flecha e o tiro com arco são a mesma coisa. No entanto, na cultura indígena a ferramenta é um dos símbolos dos povos brasileiros e no esporte é uma das modalidades que faz parte dos Jogos Olímpicos. O atleta Marcus Vinicius D'Almeida, 17 anos, principal nome do tiro com arco nacional, esteve neste sábado (24.10) na sede dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas, e teve contato direto com a cultura milenar. Ele ainda explicou as diferenças e experimentou a prática que antecedeu o seu esporte.
 
As semelhanças entre as duas atividades ficam somente no conceito de atirar. Na tradição indígena, o arco e flecha era, fundamentalmente, uma ferramenta de caça. Timbira Pataxó, que apresentou o arco indígena ao atleta, explicou a cultura. “Hoje, o nosso arco e flecha é mais para competir dentro da aldeia. Antigamente, o povo Pataxó era muito caçador, mas hoje temos a visão de preservar a natureza”, disse.
 
Fotos: Roberto Castro/ MEFotos: Roberto Castro/ ME
 
O arco e flecha conta com diferentes formatos e tamanhos, dependendo do povo. É feito basicamente de madeira trabalhada, com cordel e flecha de bambu ou madeira mais resistente, com a ponta de osso. Já o equipamento olímpico é aerodinâmico, preciso, com ponta de aço e flecha de carbono.
 
“Eu acho muito importante a realização desse evento. Ele vai servir também para mostrar as diferenças entre o arco e flecha e o tiro com arco. O meu esporte é profissional e o arco e flecha é da cultura indígena. Temos muito o que aprender com os povos. Os indígenas praticam há muito tempo a arte da flecha e espero trocar experiências aqui em Palmas. É interessante ver a diversidade de arcos que existe”, conta Marcus Vinicius.
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Contemplado com a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, o jovem atleta é o principal nome do tiro com arco brasileiro e buscará um pódio inédito nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. No início do ano, ele teve contato direto com a tradição do arco e flecha, quando morou com os arqueiros indígenas Dream Braga e Gustavo Santos por três meses. Na oportunidade, eles faziam parte da equipe nacional do tiro com arco.
 
“Eles viraram arqueiros profissionais. O esporte profissional contribuiu muito para a técnica do Dream e do Gustavo. Se eles voltarem para a mata novamente, eles vão ver que a pontaria ficou melhor”, contou Vinícius.
 
 
Breno Barros, de Palmas

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Crianças celebram integração entre povos na Feira Mundial de Artesanato

Foto: Francisco Medeiros/ MEFoto: Francisco Medeiros/ ME
 
Um simples gesto na área central da Feira Mundial de Artesanato Indígena simbolizou a igualdade entre os povos. Cinco crianças mostraram que são iguais nas diferenças. Toynáwa, Mytwirá e Sahya, do povo Assurini, do Pará, trocaram com Matheus Santana e Valentina Santana, moradores de Palmas, objetos universais na infância: os brinquedos. Os indígenas presentearam com o rabinho e o ovo de jabuti (pequena bola) – feitos com palha de buriti –, e receberam em troca duas bolas de futebol e uma boneca de pano. O gesto marcou a abertura da exposição cultural para o público que visita os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
 
O espaço também recebeu o pajé Dorival, do povo Javaé. Ele realizou um ritual da etnia, que celebra felicidade, comunhão e união dos povos. Em seguida, fez uma apresentação de dança para festejar e abençoar a Feira Mundial durante os dias de exposição.
 
Os rituais foram acompanhados pelo ministro do Esporte, George Hilton, neste sábado (24.10). O espaço, destinado para celebrar a integração e a valorização da arte e da cultura mundiais, recebeu somente na manhã do primeiro dia de funcionamento, mais de 2,7 mil pessoas.
 
Ministro do Esporte visita Feira Mundial de Artesanato Indígena, que conta com 44 expositores. (Foto: Roberto Castro/ ME)Ministro do Esporte visita Feira Mundial de Artesanato Indígena, que conta com 44 expositores. (Foto: Roberto Castro/ ME)
 
Acompanhado do gerente regional do Sebrae, Magvan Souza, e do representante do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Carlos Benitez, o ministro George Hilton visitou os expositores.
 
“O Sebrae tem know-how em fazer grandes eventos, sempre mostrando o lado bom da cultura, artesanato e gastronomia. A cultura indígena é rica. A nossa origem faz parte da nossa história e vai fazer parte do futuro. Ou seja, nós queremos preservar e assegurar que, por meio do esporte, outras reinvindicações que a comunidade indígena tenha alcancem eco”, disse Hilton.
 
A Feira Mundial de Artesanato Indígena conta com 44 expositores. A arte indígena tem como matéria-prima elementos da natureza, entre eles madeira, palhas, cipós, ossos, couros, pedras, plumas e tintas. O espaço é destinado a demonstrar, divulgar, fortalecer e comercializar o artesanato das diferentes etnias.
 
George Hilton falou também que o esporte tem papel importantes em todas as culturas. “O esporte tem o espírito de integrar as pessoas, celebrar a paz e a cooperação. Cada disputa mostra a necessidade do jogo limpo. São valores que o esporte passa a transferir, não somente para a comunidade indígena, mas para todo cidadão”, disse.
 
 
Breno Barros, de Palmas

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Jogos Mundiais dos Povos Indígenas são abertos em Palmas

 

A cidade de Palmas viveu um momento único em sua história. Nesta sexta-feira (23.10), um espetáculo de luz, cor e muita alegria tomou conta da Arena Green, que recebe a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Na presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, do ministro do Esporte, George Hilton, delegações indígenas nacionais e internacionais e demais autoridades, o presidente do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), Marcos Terena, agradeceu a vida, a chuva e a todos os presentes ao declarar abertos os Jogos Mundiais.
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Em seguida, Marcos convidou o líder indígena canadense Willie Little Child a ler uma mensagem enviada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Bank-Moom. Nela, o líder da ONU afirmava estar muito feliz e oferecia boas vindas a todos, pois para ele, os Jogos eram um evento incrível para promover o respeito e a paz. “Considero esta oportunidade uma forma de os governos avançarem nos direitos humanos e programas de todos os níveis. Agradeço ao governo brasileiro e ao ITC a conclamar os governos a promover a paz no mundo”, concluiu.
 
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Como defensora das causas indígenas, a madrinha dos Jogos Mundiais, a cantora Margareth Menezes, saudou todas as nações indígenas do mundo, e ressaltou: “Nesse momento em que a humanidade tem tantas demandas de guerras, estamos em um evento que busca a paz e a integração. O que eles pleiteiam é a oportunidade daquele lugar em que eles possam viver e desenvolver todas as suas necessidades, principalmente os mais jovens”. E para alegria da nação indígena e de todos os presentes Margareth cantou a música "Um Índio" de Caetano Veloso.
 
Aproveitando a oportunidade, Marcos Terena mandou um recado aos presentes: "Os povos indígenas nunca foram derrotados, nós sempre respeitamos o direito do outro e a mãe Terra, as questões climáticas, os direitos da mulher, da criança, e dos mais velhos. Nas aldeias a dignidade das pessoas tem de ser respeitada desde o nascimento até a morte".
 
Fotos: Roberto Castro/ MEFotos: Roberto Castro/ ME
 
Os Jogos Mundiais são realizados pelo ITC, com a parceria do governo federal, da prefeitura de Palmas, do governo de Tocantins e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Sua concepção foi construída com a participação de lideranças indígenas, da sociedade civil e de instâncias governamentais.
 
O evento será realizado na Vila dos Jogos, complexo esportivo adaptado às necessidades específicas das modalidades, que oferece ampla programação para o desenvolvimento de atividades das comunidades. Acontecerão competições também no Estádio Nilton Santos, em campos de futebol da cidade e no Rio Tocantins. O investimento do Ministério do Esporte nos JMPI inclui acordo de cooperação de US$ 13 milhões com o Pnud e convênio de R$ 4,2 milhões com a prefeitura.
 

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas - Abertura

 

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» Acompanhe a cobertura completa pelo site: www.jmpi2015.gov.br

 
Cleide Passos, de Palmas

Ascom - Ministério do Esporte

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